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A Ascensão do Dragão - George R.R. Martin

12 de junho de 2024

Título: A Ascensão do Dragão - Uma história ilustrada da dinastia Targaryen - A Ascensão do Dragão #1
Autores: George R.R. Martin, Elio M. García Jr. e Linda Antonsson
Editora: Suma
Gênero: Fantasia Épica/ Ação/Aventura
Ano: 2024
Páginas: 352
Nota:★★★★★
Sinopse: A Ascensão do Dragão é um guia excepcional sobre a casa mais poderosa de Westeros, com 180 ilustrações inéditas dos Targaryen, de seus dragões e das tradições dos Sete Reinos.
Durante os séculos em que os Targaryen ocuparam o Trono de Ferro, seus dragões comandaram os céus. A jornada da única família de senhores de dragões que sobreviveu à Destruição de Valíria é o retrato de uma política tortuosa forjada por atos nobres e covardes, alianças e traições. Como no épico romance Fogo & Sangue, A Ascensão do Dragão retoma o surgimento dos Targaryen e sua chegada ao poder, desde a conquista de Westeros por Aegon Targaryen até a infame Dança dos Dragões ― a sangrenta guerra civil que quase destruiu de uma vez por todas seu reinado.

Resenha: A Ascensão do Dragão é um guia e edição de colecionador do universo das Crônicas de Gelo e Fogo, que traz os detalhes mais importantes da história presente no livro Fogo & Sangue, com ilustrações belíssimas e inéditas de personagens, e cenas memoráveis dos acontecimentos que marcaram as primeiras gerações da casa Targaryen, desde a Conquista de Westeros por Aegon Targaryen e suas irmãs e esposas, Visenya e Rhaenys, como foram os reinados daqueles que herdaram o Trono de Ferro, até o ano de 136 DC, pouco depois da Dança dos Dragões e da coroação do rei Aegon III.

É muito interessante acompanhar esse universo criado por Martin e como ele consegue expandir a história para as demais casas de Westeros fazendo parecer fatos históricos. Os detalhes das intrigas políticas, do jogo de poder, das ambições e das traições, das batalhas sangrentas com direito a dragões gigantescos e muito fogo. Os personagens são muito complexos e muito bem construídos, é fácil entender as motivações de cada um deles dentro do contexto em que vivem por piores que sejam, só não vale se apegar muito porque, como todos sabem no que diz respeito aos livros do autor, a morte (inesperada ou não) é só mais um detalhe...

Mesmo que seja um resumo do livro Fogo & Sangue, é possível entender todos os acontecimentos, saber porque alguns personagens são chamados de nomes como "A Rainha que Nunca Foi", além de amarrar os fios para saber como tudo começou e por que está tomando determinada direção, sem perder nenhum detalhe.

Como o livro é bastante informativo, quase como uma enciclopédia com direito a árvore genealógica dos Targaryen, ele também faz um resumo das principais casas de Westeros para que o leitor possa entender as origens de cada casa, a localização no continente, porque elas ocupam a posição política que têm e por que se aliaram ou se tornaram inimigos de outras casas.
A leitura é fluída, a escrita prende a atenção como poucas prendem e é impossível não entrar num completo estado de imersão durante a leitura imaginando que, de alguma forma, tudo aquilo deve ter existido de verdade em algum momento da história da humanidade devido a riqueza de detalhes e forma de contar a história que o autor tem. Quem já conhece os livros sabe do que estou falando...

Pra quem quer se aprofundar nessas origens, pra quem está acompanhando a série na HBO e quer mais detalhes sobre os personagens (tanto os que aparecem quanto os que ficaram de fora) ou quer comparar a adaptação e tem interesse em acompanhar a trajetória dos Targaryen para saber o que acontece nos séculos que antecedem os acontecimentos de As Crônicas de Gelo e Fogo, é livro recomendadíssimo e item obrigatório pra quem é fã.

Games - Red Dead Redemption II

8 de junho de 2023

Título:
Red Dead Redemption II
Desenvolvedora: Rockstar Games
Plataforma: PC/PS4/PS5/Xbox
Categoria: Ação/Aventura
Ano: 2018
Classificação Indicativa: 18+
Nota: ♥♥♥
Sinopse: América, 1899. O fim da era do Velho Oeste começou quando os homens da lei caçam as últimas gangues de bandidos remanescentes. Aqueles que não se rendem ou sucumbem são mortos.
Depois que um assalto dá terrivelmente errado na cidade de Blackwater, no oeste do país, Arthur Morgan e a gangue Van der Linde são forçados a fugir. Com agentes federais e os melhores caçadores de recompensas do país se aglomerando em seus calcanhares, a gangue deve roubar, roubar e abrir caminho através do coração acidentado da América para sobreviver. À medida que divisões internas profundas ameaçam separar a gangue, Arthur deve fazer uma escolha entre seus próprios ideais e a lealdade à gangue que o criou.

Red Dead Redemption 2 é um jogo de ação e aventura que se passa em 1899, final do século XIX, no auge do Velho Oeste americano.
A trama acompanha a história do protagonista Arthur Morgan, um fora da lei com seus 36 anos de idade e um dos membros mais antigos da gangue Van der Linde, liderada por Dutch Van der Linde, um homem ambicioso que sempre tem um plano na manga. A narrativa se desenrola em uma época de transição nos EUA (onde U$1,00 era uma fortuna), com a civilização avançando para a modernidade, e suas novas leis ganhando espaço sobre toda a bandidagem e a selvageria do Velho Oeste.


Tudo começa quando um grande roubo na cidade fictícia de "Black Water", no Estado de "West Elizabeth", fracassa e a gangue precisa fugir pra escapar das autoridades. Com as cabeças a prêmio, eles partem às pressas pro norte do Estado de "Ambarino", uma região montanhosa e glacial. Em meio a uma terrível nevasca, eles decidem se esconder até a barra estar limpa, mas a gangue precisa esperar a tempestade diminuir pra depois voltarem para a civilização numa tentativa de conseguirem dinheiro o suficiente para "desaparecerem" e recomeçarem suas vidas, mas tudo começa a sair do controle e dar errado quando Dutch decide não dar ouvidos a Hosea Matthews, cofundador e figura paterna da gangue, e se deixar levar pelas ideias de Micah Bell, um criminoso bastante experiente que está na gangue há apenas seis meses que nunca conquistou a confiança de Arthur. 


Com direito a tiroteiros, emboscadas de gangues rivais e perseguições de autoridades policiais, o jogo traz uma história envolvente, personagens únicos, gráficos e paisagens deslumbrantes e um enorme mundo aberto cheio de detalhes e segredos (muitos deles bem obscuros) a serem explorados e descobertos, e esses detalhes, sejam nos gráficos ou na própria história, fazem toda a diferença pra que o jogo seja ainda mais admirado e surpreendente. Cada personagem tem uma história de vida bem difícil, muitas vezes carregadas de traumas e, ao longo da jornada de Arthur, isso vai se revelando de forma gradual, prendendo a atenção do jogador e criando um enorme apego sentimental. O jogo aborda temas complexos, como lealdade, sobrevivência, honra, vingança, arrependimento, redenção e a luta contra o avanço do progresso, trazendo personagens com cargas dramáticas e problemas pra lidar que envolvem o jogador, mexendo com suas emoções.



A jogabilidade de Red Dead Redemption 2 é uma mistura perfeita de ação, exploração e interação com o mundo ao seu redor. O mundo é repleto de atividades e desafios, oferecendo ao jogador uma imensa liberdade para explorar da forma que quiser, mergulhar na vida do Velho Oeste e tendo uma das mais incríveis experiências de imersão nesse universo. Podemos caçar animais, pescar (o que requer muita paciência) e colher ervas, flores e frutos para obter recursos; ajudar pessoas no meio do caminho das mais diversas formas; ir em pequenos mercados comprar suprimentos ou em saloons encher a cara; se hospedar em hotéis pra descansar e tomar banho; domar cavalos selvagens que, a depender da raça, tem características de personalidade diferentes; roubar carroças, trens e bancos; melhorar as armas para que fiquem mais eficientes durante os confrontos; participar de tiroteios épicos com direito a câmera lenta quando um tiro acerta um adversário em cheio; caçar tesouros, e uma infinidade de outras opções. Além disso a liberdade de se fazer ações que definem o estilo do jogo fica a critério do jogador, quando ele decide se Arthur vai ser honrado fazendo as coisas certas e tendo pequenos privilégios, ou se vai sair por aí aterrorizando as pessoas e viver sendo perseguido pelas autoridades e caçadores de recompensas.



O jogo oferece as missões principais que formam a história central, mas é cheio de missões secundárias e outras tarefas pra prolongar a experiência, e em muitas delas fazemos escolhas que podem interferir na honra e nos acontecimentos futuros. Essas missões tem um nível diferente de dificuldade e duração, algumas são mais sérias e outras são mais engraçadas e nonsense, mas todas juntas só colaboram para percebemos o quanto a história é boa e também pra termos uma boa noção de como as coisas eram precárias antigamente, como as doenças eram tratadas, e também ficarmos indignados por como eram as coisas na sociedade daquela época, principalmente pelos costumes e à cultura que eram "normais", como racismo, eugenismo, fanatismo religioso, patriarcado, violência contra a mulher e outras coisas abomináveis e absurdas. Inclusive posso dizer que a forma como Arthur pode reagir a esses malucos para que tenham os devidos castigos é de uma imensa satisfação. E como no Velho Oeste tudo acaba em tiroteio, morte, sangue e tripas escorridas, não teria como o jogo ter classificação indicativa pra menores de 18 anos.



