Autora: Lesley Livingston
Editora: Jangada
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2015
Páginas: 280
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A última coisa de que Mason Starling se lembra é do trem cruzando uma ponte. Uma explosão, uma luz ofuscante, e então a escuridão. Agora ela está só, perdida em Asgard e a única maneira de voltar para casa é encontrar a Lança de Odin, uma poderosa relíquia deixada por deuses já desaparecidos. Fennrys, o Lobo, sabe tudo sobre Asgard.
No passado ele esteve preso lá. E vai fazer o possível para encontrar e trazer de volta a garota que roubou seu coração. Mesmo que isso signifique ter de descer ao traiçoeiro Mundo dos Mortos. Mas o tempo está se esgotando, e Fenn sabe algo que Mason desconhece: se ela empunhar a Lança, dará início a uma profecia terrível. E ela não apenas retornará a seu mundo. Ela o destruirá.
Resenha: Descendente é o segundo volume da saga Starling escrita pela autora Lesley Livingston e publicado no Brasil pela Jangada.
Por se tratar do segundo volume, esta resenha pode ter spoilers do primeiro livro.
Ao final de Starling, uma enorme confusão da Ponte Hell Gate faz com que Mason atravesse um portal e fique presa em Hel, o submundo nórdico, e em Descendente a história continua exatamente de onde parou. Fennrys, o Lobo, está diante do que restou da Ponte após uma enorme explosão, e sua única preocupação é resgatar Mason antes que ela encontre a Lança de Odin, o objeto que poderia trazê-la de volta pra casa mas também fazer com que ela destrua seu mundo. Se a Lança for empunhada por ela, a tão falada profecia será iniciada, assim como o temível Ragnarök.
Agora resta a Fenn contar com a ajuda de Rafe e correr contra o tempo fazendo de tudo para trazer Mason de volta, e isso inclui arriscar a própria vida e retornar ao perigoso e traiçoeiro Mundo dos Mortos.
Narrado em terceira pessoa e contado a partir de vários pontos de vista, apesar do início intenso, o ritmo da história é meio lento e se mantém constante, com algumas reviravoltas incríveis e com uma boa dose de ação e suspense. A ambientação se alterna entre Manhattan e o submundo onde Mason está mas ainda não sabe exatamente que lugar é aquele e ainda pensa que se trata de um sonho "diferente". Devido a esta alternância a história fica mais dinâmica pois podemos acompanhar vários acontecimentos de outros lugares. São várias situações que colocam a vida de todos em risco que vão se desenrolando no decorrer da trama. A Academia Gosforth acaba se revelando como um terreno neutro de proteção para todos os descendentes das famosas lendas míticas que conhecemos.
Um ponto bem bacana é que a autora realmente demonstrou uma incrível habilidade em mesclar mitologia grega, egípcia e nórdica de uma forma bastante plausível e isso torna a história bem sólida.
Os personagens conhecidos no primeiro livro estão de volta e novos são introduzidos mostrando potencial e importância no desenrolar da história.
Mason continua sendo uma personagem forte que não se intimida com novos desafios e o que parece é que não importa o que ela faça, por estar ligada à profecia e ser a chave pro Ragnarök, ela está fadada a se tornar algo que não quer. Apesar de demonstrar uma certa estupidez no que diz respeito a sua falta de compreensão do lugar onde ela está, afinal, ela viu e passou por tanta coisa no primeiro livro que seria impossível não ter noção do que estava acontecendo, Mason tem um crescimento considerável e continua mantendo o bom humor, ainda que seu timing não seja perfeito. Ela estava numa situação de extrema tensão pois não sabia onde estava e nem como sair de lá, não sabia se Fenn estava vivo ou morto e ainda reencontra a mãe que acreditava estar morta. Ela consegue lidar com situações delicadas de forma madura mas no fim só quer encontrar o caminho de volta pra casa.
Fennrys continua sendo um personagem ótimo pois parece ter aprendido com os erros que cometeu anteriormente, e dessa vez está ainda melhor agora que recuperou a memória. Isso colabora para que ele tenha informações importantes em sua busca por Mason além de saber mais para proteger o mundo e tentar impedir seu iminente fim.
Confesso que alguns pontos da história foram um poucos confusos, como se houvesse um excesso de informações jogadas de uma vez diante de mim, mas acredito que tudo é importante para o desenrolar dos eventos e com certeza vão fazer diferença no próximo livro.
Posso dizer que os demais personagens evoluíram muito bem e os vilões estão piores do que antes.
A capa combina perfeitamente com a primeira e fico satisfeita quando há esse padrão. A diagramação é simples, os capítulos se iniciam com letra capitular e não percebi erros na revisão. Uma coisa legal no detalhe do livro é que na lombada há uma silhueta de um florete, pois Mason é amante de esgrima e isso ilustra muito bem sua paixão.
Como um todo, Descendente conseguiu ser melhor do que seu antecessor, pois há carga dramática e momentos de tensão que envolvem o leitor de forma incrível. O final, obviamente, deixa um gancho para o próximo livro e só me resta aguardar, mais do que ansiosa.
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