Review - Jogo da Vida (Retrô)

23 de julho de 2022

Título: Jogo da Vida
Editora/Fabricante: Estrela
Criadores: Milton Bradley e Reuben Klamer
Idade recomendada: 7+
Jogadores: 2-8
Nota:★★★★☆
Descrição: Trilhe o seu caminho em busca do sucesso! Desenvolva a sua carreira, ganhe dinheiro, case e tenha filhos. O Jogo da Vida é a simulação da vida real com muita diversão!

Lançado no Brasil pela Estrela em 1986, o Jogo da Vida faz sucesso até hoje como um jogo familiar, fácil de aprender e que rende ótimos momentos de diversão.

Lembro que conheci o jogo quando eu era criança, no início dos anos 90 quando eu já tinha por volta de uns 8 anos de idade, e eu adorava ficar horas e horas contando os dinheirinhos, analisando as ilustrações do tabuleiro, e jogando no intuito de tentar ter uma penca de filhos e muito dinheiro. Hoje, na vida real, eu tenho uma penca de filhos, mas zero dinheiro. Não faço ideia do que aconteceu com o jogo que eu tive, eu nunca mais esqueci do quanto eu gostava.

Ao longo dessas décadas, mesmo que a disposição das casas do tabuleiro tenham permenecido praticamente as mesmas, o jogo já ganhou várias edições, seja aquelas com um design diferenciado e funções novas e mais modernas, como o Super Jogo da Vida que traz a maquininha de cartão de crédito, e até as edições limitadas baseadas em franquias animadas, como Os Simpsons, Bob Esponja, Toy Story, Shrek e várias outras, seja da própria Estrela ou da Hasbro, que trazem pequenas modificações que se adaptam ao referido universo. Mas nenhuma delas me cativou o suficiente como a primeira versão. Cheguei a ter a edição dos Simpsons, mas não era a mesma coisa, e, numa das minhas mudanças de casa, até deixei ele pra trás depois de várias pecinhas terem sumido.

Eu já tinha procurado a edição antiga, mas não encontrava de jeito nenhum, e quando encontrava o povo tava metendo a mão sem dó nem piedade por ser uma relíquia, e uns anos depois ainda descobri que rolou a maior treta jurídica entre a Hasbro e a Estrela por causa de direitos autorais. Não sei o que ficou acordado entre essas duas empresas porque não procurei mais saber, mas a Estrela relançou a edição antiga como sendo algo "retrô" pra suprir a demanda do povo nostálgico que nem eu. O problema é que o jogo esgotou muito rápido, e logo já começaram a vender a preços estratosféricos de novo. Já tinha perdido as esperanças de ter o jogo na coleção quando alguns meses depois, descrente, resolvi pesquisar o jogo no google como quem não quer nada e, pra minha surpresa, uma nova leva já estava disponível em algumas lojas online, e não pensei duas vezes pra comprar um pra mim e acabar com essa saga sem fim antes que o abençoado esgotasse de novo. E depois de abrir a caixa e jogar uma partida com as crianças (que ficaram encantadas e agora não param de pedir pra jogar), não tem como negar que a nostalgia bateu muito forte por aqui, e eu fiquei super feliz com a aquisição.


Sobre a mecânica do jogo, não tem muito o que explicar porque além de ser simples, é o que serviu de base pra todas as versões que vieram depois: aqui, o fator "sorte" é o que vai definir o destino dos jogadores, já que o jogo não requer nenhum tipo de estratégia e vai ser sempre a mesma coisa. Basta girar a roleta e cumprir a tarefa da casa onde o carrinho parou, conseguindo um emprego, se casando, tendo chance de ter filhos, ganhando ou perdendo dinheiro e por aí vai, e, no final, quem não falir e tiver mais dinheiro, ou se arricar pra tentar ser um Magnata (apostando até os filhos), ganha.
Um ponto que acredito ser bem atrativo pras crianças é a questão da administração do dinheiro, pois com ele entrando e saindo a todo momento, às vezes sendo necessário fazer notas promissórias para pegar empréstimos e pagar as dívidas com juros, dá pra elas terem uma mínima noção financeira de uma forma bem leve e descontraída.

O tempo de jogo vai variar de acordo com a quantidade de jogadores, que nessa versão é de 2 até 8 pessoas, mas pelo menos sabemos exatamente quando vai terminar já que os jogadores seguem por um caminho pré definido com começo, meio e fim. No final a gente nem vê o tempo passar.

A qualidade dos componentes é razoável, o papel do dinheirinho é fino e o risco de amassar ou rasgar se não tiver cuidado é gigante, os pininhos que representam as pessoas são bem frágeis, a roleta é de um plástico bem leve, os cartões de riqueza parecem ser uma cartolina bem fina (tão fina que cheguei a sleevar pra proteger melhor), mas é tudo igualzinho ao que tinha na edição de mais de 30 anos atrás, com impressão só na frente do papel e verso em branco. Percebi uma variação bem nítida na cor das notinhas do dinheiro, que são bem mais escuras do que o original, mas nada que interfira negativamente no jogo.


Claro que antigamente as opções eram poucas, e hoje em dia, com milhares de opções de jogos muito mais elaborados de todos os tipos, talvez com excessão de War e Clue, esses jogos mais antigos não são tão atrativos pra adultos por ser algo meio "bobo", mas, pelo menos pra mim, poder ter uma experiência que tive há 30 anos junto com meus filhos é algo super positivo. Por mais que algumas situações encontradas nas casas do tabuleiro sejam meio nonsense até mesmo pra época que o jogo foi lançado pela primeira vez, como quando a gente tem despesa porque o bode de estimação comeu orquídeas premiadas, ou ainda quando somos obrigados a casar pra avançar pelo caminho, assim como na vida, no jogo a gente ganha e perde, tem sorte e azar, passa por reviravoltas malucas, mas ri e se diverte.

No mais, pra quem teve ou jogou essa edição na infância, gosta do jogo, não se importa com a simplicidade da jogabilidade e dos componentes e, de quebra, quer reviver os velhos tempos, Jogo da Vida é um clássico super indicado pra se ter na coleção e passar por momentos super divertidos com família e amigos.

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