Os visuais e a mecânica de Red Dead Redemption 2 são simplesmente deslumbrantes. A iluminação, os efeitos climáticos, os biomas diferentes com fauna e flora próprias, closes imponentes e os movimentos dos personagens contribuem para uma experiência visualmente realista e imersiva. Cada detalhe da história e do ambiente são cuidadosamente projetados, desde o cabelo e a barba de Arthur que crescem com o passar do tempo, suas roupas ou o cavalo que ficam sujos caso ele precise carregar alguém ensanguentado ou caia na lama, a tia do acampamento que o xinga e o obriga a tomar banho se ele fica muito tempo sem cuidar da própria higiene, até as vilas ou cidades que tem características arquitetônicas únicas com seus habitantes que dão vida ao lugar.



Durante as visitas nas cidades, seja a passeio ou missão, percebemos os moradores levando suas vidas, trabalhando, construindo casas, conversando, bebendo, brigando, sendo roubados, vadiando por aí, protestando para reinvindicarem direitos e, dependendo do que Arthur fizer, eles ainda vão reagir de forma amigável ou hostil, além de se lembrarem por muito tempo das ações que o protagonista tem alí a ponto de terem reações diferentes quando reencontram Arthur. Com isso descobrimos subtramas que enriquecem a história e tornam o jogo ainda mais rico, interessante e incrível, além de ser possível bolar várias teorias com alguns personagens misteriosos que estão envolvidos em alguma coisa suspeita. É impossível não se apegar a Arthur e seu cavalo, não se preocupar em cuidar de suas necessidades e não querer que nada de ruim aconteça a eles.



Arthur é um personagem totalmente diferente de qualquer outro que já soube da existência. Ele começa como um bandido que, aparentemente, só se importa com dinheiro, que faz tudo pra ajudar a gangue e que obedece todas as ordens de Dutch. Mas, a medida que o tempo passa, ele começa a observar melhor as pessoas e suas atitudes e escolhas, começa perceber o que está acontecendo ao seu redor e passa a refletir sobre a vida e sobre seu papel no mundo, o que ele poderia fazer de bom e quem ele precisa ajudar antes que o pior aconteça.



A trilha sonora é magnífica, com composições que complementam perfeitamente a atmosfera do Velho Oeste e dando intensidade emocional às cenas. Desde músicas suaves e melancólicas até faixas empolgantes durante momentos de ação, a música é um elemento essencial para envolver o jogador na narrativa. A dublagem original também é muito bem feita, com vozes marcantes e até sotaques caipiras ou de outros países bem carregados.



No mais, com uma história rica e envolvente que ao final me fez ficar aos prantos, personagens muito bem desenvolvidos, jogabilidade excelente e um mundo aberto impressionante, Red Dead Redemption 2 é uma obra-prima que, por mais que já tenha alguns anos de lançamento, nunca vai perder seu brilho e merece ser apreciada. A experiência única e imersiva no Velho Oeste vai ser tão emocionante quanto inesquecível.

Games - Cult of the Lamb

29 de agosto de 2022

Título:
Cult of the Lamb
Desenvolvedora: Massive Monster
Plataforma: PC/PS4/PS5/Xbox/Nintendo Switch
Categoria: Aventura/Ação/Fantasia
Ano: 2022
Classificação Indicativa: 14+
Nota: 
Sinopse: Crie seu próprio culto em uma terra de falsos profetas, aventurando-se por regiões misteriosas e diversas para criar uma comunidade fiel de Seguidores da floresta, e para propagar sua Palavra e se tornar o único culto verdadeiro.



Desenvolvido pela Massive Monster e publicado pela Devolver Digital, Cult of the Lamb é um jogo indie que, traz uma das propostas mais "peculiares" que já encontrei.
A história do game gira em torno de uma profecia onde um cordeiro seria o responsável por libertar uma poderosa entidade maligna que fora aprisionada há muitas eras (por motivos que não cabem explicar para evitar possíveis spoilers). Sendo assim, os quatro bispos da Fé Antiga, criaturas poderosas e igualmente sombrias, passaram a caçar e executar todos os cordeiros dessas terras, acreditando que a extinção dessa espécie seria a garantia de que a dita entidade, aqui chamada de "Aquele que Espera", jamais iria escapar das profundezas de onde foi acorrentada, e o reino da Fé Antiga permaneceria forte e eterno sob o poder dos falsos profetas.


Tudo começa quando o último cordeiro, uma criaturinha indefesa e inocente, é capturado para ser sacrificado num tipo de ritual religioso. O pobrezinho não tem escolha a não ser se ajoelhar diante dos bispos e aceitar a morte certa. Porém, após o golpe certeiro do machado de seu algoz, ele acorda num lugar diferente, onde é recebido pelo próprio Aquele que Espera. Ter a alma do último cordeiro executado sob seu poder era tudo o que aquela entidade diabólica precisava para colocar seu plano de fuga em prática, e para isso, os dois fazem um pacto: Em troca de ter a vida de volta e se vingar de seus executores, o cordeirinho deveria criar um culto para reunir seguidores fiéis e matar os falsos profetas para que ele pudesse se libertar. E para ter os poderes necessários para essa tarefa tão importante, Aquele que Espera oferece sua própria Coroa Vermelha, seu maior símbolo de poder, que também irá conceder poderes ao cordeiro durante sua jornada. A partir daí, o pequeno parte numa missão para confrontar a Fé Antiga onde, além de explorar locais secretos para enfrentar um monte de criaturas perigosas, derramar muito sangue e ficar cada vez mais forte, ele também terá que resgatar e doutrinar a maior quantidade de seguidores possível para o culto (afinal, eles são a fonte do poder do cordeiro), trabalhar para aumentar - e manter - a fé e a lealdade do rebanho, gerenciar a base para cuidar de suas necessidades e impedir que eles se revoltem ou abandonem o culto, e realizar os mais diversos - e bizarros - rituais em sua igreja para fortalecer a seita.


A mecânica do jogo é bastante interessante e inicialmente me lembrou jogos como Don't Starve e Stardew Valley com a pegada da animação Happy Tree Friends. A jornada é dividida no gerenciamento do culto e na exploração das quatro dungeons onde cada uma está sob domínio de um dos bispos. Elas são desbloqueadas a medida que novos seguidores se juntam ao culto, assim como o nível de dificuldade das batalhas dos monstros que aparecem aumenta. Os elementos dessas duas funções de gerenciamento e exploração estão interligados e requerem que o jogador vá intercalando as tarefas e as missões para poder avançar. Cada cruzada vai render uma experiência única, pois os mapas, os eventos e os espólios sempre mudam a cada exploração. Mesmo que o cordeirinho morra durante as batalhas, com o poder da Coroa Vermelha ele ressucita e não perde por completo tudo o que foi coletado pelo caminho, logo é bom estar atento a certos tipos de habilidades adquiridas para poder facilitar o processo de retorno ao culto em caso de morte ou em caso do jogador não queira continuar a exploração naquele momento por qualquer motivo.


É preciso construir diversas estruturas para suprir as necessidades dos seguidores, como tendas para que possam dormir, banheiros para que não saiam fazendo cocô por aí tornando o lugar insalubre, cozinha para o preparo da comida para que ninguém morra de fome, fazendinhas para cultivo de frutas e legumes pra prover o sustento, centro de cura para os enfermos se recuperarem, prisões para castigar os rebeldes, covas para enterrar os cadáveres, decorações variadas e etc. Tais construções requerem a coleta de recursos para que se possa pagar o preço de cada uma delas, então é necessário coletar madeira, pedra, ouro e etc, tanto na base quando nas explorações.

Com o progresso da jornada, o aprimoramento da base e com a devoção dos fiéis, são desbloqueados novos itens e estruturas, rituais e doutrinas que dão mais poder à Coroa Vermelha, armas e maldições para ajudar nas batalhas, cartas de "tarô" que dão algumas pequenas vantagens durante as lutas, e até novas skins para personalizar os seguidores e deixa-los com a carinha de vários animais ou criaturas.
O mapa da terra ancestral também vai sendo desbloqueado aos poucos, e o cordeiro pode viajar para conseguir novos recursos, fazer missões específicas para conseguir novos itens e desbloquear mais funções, pescar, se divertir com mini jogos que podem dar bônus ou itens importantes, e conhecer e interagir com criaturas que podem ajudar de alguma forma nessa incrível e macabra jornada.



