Autor: Sylvain Neuvel
Editora: Suma de Letras
Gênero: Ficção científica
Ano: 2016
Páginas: 328
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?
Resenha: Misturando alienígenas e uma trama política, Gigantes Adormecidos conta uma história em que a própria história é a protagonista. Embora o ponto de partida seja um acidente que acontece com a pequena Rose Franklin, que acaba tendo presença em todo livro, o protagonismo fica mais com "os gigantes adormecidos". Rose, quando criança, cai em uma grande cratera, local em que se encontra também uma grande mão de ferro. Anos mais tarde, ela se torna ph.D em física e também uma das responsáveis pelos estudos que quer entender do que se trata esse grande material metálico, acidentalmente, encontrado por ela anos atrás. A partir daí, nos é relatada a corrida para entender o que é o objeto.
Como a narrativa é escrita a partir de relatos em forma de entrevistas, diários ou relatórios, temos em mãos uma série de materiais coletados que documentam os fatos ocorridos. É por isso que eu digo que não temos exatamente um protagonista e sim uma história que pega para si esse papel, embora haja, sim, personagens com certa importância. Apesar do início um tanto quanto complicado por ter uma narrativa diferente, depois de ambientado, o leitor é conquistado. E ao fim é possível perceber quão bem o autor conseguiu montar uma história cronológica e muito bem contada fora do padrão normal de narrativa.
O livro tem cerca de seis personagens mais recorrentes, entre eles a dr. Rose e um misterioso entrevistador acabam se sobressaindo aos demais. Mas, tirando a piloto de aviões, Kara Resnik, nem um outro personagem é detalhado mais profundamente. Não que eles sejam rasos, mas a vida pessoal deles acaba não importando tanto, já que o enredo da trama é muito interessante. Além deles, ainda é possível destacar Ryan Mitchell e o linguista Vincent Couture – aquele que consegue despertar no leitor alguma compaixão. Mas o entrevistador é o personagem mais intrigante, um homem misterioso que comanda todo o audacioso projeto que visa desvendar o que há por trás daquela mão gigante. Ele é bem construído, esperto, inteligente, irônico e sarcástico. O autor soube mostrar muito bem as nuances da personalidade dele quando líder de uma situação ou subalterno em outra.
A história aborda vários assuntos, começando do sobrenatural, passando por alienígenas e terminando e uma grande trama política, sem esquecer da abordagem de guerra entre nações. E nada deixa a desejar conforme o autor vai avançando na história. pelo contrário, só melhora e Neuvel consegue te convencer de quase tudo aquilo que está contando - exceto alguns exageros ali no meio. Sem dúvida, a segunda parte do livro é que a conquista, quando uma série de reviravoltas, revelações e novas tramas são contadas. É um livro que não se contenta com o pouco que apresenta na sinopse e vai muito além no desenvolvimento.
Gigantes Adormecidos tem um ponto fraco: a primeira metade. O começo é lento, confuso, às vezes até tedioso. Li algumas páginas quase dormindo. Mas isso é tranquilamente relevado ao fim da leitura, já que você é fisgado pela boa escrita e o ritmo ágil que ele emprega. Se não fosse esse início enfadonho, o livro ganharia muito mais elogios. Mas ele conseguiu, de forma geral, agradar e divertir. O epílogo é surpreendente e me deixou ávido pela continuação.
Parece um bom livro. Tenho dificuldade para ler quando o começo é tedioso, mas leria ainda sim, acho que gostaria da história.
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