Autora: Lucinda Riley
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Ficção
Ano: 2016
Páginas: 480
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: "Meus dedos tocaram a selenita em meu colar. Tudo o que podia imaginar era que ele foi mandando comigo, como uma espécie de recordação, talvez por minha mãe, quando Pa Salt me adotou. Ele dissera, quando me deu o presente, que havia uma história interessante pode trás daquela joia... Ele esperava que eu perguntasse. E eu desejava com todo o coração, naquele momento, ter perguntado." Agora que Maia e suas irmãs perderam o pai, cada uma delas tem em suas mãos a decisão de buscar ou não a verdade sobre sua família biológica. Maia não resiste ao chamado do passado e é atraída até o Rio de Janeiro, onde, auxiliada pelo escritor Floriano, irá mergulhar em uma história quase centenária. Nos anos 20, uma paixão devastadora entre uma aristocrata brasileira e um escultor francês é sufocada pelas convenções sociais. Uma pequena placa de pedra-sabão eternizou o amor de Izabela e Laurent, selando o destino de Maia. A escritora best-seller Lucinda Riley mergulhou na cultura e na história do nosso país para conhecer de perto os mitos e verdades sobre a construção de um dos mais emblemáticos monumentos à nossa fé: o Cristo Redentor. O resultado dessa experiência é uma trama surpreendente e sensual, recheada de elementos exóticos. A partir do momento em que, junto com Maia, aterrissamos no Rio de Janeiro, não vamos nos separar dela enquanto não decifrarmos os segredos de seu passado. E esse é apenas o começo da viagem.
Resenha: Misturando o passado e o presente, a autora Lucinda Riley apresenta no primeiro livro da série As Sete Irmãs o início de uma saga de descobertas de lugares exóticos e encantadores. Maia, a filha mais velha de Pa Salt, é a protagonista que deste primeiro volume. Após a perda do pai e uma carta deixada para ela, assim como para suas irmãs, Maia inicia uma viagem para o Rio de Janeiro para descobrir suas origens, com a ajuda de algumas coordenadas deixadas por Pa Salt. Ela e suas irmãs foram adotadas de diferentes lugares do mundo, e cabe a cada uma agora decidir se quer ou não saber de onde veio. Nesta aventura, Maia descobrirá suas raízes, um grande amor e aprenderá através dos seus antepassados como a vida deve ser vivida com intensidade.
Como característico da autora, a história de As Sete Irmãs se divide em dois tempos: 2007 e 1928. No presente, conhecemos Maia, uma protagonista madura e com um passado conturbado por um segredo. Ela, como mais velha das irmãs, tem um instinto protetor e uma cobrança a si mesma para cuidar de todas. Com a mudança para o Rio, numa breve viagem, Maia começa a se redescobrir. Com a ajuda de Floriano, um escritor brasileiro do qual ela foi responsável por traduzir uma obra, a mulher começa a buscar pistas pelo seu passado. Mas, apesar de o livro levar o subtítulo de a história de Maia, o passado tem mais presença e é onde há um maior desenvolvimento de outra personagem.
A maior parte da história se passa no século XX, no ano de 1928, na cidade do Rio de Janeiro. Nesse período, a protagonista é Izabela, filha de um famoso cafeicultor e pretendida de Gustavo Aires Cabral, membro de uma linhagem de uma família renomada na sociedade no Rio. Mas após uma viagem à Paris, a jovem de 18 anos se apaixona por Laurent, um escultor francês e o coração dela se entrega a essa paixão. Lucinda, como já é conhecido de seus leitores,sempre coloca em suas tramas romances avassaladores. O amor entre Laurent e Bel é bonito, tenro, verdadeiro e é capaz de arrancar pequenos suspiros. Conforme a leitura avança, os encontros e desencontros transformam a aventura de Izabela em pura emoção.
O mais importante num romance histórico é, claro, uma boa pesquisa. A vida de Izabela é muito bem retratada nos costumes da época, que envolvem machismo e uma ânsia de controle nos comportamentos das mulheres. Mas além disso, a sociedade do Rio de Janeiro de 1928 é mostrada de forma belíssima em várias nuances. Os cenários são bem descritos, os costumes da época são bem retratados e a jovem protagonista vive exatamente o que se espera de alguém do sexo feminino naquela época. Há ainda alguma relação com a Crise de 29, que afetou os Estados Unidos e cascateou seus efeitos para os países da américa do sul. No mais, Lucinda sempre é muito minuciosa no que se diz respeito às pesquisas para construir uma obra e o resultado é sempre satisfatório.
O aspecto mais atrativo na história de Maia e Izabela é, sem dúvidas, a origem do Cristo Redentor e tudo que o envolve. A narrativa (em primeira pessoa para Maia e em terceira pessoa para Bel) mostra com maestria uma jornada para a construção de um dos maiores monumentos turísticos do Brasil. Com uma prosa detalhada e rica, Lucinda Riley mostrou como uma ficção pode ser bem desenvolvida utilizando nosso país, que é rico em diversas coisas. Houve muita pesquisa e tempos vividos aqui em terras brasileiras, como a própria autora deixa claro nos agradecimentos.
Numa mistura entre passado e presente, o primeiro volume da série As Sete Irmãs é uma viagem no tempo que retrata um amor atemporal. A jornada de Izabela e Laurent reafirma, como Lucinda sempre frisa em suas tramas, que quando se há amor mais nada importa. Já Maia, que protagoniza um amor nos tempos atuais, deixa exemplificado como sempre é possível recomeçar. Com duas protagonistas fortes e independentes, cada uma na sua época, a leitura desse livro é indispensável àquelas que gostam do gênero e querem descobrir um pouco da história desse Brasil.
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