Um detalhe muito bacana é a questão do jogador poder seguir por um caminho mais benevolente onde ele prioriza o bem estar dos seus súditos, ou ser um completo sádico e não ter piedade de ninguém, incentivando inclusive o canibalismo. São escolhas que vão desbloqueando habilidades e poderes específicos e que vão moldar essa pequena sociedade que deve obediência ao cordeiro. Não basta apenas conquistar esses seguidores, é preciso mantê-los "na linha" ao mesmo tempo em que se tenta respeitar a compreensão que eles tem do significado da fé. Eles possuem aspectos específicos e a forma deles encararem a vida ou aceitar certas imposições são únicas. Alguns perdem fé caso presenciem mortes por terem medo, enquanto outros ganham fé caso fiquem doentes pois encaram isso como um tipo de provação divina. Alguns são mais difíceis de serem convencidos pela palavra e demoram mais pra subir de nível, outros parecem gostar de causar discórdia no culto e fazem várias intrigas por aí, e cabe ao cordeiro decidir acatar ou não o que eles começam a pedir, enfim... é preciso lidar com essas particularidades de cada um, assim como as consequências das escolhas que forem feitas e o que fica estabelecido a partir de então dentro da seita.


Os gráficos dispensam maiores comentários, pois tudo é muito bonito, cheio de cor e movimento. Além da arte fofa, o jogo me ganhou pelos pequenos detalhes, como vento e chuva, coisinhas que aparecem somente durante o dia ou a noite, as batalhas cheias de efeitos, e os sons como sussurros ou outras horripilâncias. O que marca é essa ambientação que mistura o macabro com o bonitinho.

Talvez a repetição de tarefas e cenários, ou a pouca variação dos combates possa ser cansativa pra alguns jogadores, talvez encontrar um seguidor com uma demanda específica no meio de muitos quando o culto cresce pode ser bem trabalhoso, mas Cult of the Lamb é o tipo de jogo que me agrada muito por trazer gerenciamento de recursos, batalhas dinâmicas, e exploração de mapas onde é possível dedicar várias horas sem sequer ver o tempo passar, e tudo isso num completo misto de temas envolvendo uma seita bizarra liderada por um cordeirinho que fez um pacto demoníaco e agora está possuído e tem sede de sangue e poder. É uma combinação improvável de elementos distintos que, ao meu ver, deu super certo. Quem imaginou que o capeta seria um bichinho tão engraçadinho e amassável, morando numa vilinha colorida, liderando criaturinhas felizes e saltitantes que podem ser sacrificadas a qualquer momento num ritual apavorante? *-*


É aquela coisa... E se, depois da morte, você fizesse um pacto pra voltar a vida? E se, ao retornar, você cuidasse de uma vila? E se nessa vila você organizasse uma seita? E se você usasse os poderes que ganhou com a seita pra se vingar de quem te matou?
É uma loucura sem fim? Com certeza, mas é muito, muito divertido. Não é a toa que o jogo conquistou e bateu a marca de 1 milhão de jogadores em tão pouco tempo depois de lançado, e posso dizer que se tornou um dos meus favoritos.

O Gene - A.G. Riddle

6 de fevereiro de 2017

Título: O Gene - Atlântida #1
Autor: A.G. Riddle
Editora: Globo Alt
Gênero: Sci-Fi/Ação
Ano: 2016
Páginas: 568
Nota:★★★★☆
Sinopse: Em uma expedição na costa da Antártida, pesquisadores encontram uma misteriosa estrutura enterrada em um iceberg. A milhares de quilômetros dali, na Indonésia, a Dra. Kate Warner pesquisa a cura para o autismo em crianças através de experiências genéticas. Quando essas crianças são sequestradas, um agente de segurança altamente habilitado acredita ter encontrado uma ligação entre esses dois fatos e busca desvendar uma conspiração global que ameaça toda a humanidade.

Resenha: O Gene é o primeiro volume da trilogia Atlândida escrita pelo autor A.G. Riddle e publicado pelo selo Globo Alt.

A história começa com uma expedição na costa da Antárdida onde uma misteriosa estrutura é encontrada sob um iceberg por alguns pesquisadores.
A milhares de quilômetros dalí, em Jacarta, na Indonésia, a geneticista Kate Warner está trabalhando incansavelmente num projeto envolvendo experiências genéticas em busca da cura para o autismo, mas ela acaba descobrindo algo tão grande que seria perigoso caso fosse revelado. Por mais que sua descoberta fosse um grande passo para o próximo estágio da evoluçao genética, ela também pode ser o motivo da extinção da maior parte da humanidade. Devido a isso, Kate é levada à organização Imari International e lá conhece David Vale, um agente da Clocktower que combate o terrorismo mas que é suspeita de ter ligações com aqueles a quem ele deve combater, principalmente quando duas crianças são sequestradas e tudo leva a crer que a Imari está envolvida. Assim, os dois se unem e partem numa jornada frenética em busca de respostas.

A história se inicia de forma um pouco confusa, apresentando alguns fatos desconexos e aparentemente sem muito sentido, o que é comum para o gênero. A narrativa é feita em terceira pessoa e a trama vai se desenrolando gradualmente e de forma bem fluida, abordando fatos - a maioria relacionados a História e a Ciência -, e apresentando personagens que, inicialmente, parecem não possuir conexão, mas que acabam fazendo parte de uma enorme e complexa teia de conspirações globais que possuem um ar de realismo tão grande que parece ir além da ficção. Inclusive a escrita do autor faz com que as cenas sejam visualizadas como se estivéssemos assistindo um filme.
Embora a história seja complexa e com um alto nível de informações que requerem bastante atenção, não há dificuldade no entendimento, e o ritmo constante dos acontecimentos colaboram para uma leitura rápida, fazendo com que suas quase 600 páginas, que podem assustar de início, passem voando.
Há muitos momentos de tensão que nos tiram o fôlego, os diálogos são inteligentes, os personagens para se amar e odiar estão alí e são bem construídos, e o dinamismo da trama fazem da história algo impossível de se largar.
Como todo bom enredo que envolve ação, aqui o leitor se depara com protagonistas que, embora ainda não tenham plena ciência da gravidade do que está acontecendo e pareçam estar perdidos até certo ponto, eles estão em busca de respostas e acabam se metendo em situações muito perigosas dignas de produções de Hollywood (e sim, os direitos do livro já foram adquiridos para uma adaptação cinematográfica).

Pra quem é fã de Dan Brown (Ponto de Impacto é a obra mais parecida) ou curte livros de ficção científica com aquela pegada de ação, mistério e suspense, e que convidam o leitor a descobrir as respostas para as questões levantadas junto com os personagens, O Gene é leitura que surpreende e é mais do que recomendada.
Ansiosa pelo próximo volume, A Praga.

Órfão X - Gregg Hurwitz

20 de janeiro de 2017

Título: Órfão X
Autor: Gregg Hurwitz
Editora: Planeta de Livros
Gênero: Sci-Fi/Ação
Ano: 2016
Páginas: 336
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Quando garoto, Evan Smoak foi recrutado no orfanato onde vivia para fazer parte de um programa americano ultrassecreto. Rebatizado de Órfão X, ele foi treinado para ser um exímio assassino e enviado aos piores lugares do mundo para missões que ninguém mais conseguia executar. Depois de longos anos de atividade, Evan deixa o programa e usa as habilidades de agente secreto para “desaparecer” e viver para um único propósito, agora sob o codinome de “Homem de lugar nenhum”: salvar e proteger pessoas pobres e indefesas como ele havia sido. No entanto, seu passado de matador sangrento passará a assombrá-lo e também a seus protegidos. Alguém tão bem treinado quanto ele – talvez um ex-colega de programa?– está na sua cola, para tentar eliminá-lo.

Resenha: Órfão X conta a história de Evan, um homem que foi treinado para ser um espião. Ele, que está acostumado a muitas identidades e metamorfoses, vive uma vida clandestina, mas com muitos luxos. Depois de decidir pelo anonimato para ajudar pessoas comuns, ele descobre estar sendo perseguido e um inimigo poderoso tentará eliminá-lo a todo custo.

O enredo criado por Gregg Hurwitz é muito semelhante a um filme de ação: cenas dinâmicas, diretas e uma narrativa recheada de descrições de lutas e tensão. O personagem principal, o assassino de aluguel, tem sua história contada em capítulos alternados entre o passado, quando se tornou um membro do programa Órfão, e o presente, onde abandonou isso para ajudar aos outros. Após salvar Morena, uma jovem latina que estava enrascada num problema, o homem passa seu número de telefone a ela e a instrui a passar o contato a alguém que necessite de algum tipo de socorro. Deste modo, Evan passa a ajudar uma outra pessoa, e essa nova missão faz com que, além de proteger, ele precise fugir também.

Há uma breve explicação sobre as origens de Evan, mas não é tão aprofundado, já que o foco está na ação e nas situações vividas pelo protagonista em busca de justiça. Um romance pequeno surge como uma pequena chama que se acende e apaga rapidamente. É notável que o enlace de Evan com uma personagem feminina foi necessário para dar um toque diferente ao conjunto, já que o envolvimento cativa e serve como gancho para mais ação.

