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Na Telinha - Aggretsuko (3ª temporada)

9 de novembro de 2020

Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 3 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi, Chiharu Sasa
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2020
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★
Sinopse: Retsuko vive momentos difíceis no mundo corporativista, tendo uma pitada de humor e muita música death metal. A mistura do anime animou o público e o transformou em um dos mais populares da plataforma de streaming.

Depois de um longo ano esperando, até que enfim a Netflix liberou a terceira - e tão esperada - temporada de Aggretsuko, e já começo falando que, mais uma vez, a temporada superou minhas expectativas, e só me resta torcer para que em breve haja uma bendita confirmação de que irão produzir a quarta. Pelo amor de Deus, Netflix, nunca te pedi nada.

Pra quem ainda não conhece, Retsuko é uma pandinha vermelha de vinte e poucos anos, escorpiana, que trabalha como contadora numa grande empresa. Ela libera todo o seu estresse e fúria de ter que lidar com as frustrações e desgostos do trabalho cantando o mais escandaloso death metal num karaokê após o expediente.



Dessa vez, Retsuko já começa a temporada viciada num game virtual que proporciona o romance dos sonhos. O que ela demora a entender é que o jogo estava consumindo e prejudicando sua vida. Ela não estava mais dormindo, seu rendimento no trabalho estava abaixo de zero, e a coitada começou a gastar todo o seu dinheiro pra ter "vantagens" no namoro com alguém que não existe a ponto dela ir praticamente a falência, a viver de biscoito com água. Sem coragem de contar pros outros sobre a furada financeira que se meteu para pedir socorro, ela não sabe o que fazer para conseguir mais dinheiro pra pagar as próprias contas e nem enxerga nenhuma solução, até ela causar um pequeno acidente batendo o carro alugado que dirigia no carro do Sr. Hyodo, um leopardo (?) bastante rígido e misterioso que vai querer que Retsuko pague pelo conserto com um dinheiro que ela não tem. E é justamente por não ter esse dinheiro que ela começa a trabalhar - sem receber - como contadora para o Sr. Hyodo, que é empresário do OTMGirls, um grupo de idols em ascensão.



E partindo dessa premissa e mudando um pouco os ares típicos das temporadas anteriores, a 3º temporada vai se desenvolvendo trabalhando as questões e os dilemas pessoais de Retsuko, que, deixando um pouco a sua vida no escritório de lado, foca nesse "bico" no mundo das subcelebridades que estão buscando reconhecimento e sucesso. E como sua válvula de escape é praticar o bom e velho death metal no karaokê, talvez esse dom da pandinha vermelha venha a ser bastante útil para os negócios do Sr. Hyodo. O que Retsuko não esperava era que talvez a habilidade que ela fazia questão de manter em segredo, seja aquilo que a faça se encontrar e se sentir aceita, por mais diferente que seja, logo ela passa a ter mais controle sobre as coisas que ela quer e passa a se impor. Tem coisa mais libertadora do que soltar um grande e sonoro NÃO em vez de fazer o que os outros querem contra a nossa vontade, só pra agradar?



Os demais personagens mais relevantes e próximos a Retsuko também são mais bem trabalhados nessa temporada. Seus arcos acabam estando diretamente ligados a ela e coincidem com alguma escolha que ela faz. Gori, umas das melhores amigas de Retsuko, investiu num aplicativo para casamentos e Retsuko poderia ser uma ótima cobaia para testá-lo. Haida teve muito mais espaço nessa temporada. Ele continua apaixonado por Retsuko, mas a aproximação dele com Inui, uma colega de trabalho em comum, faz com que ele fique dividido e passe a fazer questionamentos sobre seus sentimentos. Vale a pena continuar esperando ou investindo em alguém que só o vê como amigo?



Talvez pegando o gancho da popularidade do k-pop, essa temporada adentra nos assuntos que remetem a esse mundo, mostrando como esses idols lidam com fãs, com stalkers, com as críticas e com a própria vida financeira que começa a alavancar de repente. E enquanto uns são mais pé no chão, tentando ir com calma, outros querem entrar de cabeça e seja o que Deus quiser. Logo, mostra um pouco dessa geração atual, e unido isso aos outros personagens e ao tema ligado aos fatos da vida adulta da série, é impossível não ter um personagem com alguma característica que faz com que alguém se identifique.

