Autora: Anne Bishop
Editora: Arqueiro
Gênero: Dark Fantasy
Ano: 2014
Páginas: 432
Nota:★★★☆☆
Sinopse: O Reino Distorcido se prepara para o cumprimento de uma antiga profecia: a chegada de uma nova Rainha, a Feiticeira que tem mais poder que o próprio Senhor do Inferno. Mas ela ainda é jovem, e por isso pode ser influenciada e corrompida. Quem a controlar terá domínio sobre o mundo. Três homens poderosos, inimigos viscerais - sabem disso. Saetan, Lucivar e Daemon logo percebem o poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. Assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, no qual as armas são o ódio e o amor. E cujo preço pode ser terrível e inimaginável.
Resenha: A Filha do Sangue é o primeiro volume da série As Joias Negras, escrita por Anne Bishop e publicada no Brasil pela Editora Arqueiro.
Todos os personagens, tudo o que acontece com eles e entre eles e todo o universo fantástico criado pela autora, gira em torno de uma única pessoa: Jaenelle, que é então, uma criança e a feiticeira, ou melhor, A Feiticeira! Uma menina que veio ao mundo com um único objetivo que é acabar com os desmandos de um mundo dominado por mulheres, que escravizam os homens e os usam ao seu "bel prazer". Nem todos são escravizados, mas os que são sofrem atrocidades nas mãos das suas donas. Eles têm liberdade de ir e vir, porém estão presos às suas donas por um único anel.
O anel da obediência é preso ao órgão genital da maioria dos homens, que são propriedades de alguma mulher. Quando o anel muda de mãos, significa que o escravo sexual mudou de dona. Para deixar claro, vou explicar: um anel é posto no homem e outro na mão de sua dona, se ela acha que deve - e isso não depende de desobedecê-la, basta apenas desagradá-la - ela o ativa e envia uma dor insuportável ao órgão masculino, fazendo assim com que esses homens não tenham outra opção a não ser obedecer.
Em tempos assim, onde a subserviência é a moeda de troca e a esperança não existe mais, a chegada da mais poderosa Feiticeira de todos os tempos é, no mínimo, algo inesperado. Mais inesperado ainda é o fato de a menina ter somente 7 anos quando vai ao submundo pedir ajuda ao Senhor Supremo do Inferno, Saetan SaDiabo. Como ela consegue fazer isso ainda é um mistério, mas ela vaga entre os mundos e conquista todos por onde passa, só não conquista o amor da sua família, que nem imagina o poder da criança que têm em casa, e para mim ainda não ficou claro, mas parece-me que eles não gostam muito dela.
No meio do caminho, Jaenelle conhece Daemon, que é filho de Seatan e que foi tirado dele ainda menino e escravizado por Dorothea, ele usa o anel e deve obediência a quem quer que ela resolva emprestá-lo. É, nas próprias palavras dele, um prostituto da raleza feminina. Ainda assim, ele dá um jeito e consegue ajudar a menina que, quando o conhece, está com 12 anos. Ela caminha entre os mundos com muita facilidade, faz coisas que eles não imaginam ser possível.
Enquanto a maioria dos Sangue comemora que a profecia sobre A Feiticeira finalmente vai se cumprir, as mulheres de todos os reinos, em todos os planos, temem que isso aconteça e que a menina, em breve, tome para si o trono, que é dela por direito. E ela está, mesmo sem perceber, indo para esse caminho, inevitavelmente.
Muita gente, direta ou indiretamente aparece para ajudar, esse livro tem muitos personagens, o que a princípio me confundiu, mas não incomodou. O que incomodou mesmo foram os nomes mais estranhos dos lugares e dos personagens, isso sim me deixou confusa no início da leitura e tornou a história um pouco difícil de acompanhar. Depois de conhecer todos eles e me acostumar, a leitura foi mais fácil.
Uma coisa que me incomodou e isso faz parte da estória contada, eu nem posso reclamar, foi a escravização e a humilhação masculina. Mulheres más ao exagero e a troca de favores sexuais como uma constante. Não gostei, na minha opinião, poderia ter muito menos disso e eu tenho a impressão de que vai diminuir nos livros seguintes devido ao final desse, que aliás deixou uma enorme ponta solta, apesar de ter nos dado um fim satisfatório.
Depois que eu entendi a confusão de personagens, eu gostei da leitura, e gostei bastante da ideia de que há uma grande quantidade de joias de cores variadas, e quanto mais escura a cor, mais poderosa a dona da dita joia é. Jaenelle tem todas as cores, mas praticamente ninguém sabe disso, e isso é mais um ponto que acrescenta mistério à trama.
Pra quem gosta de fantasia, muito mistério, uma pitada de erotismo e grandes reviravoltas, é leitura recomendada.
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