Órfão X é o que podemos considerar um bom roteiro para um filme. Diferente de alguns livros, que usam a ação misturada ao romance, aqui temos em pouco mais de trezentas páginas muito mais ação e menos amor. Em alguns aspectos a história se mostra meio rasa, pois o protagonista teve seu passado mostrado de forma nebulosa, e no presente ele ainda é um enigma. O conteúdo do livro tem um foco maior na ação do que descrever minimamente a personalidade do espião. Vale lembrar que este livro é o primeiro volume de uma trilogia que tem previsão de lançamento ainda para o primeiro trimestre de 2017 no exterior.


Arena 13 - Joseph Delaney

22 de agosto de 2016

Título: Arena 13 - Arena 13 #1
Autor: Joseph Delaney
Editora: Bertrand
Gênero: Fantasia/Distopia/Ação
Ano: 2016
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Leif tem uma única ambição: tornar-se o melhor lutador da famosa Arena 13. Lá, os espectadores apostam em qual lutador vai derramar sangue primeiro. E, em ajustes de contas, apostam em qual lutador vai morrer. Mas a região é aterrorizada por Hob, um ser maligno que se deleita torturando a população e exibe o seu poder devastador desafiando combatentes da Arena 13 a lutas até a morte quando bem entende. E isso é exatamente o que Leif quer, pois ele conhece bem os crimes de Hob. E, no cerne da sua ambição, arde o desejo de vingança. Leif procura revanche contra o monstro que destruiu a sua família. Mesmo que isso lhe custe a vida.
Resenha: Arena 13 é o primeiro volume da série homônima escrita pelo autor Joseph Delaney (o mesmo da série As Aventuras do Caça Feitiço) e publicado no Brasil pela Bertrand.

A Arena 13, em Gindeen, atrái todo tipo de gente: desde aqueles que almejam emoção ou aquele que procuram uma ótima oportunidade de ganhar dinheiro fácil sem ter que trabalhar pra isso. Lá é onde se travam as Trigladius, batalhas mais sangrentas já vistas entre humanos e Lacs, androides programados com uma linguagem controlada por humanos chamada Nym. Os Lacs são programados pelos seus mestres para obedecerem comandos de voz e movimentos, e estão ligados diretamente ao lutador para atuarem em sincronia. Humanos não podem usar armaduras para se protegerem e é obrigatório que haja um corte para que o sangue possa ser derramado. Essas competições possuem muitas regras, mas o mais importante é que elas sustentam apostas que levam as pessoas à Arena para serem espectadoras do que envolve, não só a vida e a morte, mas, a honra dos lutadores. Ao fim, basicamente, ganha quem desativar os Lacs dos oponentes e/ou matar seus rivais.

Leif é um garoto órfão cuja maior ambição é se tornar o melhor lutador da Arena 13, um lugar onde o objetivo principal do combate é cortar a carne humana para haver muito derramamento de sangue. Hob é um djinni, uma criatura cruel e maligna. Ele governa Midgard é o principal combatente que aterroriza a região e se deleita ao lutar até destruir seus oponentes.
Depois de participar de uma pequena batalha, Leif vence e consegue um bilhete azul premiado, e este bilhete corresponde ao seu ingresso aos treinamentos com o melhor. Seu objetivo inicial é ser um dos discípulos de Tyron, o maior e melhor modelador da linguagem Nym que poderia treiná-lo. Assim o garoto poderia vingar a destruição que Hob causou em sua família.

Antes mesmo dos capítulos serem iniciados, o autor apresenta as regras do combate na Arena, e é tudo tão violento e aterrorizante que o estômago chega a embrulhar. Narrado em primeira pessoa, acompanhamos Lief nessa jornada em meio a uma trama complexa e sangrenta, que tem como base o garoto que perde os pais para um vilão maligno e agora está em busca de vingança. Seria clichê se não fosse pela construção de mundo e criatividade do autor em inserir elementos que vão desde magia até uma tecnologia avançada que envolve programação, porém a utilização de referências de outras mitologias acabam tornando um pouco difícil a compreensão e a visualização desse universo.
Talvez por ser o primeiro livro da trilogia, Arena 13 é bastante introdutório e até mesmo didático, talvez para explicar e familiarizar o leitor com os termos malucos, ao funcionamento das batalhas e com o cenário criado pelo autor, mas ainda senti falta de outras explicações.

Os personagens são bem construídos mas não tão complexos quanto o universo propriamente dito. Cada um deles tem suas próprias motivações mas eles não são tão simpáticos a ponto de terem feito com que eu me apegasse a eles. Eu não consegui me afeiçoar a nenhum deles e nem mesmo a contrução dos relacionamentos entre cada um conquistou minha simpatia imediata.
O destaque maior pra mim é Kwin, filha de Tyron. Ela é destemida, age por impulso e faz o tipo rebelde sem causa. Mulheres não podem lutar, mas o sonho dela é batalhar nas Arenas. Senti que em vários momentos ela usava Lief ou só se comportava de forma intransigente para confrontar o pai, mas apesar de tudo confesso que ela é bem forte e tem espaço para ser melhor desenvolvida nos próximos livros.

Alguns pontos tornaram a leitura um pouco previsível, mas ainda assim instigante. A escrita também é muito boa e colaborou bastante para um envolvimento maior com a história.
A construção de mundo foi interessante e a impressão é que, embora seja algo futurístico devido aos lacs e a tecnologia excêntrica, a cultura segue os moldes medievais no que diz respeito a atmosfera e aos gladiadores sinistros que tornam as batalhas tão violentas. Mesmo que Lief ainda esteja em treinamento, é impossível não pensar no Coliseu, em Roma quando tais batalhas são mencionadas.

Durante a leitura é possível perceber alguns detalhes bem sutis que, posteriormente, se revelam verdadeiras surpresas. Algumas reviravoltas tornam a trama mais dinâmica e recheada de muita ação e suspense, mas devido a complexidade da história e a quantidade de detalhes a se lembrar, o livro acaba sendo um pouco difícil e requer atenção redobrada para que se possa compreender os fatos ao ponto de se envolver com os acontecimentos.
O livro é voltado ao público jovem que curte fantasia e games estilo RPG. O segundo volume, The Prey, já foi lançado em inglês.

Na Telinha - Esquadrão Suicida

9 de agosto de 2016

Título: Esquadrão Suicida (Suicide Squad)
Produção: DC Entertainment e Warner Bros
Elenco: Will Smith, Margot Robbie, Viola Davis, Jared Leto, Jay Hernandez, Cara Delevingne, Joel Kinnaman, Karen Fukuhara, Adam Beach, Scott Eastwood, Jai Courtney, Adewale Akinnuoye-Agbaje
Gênero: Ação
Ano: 2016
Duração: 2h 10min
Classificação: 12 anos
Nota:★★★
Sinopse: Reúna um time dos super vilões mais perigosos já encarcerados, dê a eles o arsenal mais poderoso do qual o governo dispõe e os envie a uma missão para derrotar uma entidade enigmática e insuperável que a agente governamental Amanda Waller (Viola Davis) decidiu que só pode ser vencida por indivíduos desprezíveis e com nada a perder. No então, assim que o improvável time percebe que eles não foram escolhidos para vencerem, e sim para falharem inevitavelmente, será que o Esquadrão Suicida vai morrer tentando concluir a missão ou decidem que é cada um por si?

Após os eventos de Batman vs Superman - A Origem da Justiça, o governo americano decide apostar no plano arriscado e ambicioso de Amanda Waller (Vila Davis): Sua ideia é formar uma equipe controlada pelo governo com os piores super vilões que os super heróis já ajudaram a capturar a fim de combater forças malignas e sobre-humanas.
Waller escolhe a dedo vilões com pontos fracos que os tornariam vulneráveis a ela, e seu time fica composto por Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Bumerangue (Jai Courtney), El Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e, até certo ponto, Magia (Cara Delevingne). A equipe, muito individualista em que cada um possui seus próprios interesses, se une às forças do governo e junto com o oficial Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara), partem numa missão suicida. Caso o plano desse errado, os vilões serviriam de bode expiatório e o governo poderia jogar a culpa toda sobre eles; caso eles quebrassem as regras, morreriam; e caso conseguissem cumprir com o acordo, teriam as penas reduzidas em dez anos.

O filme começa muito bem, a apresentação dos personagens é breve mas convence mostrando um pouco da vida de cada um deles, o que faziam como vilões e como foram capturados. O problema maior é que o foco fica sobre Pistoleiro e Arlequina, e o restante dos personagens não ganham o devido destaque causando um enorme desequilíbrio no que deveria ser uma equipe, por mais desunida que fosse. A ideia de reunir os piores dos piores é uma coisa bem bacana, principalmente uma em que os vilões seriam os responsáveis por fazer algum bem, mostrando que por mais impiedosos e cruéis que possam ser, lá no fundo ainda é possível encontrar alguma coisa, mesmo que mínima, de bom. Mas o filme inteiro eles são retratados como badasses que estão dando a mínima pra todo mundo, e chegar num ponto onde eles simplesmente decidem se importar um com o outro se tornando mais do que amigos, mas sim uma família, foi terrível e inexplicável, pois nada acontece pra justificar tais considerações.


