Autor: Joe Abercrombie
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota:★★★★☆
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Sinopse: Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem.
Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava.
Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo.
Resenha: Meio Rei é o primeiro volume da trilogia Mar Despedaçado escrita pelo autor inglês Joe Amercrombie. O livro foi publicado no Brasil pela Editora Arqueiro.
Yarvi é príncipe de Gettland, filho mais novo do rei Uthrik e, por ter nascido com uma deformidade em uma das mãos, não é considerado um homem inteiro, mas sim "meio", por não ser capaz de brandir uma espada e não ter a força física necessária por aqueles que ditam as regras e são considerados fortes. Ele sempre foi desprezado pelo pai e sempre foi alvo de piadas por não ser um verdadeiro guerreiro, mas sim um meio filho, como se jamais fosse estar a altura do pai ou do irmão mais velho.
Embora Yarvi tenha esse defeito, ele é um jovem inteligente e que possui conhecimentos relacionados a cura, ervas e afins, logo herdar o trono nunca foi algo que o interessou. Yarvi quer ser ministro, um tipo de conselheiro do rei, que serve ao Pai Paz em vez da Mãe Guerra. Porém, prestes a fazer o teste para se tornar ministro, Yarvi recebe a notícia de que seu pai e seu irmão foram mortos durante uma emboscada e, consequentemente, ele deveria assumir o trono e todas as responsabilidades que o irmão teria, inclusive seu casamento arranjado, mas, quando decide que iria vingar a morte dos dois, Yarvi acaba sendo traído, e as provações pelas quais o jovem irá passar serão fatores cruciais para que ele faça escolhas que irão traçar o destino de todo o reino.
Narrado em terceira pessoa, acompanhamos uma história de dor e muita luta com personagens complexos e que são movidos não só pela coragem, mas pela forma de pensar, mesmo que seus sentimentos sejam totalmente conflitantes diante da situação em que se encontram.
Eu gostei de Yarvi pois é possível aprender com ele que os maiores e melhores exemplos partem de uma história difícil, e com ele não foi diferente. E não só pelo fato de ele ter uma deficiência que faz com que ele se comporte de forma mais humana e realista, passando por dificuldades maiores devido a essa limitação e aprendendo com os próprios erros. Ele precisou desistir de todos os seus planos para herdar um trono que não queria, e tudo o que passou, por mais injusto que tenha sido, serviu para que ele crescesse não só como pessoa, mas como o verdadeiro líder que ele nasceu pra ser, embora tenha sido desacreditado disso a vida inteira.
Os demais personagens também são fundamentais para o desenrolar da história, a ambientação é rica e detalhada sem muitos excessos e o universo de forma geral traz questões como política, religião e afins, que são relevantes para a época fazendo toda a diferença por estarem lá.
Posso dizer que não foram só as grandes reviravoltas e a total imprevisibilidade sobre os personagens eu me agradaram na trama de forma geral, mas também a forma como o autor não tratou as personagens femininas de forma unilateral, mas sim, deu a elas características que, geralmente - e levando em consideração a época medieval -, são voltadas a personagens masculinos, e mostrou que elas também podem ser fortes, corajosas, inteligentes e destemidas deixando qualquer machão no chinelo. E mesmo a trajetória de Yarvi sendo o foco principal da história, elas não ficam ofuscadas já que se destacam e possuem um papel essencial, independente do que façam ou onde e com quem estejam.
O projeto gráfico do livro também é simples mas chama bastante atenção. A capa condiz com a história e o detalhe em verniz no título o destaca do fundo escuro.
Os capítulos possuem títulos em vez se serem numerados e são curtos, e isso colabora ainda mais pra fluidez da leitura que acaba sendo feita de forma bem rápida.
No mais, Meio Rei é um misto de fantasia com ação, trazendo uma trama inteligente e que mantém o leitor preso da primeira a última página. Super recomendo!
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