As Batidas Perdidas do Coração - Bianca Briones

25 de janeiro de 2015

Título: As Batidas Perdidas do Coração - Batidas Perdidas #1
Autora: Bianca Briones
Editora: Verus
Gênero: Romance/Drama/New Adult/Nacional
Ano: 2014
Páginas: 406
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Viviane acaba de perder o pai. Com a mãe em depressão, ela se vê obrigada a assumir o controle da casa com o irmão mais novo. Rafael teve o pai assassinado há alguns anos e agora viu quatro pessoas de sua família, incluindo a única irmã, morrerem em um acidente de carro.
Viviane pertence a uma classe social que ele despreza. Rafael é tudo o que ela sempre ouviu que deveria evitar. Eles são opostos, porém dividem a mesma dor. Jamais se aproximariam se a morte não os colocasse frente a frente, e agora, por mais que saibam que são completamente errados um para o outro, não conseguem evitar uma intensa conexão, que poderá salvá-los ou condená-los para sempre.
As batidas perdidas do coração é uma história sobre perdas e como cada um lida com elas. É o encontro atormentado entre a dor e o amor. Com uma narrativa sexy, envolvente e repleta de música, este livro traz a última tentativa de duas pessoas arruinadas que, juntas, buscam desesperadamente se encontrar.

Resenha: Viviane e Rafael são unidos pelo caos: ambos perderam entes queridos em acidentes. Ela é uma patricinha de classe alta paulistana, ele um bad boy que trabalha durante a noite numa casa noturna no centro da cidade. Com personalidades tão diferentes, Rafa e Vivi têm tudo para se manterem distantes um do outro, mas personalidades tão opostas se tornam uma ferramente de atração entre eles.

Eu não sei por quê, mas ainda insisto em ler new adult. Tive uma experiência péssima com Métrica (bleeergh!). Por outro lado, Entre o Agora e o Nunca se tornou um dos meus queridinhos, que lembro com carinho e intensidade até hoje. Vai entender, né? As Batidas Perdidas do Coração, da brasileira Bianca Briones, não fez jus ao que me disseram e me deixou com a certeza: chegou a hora de parar de ler esse gênero.

O amor à primeira vista é bem característico de new adults, mas Bianca colocou aquela pitada de raiva na garota mimada e rica para apimentar a história com o bad boy . No começo tudo é guerra, depois tudo é rosas. Vivi não é detestável, mas também passa longe de ser amável. A garota tem 18 anos e pra mim agia como se tivesse 13, com frases imaturas e atitudes de quem não sabe como o mundo é. Bom, vai ver essa era a intenção de Briones ao criar a protagonista. Rafa é um tipo de cara “comedor”. Pega e não se apega. Para ele é uma por noite e pronto, tudo certo. A personalidade dele já é mais madura e contida, característica mais presente em alguém com os pés no chão. Porém, esse personagem tem uma particularidade que me faz abrir um leque para a questão da narrativa.

"Porra! Caralho! Porra! Caralho! Porra! Porra! Porra! Caralho! Caralho! Caralho!" Soa mal ler essas palavras repetidamente, não? Isso está mais do que presente no livro e mesmo ao final da leitura não entendi o motivo. Ok, um “Foda-se” aqui e ali não mata ninguém, mas as páginas de As Batidas Perdidas do Coração são repletas de palavrões. Era uma tentativa de ressaltar que o cara era “descolado”? Que falar palavrões faz dele um pouco mais sexy? Pois bem, não funcionou. Só deu a impressão da escrita pouco lapidada. Pior ainda quando a Viviane tentava imitar o Rafa. Imaginar a cena me deixava com cara de paisagem, tipo: Bitch, please!

Ainda sobre a escrita, parece que a história foi pouco revisada. Como o enredo é todo em 2004, senti umas contradições grandes. A música Te Levar do Charlie Brown Jr. é condizente, já que fazia parte da abertura da Malhação na época (eu adorava!). Mas, gente, quando foi que a Hollister se popularizou no Brasil? Duvido que tenha sido em 2004. Em 2000, a marca estava se consolidando nos EUA, então é bem improvável que esteja aqui no ano da história entre Vivi e Rafa.
Bianca Briones devia ter enxugado um pouco a trama. Devorei o livro, confesso, mas não por amar a história, e, sim, por sentir necessidade de termina-la logo. As primeiras 200 páginas são gostosas de ler, o restante é que torna tudo enfadonho. São muitas situações descartáveis e o gancho para o grand finale não me entusiasmou em nada. Ao perceber o rumo que a história tinha levado, pensei: Sério mesmo que ela vai fazer isso pra encher página? Enfim, dispensável.

Com uma grande equipe por trás, como é mostrado nos agradecimentos, As Batidas Perdidas do Coração poderia ter sido melhor. Foram tantos elogios na orelha que embarquei no romance esperando viver uma história digna de ser lembrada, mas pouco depois do término da leitura já havia a esquecido. Faltou uma pitada maior de realidade, menos clichês (não que isso seja ruim, mas um leitor não deve ser subestimado) e um pouco mais de amadurecimento. A impressão final é que o que a autora quis passar foi a vivência de um grande amor impossível de ser apagado, mas para mim ficou outra impressão: "ninguém é insubstituível, e a vida segue".

3 comentários

  1. Que pena Lucas que você não gostou, eu adorei o livro, mesmo com todos os seus clichês e caminhos já conhecidos. Opinião é opinião e cada um tem a sua, e eu respeito, mas o livro é um dos meus favoritos. Abração!


    http://www.cabanadoslivros.com.br/

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  2. Oi Lucas, tudo certinho!?
    poxa, a capa é bonita, pode bem enganar né? Eu estou com o Entre o Agora e o Nunca pra ler, que bom que curtiu! Até me animou hahahahahahah por sua resenha eu já imagino que a temática tbm não vai muito me agradar, clichê é bom, mas tem limite né? Gosto de diálogos mais elaborados, coisas mais interessantes =)
    parabéns pela resenha!
    Uma ótima noite =*
    [Resenha dupla #04] Persépolis – Marjane Satrani

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  3. Ta ai, uma resenha que concordo. Mas ao
    Contrário de vc larguei na metade. Achei o ó a garota sair ...e ....enfim. A narrativa é até legal mas achei a história sem base e forma.

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