É comum que sejam exibidas cenas que ilustrem explicações e fiquem sobre outras cenas, por exemplo, quando Waller está apresentando seu projeto e começa a falar sobre os vilões que ela quer recrutar. Ela pega a ficha de cada um deles e as cenas do passado de suas vidas vão passando enquanto ela fala sobre quem são e o que fazem, mas outros eventos entram em cena totalmente fora de cronologia e sem aviso de que são eventos de um passado recente, não sendo possível distinguir que aquilo foi algo que já aconteceu, logo fica aquela sensação de remendo, de coisa desconexa e mal explicada pois a impressão que tive é que ela recrutou os vilões antes mesmo de saber que haveria um outro vilão que iria ameaçar a cidade, e essa falta de cronologia acabou deixando tudo muito confuso. Uma indicação simples de que aquilo era um evento passado resolveria isso.

Deadshot

Somente três personagens realmente ganham as cenas nesse filme: Pistoleiro, Arlequina e Waller. Os demais parecem meros figurantes irrelevantes, sem peso e sem um arco bem trabalhado.
Amanda Waller é uma líder que marca presença com sua personalidade forte, enfrentando qualquer um que entre em seu caminho sem se deixar intimidar por ninguém. Ela se impõe entre um time de vilões perigosos sem medo e não hesita em tomar decisões drásticas em nome de um bem maior.
Pistoleiro é um mercenário. Ele é o assassino mais habilidoso que já existiu e faz o que faz por dinheiro, porém, sua filha é seu maior ponto fraco e isso faz com que sua construção e desenvolvimento sejam interessantes a ponto de torcermos por ele. A atuação de Will Smith é ótima pois ele demonstra claramento uma desenvoltura perfeita quando o assunto é empunhar armas, dar tiros certeiros pra todos os lados e se impor em meio aos demais vilões.


Arlequina é quem dá vida ao Esquadrão. Ela é linda, sexy e divertida, mas completamente perturbada e sem noção. Sua personagem é complexa e seu arco é o mais desenvolvido entre os demais mostrando que ela teve uma história trágica envolvendo abusos e transformações psicológicas irreversíveis, porém, em alguns pontos senti que a loucura dela ficou limitada a momentos de histeria irritante e uma coragem inexplicável para enfrentar e destruir criaturas das trevas com seu taco de baseball.
Já o Coringa (Jared Leto) só faz uma "participação especial". Além de ter pouquíssimas cenas, ele não faz parte do Esquadrão e sua função é, além de tentar resgatar Arlequina da prisão a qualquer custo, é ajudar a trazer a história dela à tona através de flashbacks da própria, mostrando que ela só se tornou quem é devido aos abusos e manipulações que sofreu nas mãos dele. Mesmo que fique óbvio que Arlequina foi uma vítima, não há muitos detalhes sobre esse relacionamento doentio onde ele fazia o que bem queria sem se importar em nada com ela ou com a destruição que causou em sua vida, mas ao mesmo tempo não consegue viver sem a mulher ao seu lado. No final das contas, ele é um lunático e sádico mas que não ganhou espaço suficiente para ser melhor desenvolvido e/ou comparado a outros Coringas... Logo, o papel de vilão não fica exatamente com ele, mas sim com uma criatura totalmente genérica sem um propósito realmente decente e plausível que está alí só pra reunir os vilões em missão.


Magia no começo tem uma história muito envolvente, os efeitos quando ela se transforma são muito legais e sombrios. Ela passa uma sensação de perigo que chega a arrepiar, mas é justamente quando ela decide agir por conta própria em nome de uma vingança injustificável que a coisa vira um caos.

Enchantress

Posso dizer que seus propósitos são completamente imbecis e a atuação de Cara Delevigne se resume a movimentos flutuantes com olhares enigmáticos. Parece um fantasma sujo de fuligem. Seu relacionamento com o oficial Rick Flag (enquanto Dra. June) é o mais sem sal e sem química que já vi na face da Terra e não transpassa em momento algum um amor tão grande assim a ponto de ele se juntar à missão em nome dele...
El Diablo é aquele que carrega a culpa por ter perdido a família quando perdeu o controle de seus poderes infernais, mas sua forma de redenção foi um fiasco completo. O tempo inteiro ele demonstra ser um cara reservado, que não quer se envolver em nada, que desistiu de usar seus poderes, então fica super previsível que mais cedo ou mais tarde ele vai explodir mostrando o quão poderoso é. Super clichê, coitado.


Aparições "ilustres" de outros personagens no universo DC e que estão diretamente ligados a esses eventos estão presentes, e quando eles aparecem é impossível não vibrar, mas cheguei num ponto em que me perguntei porque diabos Waller não foi atrás da Mulher Maravilha para dar um jeito no desastre que acometeu a cidade em vez de recorrer a vilões. Era só pra dar um gostinho ao público?

O tom do filme é bastante dark e se constrasta com iluminações retrô em neon que acabam deixando as coisas mais coloridas e dinâmicas em meio a escuridão. A apresentação dos personagens é feita em forma de flashbacks com suas devidas fichas técnicas animadas e muito divertidas, com uma tipografia cheia de cores vibrantes e em movimento que se sobrepõe ao fundo escuro e que dá ao filme um estilo único e descolado, porém, peca em excesso de CGI.
Eu assisti o filme em 3D, mas confesso que é totalmente dispensável visto que não há aquela sensação de estarmos mais próximos dos acontecimentos. A legenda ainda não se concentra somente no centro da tela, fazendo com que pareça que se trata de alguma descrição qualquer em vez de diálogo. Não assistam em 3D, sério! As coisas não voam nas nossas caras quando explodem, os socos nem passam perto, e é essa a sensação que espero ter num filme 3D...

A trilha sonora conta com músicas ótimas de artistas de peso, mas não são todas que se encaixam às situações do filme. A impressão que tive foi que se a ideia da Warner/DC era fazer algo bacana como foi feito em Guardiões da Galáxia, da Marvel, falhou miseravelmente, pois a coisa em conjunto não funciona. É como se várias músicas de sucesso e que agradam a maioria fossem jogadas alí só para agradar as pessoas, mas que na verdade estão totalmente fora de contexto.


Enfim... Esquadrão Suicida não é completamente um fracasso se você não for com as expectativas nas alturas e nem se basear no marketing de peso que o filme ganhou... É um filme que entretém apesar das falhas, dos buracos e das típicas conveniências que tornam a vida dos personagens mais fácil (ou não). Will Smith, Viola Davis e Margot Robbie carregam o filme inteiro nas costas e por causa deles a ida no cinema vale a pena.

Brilhantes - Marcus Sakey

26 de janeiro de 2016

Título: Brilhantes - Brilhantes #1
Autor: Marcus Sakey
Editora: Galera Record
Gênero: Thriller/Ação/Sci-fi/Distopia
Ano: 2015
Páginas: 476
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A partir de 1980, um por cento das crianças começou a apresentar sinais de inteligência avançada. Essa parcela da população, chamada de “brilhantes”, é vista com muita desconfiança pelo restante da humanidade, que teme a forma como esse dom será usado. Nick Cooper é um deles, um agente brilhante, treinado para identificar e capturar terroristas superdotados e levá-los para a custódia do governo. Seu último alvo está entre os mais perigosos que já enfrentou, um líder responsável pelo maior ataque terrorista dos últimos tempos e que pretende começar uma guerra civil. Mas para capturá-lo, Cooper precisa se infiltrar em seu mundo e ir contra a tudo o que acredita. Denominado pelo Chicago Sun-Times como o mestre do suspense moderno, Markus Sakey criou um universo ao mesmo tempo perturbador e incrivelmente semelhante ao nosso, onde um dom pode se tornar uma maldição.

Resenha: A partir da década de oitenta, 1% das crianças nascidas começaram a apresentar sinais de inteligência avançada que superavam a de um humano comum. Considerados como anormais, eles passaram a ser chamados de Brilhantes. Inicialmente eles causaram fascínio nas pessoas, mas com o passar do tempo eles começaram a ser tratados com desconfiança e se tornaram temidos entre a população que não sabia como ou com qual finalidade os seus dons poderiam ser usados.
A fim de manter o controle sobre essas crianças especiais, todas que apresentassem sinais de que eram portadoras desse dom deveriam ser testadas e, caso a anormalidade seja comprovada, elas seriam enviadas para uma academia.
Nick Cooper é um brilhante da primeira geração. O dom especial de Nick é o reconhecimento de padrões de comportamento e a partir da sua análise com relação a postura de alguém, na menor contração muscular ou na simples sutileza de um olhar, ele é capaz de "ler" as pessoas sendo possível que ele saiba o que elas vão fazer, prevendo até mesmo seus movimentos. Ele cresceu com a ideia de que deve servir seu país por ser filho de um soldado e se tornou um agente do serviço de segurança do governos dos Estados Unidos. Seu trabalho na DAR (Departamento de Análise e Reação) é caçar outros brilhantes que apresentam uma ameaça real, que usam seus dons para cometerem crimes e que sejam suspeitos ou propensos ao terrorismo.
Após o assassinato de várias pessoas em um restaurante e tendo a intenção de iniciar uma guerra civil, John Smith, um ativista cuja voz era muito respeitada entre os brilhantes, se tornou alvo de Cooper. Embora Nick ainda não tenha pistas sobre o paradeiro de John, ele não desiste de encontrá-lo. Em meio a esta busca Nick descobre que sua filha pode ser uma brilhante de primeiro escalão após a escola ter percebido algumas características nela que a tornava diferente das demais. A idade mínima para os testes para o ingresso a academia é oito anos, mas com quatro a garota seria testada pois seu comportamento já era muito evidente. Preocupado com os testes com que a garota seria submetida, Nick vai tentar livrá-la desse processo enquanto bola um plano arriscado e perigoso para tentar capturar John, mas a ameaça contra sua família vai fazer com que ele repense suas decisões sobre o lado que ele está.

