Autora: Renée Ahdieh
Editora: Globo Alt
Gênero: Romance/Releitura
Ano: 2017
Páginas: 364
Nota:★★★★☆
Sinopse: Inspirada nos clássicos contos do livro As mil e uma noites, produzidos entre os séculos XII e XVI, Renée Ahdieh criou uma história que conquistou leitores e chegou ao topo da lista de best-sellers do New York Times. A rosa e a adaga conclui o enredo de romantismo, traição, intrigas e mistério iniciado em A fúria e a aurora.
A jovem Sherazade chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável, atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor, Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu verdadeiro amor.
Com uma narrativa envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens, que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores, tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.
Resenha: O segundo e último volume da duologia de Renée Ahdieh fecha com excelência a história de Sherazade. A Fúria e a Aurora foi um bom livro, mas a história pareceu carecer de algum ingrediente. A Rosa e a Adaga traz, em pouco mais de trezentas e cinquenta páginas, uma escrita muito bem feita, mostrando uma marca da autora e exemplificando como é possível elevar o nível para encerrar a trama com maestria. Um conteúdo onde não é preciso tirar nem pôr.
Enquanto no primeiro livro a trama se passou praticamente no castelo, em A Rosa e a Adaga Sherazade está num acampamento no deserto, juntamente de sua irmã Irsa, e seus amigos Rahim e Tariq. Agora a personalidade da protagonista está muito mais acentuada e as intenções dela são bem mais definidas. Ela é tipo de mulher decidida e em muitas passagens ela se mostra bad ass e nada submissa aos homens. Houve um desenvolvimento visível nela em relação ao passado. Além do tapete voador (sim! ele existe), ela merece um tapete vermelho por onde passa.
O amor de Khalid e Shazi está mais forte do que nunca e agora ele é mais crível do que no livro antecessor. Renée demorou um pouco para desenvolver a relação dos dois anteriormente e isso deixou o amor meio raso, mas nesta sequência é tudo intenso e mais bonito. A história é recheada de frases de efeito (para suspirar), juras de amor eterno e momentos de ternura. Envolto em tudo isso também há muito drama e lágrimas. É interessante ver como a autora cria paralelos na trama para trabalhar cada tema separadamente. Os capítulos soam como contos sendo contados separadamente, mas que se encaixam de alguma forma. Cada personagem recebeu sua devida atenção e suas importâncias são mostradas pela autora.
Um
Foi formidável que Ahdieh trabalhou o desfecho da duologia, sem deixar pontos abertos e não floreando tudo ao ponto de se perder. Tem misticismo, um amor quase impossível, aventura com mulheres a frente de tudo, e outros elementos interessantes para atrair o leitor. O melhor, sem dúvida, foi guardado para o final. Muitos fatos acontecem e Renée surpreendeu com um acontecimento digna da história de Shazi. Ao fechar a última página, a sensação é de ter despertado de um verdadeiro contos de fadas. Leitura mais que recomendada.