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A Cidade dos Espelhos - Justin Cronin

7 de fevereiro de 2017

Título: A Cidade dos Espelhos - A Passagem #3
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção científica
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Num futuro em que todas as regras foram mudadas, é hora de cada um encontrar o próprio destino.
Ano 100 D.V.: após a destruição dos Doze e de seus Muitos, nenhum viral foi visto nos últimos três anos. As fortalezas que protegiam os últimos humanos dos infectados começam a parecer desnecessárias.
Na República do Texas, as vigílias constantes já não encontram inimigos e o controle de natalidade se mostra um contrassenso quando há todo um continente vazio à espera de ser repovoado.
Com novas demandas do povo surgindo a cada dia, o presidente Peter Jaxon decide levar adiante a ideia de abrir os portões da cidade fortificada e dar início à reconstrução do que um dia foi um país de milhões de habitantes.
Mas a atmosfera de calmaria é apenas parte de um plano maligno. Fanning, o Zero, aquele que deu início ao caos, esteve pacientemente aguardando em sua eternidade pelo momento em que as vítimas finais baixariam a guarda. Seu exército está pronto e, em suas fileiras, as armas são garras e presas e a motivação é a sede de sangue.
Para fechar essa tão esperada trilogia, Justin Cronin construiu um conto de sobrevivência e fé, em que os limites entre o bem e mal são postos à prova e um questionamento inquietante permeia cada página: o que nos torna humanos, afinal?

Resenha: O número é 100. Muitas décadas se passaram desde o início da destruição que se iniciou em A Passagem. Depois da morte dos Doze, os virais desapareceram e uma estranha sensação de paz tomou os sobreviventes. As pessoas vivem suas vidas, têm filhos, criam animais e se acostumaram com a calmaria e a reconstrução da raça humana. Entretanto, Fanning, o Zero, esteve o tempo todo preparando seu exército para o ataque. Em A Cidade dos Espelhos, Cronin mais uma vez conta a história com maestria e prova que a saga de Amy é digna de todos os aplausos do início ao fim.

Neste terceiro volume da trilogia a história se inicia com o tempo em que Peter Jackson e os sobreviventes estão retomando a normalidade da vida. Mas não é a isso que a trama se atrela no começo, e sim ao que aconteceu com Fanning. Diferente do que ocorre nos volumes antecessores, aqui temos uma narração feita em primeira pessoa pelo Zero. Ter a voz do personagem é interessante, e dessa maneira o objetivo de tudo que há na mente dele é desvendado. À primeira vista a trajetória dele parece um pouco enfadonha e inconclusiva, mas faz todo o sentido no final. Isso toma certa parte do livro, mas se mostra necessária e foi indispensável para a conclusão da trilogia.

Acabada a parte que trata a vida de Fanning, o autor retorna aos acontecimentos do ano 100 D.V e a aventura vai ganhando mais forma. Utilizando a mesma fórmula de suspense, os virais estão a espreita e os personagens seguem seus rumos e tentam recriar suas vidas. O que mais enriqueceu a trilogia A Passagem é, além do ótimo enredo que envolve "vampiros", os componentes dessa saga por sobrevivência. Entre acontecimentos explosivos e a expectativa sobre o ataque dos dracs, Sara, Peter, Michael, Hollis e os outros, continuam lutando e tendo suas personalidades e atitudes acrescentando mais e mais ao enredo. Em cada parte do livro algum dos protagonistas tem um foco e é bom ter os sentimentos individuais deles aprofundados, o que não havia acontecido ainda. Sara, que agora está mais velha e é médica, protagoniza uma das cenas mais marcantes e cheia de emoção.

Uma história como a desta trilogia é um prato cheio para imaginação. Justin utilizou de uma narrativa muito detalhada e conseguiu dar muita vivacidade a tudo. Para acrescentar mais ainda a isso, o livro conta com uma série de fotos que mostram os cenários em que os personagens viveram. A aparência dos virais, que foram descritos como seres de grandes garras, rostos magros e longos com dentes pontiagudos, são exibidos em imagens e é interessante ver quão bem feito foi o trabalho gráfico.

Em Os Doze e A Passagem a ação encontrada foi mais empolgante. A grande expectativa de é ver como Fanning tentará acabar com todos utilizando seus virais. O que acontece, na realidade, é aquém do que ele escreveu nos volumes antecessores. Faltou um pouquinho mais de ação, já que as cenas em ela ocorre são tão rápidas que fica a vontade de ver mais daquilo.