Antes de mais nada, eu estranhei muito o fato desse um livro ter sido publicado pela Galera Record já que se trata de um thriller com toques de ficção científica e distopia voltado para o público adulto, a começar pelo próprio protagonista que está na casa dos trinta anos de idade, é separado da mulher e tem dois filhos pequenos. Com todo o clima de ação e revolução política presente no enredo, a relação que ele tem com os filhos ganha destaque pois ele é um pai presente e atencioso além de manter um bom relacionamento de amizade com a ex-esposa.
O livro é narrado em terceira pessoa e, embora possa lembrar um roteiro de filme (e o livro vai mesmo virar filme), o ritmo da leitura é frenético, viciante e impossível de largar. Apesar do foco maior estar em Cooper, há uma abrangência considerável sobre os acontecimentos gerais da trama. O leitor se vê envolvido nesse mundo de corrupção através de um protagonista que luta por uma causa que não pode ser considerada como justa, já que priva os outros da liberdade, e logo, por mais que ele tenha os próprios valores, muitos poderão discordar do que ele faz com relação ao seu trabalho e enxergá-lo como um vilão, ou até mesmo torcer contra ele, por mais que em certos pontos Cooper se questione sobre o que está fazendo e se está mesmo do lado certo deste confronto. No fim considerei a jornada dele algo mais emocional e pessoal e acabei torcendo por ele.

O autor criou um universo super criativo e inteligente cujo cenário é uma versão alternativa dos Estados Unidos de 2013 com algumas poucas diferenças no que diz respeito aos avanços tecnológicos e a fatos que entraram para a história mas que aqui nunca aconteceram, como o 11 de novembro, por exemplo. O desenvolvimento é dinâmico, recheado de ação e várias surpresas onde nada é o que parece ser na realidade. A tensão entre normais e brilhantes é sólida e visível e isso é passado ao leitor de uma forma muito transparente, e apesar de todo o conflito, é possível percebermos que Brilhantes é um livro que aborda a lutra contra o extremismo e contra preconceitos que estão cada dia mais presentes dentro da sociedade e um dos pontos que considerei bastante assustador é a ideia de que o governo implanta microchips que são praticamente impossíveis de serem removidos, marcando as pessoas e chegando a ser possível fazer uma comparação odiosa com a marcação dos judeus que eram obrigados a usarem a estrela de Davi a mando dos nazistas. Há também outras questões contemporâneas abordadas, mesmo que de forma curta, como o medo que as pessoas desenvolvem daquilo que eles desconhecem ou consideram diferente, a forma como lidam com o terrorismo e até atiçam as ideias daqueles que gostam de teorias da conspiração.

A capa é super caprichada com os detalhes do mapa em alto relevo e chama bastante atenção mesmo que a primeira vista seja simples. As páginas são amarelas e a fonte tem um tamanho agradável. A diagramaçao é simples e não encontrei erros na revisão.

Brilhantes é um livro envolvente cuja trama é crível e que faz o leitor refletir acerca das questões sociais, principalmente se levarmos em consideração que o que encontramos no enredo poderia ser facilmente vivido nos dias de hoje se a situação fosse a mesma. Todos os detalhes foram bem pensados e por ser um thriller tão inteligente e que aborda questões atuais em meio a ficção de forma tão crua, se tornou um dos melhores livros que ja li. Só posso dizer que estou ansiosa pela continuação, e mesmo que o final dê a impressão de que a jornada de Cooper tenha sido concluída, sabemos que na verdade ela está apenas começando...


O Projeto Ascendant - Drew Chapman

28 de novembro de 2015

Título: O Projeto Ascendant - Garrett Reilly #1
Autor: Drew Chapman
Editora: Record
Gênero: Ação/Thriller
Ano: 2015
Páginas: 476
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Números não mentem. Governos, sim.
Garrett Reilly, aos 26 anos, tem poucas preocupações na vida: fumar maconha, jogar videogame e ganhar muito dinheiro como o melhor funcionário de uma corretora de Wall Street. Ele tem uma habilidade especial: reconhece padrões onde pessoas comuns veem apenas o caos. E é assim que percebe uma torrente de títulos da dívida pública do governo dos Estados Unidos sendo oferecida de uma só vez no mercado, o que causaria a ruína da economia norte-americana... Mas isso pode representar algo ainda mais grave.
Há uma guerra sendo travada, e ninguém foi capaz de notá-la. Quedas nas bolsas de valores, enormes desvalorizações imobiliárias, caos e destruição em servidores do Google. Sem dúvida, um inimigo poderoso está por trás de todas essas ações. E, para combater essa ameaça, as Forças Armadas precisam de alguém diferente, alguém preparado para desafios mais complexos em tempos mais difíceis. Em meio a um mundo de incertezas, resta a grande dúvida: seria Garrett Reilly o homem certo para salvar os Estados Unidos?

Resenha: Garret Reilly tem 26 anos e, além de ser mulherengo, obcecado por tecnologia e ter poucas preocupações na vida, já que vive fumando maconha e jogando video game, possui uma habilidade especial que faz com que ele seja o melhor funcionário da Jenkins & Altshuler, uma corretora de Wall Street em que trabalha: Ele possui uma incrível memória fotográfica e, sem esforço algum, consegue "ler" os números, decorando, hierarquizando, distribuindo em categorias, organizando e enxergando padrões de forma que tudo aquilo faça sentido e tenha significado. Não é nada que ele realmente quisesse fazer, mas sua cabeça simplesmente funciona assim e enquanto não consegue ver os padrões com clareza para descobrir do que se trata, se sente incomodado, cheio de formigamentos. Quanto mais claro o padrão fica após sua análise, mais relaxado e tranquilo ele ficava. A única outra forma dele se sentir relaxado e livre do tal formigamento era fumando maconha pois, ao ficar chapado, ele sentia que era uma pessoa comum e se via livre desse dom.

Num dia "monótono" de trabalho ele percebe um padrão ao analisar códigos referentes a títulos da dívida pública dos EUA. Os títulos estavam sendo vendidos em pequenos lotes e totalizavam 200 bilhões de dólares, o que causaria o caos na economia norte-americana. Tudo indicava que a China estava envolvida e a descoberta de Garret serve como um alerta que ajuda a impedir o início da ruína econômica. Mas isso é somente o início do que viria por aí... Quando a bolsa de valores começa a sofrer enormes quedas, o mercado imobiliário quebra e até os servidores do Google são destruídos, fica claro que há um inimigo poderoso lá fora... Uma guerra parece existir mas até agora ninguém havia sido capaz de perceber o que estava acontecendo, e com uma situação tão preocupante quanto esta, a solução seria o Projeto Ascendant, um programa experimental criado pelo governo. que precisava de alguém diferente para liderá-lo. Alguém como Garret. E ao lado de uma equipe composta por militares e civis, ele lidera o projeto e embarca na tarefa de salvar os EUA dessa guerra onde não se derrama sangue.

Antes de mais nada, acho importante frisar que O Projeto Ascendant está mais pra roteiro de um filme de ação do que pra uma obra literária. O autor inclusive é roteirista e sua carreira gira em torno da TV. É bem perceptível que os capítulos funcionam como tomadas de cenas, daquelas que sempre terminam de forma decisiva deixando quem assiste morto de curiosidade pra saber o que vem a seguir. Só achei que o autor peca pelo excesso na questão das descrições e detalhamentos quase aleatórios na narrativa. É estranho ler, por exemplo, que fulana se ajoelhou, tem 32 anos e fecha seus olhos castanhos, ou que ciclana é programadora, tem 1,63m, pesa 90kg e mandou alguém a merda. São muitos detalhes que se repetem e envolvem caracterização e cenários que são totalmente descartáveis e acabam tornando a leitura um pouco cansativa por não acrescentaram nada de realmente relevante, por mais que a história em si seja interessante.
Tendo isso em mente, e desde que se ignore esses pontos que poderiam ter sido melhor lapidados, é possível se deixar levar nesse mundo caótico e surpreendente que envolve política, guerras invisíveis e tecnologia tendo como cenário Wall Street, Las Vegas e até a zona rural da China

Garret é um personagem que vai despertar vários sentimentos e reação no leitor. Eu gostei dele, mas também desgostei já que mais exagerado do que ele nunca vi. Ele vive com raiva, odeia tudo e todos, não aceita receber ordens, é extremamente convencido, exibido e arrogante por se achar superior aos outros por causa da sua inteligência e percepção fora do comum, trata os outros com desdém e deboche, só se importa e demonstra interesse naquilo que lhe convém e o resto que se dane. Ele é completamente irritante com a "habilidade" que tem de saber quem é, o que quer, de onde veio, pra onde vai e o que a tal pessoa faz da vida só de bater o olho nela e analisar suas roupas, postura, modo de falar e afins... Os padrões com os quais ele lida são se limitam a apenas números e códigos.
A impressão que tive é que ele foi construído nessa forma de anti-herói para fugir do estereótipo de mocinho, mas caiu em outro estereótipo: Algo como "ele é odioso, mas a salvação dos EUA está nas mãos desse maconheiro genial. Aceitem que dói menos, bitches."

