Produção: Netflix
Direção: Joon-Ho Bong
Elenco: Seo-Hyun Ahn, Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal, Paul Dano, Steven Yeun, Lily Collins, Devon Bostick
Gênero: Drama/Fantasia/Sci-fi
Ano: 2017
Duração: 1hr 58min
Classificação: +12
Nota:★★★★☆
Sinopse: Nova York, 2007. Lucy Mirando (Tilda Swinton), a CEO de uma poderosa empresa, apresenta ao mundo que uma nova espécie animal foi descoberta no Chile. Apelidada de "super porco", ela é cuidada em laboratório e tem 26 animais enviados para países distintos, de forma que cada fazenda que o receba possa apresentá-lo à sua própria cultura local. A ideia é que os animais permaneçam espalhados ao redor do planeta por 10 anos, sendo que após este período participarão de um concurso que escolherá o melhor super porco. Uma década depois, a jovem Mija (Seo-Hyun Ahn) convive desde a infância com Okja, o super porco fêmea criado pelo avô. Prestes a perdê-la devido à proximidade do concurso, Mija decide lutar para ficar ao lado dela, custe o que custar.
Em 2007, uma nova espécie animal foi descoberta numa fazenda no Chile e levada ao Rancho Mirando para estudos. A corporação Mirando apresentou o animal ao público como uma solução ecossustentável para a indústria pecuária, sem assumir o fato de que os estudos envolviam experiências e modificações genéticas, já que a ideia de consumir animais transgênicos não é aceitável. Como parte da estratégia de marketing enganosa da empresa, vinte e seis animais geneticamente modificados foram enviados aos cuidados de vinte e seis fazendeiros de diferentes lugares do mundo para que fossem criados de acordo com suas respectivas culturas, e dez anos depois, esses animais, que aos olhos da sociedade não eram modificados e viveram felizes e livres de maus-tratos, retornariam para a empresa dos EUA para participarem de uma competição de melhor super-porco para disfarçar a verdade escondida por trás disso tudo, e, talvez, para diminuir a culpa quando o pobre animal fosse abatido.
Durante esses dez anos, a super-porca de nome Okja fora criada no topo de uma montanha na Coreia por Mija, uma garotinha que vive com o avô. Ela e Okja construíram uma relação de confiança, amor e amizade muito bonita e inabalável. Mas quando Okja é levada para o concurso, Mija não se conforma e parte em busca de sua melhor amiga.
A Netflix vem surpreendendo cada vez mais com suas produções originais e com Okja não foi diferente. Apesar de algumas inconsistências, o filme vai agradar o público, independente da idade ou ideologia da grande maioria.
Não acredito que a ideia do filme ao abordar o tema dos maus-tratos na indústria capitalista da alimentação seja uma tentativa de converter as pessoas ao vegetarianismo/veganismo, mas sim de conscientizar sobre essa dura realidade que, embora tenha sido tratada com bastante sutileza, foi bastante eficaz em transmitir sua mensagem.
Por se tratar de uma produção américo-coreana, é impossível não notar características típicas do gênero. Os personagens são, em sua grande maioria, caricatos sem que haja alguma explicação ou propósito para comportamentos excêntricos e peculiares, e a interpretação dos atores foi um show à parte.
A fotografia é bastante detalhista. Onde há vegetação é tudo muito vivo, alegre e colorido e, em contrapartida, as partes da cidade e da indústria são acinzentadas, sujas e com aquele ar de tristeza.
A qualidade dos efeitos visuais que compõe Okja é impressionante. Ela é uma mistura fantasiosa que lembra porco, cachorro de estimação e hipopótamo, e convence bem com relação a textura de pele, peso e interação com o ambiente ao seu redor e com as pessoas. Suas expressões também são bem realistas, sendo possível perceber, através de seu olhar, seu estado emocional, o que não deixa de ser tocante.
Apesar do grupo ativista presente na história ter um papel relativamente importante na luta pelos direitos dos animais, alguns militantes não convencem muito por serem controversos em alguns pontos, mesmo que isso não interfira na mensagem final que o filme quis passar.
Eu confesso que fiquei bastante sensibilizada com a ideia do sofrimento dos animais destinados ao abate e como eles se comportam frente a esta realidade, e mesmo que eles tenham sido criados para este fim, nada disso os isenta de inteligência e sentimentos. Eles não são tão diferentes dos bichos de estimação que criamos em casa e há várias cenas que comprovam este fato.
De forma geral, Okja é um filme que merece a nossa atenção por ser bem lúdico ao tratar o sofrimento animal em prol da alimentação humana e da ganância da indústria, e traz uma reflexão acerca da cultura do consumo bastante relevante para todos nós. Vale a pena assistir e super recomendo.
Esse filme é muito lindo!
ResponderExcluirTem umas cenas tão comoventes e tocantes...
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