Autora: Veronica Rossi
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/YA
Ano: 2017
Páginas: 352
Nota:★★★★★♥
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: No derradeiro capítulo da trilogia Never Sky, sucesso da brasileira radicada nos EUA Veronica Rossi, Aria e Perry estão determinados a encontrar o Azul Sereno, o último refúgio contra as tempestades de éter, cada vez mais constantes no mundo em que vivem. Mais do que o amor proibido que os mantém ligados, eles precisam unir Forasteiros e Ocupantes se quiserem sobreviver, e salvar a vida daqueles que amam. Sem escolha e determinados a permanecerem juntos, contra todas as probabilidades, os dois protagonistas partem para a mais perigosa de suas aventuras, que não só colocará à prova seu amor, coragem e capacidade de liderança, como também exigirá grandes sacrifícios. Será que eles estão preparados para a jornada A caminho do Azul Sereno?
Resenha: A Caminho do Azul Sereno é o terceiro e último volume da trilogia Never Sky, escrita pela autora brasileira Veronica Rossi e publicado pelo selo Jovens Leitores, da Editora Rocco.
Never Sky é uma trilogia que se passa num futuro pós-apocalíptico em que o mundo, já devastado, sofre com um clima severo regado a Tempestades de Éter e um ambiente muito hostil, onde os Ocupantes vivem em segurança dentro de uma cúpula e os Forasteiros sobrevivem como podem do lado de fora em meio aos mais diversos perigos. No primeiro volume, Sob o Céu do Nunca, conhecemos Ária, uma Ocupante que sái da cúpula em Quimera em busca de sua mãe, que desaparece. Ao tentar procurá-la, Ária se mete numa grande enrascada e acaba sendo banida da cúpula por algo que ela sequer teve culpa. O que ela não esperava era unir seu destino a Perry, um Forasteiro que salvou sua vida, e a partir daí eles partem numa busca incessante por seus entes queridos e por respostas.
No segundo volume, Pela Noite Eterna, Ária, que se tornou uma Ex-Ocupante, e Perry, que se tornou líder de sua comunidade, estão em busca de Azul Sereno, um paraíso do qual muitos acreditam não existir, que poderia garantir a sobrevivência dos Forasteiros já que as Tempestades de Éter e os perigos estão cada vez piores.
Neste volume, depois de um caminho árduo e de precisar lidarem não só com os problemas do cotidiano mas, também, com seus conflitos internos, o casal tenta fazer o impossível: unir Ocupantes e Forasteiros para, juntos, partirem a caminho de Azul Sereno, o único lugar livre do Éter e da devastação causada por ele, e salvarem o povo e a si mesmos.
Assim como nos livros anteriores, a narrativa é feita em primeira pessoa sob os pontos de vista de Ária e Perry, que vão se alternando a cada capítulo.
Os personagens amadureceram muito desde o início, e ter acompanhado esse progresso foi algo bastante satisfatório, principalmente perceber que muitas das tragédias que alguns deles precisaram enfrentar serviram como exemplo para que pudessem superar, acreditar em si mesmos e seguir em frente. Talvez o único problema que eu tenha tido com o livro foi a falta de profundidade sobre os personagens e a sensação que fiquei é que, por eles já serem conhecidos, a autora não se preocupou muito em continuar trabalhando nas suas características. Não sei se isso é um ponto negativo ou não mas senti falta de mais detalhes para que tudo soasse mais concreto.
Confesso ter ficado muito angustiada com o vilão do livro, Sable, pois ele é aquele tipo de pessoa inescrupulosa, psicopata e que não tem limite algum. Ao mesmo tempo em que ele falsamente transparece ser uma boa pessoa, ele é manipulador e muito cruel. Talvez seja um dos piores vilões que me deparei e chega a assustar, principalmente por ele ter um espaço bastante considerável na história.
Um dos pontos que mais gostei foi a conclusão para o significado do Éter, que desde o início era mencionado, mas sem tanta profundidade, fazendo com que o leitor possa, enfim, compreender por que o mundo foi devastado e se transformou em ruínas. As explicações, de forma geral, acabaram me fazendo refletir sobre a própria realidade no que diz respeito a sobrevivência desde os primórdios, onde a união entre aqueles que conseguiram sobreviver ao "fim do mundo" fez a força, permitindo, assim, o recomeço.
A capa é muito bonita e combina com a dos livros anteriores, mas ainda penso que ela não representa o ambiente pós-apocalíptico que a história apresenta. A diagramação segue nos mesmos padrões dos demais livros onde a cada início de capítulo temos galhos e o nome do protagonista que narra seu ponto de vista. Os capítulos são curtos, e isso acaba colaborando para a fluides da leitura, e somando isso a escrita totalmente envolvente da autora, é impossível não mergulhar na história. O final do capítulo sempre deixa um gancho para o seguinte, o que provoca uma curiosidade enorme e faz com que o leitor não consiga desgrudar do livro um minuto sequer.
A Caminho do Azul Sereno é uma conclusão que superou as minhas expectativas e posso dizer que é uma das melhores trilogias distópicas que já pude acompanhar até então. É uma pena que não é tão conhecida, mesmo que seja bastante superior a muitas outras que viraram filmes por aí...
Se compararmos com os livros anteriores vamos nos deparar com uma história muito mais sangrenta e cruel, cheia de sacrifícios e muita dor, mas também pela superação e pela força e coragem para se alcançar algo maior e que vale a pena. A luta pela sobrevivência e até mesmo a grande batalha pelo título de Soberano de Sangue fazem da história um prato cheio de ação e emoção a se perder de vista, e mesmo que o romance entre Ária e Perry esteja alí, não é um elemento que se sobrepõe e nem é ofuscado pelos demais acontecimentos. Cada coisa na história tem seu devido espaço que, felizmente, só enriqueceu o enredo e seu desenvolvimento, desde as incríveis reviravoltas, as descobertas surpreendentes, a busca pelo paraíso e até as perdas. E isso tudo em conjunto não tráz somente uma história épica com um desfecho perfeito, mas também matou a saudade de personagens marcantes e memoráveis que haviam me conquistado desde o princípio.
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