Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed
Ano: 2018
Duração: 1hr 52min
Classificação: +14
Nota: ★☆☆☆☆☠
Sinopse: San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.
Quem é fã ou conhece a história de Homem-Aranha sabe que um dos seus inimigos mortais é Venom, o simbionte alienígena que precisa de um corpo hospedeiro para sobreviver na Terra.
A primeira aparição do vilão nesse universo foi em forma de "traje", e ao ser usado por Peter Parker não só potencializou seus poderes de aranha, como também começou a afetar sua personalidade, o tornando bastante violento. Quando Parker, enfim, consegue se livrar desse traje vivo, o alienígena encontra refúgio no corpo de Eddie Brock, um jornalista falido e amargurado que culpa Peter por todos os fracassos e problemas de sua vida. Basicamente, a história é essa: Brock, agora com os poderes de Venom, quer se vingar e aniquilar o Homem-Aranha.
Mas o que acontece quando a produtora decide estabelecer um universo que gira em torno de um super herói, sem o dito super herói?
Em Venom, a origem dos simbiontes se dá a partir de um pouso forçado onde esses seres, até então desconhecidos, começam a procurar o hospedeiro ideal enquanto causam diversas mortes por onde passam. Enquanto um conseguiu escapar, outros foram capturados e mantidos num laboratório para fins de pesquisas científicas. Tais pesquisas levaram Carlton Drake, o criador da Fundação Vida, a fazer testes dos simbiontes com humanos, o que resultava em suas mortes por não serem compatíveis. E quando o jornalista fracassado Eddie Brock decide investigar o que anda acontecendo nessa corporação nefasta e antiética, acaba se fundindo ao alienígena por acidente, se tornando Venom. Ele lida com o parasita que é um tipo de "voz interior", que além de não sair de sua cabeça, ainda controla seus atos e afeta seu comportamento e o que restou de sua vida social.
Com essa premissa, fica claro que a origem de Venom, assim como o que causou o fracasso e a amargura de Eddie Brock, precisaram ser modificadas para que não existisse nenhuma ligação com o Aranha, mas o problema não chega a ser somente esse. Além das explicações científicas para a condição de sobrevivência serem totalmente furadas e questionáveis, o roteiro é cheio de buracos e conveniências toscas que impedem uma coerência narrativa.
Venom cumpre com o papel de explorar um personagem icônico a fim de faturar nas bilheterias, e acredito que tenha conseguido isso com eficácia, mas só. Acredito que para que o filme se tornasse um pouco mais fiel ao personagem, já que não pôde ser fiel à história original, seria necessário cenas de ação com mais violência, daquelas bem viscerais, levando em consideração a natureza do vilão, mas foi uma coisa que não pôde ser feita devido a baixa classificação indicativa do longa. É pra se pensar que perderam uma oportunidade enorme de fazer algo digno desse vilão comedor de cabeças, pois se fosse +18 poderia ser algo bem próximo a Deadpool, mas passou muito longe...
Dessa forma, a voz estilo "Optimus Prime" de Venom soou forçada e clichê demais; as cenas interrompidas por dramas pessoais ou explicações óbvias deixam o filme fragmentado, como se fosse um trailer gigante; as tentativas de se fazer piadas desconexas com questões aleatórias para amenizar o que deveria ser brutal não funcionam; o dilema enfrentado pelo protagonista, assim como a forma como ele se comporta, ao aceitar o simbionte controlando seu corpo é tratado com superficialidade; e a ideia absurda de que eles, ao estarem conectados nessa fusão perfeita, se tornaram grandes amigos que devem combater o perigo - quando o perigo deveria ser eles - é inacreditável. Só faltou eles darem as mãos e saírem saltitando pela cidade cantando We Are the Champions. Os efeitos especiais também são exagerados e destoam dos filmes do gênero envolvendo o mesmo universo, e a experiência visual acaba sendo pura poluição.
Além da breve aparição infalível do mestre Stan Lee (RIP), a atuação do maravilhoso Tom Hardy conseguiu salvar um pouco dessa decepção cinematográfica, mas não posso negar que o homem, embora seja intenso e flexível, interpreta alguém cuja personalidade é afetada e cheia de paranoias, e em vários momentos parece estar perdido no próprio papel, como se não conseguisse definir a própria identidade devido a construção desordenada de seu personagem.
Dessa forma, a voz estilo "Optimus Prime" de Venom soou forçada e clichê demais; as cenas interrompidas por dramas pessoais ou explicações óbvias deixam o filme fragmentado, como se fosse um trailer gigante; as tentativas de se fazer piadas desconexas com questões aleatórias para amenizar o que deveria ser brutal não funcionam; o dilema enfrentado pelo protagonista, assim como a forma como ele se comporta, ao aceitar o simbionte controlando seu corpo é tratado com superficialidade; e a ideia absurda de que eles, ao estarem conectados nessa fusão perfeita, se tornaram grandes amigos que devem combater o perigo - quando o perigo deveria ser eles - é inacreditável. Só faltou eles darem as mãos e saírem saltitando pela cidade cantando We Are the Champions. Os efeitos especiais também são exagerados e destoam dos filmes do gênero envolvendo o mesmo universo, e a experiência visual acaba sendo pura poluição.
Além da breve aparição infalível do mestre Stan Lee (RIP), a atuação do maravilhoso Tom Hardy conseguiu salvar um pouco dessa decepção cinematográfica, mas não posso negar que o homem, embora seja intenso e flexível, interpreta alguém cuja personalidade é afetada e cheia de paranoias, e em vários momentos parece estar perdido no próprio papel, como se não conseguisse definir a própria identidade devido a construção desordenada de seu personagem.
Como se tudo isso não fosse o suficiente, a cena pós-crédito ainda sugere que o bendito filme terá uma continuação envolvendo outro super vilão ainda pior do que o próprio Venom: Carnage (Carnificina), e sinceramente, depois dessa experiência horrível, não é um filme que eu vá assistir se estiver em sã consciência. Pra quem gosta de cenas de ação avulsas e que causam um pouco de empolgação, sem que o filme tenha uma história que convença, pode ser um excelente entretenimento, mas pra quem espera o mínimo de fidelidade com o original ou coerência narrativa, é decepção na certa.
Olá
ResponderExcluirEu vi esse filme com o meu pai. Estávamos de bubuia e resolvemos assistir, mais pela zoeira. Achei o filme okayzinho, bem okayzinho. Não achei péssimo, mas não vi nada de muito interessante também. Não é algo que eu vá ver novamente, mas acho que podia ter ficado bem pior.
Vidas em Preto e Branco