Magia do Sangue - Nora Roberts

13 de julho de 2020

Título: Magia do Sangue - Primos O'Dwyer #3
Autora: Nora Roberts
Editora: Arqueiro
Gênero: Fantasia/Romance
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota:★★★☆☆
Sinopse: Há muitos anos, Branna O’Dwyer entregou seu amor a Finbar Burke. No entanto, o romance durou pouco. Uma maldição ligada ao sangue de suas famílias os proibiu de ficar juntos.
Branna tentou preencher esse vazio com amigos e familiares, mas sabe que, sem Fin, sua vida nunca estará completa. Ele, por sua vez, passou os últimos doze anos viajando pelo mundo, focado exclusivamente no trabalho.
Atormentados pela forte atração que nem a distância pôde aplacar, nenhum dos dois acha que um dia se entregará de novo ao amor.
Entretanto, em meio às sombras que ameaçam destruir tudo o que eles consideram mais precioso, esse relacionamento sem futuro pode ser também a última esperança que lhes resta.

Resenha: Magia do Sangue é o terceiro volume que fecha a trilogia Primos O'Dwyer, escrita por Nora Roberts e publicado pela Editora Arqueiro no Brasil.

A premissa da história gira em torno de Sorcha, uma bruxa poderosa que viveu no século XIII e que se sacrificou para salvar os filhos depois de ser perseguida por Cabhan, um demônio sedento por poder. Muitos séculos se passaram desde o ocorrido e seus descendentes, mais uma vez, irão precisar enfrentar o mal que tentará derrotá-los e tomar o poder. Dessa forma, cada livro da trilogia gira em torno de um dos primos e seu par, e juntos, irão enfrentar os perigos para derrotarem Cabhan em nome da família, da amizade e do amor.

Branna se apaixonara por Finbar há muitos anos, mas quando descobriu que ele era descendente do seu maior inimigo e que uma maldição pairava sobre suas famílias, eles não puderam ficar juntos. Dessa forma, sem poder viver o amor que gostaria, Branna investiu na família e no trabalho a fim de preencher esse vazio deixado por Fin em seu peito.
Fin, sendo descendente de Cabhan, tinha o poder de se conectar com os mundos do bem e do mal, mas por ter sido impedido de ficar com Branna devido a essa "maldição", ele tentou evitar a família O'Dwyer para seguir com sua vida. Porém, para derrotar Cabhan eles precisariam unir forças...
Depois de passar por tantos percalços, Fin e Branna deverão ser capazes de considerar que o amor que sentem um pelo outro pode ser maior do que a maldição que os separou e somente através da união dos dois haverá esperança no destino de suas famílias.

Magia do Sangue ira mostrar os seis amigos tentando descobrir uma forma de derrotar Cabhan de uma vez por todas, tendo ajuda de seus ancestrais, e revirando o passado do bruxo a fim de descobrirem possíveis fraquezas para derrotá-lo.
Branna e Fin, desta vez, são os protagonistas, que desde o começo possuem uma relação de amor e ódio, e que confesso ter tornado a história mais interessante de se acompanhar. Apesar de tudo, Fin sempre foi apaixonado por Branna mas por ele ser descendente de Cabhan elas não poderiam ter uma vida juntos, logo ele iria aproveitar todas as oportunidades que tivesse para provar seu amor e faria de tudo para derrotar o demônio para se unir a sua amada.

O livro, assim como os demais da trilogia, é narrado em terceira pessoa e acompanhamos Branna e Fin como os protagonistas deste volume. Apesar da história se manter num ritmo lento e bastante repetivivo, a autora amarrou bem as pontas que haviam ficado soltas nos volumes anteriores, fechando a história e seus ciclos de forma satisfatória. De forma geral, esperava bem mais da mitologia criada, pois a medida que os acontecimentos se desenrolam, percebi que não houve muito exploração e é como se tudo se resumisse em se envolverem e se apaixonarem, participarem de banquetes maravilhosos e salvarem o mundo, não necessariamente nesta ordem. E claro, não posso deixar de mencionar o enorme espaço dedicado às refeições fabulosas preparadas por Branna e toda aquela fartura sem fim que estão sempre presentes em meio ao enredo. Talvez as descrições desses jantares sirva mais pra ilustrar a união entre os personagens quando estão reunidos e compartilhando bons momentos, mas acho que, indo contra meus princípios taurinos, comida não é a base de tudo nessa vida e é possível ter momentos felizes fazendo outras coisas a fim de sair daquela rotina que, por ser tão repetitiva, acaba se tornando chata. Basta uma pontinha de aproximação que já podemos esperar uma mesa cheia de gostosuras.
Um dos pontos que gostei bastante foi que finalmente a verdadeira origem de Fin veio à tona e fui pega de surpresa por ser algo que estava lá o tempo todo mas não enxerguei.
Os feitiços e todos aqueles rituais são cantados em forma de rima e confesso que essa característica não me agradou.

Com relação a parte física, a capa deste volume é a mais bonita dentre os três, talvez devido as cores utilizadas que são mais alegres dando a impressão de que haverá um fim feliz. A Diagramação é simples, há ornamentos sob os numerais indicando os capítulos, as páginas são amarelas e a revisão, apesar de ter algumas falhas e erros ortográficos bem perceptíveis, superou um pouco a dos outros volumes. O problema maior aqui é que em alguns pontos pode haver confusão entre os personagens, não sendo fácil ou possível distinguir quem está falando.

Acho que o único problema da história é a forma como foi montada. É como se seguisse uma fórmula mantendo uma sequência de acontecimentos em todos os livros da trilogia sendo possível prever o que vem a seguir... A história começa com as lembranças pontuais dos filhos de Sorcha, depois os primos discutindo sobre as maneiras de Cabhan ser derrotado, comida, as questões amorosas e como vão se desenrolando para serem resolvidas, mais comida, a batalha e pronto.

De forma geral, a história de Branna e Fin era a que eu mais esperava, devido aos conflitos deles serem maiores, mais trágicos e mais interessantes do que os de Iona e Boyle (protagonistas de Bruxa da Noite), ou Meara e Connor (protagonistas de Feitiço das Sombras).
Posso dizer que a autora apresentou uma trama focada na importância da família unida e a lealdade às origens, e Finn luta contra a sua própria origem, mostrando que seu amor por Branna é maior e vai além do que qualquer influência que seu ancestral maligno poderia exercer sobre ele.

Apesar de não ser a melhor trilogia de fantasia que já acompanhei devido a falta de profundidade na mitologia escolhida, e pela enrolação da história que, às vezes, pode ser bastante irritante, é de se aproveitar pela mensagem de que absorvemos sobre a importância da família e da amizade em nossas vidas, e que a união realmente faz a força quando há cumplicidade, respeito e determinação para atingirmos nossos objetivos.

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