Autor: Terry Pratchett
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil
Ano: 2016
Páginas: 304
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Um perigo oculto, saído de pesadelos, vem trazendo uma ameaça diretamente do outro lado da realidade. Armada com tão somente uma frigideira e seu bom senso, a pequena futura bruxa Tiffany Dolorida deve defender seu lar contra fadas brutais, cavaleiros sem cabeça, cães sobrenaturais e a própria Rainha das Fadas, monarca absoluta de um mundo em que realidade e pesadelo se entrelaçam. Felizmente, ela contará com uma ajuda inesperada: os Nac Mac Feegle da região, também conhecidos como os Pequenos Homens Livres, um clã de homenzinhos azuis ferozes, ladrões de ovelhas, portadores de espadas e donos de uma altura de mais ou menos quinze centímetros. Conseguirão eles salvar as terras quentes e verdejantes de Tiffany?
Resenha: Os Pequenos Homens Livres é o primeiro volume de Tiffany Dolorida, "subsérie" (ou seria um spin-off?) composta por cinco livros do universo Discworld (com 40 volumes ao todo) do escritor inglês Terry Pratchett e publicada no Brasil pela Bertrand. Os livros são independentes e mesmo que este seja o 30º na posição da série geral, os volumes anteriores não precisam ser lidos para entendermos o que se passa.
Miss Perspicácia Tick começa a sentir algo no ar... seus cotovelos não mentem e segundo seu cotovelo esquerdo, havia uma bruxa a quem ela precisava encontrar... Mas ao saber que o sinal que recebeu vinha do Giz, ela fica extremamente desgostosa, afinal, o Giz é frágil e macio demais, as bruxas precisam se formar num lugar sólido e resistente como uma rocha e o Giz não é um lugar adequado.
Tiffany Dolorida ainda não sabe, mas ela é uma bruxa! Ela é uma garotinha de nove anos nascida no Giz, uma terra onde cria-se ovelhas e vive-se de queijo, e anda meio impaciente desde que seu irmão nasceu e ganhou toda a atenção que antes era só dela. Mesmo "não gostando" muito do irmão, quando a Rainha das fadas o sequestra, Tiffany não vê outra forma de resolver o problema a não ser pegando sua frigideira e se unindo aos Nac Mac Feegles e a Miss Tick para partir numa viagem a fim de resgatá-lo.
A narrativa é feita em terceira pessoa e é recheada de frases inteligentes, cheia de momentos de reflexão que são apresentados com bastante sutileza em meio a situações inusitadas e inúmeras metáforas e analogias cômicas onde os valores morais são encaixados nas entrelinhas de forma genial e muito divertida. A escrita é fluída e as palavras parecem ter sido cuidadosamente escolhidas para que o entendimento seja fácil independente do público sem que tenha aquele teor didático.
Depois de fazer algumas pesquisas sobre a série soube que Vovó Cera do Tempo faz só uma "participação especial" neste volume, mas que ela já foi apresentada e bem explorada em livros anteriores do universo Discworld... Nem preciso dizer que fiquei super curiosa para ler os outros, principalmente porque este é um dos mais infantis.
Pratchett satiriza os universos criados por outros escritores, como Tolkien e Lewis, sem inferiorizar suas obras, mas a sátira maior fica sobre os maus hábitos e a hipocrisia da sociedade em geral. O autor também desconstrói e inverte diversos clichês e estereótipos da literatura de forma surpreendente e muito original, como por exemplo, a própria Tiffany. Ela é uma garotinha intuitiva, astuta e muito inteligente, que lê de dicionários a contos de fadas mas não quer ser princesa quando crescer, quer ser bruxa! Ela não concorda com o conceito de que bruxas são más, afinal, onde estão as evidências? E ela treina pra isso e tem ajuda das pessoas e das criaturas certas.
Os Nac Mac Feegles, ou os pequenos homens livres, são criaturinhas de 15cm de altura, muito fortes e valentes que vivem pra roubar, beber e brigar, e, se possível, beber e brigar ao mesmo tempo. Eles não tem medo de nada - mas não são muito fãs de advogados, tanto que suas espadas ficam azuis quando um deles se aproxima como forma de alerta - e são impagáveis, de tão engraçados.
A história em si é intrigante, muito rica em detalhes e bastante hilária, mesmo que apresente alguns elementos sombrios e até tristes. Nem tudo são flores e vemos que, embora sempre haja esperança, a morte faz parte do ciclo da vida e confrontar a verdade e a realidade dura também.
Um dos pontos mais positivos é que por mais que o livro seja voltado para a fantasia e fale de bruxas e a força que possuem, a história não foca em magia ou feitiços, mas sim evidencia de alguma forma o empoderamento feminino sem imposições, mostrando que as mulheres são inteligentes, independentes e boas no que escolheram fazer sem necessidade do uso de artifícios mágicos para chegarem lá.
A construção de mundo também é super criativa e bem feita e podemos acompanhar sonhos e pesadelos se interligando com a realidade ao mesmo tempo em que a narrativa se adapta com facilidade às mudanças de cenário.
Em suma, Os Pequenos Homens Livres é uma leitura obrigatória para fãs de fantasia e aventura
A história em si é intrigante, muito rica em detalhes e bastante hilária, mesmo que apresente alguns elementos sombrios e até tristes. Nem tudo são flores e vemos que, embora sempre haja esperança, a morte faz parte do ciclo da vida e confrontar a verdade e a realidade dura também.
Um dos pontos mais positivos é que por mais que o livro seja voltado para a fantasia e fale de bruxas e a força que possuem, a história não foca em magia ou feitiços, mas sim evidencia de alguma forma o empoderamento feminino sem imposições, mostrando que as mulheres são inteligentes, independentes e boas no que escolheram fazer sem necessidade do uso de artifícios mágicos para chegarem lá.
A construção de mundo também é super criativa e bem feita e podemos acompanhar sonhos e pesadelos se interligando com a realidade ao mesmo tempo em que a narrativa se adapta com facilidade às mudanças de cenário.
Em suma, Os Pequenos Homens Livres é uma leitura obrigatória para fãs de fantasia e aventura
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