Autor: Michael Connelly
Editora: Suma de Letras
Gênero: Policial/Suspense
Ano: 2008
Páginas: 196
Nota: ★★★★☆
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Sinopse: Em seu primeiro caso desde que deixou o Departamento de Crimes Não-Resolvidos da polícia de Los Angeles para participar do prestigiado Esquadrão Especial de Homicídios, Harry Bosch foi chamado para investigar um assassinato que pode trazer conseqüências para a segurança nacional.
Um médico envolvido em experimentos com uma perigosa substância radiativa é encontrado morto em um mirante. Bosch, após investigar os últimos momentos de vida do médico, descobre que uma grande quantidade de césio fora roubada pouco antes de seu assassinato. E com o césio em mãos criminosas, Harry cogita a possibilidade de que a morte do médico seja parte de um ataque terrorista a um prefeito norte-americano.
Agora Bosch está em uma corrida contra o tempo, tendo que superar outros obstáculos para capturar os culpados. Entre os obstáculos, encontra-se o todo poderoso FBI, que acredita que o caso é muito grande para ser solucionado por alguém acostumado com os casos de Los Angeles, repletos de clichês. Será a oportunidade para Harry Bosch provar que o FBI está equivocado.
Resenha: Michael Connelly é um escritor norte americano que ficou conhecido por escrever romances policiais que se tornaram best-sellers em vários países. Sua série mais conhecida, leva o nome do protagonista, o detetive do Departamento de Polícia de Los Angeles, Harry Bosch. Bosh se tornou também, protagonista de uma série de TV, com o mesmo nome e com uma qualidade e fidelidade incríveis, a qual vale a pena conferir.
Para minha surpresa, O Mirante é o 13º livro da série e, além de não ter sido publicada totalmente por aqui, saiu por duas editoras diferentes, o que torna praticamente impossível achar os "primeiros" livros para comprar (choremos juntos). Mas a boa notícia é que, após ler o livro percebi que como cada livro trata de um caso diferente do detetive, não nos sentimos tão perdidos assim, consegui acompanhar perfeitamente o enredo.
Harry estava à espera daquela ligação que chegou à meia noite, procurado pelo chefe do departamento para investigar um corpo encontrado no mirante de Mulholand Drive. O que Harry não sabia era que o FBI imaginava que a vítima tinha sido feita para que os assassinos tivessem acesso a uma grande fonte de césio, um material altamente radioativo e de um valor inestimável, pois poderia tanto ser utilizado em hospitais para o tratamento de câncer como por terroristas.
E era aí que o FBI entra na investigação, passando o caso de mera investigação de homicídios para um caso de proteção à Segurança Nacional. O problema, além da interferência Federal direta em sua investigação, era que a agente escolhida pelo Bureau era ninguém menos que Rachel Walling, um caso mal resolvido do passado.
Assim, nas próximas 12 horas estava formada uma corrida contra o tempo e travada uma luta de gigantes dentre as autoridades estaduais e federais que somente Bosh, com sua experiência e temperamento, consegue lidar. Bosh é impetuoso, arrogante, não lida bem com regras, mas extremamente perspicaz, apaixonado por seu trabalho e experiente, e é exatamente isso que o leva ao desfecho de mais esta investigação.
Eu sou completamente apaixonada por protagonistas anti-heróis. Para mim, Harry é um personagem forte, que leva seu trabalho muito a sério, ainda que não de maneira muito ortodoxa, o que me lembrou do personagem "House" da série médica de TV.
Michael Connelly se mostrou um escritor objetivo, com foco proeminente no suspense policial e no enfoque político que o caso possui ao tratar de terrorismo nos EUA após 11 de setembro. Trata-se muito mais do que uma ameaça terrorista, trata-se do terror social que uma nação desenvolveu após uma tragédia incomensurável.
O autor não deixou lacunas, utilizou-se completamente de todas as pistas e situações criadas ao longo da trama para dar o desfecho final ao caso, ainda que de forma previsível. Eu sou fã de previsibilidade desde que o decorrer das ideias condizam com o final e foi o que encontrei aqui, o romance é tão frenético, a caçada é tão necessariamente urgente que você se vê rapidamente envolvida pelo livro, engolido pela história e tendo que parar para não perder nenhum detalhe e ficar perdido quando o caso é resolvido.
Mas nem tudo são flores. Na minha opinião, todo livro ágil perde conteúdo e fica um pouco superficial demais e, assim como em Ecko Park, caso se torne filme ou série, os roteiristas terão que fazer várias adaptações e retardar a descoberta dos criminosos ou dificultar sua captura.
Além disso, é necessário dizer que adoro páginas brancas (não ficam amareladas com o tempo), contudo, para mim, o mais angustiante de tudo é que a tradução está terrivel, sim, é duro encontrar frases como : "- Onde cê tá?" ou "- O que cê tá fazendo?" mesmo quando o diálogo seja entre dois policiais e se queira das um ar descolado ou impessoal ao diálogo. Foi triste e eu adoraria reler uma edição corrigida de forma a fazer jus à história, ao autor e com certeza à editora.
Apesar disso, eu recomendo muito esta leitura que me proporcionou horas prazerosas.
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