Assim, ele é apresentado como alguém insuportável, um completo idiota, mas tirado e fodástico o bastante pra despertar - de uma forma meio forçada - nossa simpatia.
Os demais personagens, apesar de terem a devida importância na trama, também são bastante batidos e Alexis, uma militar aparentemente durona, obviamente não resiste aos "encantos" desse maluco, talvez pra dar um ar de romance na história e fugir um pouco de tanta tensão/ação. Clichê...

Uma coisa que percebi é que o autor parece entender bastante, ou ter pesquisado muito, sobre economia e tecnologia. As cenas são bastante autênticas, mas um leitor sem muita noção sobre situações que envolvam o mercado acionário, tesouro público e a bolsa de valores, por exemplo, pode ficar um pouco confuso com termos utilizados e até a forma com que os personagens se preocupam com o caos que se instala ali. É necessário uma atenção maior durante a leitura devido a complexidade da trama.
É uma boa história e faz com que o leitor reflita sobre o quanto a mídia e o governo fazem de tudo para manter o povo alheio e ignorante a assuntos importantes e que afetam a vida de todos, direta ou indiretamente, abordando elementos como as consequências de se impedir cidadãos de seus direitos em nome da "segurança", os estragos que um hacker é capaz de fazer quando invade e manipula sistemas de utilidade pública e até a questão dos trabalhadores de países subdesenvolvidos e a mão de obra escrava que fornecem para grandes potências.

Indico pra quem gosta de livros no estilo de autores como Dan Brown, cujo ritmo é frenético, possui toques de bom humor e mostra conspirações e situações mirabolantes que meros mortais jamais pensaram que pudesse existir. Mas indico ainda mais pra quem gosta de filmes como A Identidade Bourne (Matt Damon), A Rede (Sandra Bullock) e até Busca Implacável (Liam Neeson).
Eu gostei do livro e recomendo, e ao saber que os direitos da obra foram comprados pela Fox para uma futura série de TV, fiquei muito mais curiosa por este formato em especial.

A Queda dos Cinco - Pittacus Lore

24 de janeiro de 2014

Lido em: Janeiro de 2014
Título: A Queda dos Cinco - Os Legados de Lorien #4
Autor: Pittacus Lore
Editora: Intrínseca
Gênero: Aventura/Ação/Juvenil/Ficção Científica
Ano: 2013
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: John Smith, o Número Quatro, achou que tudo seria diferente quando os lorienos se juntassem. Eles parariam de fugir. Lutariam contra os mogadorianos. E venceriam. Mas Quatro estava errado. Depois de enfrentarem Setrákus Ra e quase serem dizimados, os membros da Garde reconhecem que estão despreparados e em minoria. Escondidos na cobertura de Nove, em Chicago, eles planejam os próximos passos.
Os seis são poderosos, porém não são fortes o suficiente para enfrentar um exército inteiro, mesmo com o retorno de um antigo aliado. Para derrotar os mogadorianos, cada um deles precisará dominar seus Legados e aprender a trabalhar em equipe. O futuro incerto faz com que eles busquem a verdade sobre os Anciões e seu plano para os nove lorienos escolhidos. A Garde pode ter perdido batalhas, mas não perderá a guerra.
Resenha: Atenção! Essa resenha pode ter spoilers dos livros anteriores! Eu Sou o Número Quatro, O Poder dos Seis e A Ascensão dos Nove.
A Queda dos Cinco é o quarto volume da série os Legados de Lorien e dá continuidade a saga de John Smith, o Número Quatro da Garde que, enfim, depois de muitas aventuras e sufoco no meio dessa guerra contra os Mogadorianos está reunida, exceto pelo Número Cinco, que ainda não foi encontrado mas anda deixando pistas na internet para os demais. E essa é a missão inicial dos lorienos: encontrá-lo.

Ninguém sabe quem é, o que é, o que é capaz de fazer, e a expectativa de todos eles por Cinco é imensa.
A história começa com Sam aprisionado e a tensão corre nas veias do leitor, pois ninguém sabe como ele vai escapar dali e o inesperado, claro, acontece! Malcon, seu pai há muito desaparecido, em companhia de um mogadoriano do bem, Adam, o resgatam!
A guerra ainda não aconteceu, apesar dos treinamentos e dos confrontos serem frequentes e o melhor lugar no momento em que eles poderiam ficar para se recuperarem da batalha que tiveram contra Setrákus Ra e se prepararem era na cobertura de Nove, que neste volume está impagável. Todos eles estão sozinhos, sem a companhia de seus Cêpans, e só podem contar com a ajuda uns dos outros.

Narrado em primeira pessoa e com a fonte diferente para que saibamos quem é o narrador da vez (a medida que vamos lendo, pois de início é meio difícil saber quem é até que nos acostumemos com a fonte), como nos volumes anteriores, a narrativa se alterna entre alguns personagens, e dessa vez, Sam faz parte do time de narradores. O ritmo continua sendo frenético, viciante, com bastante ação, com detalhes na medida certa para que não fique cansativo ou floreado. É impossível parar o livro sem que a curiosidade pelo próximo capitulo não nos consuma.

Para não perder o costume, Sarah é uma personagem que não me desce. Simplesmente não gosto da menina por mais que ela tenha demonstrado que é confiável e está do lado de John. É um problema essa ideia de que os lorienos só se apaixonam verdadeiramente uma única vez na vida... Tenho preguiça do namoro dela com John pois não vejo como um relacionamento assim pode ter espaço numa história em que o foco não é romance, muito pelo contrário. Apesar disso, não fiquei chateada por Seis ter ficado pra escanteio levando em consideração que Sam está alí por ela... Vai, Sam!
Já o encontro com Cinco foi meio suspeito pra mim desde o início, e fiquei imaginando qual seria o mistério real que cerca a história dele, até que o final chega e me deixa de boca aberta.
Pra ser sincera, terminei o livro com aquela sensação de incredulidade, pois não aceitei o que aconteceu no final e apesar de gostar muito da série, senti que faltou algo, talvez um desenvolvimento maior com relação ao amadurecimento dos personagens. Parece que estão estagnados numa rotina e não saem daquilo nunca...

Entendo que numa guerra acontece de tudo, incluindo perdas, baixas, feridos, horripilâncias, traições e tudo o mais, mas a forma como tudo aconteceu de forma tão repentina e natural como se fizesse parte e eu tivesse que engolir aquilo fácil, não foi nada agradável. Fiquei chocada, com o coração na mão e ainda não decidi se essa emoção que A Queda dos Cinco me despertou é algo positivo ou não, principalmente por que pelo título já era de se esperar que algo de trágico pudesse acontecer.
Seis é minha personagem favorita, pois é o maior exemplo de força e coragem que um time precisa pra se dar bem. E Bernie Kosar, que não posso deixar de lembrar. O "beagle" mais incrível ever.
Curti muito a história, só esperava que os personagens crescessem um pouco mais visto que há surpresas e novos obstáculos a serem enfrentados. Pra quem curte ação sem enrolação (as poucas páginas já definem isso) vai curtir bastante a série!

Estrela Píer - Kamila Denlescki

28 de novembro de 2012

Lido em: Novembro de 2012
Título: Estrela Píer - O tempo, a chuva, o outro
Autor: Kamila Denlescki
Editora: Novo Século
Gênero: Romance/Ficção Científica/Literatura Nacional
Ano: 2009
Páginas: 231
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Lucia tem uma vida monótona e previsível até vencer o concurso mais cobiçado do momento.
Não apenas ganha uma viagem para Londres, como também um jantar com o ator inglês Richard Clevehouse.

O que era sorte, entretanto, muda de cor. Richard, o belo ator de olhar sombrio, guarda um segredo: a vida de Lucia corre perigo. E ele fará de tudo para protegê-la, mesmo que, em troca, tenha de sofrer muito mais do que espera.

Das certezas, apenas uma:
Não há para onde fugir!

