Autor: R. L. Stine
Editora: Globo Alt
Gênero: Terror/Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 280
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quase duas décadas depois do último volume, Stine atende aos pedidos dos leitores e lança o livro inédito Jogos macabros, publicado no Brasil pela Globo Alt. Tal como os outros títulos da coleção, a história se passa na velha cidade de Shadyside, nos EUA, conhecida por ser palco de acontecimentos misteriosos e aterrorizantes envolvendo os alunos da escola local. Todos na região conhecem a excêntrica e rica família Fear, e sabem também do passado terrível que os assombra. Apesar desses histórico nada promissor, Brendan Fear parece ser um garoto diferente de sua família. Gentil e simpático, o jovem vive rodeado de colegas e chama a atenção de Rachel Martin, uma garota simples, colega de classe dele. Quando o aniversário de Brendan está prestes a chegar, ele começa a planejar uma comemoração um tanto diferente na isolada ilha do Medo, onde existe um casarão de veraneio pertencente à família Fear. Rachel é uma das convidadas para passar o final de semana no local sombrio e, contrariando os avisos dos amigos, decide ir. No caminho, coisas estranhas já começam a acontecer e, ao chegarem à mansão, Brendan dá as coordenadas para o início de um jogo que se revelará o mais mortal de todos. Repleto de reviravoltas, Jogos macabros mantém o leitor apreensivo da primeira à última página. Como todo bom enredo de R. L. Stine, a história dá espaço a fantasmas, assassinato, traição e romance, e marca, enfim, um retorno triunfal do autor à Rua do medo.Resenha: Uma garota sai correndo de um assassino que vem logo no seu encalço. Ela deve tomar uma atitude sensata, mas o que ela faz é correr para um beco sem saída. Com todo esforço, ela sobe pela escada lateral de um prédio e é atingida por algumas facadas nas costas. Dramas a parte, esse acontecimento poderia ser bem tenso se não fizesse parte de um episódio da série Scream, da MTV. Baseado no filme Pânico, a série televisa é igualmente "cômica", uma vez que é bem difícil tirar da mente uma paródia famosa que gerou até mais sucesso do que a franquia original. Jogos Macabros, com todo seu terror que parece mais uma comédia, se equipara muito a Todo Mundo em Pânico, mas, claro, sem os personagens marcantes e engraçados.
Rachel, uma garota normal e com apenas uma melhor amiga na escola, é convidada para a festa de aniversário de Brendan, o rapaz popular do colégio. Mesmo advertida para não ir, sob os boatos que a família Fear (medo em inglês, para funcionar como trocadilho) é amaldiçoada e a essa festividade não será nada boa, a jovem aceita ir. Ali, numa ilha onde se encontra a mansão dos Fear, uma sucessão de coisas assombrosas começa a acontecer e para Rachel fica evidente que ela deveria ter aceitado os conselhos que lhe deram.
O primeiro aspecto a se levar em consideração sobre Jogos Macabros é que na capa há uma comparação que sugere que o autor é considerado o Stephen King da literatura infanto juvenil. Mas nem tudo é o que parece. Enquanto King é um renomado escritor de terror, Stine pode ser nomeado como um criador de uma trama tragicômica. É um livro mais para rir do que sentir medo.
Os personagens parecem ter realmente sido tirados de uma paródia: Tem a patricinha, o garoto bobão, o bonito da turma, a introvertida, o nerd e por aí vai. Eles não cativam, mas também não criam antipatia. O que fica evidente é que nenhum dali tem inteligência para lidar com as situações de perigo. O xis da questão é o jogo macabro criado por Brendan, que com a interferência de um assassino desconhecido, se torna uma verdadeira caça as bruxas. Mas essa caçada não é pura tensão, e, sim, uma mera bagunça já que algumas coisas são totalmente inesperadas e sem sentido. Tudo serve como representação da tolice de todos os jovens ali, que não conseguem se manter juntos quando dizem que vão fazer isso.
Recheado de momentos que não chegam a ser engraçados nem assombrosos, Jogos Macabros pode lembrar aos leitores paródias de filmes de terror. Com uma narrativa simples e corrida, não há espaço para nenhum suspense memorável. Os acontecimentos e mortes são, em suma, cômicos. O mistério revelado no final não acrescenta muito ao enredo e fica o questionamento de sua real finalidade. A obra de R. L. Stine é nada mais que uma história que, supostamente, deveria ser de medo mas só passa divertimento. Isso é positivo, se considerarmos que a intenção do autor fosse essa; o livro pode ser um bom entretenimento. Caso contrário, a comparação com Stephen King não fez jus ao conteúdo.
Nenhum comentário
Postar um comentário