Autora: Morgan Rhodes
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Juvenil
Ano: 2017
Páginas: 408
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Magnus e Cleo são forçados a testar a força de seu amor quando Gaius retorna à Mítica dizendo não mais ser o Rei Sanguinário, mas, sim, um homem mudado buscando rendenção.
Lucia, grávida do filho de um Vigilante, escapou das garras do Deus do Fogo. Seus poderes estão enfraquecendo enquanto ela segue em frente para completar a profecia que manterá seu bebê a salvo...
Jonas volta para Mítica com um plano para tirar Amara do poder, mas o destino toma às rédeas quando ele vai em direção à bela princesa Lucia e se junta a ela em sua perigosa jornada.
Amara tomou o trono de Mítica, mas sem uma forma de liberar a magia da água presa em seu cristal roubado, ela nunca será capaz de encontrar glória e conseguir sua doce vingança.
E qual tipo de escuridão cairá - e quem estará salvo - depois que o Príncipe Ashur revelar o perigoso preço que ele pagou para enganar a morte?
Contém spoilers dos livros anteriores.
Resenha: Há quatro anos, a editora Seguinte lançava o primeiro volume da série A Queda dos Reinos. Com muita magia, mortes e aventura, a jornada pela busca dos cristais da Tétrade está quase no fim. Com o lançamento do quinto e penúltimo livro, o questionamento é: será que o rumo da história foi perdido?
Tempestade de Cristal começa de Maré Congelada terminou. Para quem acompanhou a série até o quarto volume, sabe que o enredo já passou por altos e baixos. Personagens são presos, e então soltos. Os lados entre o bem e o mal mudam. O poder, que é almejado por todos, sai das mãos de um e passa para outro, como se fosse uma batata quente. Reviravoltas são ótimas quando bem usadas, pois dão uma guinada na história. No entanto, para a saga criada por Morgan Rhodes, tantas mudanças de direção parecem ter tirado um pouco o rumo da trama e a essência sentida lá no início.
Seguindo esse argumento, é necessário falar sobre os personagens. A série é voltada para o público juvenil, mas os diálogos conseguem ser bem rasos e por vezes irritantes. O humor é essencial, mas ele não pode ultrapassar o aceitável, deixando de ser condizente com o enredo. O livro conta com conversas que soam muito infantis e tiram o foco do que realmente interessa em momentos importantes. Jonas é aquele que não consegue angariar empatia e dificilmente fará isso no último volume. Ele é insosso, inconsequente e por sua causa muito dos planos dão errado. Os outros, entretanto não podem se safar sem sua parcela de culpa. É evidente, só agora no quinto volume, que nem Cleo, Magnus ou qualquer um realmente tenha uma pitada de astúcia. Eles estão no mesmo time, lutam pela mesma causa, mas conseguem usar do egoísmo e "esperteza" para ir atrás de algo por conta própria e fazer tudo errado. Em suma, a história está girando num circulo vicioso de fatos repetitivos. Amara, que se revelou ser sanguinária e se tornou imperatriz, consegue ganhar pontos pela sua inteligência e está (quase) sempre um passo a frente de todos...
Como nem tudo está perdido (ainda), a história tem momentos bons que são, quase em sua totalidade, protagonizados por Cleo e Magnus. A dupla, que pode ser considerada um casal, é responsável por momentos tanto tensos quanto mais sensuais ao decorrer do livro. Graças aos dois, e a mudança de status que obtiveram no volume anterior, já temos mais um casal para shippar na série. Muito antes deles, Nic e Ashur já tinham se beijado em A Primavera Rebelde, e a notícia da morte do príncipe deve ter pegado todo mundo de surpresa. Mas, como Rhodes evidenciou que a série é composta de muitas reviravoltas, Ashur retornou das cinzas e podemos torcer por ele e Nicolo. A bandeira LGBT está sendo levantada não só aqui, mas em outras histórias e isso é muito bacana de se ver.
O problema da série é o porquê da autora tentar contar uma história tão boa com tantos floreios. Um produto, quando bem vendido, sempre será prolongado para que renda muito mais. No caso da série A Queda dos Reinos, o prolongamento já parece demais e Tempestade de Cristal, que é melhor que Maré Congelada, não acrescenta tanto à trama e não dá aquela sensação necessária de pontapé para o desfecho de tudo. As quatrocentas e oito páginas são fáceis de serem lidas, trazem mais fatos do passado e futuro e finaliza tudo com o ressurgimento de um personagem
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