Resenha: Lúcia é uma garota com uma marca de nascença em forma de estrela. Ela tem 18 anos, é bibliotecária no Colégio Santa Rosa, é fascinada e conhece todos os clássicos da literatura (até tem o apelido de "Traça"), mas nada de interessante e novo acontece em sua vida. Ela e sua irmã adotiva, Lara, foram criadas pela avó, Marisa, pois os pais a abandonaram. Ninguém se interessa por ela, exceto Carlos, um cara tão sem noção que chega a ser cômico. Lúcia sonha em um dia encontrar seu grande amor, mas isso parece estar longe de acontecer...
Mas para sua sorte, ou não, Lúcia aceita o convite para ir ao cinema com Carlos e lá, ao assistir o filme, fica encantada pelo ator, Richard Clevehouse.
Um belo dia, Lucia recebe uma ligação e é informada que acabou de ganhar uma promoção e que viajaria para Londres para um jantar com ninguém menos que o astro que a encantou: Richard, o próprio. Ela fica sem entender bem o que é aquilo (pois só tinha ouvido falar na promoção que estava sendo feito por uma marca de xampu, e por concorrer com milhares de fãs, nem quis arriscar participar para perder), e descobre que sua avó foi a responsável por sua inscrição nesse concurso. Então, Lúcia sai de São Paulo, e vai rumo a Londres, para ganhar seu prêmio.
Chegando lá, Richard é um pouco diferente do que ela esperava. De início tudo estava indo muito bem, os dois estavam a vontade e a química entre eles era evidente, mas quando Richard repara na marca de nascença de Lúcia, o que deveria ser um jantar tranquilo e com horário pra acabar, acaba virando uma confusão, pois Richard sequestra a garota "para a própria segurança dela". E em meio a todo esse perigo, Lúcia acaba descobrindo coisas que nunca poderia imaginar serem possíveis...

Estrela Píer foi uma surpresa pra mim. A mistura de romance com ficção científica, muita ação e uma boa dose de mistério, que gira em torno da fuga e o motivo dela, foi ótima! O livro começa bem devagar, mas a reviravolta que acontece durante o jantar, com direito a perseguições e altas escapadas, deixa tudo muito mais interessante e empolgante, e fiquei desesperada, querendo ler logo para que as coisas fossem esclarecidas e aquele sufoco tivesse um fim, feliz de preferência. A narrativa é em primeira pessoa, feita pela própria Lúcia que é uma personagem bem marcante, forte, inteligente, decidida e amante de literatura *-*, mas muitas vezes senti que ela aceitou algumas situações e explicações chocantes de forma muito fácil, sem maiores questionamentos ou sem bater o pé.
Richard é um cara muito misterioso, que ora demonstrava ser o mocinho, ora o bandido, mas que independente do que fosse na realidade, não perdia o charme e nem a atenção de Lúcia. Ai, que gato!
A trama é revalada aos poucos, despertando nossa curiosidade e a vontade é de não largar o livro enquanto ele não termina. A maior parte da história se passa em Londres, mas em momento algum a leitura vira um tour pelo lugar. A ação é tanta que ninguém tem tempo pra dar uma de turista pela cidade, e nem por isso a descrição dos cenários deixa a desejar, muito pelo contrário! É tudo muito bem descrito e detalhado de forma incrível!
Eu só não dei 5 estrelas pro livro devido à questão de Lucia aceitar várias coisa numa boa, o que soou um pouco irreal pra mim já que a menina é tão inteligente. Talvez fosse por culpa do amor que chegou pra ela de forma tão arrebatadora e que a fez perder um bocado dos sentidos, amor que ela não havia esperado até conhecer Richard, quem sabe... E também porque, mesmo com a escrita maravilhosa, de certa forma um pouco poética e bem fluída da autora, encontrei alguns erros que passaram despercebidos na revisão.

Enfim, não dá pra revelar mais detalhes sem que vire um big spoiler pra estragar a surpresa de quem ainda não leu a história. E o final "enigmático" é bem surpreendente e nos deixa com aquele gostinho de "E agora? Quero mais meudeusdocéu!!"
Superou minhas expectativas e super recomendo!

A Ascensão dos Nove - Pittacus Lore

19 de novembro de 2012

Lido em: Novembro de 2012
Título: A Ascensão dos Nove - Os Legados de Lorien - Livro 3
Autor: Pittacus Lore (James Frey e Jobie Hughes)
Editora: Intrínseca
Gênero: Aventura/Ação/Juvenil/Ficção Científica
Ano: 2012
Páginas: 288
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Antes de encontrar John Smith, o Número Quatro, eu estava sozinha, lutando e me escondendo para continuar viva. Juntos, somos ainda mais poderosos. Mas isso só vai durar até precisarmos nos separar para localizar os outros. Fui até a Espanha em busca da Número Sete e encontrei mais do que esperava: um décimo membro da Garde, que conseguiu escapar vivo de Lorien. Ella é mais jovem que o restante de nós, mas igualmente corajosa. Agora estamos à procura dos outros — de John inclusive.
E eles também.
O Número Um foi capturado na Malásia.
O Número Dois, na Inglaterra .
E o Número Três, no Quênia.
Fui capturada em Nova York, mas escapei.
Eu sou a Número Seis.
Eles querem terminar o que começaram.
Mas, antes, terão de lutar.

Resenha: A Ascensão dos Nove é o terceiro volume da série Os Legados de Lorien.
Espie as resenhas dos livros Eu Sou o Número Quatro e O Poder dos Seis.
Essa resenha pode ter spoilers dos livros anteriores! Sorry!

Depois de toda a confusão que rolou em Paradise, Quatro, Sam e Seis viraram fugitivos... E como fugitivos, estavam numa corrida contra o tempo para se salvarem dos Mogadorianos e escaparem do FBI. Porém, eles acabam se separando... John (Número Quatro) volta com Sam para uma base mogadoriana para tentar resgatar sua arca lórica e Seis vai para a Espanha procurar por Marina, a Número Sete.
Quatro acaba encontrando Nove, o cara mais foda de todos os tempos, mas Sam fica pra trás.
Seis encontra Marina e descobre que Ella também é um dos Gardes, mesmo que ainda não tenha desenvolvido todos os seus Legados. Ella é a Número Dez, tem 12 anos e por enquanto só consegue "transitar" pelas idades. Ela usa isso pra poder confundir os outros, se disfarçar, enfim...
Agora, Seis, Marina, Ella e Crayton (o guardião de Ella), partem rumo a Índia para procurarem pelo Número Oito. Enquanto isso, do outro lado do mundo, Quatro e Nove fogem e enfrentam situações perigosas, bizarras e super hilárias.
Setrákus Rá, o líder dos Mogadorianos, está na Terra e ao que tudo indica, o próprio governo dos EUA se tornou seu aliado.
Agora a necessidade de todos se encontrarem para unirem forças contra Setrákus é crucial, e os Gardes farão de tudo para ficaram juntos outra vez!

Não dá pra contar muitos detalhes porque minha intenção não é tirar a graça e a surpresa, pois são muitos acontecimentos de uma vez com a grande vantagem de tudo fluir maravilhosamente bem e nada ficar confuso! A capa também é bem bacana! Neste volume, a narrativa continua em primeira pessoa e se intercala entre Quatro, Seis e Sete. A fonte usada no texto é diferente para cada um dos personagens para facilitar a identificação entre cada um, o que foi muito bacana! Assim como nos volumes anteriores, a história é ação pura! É impossível não se empolgar a cada novo acontecimento, ficar agoniado quando algo dá errado e torcer pelos garotos para que tudo dê certo! Mas o livro não é só feito de ação, lutas com alienígenas e escapadas. Como se trata de adolescentes, podemos perceber como eles lidam com seus sentimentos com relaçãos a tudo o que acontece em meio a esta guerra, como a saudade que Quatro imbecil sente de Sarah odioooosa, mesmo com ela tendo os entregado, e o sentimento de inveja e competição que ele sente por Nove em segredo, tanto pela vida completamente diferente que ele levava com Sandor, seu Cêpan, quanto pelo jeito fodástico dele de ser, principalmente porque Nove também consegue conversar com animais e acaba se entendendo com Bernie Kosar.
Oito também demora a se revelar para os Gardes que vão atrás dele, mas depois demonstra ser um amigo fiel e muito poderoso com todos aqueles legados suuuper diferentes que ele possui. Ele também começa a despertar a atenção de Marina... Opa!
Nove é aquele tipo de personagem que nunca perde a piada, independente da situação em que se encontra. Ele pode estar preso, amarrado e prestes a morrer que ainda assim encontra brecha para zombar e rir de quem quer que seja. É muito hilário! Quase morri quando ele começou a chamar Quatro de "Donald"!
A única coisa mesmo que não curti nessa história foi o número Quatro ainda ficar pensando em Sarah, principalmente depois do lance que ele teve com a Seis no segundo livro. Caramba... Parece que em vez de amadurecer e cair na real ele regrediu e continua esmurrando ponta de faca! Ele ainda não entendeu que a Sarah não é pra ele?? Não gosto dessa menina chata e fresca e juro que vou ficar #xatiada se nos livros futuros eles ficarem juntos! Morra, Sarah! Morra!
Agora com quase todos os Gardes unidos, o cerco está bem fechado, e só falta o número Cinco aparecer.
Eles vão lutar para se manterem vivos e destruírem Setrákus Rá, pois só assim Lorien, o planeta natal deles, e até a Terra, terão alguma chance de serem salvos! Desistência e fracasso não fazem parte do vocabulário dos Gardes a esta altura do campeonato! Os mogs querem capturar e destruir todos eles.. mas, obviamente, eles vão lutar até o fim...
A série Os Legados de Lórien é emoção pura! Impossível não se envolver e não curtir!
Suuuper recomendo e é uma das minhas favoritas!
Agora me resta aguardar, roendo as unhas, pelos próximos volumes...