Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Juvenil
Ano: 2021
Páginas: 312
Nota:★★★★☆
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Sinopse: Izumi Tanaka nunca sentiu que pertence ao lugar onde vive. Afinal, ela é uma das únicas garotas com ascendência japonesa em sua cidadezinha natal, no norte da Califórnia. Criada apenas pela mãe, as duas sempre foram muito unidas ― até Izzy descobrir que seu misterioso pai é ninguém mais, ninguém menos do que o príncipe herdeiro do Japão. O que significa que Izumi é literalmente uma princesa.
Não demora muito até a família imperial japonesa ir atrás de Izzy e ela partir em uma viagem para Tóquio. Em meio a confusões com um jovem guarda-costas mal-humorado (apesar de lindo!) e com primos envolvidos em diversas polêmicas, a garota vai perceber que a vida da realeza está longe de ser só glamour. E, enquanto tenta conhecer o pai, talvez acabe encontrando a si mesma.
Resenha: Izumi Tanaka é uma garota nipo-americana de dezoito anos que vive com a mãe, Hanako, e seu cachorro Tamagochi numa cidadezinha no norte da Califórnia. Sendo uma das únicas garotas de ascendência japonesa da cidade, ela acaba tendo que lidar com todas aquelas questões de uma pessoa que não é branca vivendo num lugar onde quase todo mundo é branco, e que bom que ela tem a Noora, a Hansani e a Glory como amigas (com descendência japonesa também) pra ter com quem contar. Elas inclusive formaram a GGA, a "Gangue de Garotas Asiáticas". Embora tenham personalidades bem diferentes, elas combinam muito bem quando estão juntas
Izumi não conheceu seu pai, e sua mãe sempre disse que ela foi fruto de um romance de uma noite só com quem ela nem se lembra lá na época da faculdade, e ela, por ter uma ótima relação com a mãe, vivia bem com isso, mesmo que, no fundo, ainda sentisse falta de ter uma presença paterna alí ao seu lado e de saber mais detalhes sobre sua origem.
Uma peculiaridade da GGA é descobrir coisas, e quando Noora encontra o livro "Orquídeas Raras da América do Norte" com uma dedicatória de amor à sua mãe escrita por Makoto Mak, lá em 2003, muitas dúvidas começam a surgir. Seria esse tal de Makoto o pai de Izumi? Será que sua mãe estava mentindo esse tempo todo? As meninas resolvem fazer uma investigação pra descobrirem quem é esse cara, custe o que custar, e Noora descobre que Makoto é na verdade Makotonomiya Toshihito, o solteirão mais cobiçado de todo o japão que faz parte da família imperial japonesa. Sim, o príncipe herdeiro na primeira linha de sucessão! Claro que ela confronta a mãe, que acaba assumindo que seu pai é mesmo o príncipe, o que, consequentemente, torna Izumi uma princesa! Como se todo esse rolo não tivesse ido de 0 a 100 muito rápido, o embaixador do Japão ainda aparece em sua casa com um convite para ela ir até o Japão conhecer seu pai, e Izumi topa na mesma hora embarcar nesse conto de fadas contemporâneo onde irá atravessar o mundo em busca de respostas e de um final feliz.
A história é bem divertida e dá pra ler em questão de poucas horas, de tão fluída. O livro traz várias referências da cultura pop e das tradições japonesas, e é como se o leitor estivesse fazendo uma tour por Tóquio, conhecendo de perto os detalhes da realeza.
Izumi é uma protagonista bem divertida, mesmo que ela entre em dilemas adolescentes que são bem bobos pra quem já passou dessa fase, mas que pra ela é motivo de surto e muito drama. Na maioria das vezes eu achei ela infantil demais pra idade, faz escolhas absurdas que a gente sabe que não vai dar certo só de imaginar, e nem acredita que ela realmente toma certos tipos de decisões, mas isso acaba sendo parte dessa jornada do amadurecimento que ela tinha que passar.
Obviamente as coisas não terminam num "felizes para sempre" assim que ela chega ao Japão, afinal, ser uma princesa não é só usar um vestido e uma coroa e sair dando tchau por aí com sua dama de companhia do lado, e as coisas pra ela só estavam começando. Até então ela era uma desconhecida, e agora tem uma nova família pra conhecer, incluindo primas insuportáveis que vão querer infernizar sua vida. A imprensa fica em sua cola querendo saber as novidades e fofocas e ela vira notícia, e Izumi ainda vai ter que aprender séculos de tradições e cultura, que entram em conflito com os costumes da época atual, num piscar de olhos. E como se isso já não fosse muita coisa pra sua cabeça, ela ainda precisa lidar com o fato de se sentir atraída pelo seu guarda-costas, o jovem Akio. Seu pai fez questão de colocar um guarda-costas mais jovem pra Izumi não se sentir desconfortável com um cara mais velho. Apesar de Akio se mostrar irritante no começo fazendo a gente pensar que lá vem o clichê do casal que começa brigando e termina aos beijos, ele é um fofo.
O romance não é o foco da história, até mesmo por ser um tipo de relacionamento que não se encaixa nos padrões tradicionais da realeza. Mas ainda assim, mesmo cientes de que não é algo adequado, as coisas vão evoluindo aos poucos de uma forma bem natural e nenhum dos dois conseguem resistir. Não dá pra negar que eles são almas gêmeas.
A forma como a autora foge de estereótipos representando os asiáticos é bem legal e não vemos essa representatividade amarela na maioria dos livros, pelo menos não da forma como este apresentou.
No mais, Uma Princesa em Tóquio não é um livro que fala apenas de amizade e respeito às tradições da família, mas sobre a busca de Izumi por sua identidade, sobre se encontrar e descobrir quem ela é e de onde veio de verdade. E, a partir de agora, fazendo parte da realeza, qual é o próximo passo?
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