Maio chegou, e com ele um frio danado. Eu amo frio, adoro ficar empacotada e embrulhada debaixo das cobertas, e só não coloquei minhas séries e leituras em dia porque teve uma semana desse mês que o Ian ficou bem doentinho e com febre, com certeza por causa dessa mudança de tempo doida. O menino é do avesso, se deixar fica o tempo todo de cueca pela casa, e nem esse frio de lascar faz o menino querer vestir roupa. É uma luuuuta!!
Como se ser dona de casa e mãe em tempo integral não fosse o bastante pra me por no hospício, no final do mês eu inventei de ir na casa da minha mãe buscar uma cômoda que minha vó deixou lá. Ela mudou de cidade, não queria que minha mãe ficasse com a cômoda, e, mesmo eu não tendo interesse nenhum naquilo, ela insistiu horrores pra eu buscar a bendita porque seria útil pra guardar as tranqueiras das crianças.
Fui a contragosto, porque aqui nem tem espaço pra mais um trambolho, mas como a véia insistiu muito, lá fui eu e meu marido buscar aquele cacareco. Peguei a cômoda por cima, e ele ficou com o peso pegando por baixo, e eu andando de costas, subindo escada e carregando aquele troço no maior mau jeito. Na hora de descer o meio fio pra atravessar a rua, não sei que merda eu arrumei. Pisei em falso, virei os dois pés, desequilibrei e caí, a cômoda caiu e bateu no meu pé direito. A vontade de rir por causa do tombo foi grande, mas a dor foi muito maior. O pé virou um balão na mesma hora, eu chorava de dor, não conseguia levantar, fiquei estirada na rua feito uma jaca, e no final das contas eu não tive escolha a não ser ir pro hospital. Resultado: a pancada fez o osso virar uma farofa, rompí o ligamento, tive que fazer uma fucking cirurgia de emergência, fiquei três dias internada, e agora que voltei pra casa, além de estar morta de dor até nos fios de cabelo, não posso sair do lugar pra não forçar esse pé e pisar no chão por no mínimo seis semanas.
As "férias" seriam bem vindas pra ter aquele descanso, mas só se ninguém dependesse de mim pra viver nessa casa. Aquele ditado que diz que mãe não pode adoecer é a mais pura verdade. A casa não funciona sem mim, todo mundo tá perdido, ninguém parece ter noção de nada, tá tudo virado do avesso, tudo que peço é feito de má vontade, e tô me sentindo a criatura mais inútil da face da Terra, porque até pra beber água eu preciso pedir. Cada vez que escuto um "manhê, quero leite", "manhêêê, quero pão", "manhêêê, vem me limpar" é uma lágrima.
Não sei se vou dar conta disso... Olha, Britto, sinceramente...
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