Autora: Marie Lu
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Rachel Agavino
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 336
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Depois de ser renegada pela família, ela é traída por aqueles em quem confiou, e parte em busca de outros malfettos — sobreviventes da febre do sangue que, como ela, possuem dons fantásticos —, para formar um exército próprio e combater a Inquisição do Eixo. Mas o ódio e o medo que a alimentam podem levá-la por caminhos perigosos, e uma oferta tentadora vai testar a verdadeira natureza dos seus poderes e de sua personalidade. Uma sequência de tirar o fôlego para uma saga épica.
Resenha: Sociedade da Rosa é o segundo volume da trilogia Jovens de Elite, fantasia medieval escrita pela autora Marie Lu e dá sequência à história de Adelina Amouteru do ponto onde parou no primeiro volume.
Atenção, esta resenha tem spoilers do livro anterior!
Depois da traição que sofreu, Adelina foge de Kenettra e jura vingança aos inquisidores (aqueles que perseguem e matam os malfettos), aos Punhais, que a expulsaram, e a Teren, que foi responsável pela morte de Enzo. Mas, para isso, ela precisa formar um novo grupo para unir forças e conseguir cumprir com seu objetivo. Ela, então, se junta à sua irmã, Violetta.
Enquanto isso, a rainha de Beldain, com a ajuda dos Punhais, planeja tomar Kenettra, mas Adelina não vai permitir tal posse e os caminhos das duas vão se cruzar numa batalha épica pelo trono.
Mas em meio a tudo isso, será que Adelina vai conseguir controlar seus poderes e chegar aos seus objetivos mais sombrios?
Adelina é a protagonista, mas isso não quer dizer que ela seja a heroína, muito pelo contrário. Assim como apontei na resenha do livro anterior, Adelina é uma vilã, e neste volume a confusão de sentimentos que ela vem nutrindo, assim como a escuridão que avança sobre si cada vez mais rápido, faz com que ela não tenha piedade, destrua o que ou quem estiver em seu caminho, e na falta de controle prejudica a si mesma. Dito isso, se você é do tipo de torce por mocinhos e sente repulsa por vilões, talvez não vá querer amar alguém feito pra se odiar... Adelina é movida por todas as tragédias do seu passado e se alimenta do ódio que guarda dentro de si, e a autora não dá uma pista sequer que de ela se arrepende do que fez, que pensa duas vezes no que pretende fazer, ou que tem intenções de se transformar em boa moça. E pensando nessa situação, que tipo de final trágico ou mirabolante essa trilogia nos reserva já que vilões não tem finais felizes? Sinceramente, com todo o ódio que Adelina sente, só vejo ruínas e caos no futuro dela.
Tudo o que acontece é consequência do que foi feito, e cada estratégia bolada e executada faz com que o leitor pense que alguma coisa lá na frente vai acontecer em decorrência disso. E quando o assunto é Adelina, devido as atitudes e escolhas que ela faz, só resta que ela assuma a responsabilidade pelo que fez, ou que fará.
Sociedade da Rosa tem a mesma estrutura que Jovens de Elite, com a maioria dos capítulos destinados à Adelina e outros que se alternam entre Teren, Raffaele e Maeve. Mais uma vez esse tipo de narrativa favoreceu a trama (e os leitores) já que traz pontos de vista diferentes e acrescentam mais informações relevantes à história, principalmente pelo ritmo dos acontecimentos ser muito mais frenético. O foco maior, claro, fica em Adelina, e seu desenvolvimento ganha muito mais profundidade mostrando seu lado de vilã de uma forma mais intensa e profunda sendo possível, inclusive, levá-la muito mais a sério e até temê-la!
Enquanto o primeiro livro parece ter maiores intenções em definir fundamentos da história de Adelina, este traz uma história de ambição e vingança pura. Basicamente o enredo se concentra na tomada de poder, na ascensão, e não importa se para chegar lá as pessoas morram, se o caminho será cheio de dor e se os sentimentos que virão à tona serão indescritíveis e obscuros.
Os personagens estão mais consistentes, principlmente agora que não há mais necessidade de entrar em detalhes acerca da ambientação, e embora a trama seja simples, a complexidade dos personagens e suas motivações são os fatores que movem a história. Todos eles se encontram em situações que são verdadeiros jogos psicológicos, há várias reviravoltas, mortes inesperadas e gratuitas (ou será que não?), renascimentos milagrosos (???) e as pontas bem amarradas não deixam espaço para questionamentos ou furos, e o melhor de tudo é que é um volume que realmente faz a diferença na história, os acontecimentos são de extrema importância e é impossível não se envolver ou não ansiar pelo próximo.
Jovens de Elite já é uma das minhas trilogias favoritas, não só por se passar na era medieval com toques de fantasia e trazer uma protagonista única e original, tomada pelo rancor e que sai por aí levando caos e morte por onde passa, mas porque Marie Lu escreve maravilhosamente bem e é impossível não se viciar em suas histórias. Teminei o livro esbaforida, sem fôlego, ansiosa pelo que vem a seguir e, embora anti heróico, fiquei satisfeita com o rumo da história que, com certeza, surpreendeu e superou todas as expectativas.
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