Autora: Julianna Costa
Editora: Universo dos Livros
Gênero: Romance/Erótico/Nacional
Ano: 2015
Páginas: 368
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Mina é uma jovem bem-sucedida profissional e academicamente. No entanto, nem todos os setores de sua vida possuem tanto êxito, pois sua virgindade continua intacta mesmo após tantas tentativas de perdê-la. Então, Mina contrata um garoto de programa para enfim solucionar esse pequeno "problema". Após alguns incidentes bem inusitados entre quatro paredes, Mina decide voltar para casa. No caminho, ela e Ryker – o garoto de programa – se tornam testemunhas de um crime cometido pela máfia russa em Paris e, consequentemente, se tornam alvos dessa organização. Essa única noite terminará com os dois fugindo para a Holanda a fim de salvarem suas vidas. Contudo, apesar do perigo eminente, ambos se deixam envolver por uma atração avassaladora e talvez a noite de Amsterdã seja muito convidativa para que Mina tente, mais uma vez, entregar-se de corpo e alma a Ryker.
Resenha: Sem Vergonha é o primeiro volume da duologia homônima escrita pela autora Julianna Costa e publicada pela Universo dos Livros.
Mina Bault é uma jovem que obteve sucesso em vários setores de sua vida exceto no que diz respeito à sua vida sexual. Mina ainda é virgem, mesmo depois de ter tentado resolver esse problema por diversas vezes e falhado miseravelmente. Até que sua melhor amiga, Elize, resolve dar um empurrãozinho pra ajudá-la com esse problema e Mina contrata Ryker, um garoto de programa. Tudo estava preparado no hotel em que estava hospedada para que a primeira vez dela finalmente acontecesse, mas depois de um incidente envolvendo Ryker e sua alergia a morango ter atrapalhado as preliminares, Mina resolveu ir embora, morta de vergonha. Mas Ryker não é o tipo de profissional que recebe sem ter feito o serviço pelo qual foi contratado, e quando ele vai atrás dela para fazê-la voltar pro quarto e terminar o que começaram, os dois acabam presenciando um assassinato cometido pela máfia russa e, por serem testemunhas, se tornam alvos dessa organização criminosa. Ryker conhece um pouco da sujeira das ruas, reconhece os criminosos e sabe que se ficarem alí não estarão seguros e nem vão durar por muito tempo. Logo ele se vê obrigado a proteger Mina, já que ela não parece ter a menor noção da gravidade da situação. Procurar a polícia não é uma opção e o que resta aos dois é fugir de Paris, cidade em que estão, rumo a Amsterdã, e em meio aos perigos e descobertas nessa fuga alucinante, talvez a atração que começam a sentir um pelo outro pode acabar resolvendo aquele "probleminha" de Mina de uma vez por todas...
Sem Vergonha, de fato, é um dos poucos livros nacionais dos quais posso encher a boca pra tecer elogios. Eu nunca tinha lido nenhuma outra obra da autora anteriormente, mas já fiquei feliz, alegre, contente, sorridente e saltitante por ter tido o prazer de começar por este (e já quero os outros, por favor). A narrativa é fluída e gostosa de se acompanhar, o enredo é divertido, interessante, sexy e muito bem amarrado, e consegue mesclar temas distintos de uma forma muito convincente e empolgante, principalmente por ter toques de bom humor devido as atitudes reservadas e pensamentos cheios de vergonha de Mina para quebrar o clima tenso dos elementos de ação da trama. Há cenas mais calientes, claro, mas nada escrachado que faça com que o livro seja puro sexo e nada mais. Há uma história por trás de tudo, e uma história muito boa, com personagens bem construidos, com passados conturbados, mas com atitudes e personalidades que os tornam pessoas normais e bem próximas da realidade, independente do contexto em que se encontram. Os receios de Mina e seu comportamento no que diz respeito à sua sexualidade, a sua total falta de experiência e a sua vergonha eterna quando o assunto é sexo fazem da história algo com que as leitoras talvez até possam se identificar. É um pouco frustrante acompanhar as tentativas malsucedidas de Mina, mas também é muito engraçado e divertido. Com o desenrolar da história ela se vê num ambiente em que não tem outra escolha a não ser se deixar levar, e curtir o momento, e esses momentos são descritos com naturalidade, leveza e erotismo na medida certa, sempre inseridos no contexto ideal.
Uma coisa que gostei muito nessa personagem é que seu jeito atrapalhado não a fez menos determinada em seus objetivos. Ela tem as inseguranças normais de qualquer mulher mesmo que seja bem sucedida na vida, o que é completamente normal, mas ela nunca se sente inferior e muito menos diminuída frente a outras pessoas por ainda ter o pobre hímen intacto.
Ryker é um cara lindo, sexy, cheio de atitude e, assim como Mina pensou quando bateu os olhos nele pela primeira vez, é impossível não vê-lo (no caso, ler os detalhes) sem imaginar o que há por debaixo de suas roupas. As descrições físicas desse homem fazem dele um pedaço de mau caminho sem igual. Segurem os seus forninhos, meninas! Ele é meio convencido, indiscreto e acredita piamente que jamais poderia viver um romance por causa de seu trabalho, mas quem sabe Mina possa fazer com que esse garanhão mude de ideia...
Em suma, vamos acompanhando uma verdadeira aventura entre um casal improvável que é o total oposto um do outro, fugindo, se escondendo, tentando se manter seguros e longe das garras da máfia russa, mas, ao mesmo tempo, aprendendo com as próprias experiências que passaram a ter devido a situação em que se encontram, o que faz com que eles não tenham a menor noção do que será do dia de amanhã e aproveitem o hoje como se fosse o último. E são os riscos e as incertezas que, de certa forma, os movem já que o futuro é incerto e imprevisível...
Confesso que depois de ter me deparado com tantas histórias desinteressantes e amadoras eu desanimei total de investir meus esforços em alguns livros nacionais, evitando a grande maioria deles sem pensar duas vezes, com preguiça, revirando os olhos e desacreditada da vida, mas, thanks, Lord, pude me aventurar pelas páginas de Sem Vergonha e me deixar ser surpreendida pela escrita maravilhosa, polida e envovlente que me prendeu como nenhum outro livro nacional foi capaz de fazer há séculos, e pela criatividade ímpar de Julianna Costa.
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