Autor: Chris Weitz
Editora: Seguinte
Gênero: Ficção
Ano: 2015
Páginas: 266
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Jefferson, Donna e seus amigos descobriram que os adolescentes não são os únicos que sobreviveram ao vírus e, em meio ao caos do resgate da Marinha, eles se separam. Jefferson volta para Nova York e tenta levar a Cura para a tribo da Washington Square, enquanto Donna vai parar na Inglaterra, onde se depara com um mundo pós-Ocorrido inimaginável. Mas um desastre ainda maior que a Doença está prestes a acontecer, e Donna e Jefferson só poderão evitá-lo se acharem o caminho de volta um para o outro.
Resenha: Depois de um final bombástico em Mundo Novo, Chris Weitz me convenceu a ler a sequência. Eu juro que estava quase desistindo de continuar a série porque o desenvolvimento do primeiro não foi lá essas coisas, mas que cliffhanger, cara! Então fui pro segundo com a cara e a coragem. (Perdão, mas é impossível não falar desse sem soltar spoiler do primeiro)
Nova Ordem começa no ponto em que Mundo Novo acaba. Jeff, Donna, Peter, Crânio, Capitão e Theo são capturados pelo helicóptero da Marinha e levados a confinamento, isolados em quartos separados e interrogados sobre o período em que o vírus dizimou as crianças e a população adulta. Eles têm acesso a informações limitadas, mas conseguem descobrir que o vírus atingiu apenas a cidade de Nova York, deixando o restante do mundo bem fragilizado. Como resultado disso, os demais povos entraram em conflitos de opiniões e acabaram criando inimizades entre si, gerando uma busca por controle.
Esses adolescentes já passaram por muito sofrimento, amadureceram rápido demais, aprenderam a se virar para sobreviver e para isso tiveram que desconfiar de tudo e todos. Mas em meio a tantas surpresas, o que eles não esperavam é que fossem receber um bilhete misterioso.
Seus amigos estão seguros. Não coopere com os investigadores. Eles não estão do seu lado. Estamos tentando libertar vocês.
No primeiro livro senti falta de um elemento muito presente em distopias - o governo opressor - e aqui ele aparece, tanto que até existe um grupo de resistência. E são essas pessoas que planejam a fuga secreta de Jeff e seus amigos. E agora, em quem eles podem confiar? A Marinha está falando a verdade? Ou seria melhor acreditar na Resistência? A ideia de fugir é atrativa, e eles até tentam, mas acabam se separando de Donna no meio da confusão. Jeff não desiste da ideia inicial de resgatar os adolescentes e acaba voltando para NY com o intuito de juntar todas as tribos e estabelecer uma nova ordem. Já Donna vai para Inglaterra e se depara com uma realidade totalmente diferente e a oportunidade de uma nova vida, mas isso terá um preço.
O romance estava prestes a engrenar quando o casal se separa - e aí meu lado romântico ficou frustrado, porque era uma das poucas coisas emocionantes do livro pra mim. Só que essa relação ainda tem muito mais pra dar, porque só eles - juntos! - podem evitar um grande desastre.
Novamente Donna e Jeff se revezam na narrativa da história, mas agora temos uma novidade: alguns poucos capítulos são narrados por outros personagens no decorrer do livro, de maneira pontual, nos permitindo entender seus pontos de vista, sentimentos e motivações. E de novo achei que havia um excesso de personagens (e sim, minha previsão na resenha anterior se confirmou, mal lembrei dos personagens depois de tanto tempo entre uma leitura e outra), mas dessa vez foi mais fácil me acostumar a eles.
Infelizmente não posso negar que essa foi apenas uma sequência qualquer. O autor soube mudar o rumo dos acontecimentos, inserir novos personagens e cenários, suscitar mais conflitos e trabalhar mais as personalidades. Pena que não soube como fazer isso. :/
Eu queria acreditar que todos iriam abandonar suas armas e se abraçar, deixando de lado as questões da guerra e da coerção para voltar à maneira que viviam antes. Mas meu coração me disse que não seria tão bonito assim. Ele me disse que o novo contrato social seria escrito com sangue.
A editora manteve a identidade visual, escolhendo dessa vez um verde-limão para a capa para combinar com o laranja fluorescente do primeiro livro. Vale lembrar que a capa brasileira é totalmente diferente das demais, inclusive da original, e, na minha opinião, é muito mais atrativa e combinativa com a história. Em termos de diagramação e revisão, eles sempre dão um show, e aqui não foi diferente.
Mais uma vez
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