Autora: Anne Cassidy
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Viviane Diniz
Gênero: Juvenil/Policial/Mistério
Ano: 2015
Páginas: 272
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Descobrir toda a verdade pode ter consequência fatais.
A mãe de Rose e o pai de Joshua desapareceram. As investigações da polícia não deram em nada, e o caso foi arquivado: tudo indica que seus pais estão mortos.
Enquanto isso, Rose recebe cartas estranhas e desesperadas de Rachel, um antiga amiga da escola, e, pouco depois, a terrível notícia de que ela morreu.
Existiria alguma ligação entre a morte de Rachel e o desaparecimento dos pais deles?
Mais e mais perguntas vão surgindo à medida que Rose e Joshua tentam resolver o quebra-cabeça sobre o que houve com seus pais. Será que os cadernos cheios de códigos podem ajudá-los a encontrar as respostas?
Os códigos precisam ser decifrados - mesmo que seja uma questão de vida ou morte.
Resenha: A Morte de Rachel é o segundo livro da série The Murder Notebooks, escrito pela autora Anne Cassidy e lançado no Brasil pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco.
Não é obrigatório que o primeiro livro seja lido para entender o segundo, mas é interessante acompanhar a série do início para que os vínculos entre eles sejam melhores compreendidos.
Resumindo a história do primeiro livro, Rose e Joshua são irmãos postiços e seus pais desapareceram sem deixar rastros há cinco anos. Eles ficaram separados durante esse tempo e se reencontraram depois. Os jovens, então, ao mesmo tempo que tentavam descobrir o que houve com seus pais, se depararam com outro mistério que envolvia mortes de pessoas do colégio. Dessa forma, a história segue com o mistério principal sobre o sumiço dos pais e paralelamente traz um mistério a parte do qual eles acabam se envolvendo também.
Dessa vez, tudo indica que os pais de Rose e Joshua estão mortos, pois as investigações da polícia não deram resultado, e o caso acabou sendo arquivado. Mas, com a ajuda de Frank Richards e seus cadernos cheio de informações, códigos e textos em russo, eles tiveram motivos suficientes para acreditarem que os pais ainda estão vivos e querem continuar com a própria investigação junto com Skeggsie, o melhor amigo deles.
Quando Rose começa a receber cartas estranhas e telefonemas angustiantes de Rachel, uma antiga amiga da época do internato, ela acredita se tratar de brincadeiras de mau gosto já que a garota tinha costume de mentir muito e fazer drama pra qualquer situação a fim de ser o centro das atenções a ponto de Rose cortar relações com ela, tanto que, mesmo desconfiada, pede para a avó ligar para a diretora do internato para saber notícias da ex-amiga, e é aí que vem a notícia de que a garota supostamente se afogou e seu corpo foi encontrado.. Diante dessa notícia trágica, Rose acaba indo visitar o internato para prestar as condolências e decide ajudar nas investigações da polícia entregando as cartas que recebeu, além de descobrir alguns segredos deixados por Rachel. E enquanto isso, Joshua continua seguindo as pistas dos pais e parece estar mais perto da verdade do que nunca...
É bastante perceptível, mesmo que com algumas ressalvas, um amadurecimento de Rose na história assim como uma melhora bastante significativa na escrita da autora. A narrativa é feita em terceira pessoa e está muito mais fluída se comparada ao primeiro livro da série, cheia de descrições que possibilitam que as cenas sejam perfeitamente visualizadas pelo leitor.. Dessa vez, a história está mais complexa e envolvente pois a trama está muito bem construída com uma conclusão que se encaixa perfeitamente com o que foi discorrido. O desaparecimento dos pais e o mistério da morte de Rachel fazem com que a histórias fiquem interligadas mantendo um ritmo rápido e a leitura fixa, assim, o leitor fica ansioso para descobrir mais e qual é o próximo passo dos irmãos. É bastante surpreendente a forma como Rachel acaba deixando informações que dão esperanças a Rose e Josh sobre o desaparecimento dos pais.
Rose é uma personagem bastante desconfiada e mal tem amigos, e é interessante acompanhá-la quando ela precisa lidar com o com o desaparecimento de sua mãe. Ela se sente confusa com relação ao seus sentimentos por Joshua e é possível desenvolver uma certa pena dela pelo que ela passa. Os momentos com Joshua são significativos mas não curti muito a ideia de ela ser descrente ou fazer desfeita com as coisas que ele descobria, o que o deixava profundamente irritado. Joshua é prestativo, compreensivo e nunca deixa Rose em segundo plano mesmo que pareça ter encarado a morte de Rachel com certa indiferença. Sempre lhe dá atenção, se preocupa com ela e se importa com o que lhe acontece.
Um ponto bacana é que o leitor se depara com alguns flashbacks onde podemos saber um pouco mais sobre como era a amizade de Rose com Rachel, o que nos faz entender o porquê ela ter relutado tanto em ajudar a colega logo de cara em seus pedidos de socorro desesperados. Esses flashbacks despertaram muito a minha curiosidade pois através deles é possível perceber que havia algo de mais profundo e particular nessa história e que se a garota fazia o que fazia, era porque deveria ter motivos para isso que não fossem, necessariamente, chamar atenção.
Uma coisa a ser destacada é que pela mãe de Rose ter se casado com o pai de Joshua, biologicamente falando, eles não são irmãos de sangue, logo, devido a aproximação entre eles que veio desde o primeiro livro, um sentimento maior começa a ser despertado nela... Acredito que seja uma abordagem ousada e bem diferente pois o relacionamento vem de forma sutil e gradual sem que fique forçado ou superficial.
Só achei que os personagens de forma geral não são tão simpáticos a ponto de o leitor torcer pela felicidade deles, mas se sentir preocupado ou ansioso para que resolvam logo o mistério e a situação em que se encontram. Só me afeiçoei mais a Skeggsie, não pela personalidade, mas pela dedicação em ajudar os amigos na investigação do sumiço dos pais.
Ao final, mesmo que o desfecho tenha sido bombástico, muitas perguntas ficaram sem respostas e senti falta de maiores explicações para determinados acontecimentos. O que importa é que por mais que haja várias histórias que se conectam e levam em direção a uma coisa só, o mistério é o que faz com que tudo valha a pena.
A capa, fazendo o mesmo estilo da primeira, é linda e bastante sugestiva dando enfoque no nome do projeto dos personagens. A borboleta, o título e o nome da autora são em alto relevo e possuem verniz localizado. A parte interna da capa é amarelo vivo, as páginas são amareladas, cada capítulo é representado por um numeral romano assim como traz o desenho da borboleta no canto superior da página. A fonte tem um tamanho agradável e o espaçamento das margens externas também está perfeito.
É muito bacana quando o leitor se envolve com a história a ponto de se sentir parte dela, e foi essa a sensação que tive ao ler A Morte de Rachel. Foi como se eu estivesse com um quebra cabeça nas mãos tentando resolver o crime da vez.
Para quem está a procura de um bom mistério policial envolvendo assassinatos e desaparecimentos, que se desenrola de forma nova e bastante perspicaz, a leitura da série é mais do que indicada. Ansiosa pelo terceiro volume, "Butterfly Grave", ainda não lançado no Brasil.
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