Título: O Atlas do Amor
Autora: Laurie Frankel
Editora: Paralela
Gênero: Ficção/Romance
Ano: 2013
Páginas: 232
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Quando Jill engravida acidentalmente e é abandonada pelo namorado, ela e suas duas melhores amigas mergulham de cabeça num projeto inusitado - criar Atlas, o bebê, juntas, em meio à loucura da pós-graduação. As três se mudam então para uma casa maior e montam uma programação sem intervalos, que inclui cuidar do bebê, assistir às aulas, lecionar matérias de introdução à literatura, corrigir trabalhos e cumprir a agenda de leituras. Elas esperam que seus esforços sejam suficientes para formar uma família para Atlas, mas tudo acaba se complicando.
Resenha: Três estudantes da pós-graduação que se conhecem durante o período de aulas. Suas personalidades não têm nada em comum, mas a situação de estarem sozinhas vivendo a mesma rotina as aproxima. Janey é quem dá voz ao livro. Ela é a mais centrada das 3, preocupada com os estudos, as aulas, a alimentação e os problemas de todas. Jill é meio maluca, só come bolachas e meio que vive escorada em Janey. Já Katie é uma religiosa que acredita ter um homem separado pra ele, por isso ela precisa encontrá-lo e se manter pura até o casamento.
Assim que somos apresentadas a ela, surge o grande problema: Jill engravidou de um cara mais novo, ele não quer assumir o filho – pelo contrário, pede pra ela abortar –, e ela não tem condições de bancar a criança e a rotina só com a bolsa da pós (lá eles recebem pra estudar, mas precisam dar aulas para estudantes da licenciatura). Assim, Janey tem a ideia de as 3 morarem juntas para dividirem as despesas e se revezarem nos cuidados do bebê. Apesar dos receios, as 3 aceitam, se mudam e começam a conviver com particularidades de cada.
Eu me convenci de que dava na mesma cozinhar para três pessoas, ainda que sobrasse menos comida para depois, porque haveria alguém para fazer as compras no supermercado antes e para lavar os pratos depois. Dividiríamos as despesas da casa. Era tudo muito fácil. Não tinha como dar errado. É claro que, se isso tudo fosse verdade, não haveria história. Como todo mundo sabe, dizer que nada vai dar errado vem imediatamente antes de tudo dar errado.Jill leva a gravidez adiante, elas decidem juntas o nome do bebê – Atlas –, se empolgam com esse novo ser em suas vidas e juntas conseguem cuidar dele como se fossem uma família.
Como eu disse mais em cima, lemos a história pela visão de Janey, então é óbvio que nos apegamos mais a ela e entendemos melhor suas motivações. Ela comprou a ideia de ter um bebê, considera Atlas seu filho, se preocupa com ele com verdadeira dedicação. Das 3, é a que mais demonstra apego ao bebê. Por isso, o final me deixou muito chateada. Não posso contar muito, mas tomei suas dores e tive vontade de socar outros personagens por ela. Katie é muito cômica nessa busca por um homem. Tem regras, medos, protocolos... E quando finalmente encontra o cara certo, resolve casar correndo. Mas também embarcou na viagem de criar o neném da amiga, abrindo mão de seu tempo em prol dele. E a vaca da Jill? Não gostei dela. Desde o início demonstrou que gostava de se beneficiar com a amizade das meninas, mas não fazia muita coisa em retorno. Ironicamente, ela é quem mais precisa de ajuda. Não fui com a cara dela e torci pra que se ferrasse (sem atingir o Atlas, claro).
Na primeira metade do livro, quando Atlas ainda não tinha nascido, eu não tinha me conectado ao drama; era praticamente o relato de uma madrinha do bebê. Foi só na parte final que eu me senti mais conectada ao enredo, percebendo aonde a autora queria chegar com a história.
Está bem claro que o tema maternidade é bastante explorado. A autora mostra que nem sempre a mãe biológica é a que mais ama e se sacrifica pela criança. Janey mostrou uma sensibilidade incrível ao lidar com essa nova condição, realmente adotando Atlas como seu, ao passo que Jill agiu de modo egoísta, se aproveitando das condições de estar grávida, ser mãe e ter um bebê dependente.
