Autora: Dani Atkins
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2015
Páginas: 236
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?
Resenha: Duas histórias, uma mesma pessoa. Uma Curva no Tempo, de Dani Atkins, conta a vida de Rachel. Após um acidente num restaurante com seus amigos, a garota de dezoito anos adquire uma cicatriz, suporta a morte do seu melhor amigo, Jimmy, e se separa do seu namorado, Matt. Depois disso, ela decide se mudar e recomeçar. Cinco anos após o acontecimento trágico, Rachel é convidada por sua amiga, Sarah, para ir a seu casamento. Agora, a moça se vê mais uma vez numa situação de perigo e sua vida se transforma em algo inimaginável.
Uma Curva no Tempo pode ser considerado um dos livros mais peculiares que já li: uma garota que passa por um trauma, perde a memória e uma nova chance de recomeço é lhe dada, numa nova perspectiva de vida que ela não sabia que existia. Rachel acaba, depois de cinco anos do acidente, caindo numa realidade que não era dela. Para a moça, existem certas lembranças, mas para o resto das pessoas nada daquilo existiu. Aquele passado triste ficou para trás, dando lugar a uma vida normal e feliz. Um enredo bem arriscado para ser desenvolvido. A autora colocou uma protagonista que, em sua cabeça, acha que teve um hiato de cinco anos na sua memória. Quem está a sua volta acha que ela está com amnésia (ou é louca). É muito difícil entender o objetivo do livro. Conforme o desenvolvimento, esperei que a trama avançasse para algo mais interessante, mas isso não ocorreu. Assim como os personagens que não acreditavam no que Rachel dizia, eu não acreditei na veracidade dessa história.
A narrativa é feita em primeira pessoa em apenas treze capítulos, um dos motivos para todo o arrastar da trama. Alguns deles são muito longos e se mostram totalmente irrelevantes em sua extensão, tornando tudo muito lento. Esperei encontrar mais dinamismo, mas ao final de cada um, muito pouco era revelado. Acredito que, devido ao tema abordado, a perda de memória e um quebra-cabeça de fatos esquecidos pela protagonista, Dani Atkins devia ter dado pistas e deixado o leitor com aquela sede de descobrir mais sobre o que aconteceu com Rachel. Fiquei esperando o ápice de acontecimento, alguma coisa que realmente me levasse ao choque pela surpresa, mas não ocorreu. Se a ideia era só um romance, ela podia ter explorado outro tipo de enredo.
Existe uma espécie de triângulo amoroso que não é muito convincente. O primeiro agravante do amor entre Matt e Rachel, seu primeiro namorado no colégio, é a falta de memória dela, ou seja, esse sentimento ficou inconsistente. Foi impossível enxergar alguma verdade ali. O mesmo acontece com Jimmy, que era seu melhor amigo. O que a autora quis retratar? Romance? Suspense retratado através da perda de memória? Drama? Numa tentativa de abranger tudo, esse "tudo" se tornou raso e não me atraiu. As questões que deviam ser um motivo atraente na história, envolvendo os três, não fazem diferença nenhuma, pois nenhum dos dois homens foram mostrados profundamente; foi impossível conhecê-los. Uma nova perspectiva poderia ser dada se houvessem alguns capítulos que retratassem o envolvimento da protagonista com eles no passado. Sem isso, ficou a dúvida de onde surgiram tais sentimentos.
Uma Curva no Tempo retrata dois tempos, duas vidas e uma mesma pessoa. Essa ideia foi boa, mas o desenvolvimento foi falho. É o tipo de história que fica aquela nuvem de pontos de interrogação pairando sobre a cabeça, e que no fim se mostra totalmente inconclusivo. Num capítulo final de apenas oito páginas, Dani Atkins tentou dar sentido a toda uma trama que não teve nada conciso desde o início. A explicação para todo o acontecimento "sobrenatural" na vida de Rachel e a divisão de duas realidades em sua cabeça é cientificamente impossível. Não há sequer uma nota da autora para explicar de onde surgiu a ideia para criar a trama, que necessitava de um respaldo na realidade para tornar tudo mais crível.
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