A Cidade dos Espelhos fecha muito bem a trilogia, mas não é o melhor dos três livros. Isso, entretanto, não significa que a história se perdeu ou algo do tipo. É fato que o autor soube o que estava escrevendo e o final da trama foi satisfatório. Num epílogo, que salta cerca de 1000 anos após o vírus, a realidade apresentada não condiz muito com o que se era esperado e o autor caiu um pouco no clichê. Entretanto, é graças a este final que a trilogia A Passagem se encerra com uma clara mensagem: o amor tanto constrói quanto destrói.

Os Doze - Justin Cronin

6 de fevereiro de 2017

Título: Os Doze - A Passagem #2
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção Científica
Ano: 2013
Páginas: 592
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Em A passagem, doze prisioneiros sentenciados à morte foram usados em um experimento militar que buscava criar o soldado invencível. Mas a experiência deu terrivelmente errado. Um vírus inoculado nas cobaias acabou com qualquer resquício de sua humanidade e elas fugiram, matando ou infectando qualquer um que cruzasse seu caminho. Os infectados se tornavam virais obedientes a seu criador, mais um de seus Muitos. No caos que se formou, a única chance de sobrevivência para a espécie humana eram fortificações altamente protegidas. Assim se formou a Primeira Colônia, um reduto a salvo dos virais, mas isolado do resto do mundo. Noventa e dois anos depois, uma andarilha surgiu às portas da Colônia. Era Amy Harper Bellafonte, a Garota de Lugar Nenhum, aquela que iria liderar um grupo de colonos e eliminar a cobaia número 1, Gilles Babcock, libertando seus Muitos. Agora, cinco anos após ter cruzado as Terras Escuras em busca de respostas e salvação, seu grupo está separado. Cada um seguiu seu caminho, mas seus destinos logo voltarão a se cruzar, num embate definitivo contra uma ameaça mortal. Fanning, o Zero, aquele que deu origem ao apocalipse, tem planos para refazer o grupo dos Doze e conta com um aliado poderoso, disposto a qualquer coisa em nome da própria imortalidade. Segundo livro da trilogia A passagem, Os Doze nos faz questionar a mente humana, os avanços científicos e a busca do poder que leva a uma certeza sombria de nossa capacidade para o mal. Mas, acima de tudo, ele reforça nossa esperança em uma humanidade que se adapta, sobrevive e não se rende.
Resenha: O Tempo De Antes. Tudo aconteceu de uma forma rápida, alastradora, e então, os Estados Unidos estava sendo tomado por virais. Alguns sobreviventes foram encontrados e concentrados em um campo militar, mas não estavam imunes aos perigosos dracs. Nove décadas depois, Peter, Alicia, Michael, Amy e os outros continuam a sua jornada arriscada com o intuito de sobreviver e destruir de uma vez por todas Os Doze.

Continuar uma trilogia ou série nunca é fácil. Com uma história que se inicia com alto nível, como A Passagem, é esperado que a sequência seja tão boa quanto. Os Doze, que foi lançado cerca de 3 anos depois do seu antecessor, parece, à primeira vista, um tanto perdido. A narrativa de Cronin não é linear, e desse modo ele optou por apresentar o "antes", como o vírus se originou e se espalhou pelo mundo. De forma lenta e gradativa, dando todos os detalhes possíveis para enriquecer a trama, o autor desenrola fatos com personagens novos, excluindo temporariamente aqueles que já conhecíamos. A leitura dos livros de Justin Cronin são uma viagem extraordinária, mas é necessário para cada leitor que for embarcar nisso saiba que o texto virá cheio de detalhes e por vezes vai tomar um ritmo lento.

Mas é graças a este ritmo que temos uma história muito bem construída. Devido aos relatos do tempo de antes, a trama se volta no presente a um ambiente novo e o autor enlaça tudo muito bem. Agora, há uma semelhança maior com vampiros e há revelações capazes de deixar qualquer um apreensivo. No book trailer americano é exibida uma cena do livro, que ocorre num milharal. Este é, com certeza, um dos melhores momentos da trama

Os Doze só não foi tão bom quanto A Passagem por uma única questão: a inserção de personagens no Tempo de Antes que não tiveram relevância no enredo. Apesar de Cronin ter uma narrativa mais elaborada, um tanto poética e mais lenta, tal grupo de pessoas e os acontecimentos que os envolvem não fizeram muito sentido no conjunto todo. No mais, o livro funciona muito bem em todos os outros pontos. O grupo de protagonistas está cada vez mais unido e o final é de tirar o fôlego, deixando uma porta aberta cheia de possibilidades para a finalização com A Cidade dos Espelhos.

