Título: O Reino das Vozes que Não se Calam - O Reino das Vozes #1
Autoras: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
Editora: Fantástica/Rocco
Gênero: Juvenil/Fantasia/Nacional
Ano: 2014
Páginas: 288
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem... Seria capaz de abandoná-lo?
Sophie se esconde de todos e de si mesma: insegura, não consegue enxergar sua beleza e talento, e sente dificuldade em se relacionar com os outros. Seu dia a dia se perde entre os caminhos tortuosos dos que convivem com a depressão e o bullying, e a jovem aos poucos vai se fechando na escuridão de seus pensamentos. Desamparada e sem coragem de lidar com seus problemas, ela acaba descobrindo um lugar mágico: um Reino onde as vozes não se calam e as criaturas encantadas se tornam reais. Um local colorido onde ela finalmente poderá se encontrar. Dividida entre a realidade e a fantasia, Sophie contará com a ajuda preciosa de um rapaz comum e uma guardiã encantada, que lhe mostrarão os segredos da alma e a farão decidir se vale a pena enfrentar seus medos ou viver em um eterno conto de fadas.
Resenha: O Reino das Vozes que Não se Calam foi um dos livros de estreia do selo Fantástica da Editora Rocco, e seu lançamento foi em Agosto/2014. Escrito por Carolina Munhóz em parceria com a atriz Sophia Abrahão, o livro conta a história de Sophie, uma garota de 17 anos tímida, com baixa autoestima, depressiva e que acredita que ser feliz é algo inalcançável. Por ser muito magra, sofre bullying constantemente e nem ao menos tem o apoio de Anna, sua melhor amiga, nem dos seus pais, nem de ninguém.
Numa noite, Anna acaba colocando Sophie numa situação muito delicada e constrangedora numa festa e a humilhação foi tanta que Sophie, que já se isolava, criou barreiras das quais ninguém poderia atravessar. Sophie se tornou ainda mais reclusa, sem ter com quem contar e sem coragem de continuar seguindo em frente. Incompreendida, a garota acaba perdendo as esperanças.
Até que Sophie descobre um Reino através de seus sonhos e acaba sendo transportada para lá, e para sua agradável surpresa, se trata de um lugar onde ela é querida e respeitada do jeito que é, ninguém a ofende, ninguém a humilha e ela, enfim, sente que a felicidade que parecia estar perdida, finalmente foi encontrada. E a escolha entre enfrentar seus medos e problemas ou viver num mundo encantado está diante de si.
Narrada em terceira pessoa de forma direta e até um pouco poética, e com várias referências literárias e musicais, a história se desenrola fazendo uma mistura de fantasia com drama de uma adolescente deslocada e desamparada que encontrou no Reino tudo o que mais desejava pra sua vida.
Ainda que os personagens de forma geral tenham sido apresentados de um jeito superficial, foi possível ter uma visão maior acerca de todos eles, que contribuíram para a construção da história e o próprio desenvolvimento e amadurecimento da protagonista devido ao tipo de narrativa, e um ponto que me agradou bastante é que como tudo vai direto ao ponto, não há enrolação. Sophie não é apresentada como uma mocinha indefesa e inocente apesar de sofrer (e as vezes sendo bem chata com tanta autodepreciação), pois há outros temas em torno da vida adolescente que são trabalhados fazendo com que a história fique mais próxima da realidade, e ao meu ver, o toque fantástico, o Reino no caso, soou mais como uma metáfora para ilustrar o impulso que Sophie precisava para ter forças e mudar o que estava lhe fazendo tanto mal.
Sophie é o tipo de personagem que tem a vida sofrida, e ela mesma consegue se colocar ainda mais pra baixo, não enxergando suas qualidades tampouco a ajuda dos que se importam em querer vê-la feliz. O tema delicado que é o bullying, por mais que já tenha sido abordado em outras histórias, não trouxe nada de novo ao mostrar uma personagem infeliz que tem a chance de dar a volta por cima, mas foi trabalhado com bastante delicadeza e sensibilidade, mostrando que as pessoas podem ser frágeis e estarem a beira da desistência, mas com coragem e força de vontade é possível sair dessa, principalmente quando elas percebem que não estão sozinhas.
Ainda não decidi se gostei ou não da ideia do mundo encantado, com muitas referências a elementos já conhecidos de clássicos como Alice no País das Maravilhas ou O Mágico de Oz, mas posso afirmar que houve um bom equilíbrio. Em meio a um mundo caótico muitos se sentem infelizes com a situação de vida em que se encontram e só precisam se redescobrir, encontrando a própria voz e seu lugar no mundo, dando um pouco de cor a uma vida completamente cinzenta e sem graça.
Com relação a parte física, só tenho elogios para a capa muito bonita e bem trabalhada, com aplicações em verniz e o título em alto relevo. As páginas são amareladas, e a diagramação é um luxo só, com ornamentos ilustrando cada início de capítulos. A revisão está impecável.
Leitura indicada a todos que queiram ter o prazer de se deparar com uma grande lição de autoconhecimento e até de vida.
Esse liivro é perrfeiitoo :)
ResponderExcluirhttp://claramadson.blogspot.com.br/
Achei meio tenso isso do nome da protagonista ser Sophie e a pessoa da capa ser a Sophia Abrahão, porque aí fica meio esquisito imaginar a protagonista de outra forma! Mas parece que ela é muito magra, então dá pra mente criar. A proposta me lembrou muito "A Garota Que Semeava", que não curti tanto. Bem, se tiver oportunidade, lerei, mas não seria minha prioridade de compra no momento!
ResponderExcluirClara
@clarabsantos
clarabeatrizsantos.blogspot.com
Faz tempo que vejo a capa desse livro e tenho vontade de lê-lo, não sabia que era nacional!
ResponderExcluirAliás, uma das coisas que mais gosto nesse blog é o modo com as resenhas são separadas! Detesto achar um nome legal e quando vou ver a capa do livro é horrível (sim, leio livros pela capa!) . Outra coisa que odeio é ler a resenha do 2º livro de uma série sem saber que é uma série... aqui fica bem mais fácil diferenciá-los!!!