Editora: Seguinte
Gênero: Suspense/Thriller
Ano: 2021
Páginas: 240
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em um quarto de hotel em Veneza, onde acabou de concluir um assassinato de rotina, Villanelle recebe um telefonema tarde da noite.
Eve Polastri, a funcionária do governo inglês que está em seu encalço há meses, conseguiu rastrear um oficial do MI5 a serviço dos Doze e está prestes a levá-lo a interrogatório. Enquanto Eve se prepara para procurar respostas, tentando desesperadamente encaixar as peças de um terrível quebra-cabeça, Villanelle avança para o abate.
O duelo entre as duas mulheres se intensifica, assim como sua obsessão mútua, com a ação passando dos altos picos do Tirol até o coração da Rússia. Eve enfim começa a desvendar o enigma da identidade de sua adversária, e Villanelle se pega correndo riscos cada vez maiores para se aproximar da mulher que pode ser sua ruína.
Um thriller cheio de descrições chocantes e também sensuais, Não existe amanhã é brilhante ao narrar a mente psicótica de uma assassina e a caçada apaixonada de sua nêmesis, aproximando duas rivais a ponto de não saberem mais se estão uma contra a outra... ou mais unidas do que nunca.
Resenha: Não Existe Amanhã é o segundo volume da trilogia Killing Eve e segue a partir de onde o livro anterior terminou, em Londres.
Vamos acompanhar Eve lidando não só com o que aconteceu no primeiro livro, mas com seu relacionamento meio conturbado e também com sua obsessão por Villanelle, que, embora esteja cada vez mais perto, faz mais e mais vítimas. Agora que Eve está em seu encalço, a assassina parece estar bem mais animada por saber que seus passos estão sendo seguidos por alguém tão boa no que faz, assim como ela. No decorrer da trama, Villanelle também fica atraída por Eve desencadeando uma obsessão mútua, e esse jogo entre as duas fica tão tenso quanto interessante.
Mantendo a narrativa em terceira pessoa, a escrita do autor continua bem fluída, direta e envolvente, com cenas de ação bem instigantes, criativas e que mantém o leitor preso à leitura sem saber pra quem torcer. Villanelle continua sendo aquela assassina implacável e cheia de glamour, porém parece estar começando a se envolver emocionalmente com seu trabalho (coisa que ela não fazia antes por agir sempre com frieza), e Eve agora está exposta a um mundo cheio de influência e muito luxo, totalmente diferente daquele que ela está acostumada a viver em casa e com o marido.
Acredito que esse livro seja um pouco melhor do que o anterior por ser mais dinâmico, ter toques de bom humor e explorar mais a mocinha da história. Sei lá se o fato de ser um homem escrevendo sobre personagens femininas e a sexualidade delas é uma coisa fora da "alçada", até mesmo porque no primeiro livro a coisa ficou bem exagerada, mas nesse segundo esse problema parece ter começado a ser resolvido e ficou mais leve e agradável de ler sem revirar os olhos.
Um ponto que acho bacana considerar é a ideia de que as duas protagonistas tem características e personalidades únicas que acabam se complementando e gerando uma química muito interessante de se acompanhar, além do desenvolvimento que elas vão ganhando a medida que a história avança. É nítido que se trata de uma relação obsessiva que se intensifica a cada nova descoberta de uma sobre a outra, e ver isso partir do lado de Eve, que está conhecendo um lado dela que ela não sabia que tinha, é bem instigante.
Villanelle mata e se sente viva com isso, mas ainda não parece ser o suficiente pra saciar essa sede. Ela anseia por missões mais perigosas, fica num estado de euforia ao saber que Eve está atrás dela e parece gostar de se colocar em risco agindo muitas vezes com imprudência.
O autor ter dado espaço pra explorar um pouco mais Os Doze e o que essa ordem parece representar foi bem satisfatório, mas ainda falta maiores detalhes e informações pra que esse quebra-cabeça se complete.
Pra quem gosta do gênero e curtiu o primeiro livro, Não Existe Amanhã traz muita ação, mistério, trama política, mortes, revelações e reviravoltas de tirar o fôlego, e drama na medida certa pra cativar o leitor e fazer com que ele queira ler o terceiro livro rapidinho.
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