Autora: Laurelin Paige
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Romance/Erótico
Ano: 2015
Páginas: 480
Nota: ★★★★★
Sinopse: Eles são perfeitos na cama.
Desde o primeiro encontro o desejo parece só aumentar, e quando os olhos de Alayna encontram os de Hudson é impossível resistir. No entanto, são nestas almas frágeis, com traumas e segredos guardados há muito tempo, que o relacionamento tomará forma. Ambos sabem que precisam consertar erros do passado, que insistem em ameaçar esta frágil ligação.
Ainda que tenham prometido honestidade, um único segredo de Hudson pode destruir o que fora construído até então. E apesar de estarem intensamente apaixonados, Alayna e Hudson serão obrigados a confrontar seus medos para finalmente terem um final feliz.
Resenha: Sempre Você é o terceiro e último volume da trilogia Fixed escrita pela autora Laurelin Paige e publicado no Brasil pelo selo Fábrica 231 da Editora Rocco.
Por se tratar de continuação direta dos acontecimentos dos livros anteriores, essa resenha pode ter spoilers!
Fazendo um apanhado geral sobre a trilogia, Fixed se trata de um romance com várias pitadas bastante hot em que acompanhamos a protagonista Alayna Withers, uma mulher com um tipo de transtorno obsessivo quando o assunto é relacionamentos. Ela se apegava muito aos homens de sua vida, vigiando e seguindo qualquer um que não demonstrasse que o interesse era recíproco. Mas quando ela se envolve com Hudson, lindo, rico e dono da boate onde ela trabalha, as coisas vão além do que ela imaginou, pois a química é evidente e os dois começaram a ver que naquele relacionamento existia amor. Aparentemente tudo estava bem e Hudson nunca a julgou por nada que ela havia feito no passado, mas entre vários segredos escondidos atrás de suas personalidades fortes, resta saber se os dois irão conseguir enfrentar todos os problemas e obstáculos para, enfim, ficarem juntos.
Sempre Você começa exatamente de onde Com Você parou. O relacionamento estava prestes a vir abaixo e os dois decidem morar juntos e serem totalmente sinceros e transparentes um com o outro.
Embora existam problemas, fica claro o quanto o casal se ama, independente de erros cometidos e até da confiança que havia sido abalada, a ponto de terem plena consciência de que o amor é superior aos tais erros. Eles realmente se empenham ao máximo para ceder e enfrentar as barreiras em nome desse amor, confrontando traumas e medos em busca de serem felizes.
Narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Alayna, a leitura continua viciante e a escrita parece estar mais madura. Posso dizer que, por mais que a história seja recheada de cenas eróticas bastante intensas e quentes, o que mais me manteve presa e ansiosa para saber como tudo iria terminar foi exatamente a questão dos problemas que o casal tinha e como iriam ser resolvidos. Ao longo da história vemos uma personagem ciumenta, possessiva e insegura se relacionando com um homem que inicialmente não tem a menor intenção em envolvimentos amorosos, manipulador e com segredos complexos o suficiente para destruir tudo o que poderia vir a ser construído. Mas com tudo o que acontece, Hudson acaba se tornando alguém muito mais digno pois, finalmente, admite e reconhece seus sentimentos por Alayna, embora ele tenha percorrido um caminho longo para isso.
Pela história ser narrada por Alayna, ficamos limitados ao ponto de vista dela e em determinados momentos isso pode ser um pouco irritante devido às suas compulsões e pela personalidade difícil dela.
Hudson parece ser um enigma e ainda é difícil entendê-lo bem, pois por não sabermos sua versão dos fatos e o que o leva a tomar certas atitudes, inicialmente não é possível saber suas reais intenções até mesmo porque pelo livro ser erótico, a grande maioria dos problemas do casal são resolvidos na cama.
Acho válido destacar que a autora não foca somente na questão sexual. A família de Hudson e seus problemas que as aparências tanto escondiam também ganham espaço e são trabalhados na medida certa. Acompanhamos também a antiga "melhor amiga" de Hudson, Celia Werner, perseguindo Alayna de forma obsessiva, assim como a própria Alayna costumava assediar seus ex namorados. Essa atitude acaba mostrando para Alayna como seu comportamento era prejudicial, sentindo na pele como é ser perseguida. Hudson não aprova nem um pouco o que Celia faz e decide agir por conta própria com intenção de proteger Alayna, mas sempre muito fechado, encerrando conversas sem brecha para discussões ou perguntas. E até que o segredo dele seja revelado, ele não passa muita confiança para Alayna e nem para nós, leitores. Chega a ser um pouco frustrante ter essa limitação de ponto de vista, mas acredito que qualquer relacionamento está sujeito a isso e acho que a autora acertou em manter Hudson tão fechado assim. Nós, mulheres, geralmente queremos tudo a tempo e a hora e nem sempre entendemos quando nossos namorados/maridos não querem se abrir conosco. E é isso que acontece aqui, só que num nível um pouco mais sério visto que o segredo que Hudson esconde é realmente ruim.
Ainda que a história caia naquele clichê de moça que cai nas graças do bonitão bilionário, o diferencial é que eles são "danificados" devido aos seus defeitos e traumas, mas em determinado ponto acompanhamos ambos frequentemente lutando contra suas compulsões, dispostos a enfrentar problemas e principalmente trabalharem juntos em mudanças que poderia ajudá-los como casal a fim de tornar o relacionamento algo saudável, e ainda fazê-los crescer como pessoas. Alayna principalmente, já que demonstra um lado mais maduro e inteligente quando decide confiar mais no próprio taco depois de se comportar compulsivamente feito uma maluca.
Um ponto bem bacana a ser levantado é que a autora cria vários cenários de forma que os personagens poderiam ser levados a errar ainda mais e confesso ter gostado de vê-los optando pelo certo por terem aprendido com os próprios erros e com a experiência que adquiriram após terem se envolvido, o que prova o quanto eles cresceram como casal. A história é bastante dinâmica e consegue passar realidade ao leitor por apresentar personagens falhos mas que tem vontade de serem melhores e lutam por isso.
A edição, seguindo o mesmo padrão dos livros anteriores, é linda, com as bordas em tom de rosa/violeta. As páginas são amarelas, o tamanho da fonte é padrão e o espaçamento das margens é ótimo.
Em suma, é uma história de duas almas quebradas que descobriram o amor e que lutam contra seus supostos erros - considerados por muitas vezes como sendo imperdoáveis - e os demais obstáculos que a vida lhes impôs para ficarem juntos, mesmo que se encontrassem nos piores momentos possíveis.
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