Autor: George R.R. Martin
Editora: Suma de letras
Gênero: Sci-fi/Terror/Contos
Ano: 2019
Páginas: 144
Nota:★★★★☆
Sinopse: Nas fronteiras do universo, uma expedição científica composta de nove acadêmicos dá início à missão de estudar os volcryn, uma misteriosa raça alienígena. Existem, no entanto, mistérios mais perigosos a bordo da própria nave. A Nightflyer, única embarcação que se dispôs à missão, é uma maravilha tecnológica: completamente automatizada e pilotada por uma única pessoa. O capitão Royd Eris, porém, não se mistura com a tripulação – conversando apenas através de comunicadores e se apresentando somente por holograma, ele mais parece um fantasma do que um líder. Quando Thale Lassamer, o telepata do grupo, começa a detectar uma presença desconhecida e ameaçadora por perto, a tripulação se agita e as desconfianças aumentam. E a garantia de Royd sobre a segurança de todos é posta à prova quando uma entidade malévola começa uma sangrenta onda de assassinatos.
Resenha: Uma equipe composta por nove cientistas embarca na nave Nighflyer para iniciar uma missão que envolve estudar uma raça alienígena misteriosa e super avançada que viaja pelo espaço, os volcryn. Pilotada pelo excêntrico capitão Royd Eris, a Nightflyer é totalmente automatizada e autossustentável, mas Royd não se envolve com a tripulação, os vigia através das câmeras de segurança e se apresenta somente por holograma.
Porém, vários problemas começam a surgir, e a equipe se dá conta de que está numa situação totalmente inesperada e fora de controle. Thale Lassamer, o telepata do grupo, detecta uma presença desconhecida e ameaçadora. A forma de contato do capitão levanta suspeitas, e o individualismo dos tripulantes acabam tirando a missão do foco, principalmente quando uma onda sangrenta de assassinatos cometidos por uma misteriosa entidade começa a se desencadear...
Narrado em terceira pessoa, o conto traz os acontecimentos na nave regados a muito suspense e em meio a um clima bastante sombrio. Para um livro com tão poucas páginas, talvez ele pudesse ser mais direto e menos arrastado no começo, e embora a história seja boa e tenha potencial, a sensação de que faltou alguma coisa é inevitável, principalmente porque as coisas realmente interessantes ficam guardadas para o final. Logo no início somos apresentados a muitos personagens (característica clássica nas obras do autor), e isso acaba dificultando um pouco a identificação sobre quem é quem. Pra mim é um pouco difícil gravar quem é ou o que fazem quando são todos jogados de uma vez sem que uma apresentação mais detalhada não seja feita de forma gradual, e a impressão que tive no final é de que não houve um desenvolvimento suficiente para que houvesse apego ou desprezo, mas que os personagens só estavam ali para mover a trama de ponto A para B. Não vou ser exigente ou implicante a ponto de considerar esses pontos totalmente negativos, afinal, se trata de um conto e realmente não há tanto espaço para um desenvolvimento maior, então posso dizer que a combinação de suspense, terror e ficção científica funcionou bem em Nightflyers e que dentro do que se propôs, a história, mesmo que pudesse ter ido além, foi bem satisfatória.
Preciso destacar o projeto gráfico do livro que é totalmente maravilhoso. Embora tenha um formato pequeno e poucas páginas, o livro tem a capa dura e várias ilustrações em cores dos personagens, locais da nave ou cenas impactantes.
No mais, a história é cheia de mistérios, traz várias perguntas e desperta a curiosidade do leitor sobre a real existência dos Volcryns, quem é o capitão Royd e por que ele se comporta assim, quem (ou o que) está assassinando todo mundo, e será que alguém vai sobreviver?
Pra quem gostou de obras dos anos 80 como Alien, o oitavo passageiro, vai aproveitar a leitura.
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