Ler, tomar notas, consultar referências cruzadas, escrever comentários inteligentes e cuidar de um bebê que raramente dorme mais de quinze minutos de cada vez é mais difícil do que parece. Ou vai ver é tão difícil quanto você imagina, mas sua ideia de realidade deve ser mais real do que a nossa.Talvez eu tivesse uma visão mais neutra se a escrita fosse em 3ª pessoa ou se pelos a narrativa fosse intercalada entre as 3 protagonistas (minha preferência). Ao optar por contar a história pela personagem que não engravidou, a autora não nos deixa saber ao certo o que se passava na cabeça de Jill, mas mostra a fundo os temores, expectativas e sentimentos de Janey.
O livro também discute o conceito de família. Enquanto Katie quer manter o modelo tradicional, Jill é filha de mãe solteira e acaba se tornando uma também. Janey tem um relacionamento bem bacana com os pais e a avó, e eles acabam se sentindo avós e bisavó da criança. Elas também têm um casal de amigos gays que são loucos pra ter um filho. Com tanta variedade de personalidades e convicções, de vez em quando surge uma opinião mais preconceituosa, mas a autora teve o cuidado de rapidamente abafá-la e reforçar a ideia de que não há um modelo correto e/ou ideal de família.
Adiantado no parágrafo anterior, os coadjuvantes vivem suas próprias histórias e são presença marcante no dia a dia das amigas. Jason é o maior apoio externo que as meninas têm para ajudar com Atlas; se elas não podem, chamam por ele. Não há preconceito algum em relação ao seu namoro com Lucas ou à ideia de terem um filho. A família de Janey é louca, especialmente a avó, mas ao mesmo tempo eles são fofos. Gostei também de Ethan, um cara com quem Katie saiu e não deu certo, mas acabou se tornando amigo da “família”.
Ah! Um detalhe não muito importante pra história, mas que me tocou: as meninas são estudantes de Literatura, chegam a comparar suas vidas a livros ou gêneros. Em algumas partes aparecem referências ao universo que tanto amamos. ♥
Parte do motivo de dedicar sua vida a estudar literatura é a revelação de que contar histórias é mais do que inventar coisas, e que inventar coisas é muito mais importante do que fingimos – inventamos – ser. De uma forma ou de outra, os livros contam as histórias de seus leitores. Mas contar nossas histórias é diferente de formá-las, de talhá-las conforme preferimos.Em relação ao final, não curti. Não pelo que aconteceu em si, mas por ter ficado um tanto aberto, sem resolver muito bem o conflito e deixando mil e uma possibilidades de continuação. Eu queria saber o que de fato aconteceu com as amigas e com Atlas.
[...]
Acredito piamente que é possível conhecer as pessoas pelos livros que elas leem, pelos trechos que elas sabem de cor, e pelo modo como passam os dedos pela lomada deles.
Essa capa é linda, foi o que me fez parar pra ler a sinopse, o que me atraiu ao livro. A revisão deu umas pequenas vaciladas, mas no geral está boa.
A leitura é indicada para todos que gostam de romance, amizade e dramas familiares. E se você for assim como eu, louca por bebês e doida pra ter o seu, vai mergulhar ainda mais fundo na
Eu não me conformo tanto com livros de romance, mas é um bom lugar para conhecer mais livros -q
ResponderExcluirMadnesShoujo | [visite] ✿
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirEu não era muito interessado nesse livro, confesso a você, mas agora quero ler (hehehe). Vou colocar aqui na lista de desejados e pedir pra editora (hihi). Beijos!
http://euvivolendo.blogspot.com.br/
Oii..
ResponderExcluirNunca ouvi falar nesse livro, mas já me apaixonei pela capa.
Gostei muito da história, quem sabe eu procure para ler.
Também gostei de saber sua opinião. É só uma pena não ter curtido o final.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
super amei teu blog,
ResponderExcluirentão tem um blog novo que ta precisando de ajuda sabe,seria gratificante que vc desse uma olhada e comentasse oq acha que deve melhorar no blog,e tem dicas legais,seria super legal se fosse seguiidor do blog. então de encontro no proximo post beijos flor
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