"Num mundo cercado por monstros, o inimigo mais cruel pode ser o próprio homem". 

A Passagem - Justin Cronin

5 de fevereiro de 2017

Título: A Passagem - A Passagem #1
Autor: Justin Cronin
Editora: Arqueiro
Gênero: Ficção científica
Ano: 2010
Páginas: 816
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse:Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue. Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior. Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado. A passagem é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte. .
Resenha: A Passagem é um livro que surgiu como um pedido de uma filha, que desejava ver uma personagem feminina salvando o mundo. Atendendo a esse pedido, Justin Cronin deu início a esssa trilogia.

Testes laboratoriais com um vírus foram feitos em prisioneiros sentenciados a morte, e quando tudo saiu de controle, uma dizimação da raça humana começou. A partir disso, as pessoas infectadas começaram a se tornar criaturas com dentes pontiagudos, mãos e pés em formas de garras, aversão à luz e sede por sangue. A realidade que conhecemos acabou ali, dando lugar a quase extinção da humanidade. É dado início ao Ano 0, o que marca uma nova Era no mundo.

Cerca de sete décadas depois a história retrata um grupo de sobreviventes que residem numa Colônia. Lá eles vivem com a proteção de muros altos, vigilância vinte e quatro horas e refletores que são ligados toda noite, para espantar os virais. Só que sem comunicação com o mundo externo, os moradores dali vivem com a incerteza do que há lá fora. As baterias que sustentam o lugar não durarão para sempre, e em algum momento as luzes podem se apagar, banhando tudo em escuridão e morte. A chegada de uma andarilha até eles se torna a peça chave para que Peter, Alicia, Maus, Michael, Hollis, Sara e Caleb saiam dali em busca de respostas e esperança de sobrevivência.

A Passagem, que foi lançado em 2010, é o livro de estreia de Justin Cronin. A história conta com mais de oitocentas páginas e é uma viagem surpreendente por um mundo apocalíptico. De uma maneira gradativa e com uma escrita bem detalhada, que por vezes soa poética de tão bom o modo que as palavras são colocadas, o autor conseguiu criar uma trama capaz de submergir o leitor naquilo até o final. De acordo com Stephen King, a leitura dessa história faz com que você esqueça completamente o mundo que conhece. Ele não está errado.

O começo é bem lento, mas levando em conta o tema do livro, essa lentidão se faz necessária para que nenhum detalhe seja perdido. A personagem Amy é uma criança inocente que não vive em condições sócio econômicas muito boas e com uma sucessão de fatos ela acaba se tornando uma cobaia para testes do vírus, juntamente com outros doze prisioneiros. Cronin mostrou grande preocupação quanto à construção de cada um deles, mas uma atenção especial foi dada à Amy e Carter, que têm suas vidas contadas e desempenham papéis importantes na trama.

Dividido em partes, a história conta com uma grande passagem de tempo. A Colônia é onde boa parte do enredo se passa e os personagens que fazem parte daquela comunidade são louváveis e inesquecíveis. Soa clichê, mas boa parte dos pontos positivos são por causa deles, que foram bem construídos e são muito críveis. Em maio a paisagens desérticas, cidades arruinadas e virais sedentos por sangues, a história se torna mais interessante porque os protagonistas são, sem exceção, dignos de toda honra.

O que diferencia A Passagem dos outros livros de ficção é a forma com que Cronin leva o leitor para conhecer um mundo novo  e desconhecido. Apesar de não ser tão "novo" um enredo sobre seres que matam por sede de sangue, a história que está por trás de tudo isso é bem elaborada. O suspense é dado na medida certa e a trama passa por vários estágios e lugares, sendo uma verdadeira viagem com muita ação e aventura. Com personagens reais e um enredo de tirar o fôlego, A Passagem é o tipo de leitura que, de tão boa, te faz fechar os olhos e sentir que faz parte daquilo tudo.