Na Telinha - Aggretsuko (2ª temporada)

22 de junho de 2019

Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 2 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi, Chiharu Sasa
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2019
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★
Sinopse: Retsuko vive momentos difíceis no mundo corporativista, tendo uma pitada de humor e muita música death metal. A mistura do anime animou o público e o transformou em um dos mais populares da plataforma de streaming.

Após uma espera bastante considerável (principalmente se levarmos em conta a quantidade de episódios e sua duração), eis que a Netflix libera a segunda temporada de Aggretsuko, mostrando a batalha diária que é a vida da pandinha vermelha mais fofa que já se viu na televisão.
Depois de ter sofrido uma decepção num relacionamento que fracassou e conseguido dar a volta por cima, Retsuko volta pra casa e precisa lidar com sua mãe que, preocupada - e sem muita noção -, invade seu apartamento, logo, a "ajuda" que ninguém pediu, acaba não sendo muito bem vinda.


Além dela querer cuidar e controlar a vida da filha, limpando a casa, fazendo comidas caseiras, insistindo pra que ela "cresça", afinal, ela já tem seus vinte e poucos anos e ainda está "encalhada", sua mãe ainda fica arranjando vários encontros às escuras numa tentativa desesperada de conseguir um possível casamento para Retsuko. A ideia da mãe mostrar fotos cheias de edições dos pretendentes pra deixá-los mais atraentes e tentar aumentar o interesse de Retsuko por eles é tão trágica quanto cômica, principalmente porque a reação dela é de desgosto puro. E enquanto atura as exigências e inconveniências absurdas da mãe, Retsuko, bastante estressada, tenta encontrar motivação no trabalho enquanto precisa tirar paciência do além para treinar Anai, um funcionário recém contratado com comportamento mui esquisito e suspeito.


Embora a vida profissional de Retsuko tenha seu devido espaço no enredo, mostrando que é um ambiente com várias cobranças e pressão suficientes pra deixar qualquer um maluco; ou que trabalho em equipe, mesmo com alguém insuportável, é importante; essa temporada dá um destaque bem maior para as relações interpessoais - e imperfeitas - da protagonista. Retsuko vai aguentando o tranco de tudo calada, com aquele sorrisinho amarelo no rosto, engolindo o choro, pra mostrar que está tudo bem, e quando não aguenta mais, ela explode num estado de fúria suprema e sua única válvula de escape é cantar/gritar seu tão amado death metal para extravasar como se não houvesse amanhã. Agora, cansada de ser vista como certinha, ela sente vontade de quebrar padrões e fazer coisas que nunca teve coragem de fazer, mas ao mesmo, enquanto enfrenta alguns desafios, ela não quer abrir mão de seus sonhos, e nem mudar sua essência por causa de ninguém.


Um ponto interessante da personalidade de Retsuko é que ela tem o sonho de encontrar sua alma gêmea, se casar, ter filhos e formar uma família feliz, pois ela acredita que o casamento faz parte da vida. Ela busca estabilidade, alguém que se importe com ela e que, principalmente, seja bem sucedido. Assim, quando Retsuko, enfim, parece ter encontrado o amor de sua vida, com direito a todos os atributos que ela sempre procurou em alguém, ela descobre que não adianta insistir num relacionamento se cada um acredita - e investe - em coisas diferentes.


Os personagens são únicos e possuem características bastante peculiares e que os aproximam da nossa realidade, retratando cada um deles como alguém que poderia se passar por algum conhecido, amigo, familiar, ou nós mesmos. Neles podemos ver que nem sempre alguém é o que parece, e que podemos ficar surpreendidos com as ideias de quem pensávamos conhecer bem. Os amigos de Retsuko são sempre muito solícitos e, na maioria das vezes, compreensivos, mas eles também estão longe de serem perfeitos. Haida, a hiena, trabalha com Retsuko e é apaixonado por ela faz anos, mas a dificuldade que ele tem em se expressar acaba impedindo que ele se aproxime mais.

Eu não sei, mas tenho meus palpites... Mesmo que Haida já tenha tomado coragem e se declarado pra Retsuko na primeira temporada (e ter sido rejeitado), ainda acredito que, por ele ser um cara legal, ou ele vai encontrar alguém tão legal quanto ele pra fazê-lo feliz, ou Retsuko vai acabar lhe dando uma chance... Fico com uma dó danada de ver o coitado olhando pra ela com tanta ternura enquanto ela não dá a mínima. Mas como, até então, ela só consegue enxergá-lo como amigo, o jeito é aguardar as próximas temporadas e as cenas dos próximos capítulos pra ver onde isso vai dar...


Washimi e Gori são super compreensivas, conseguem separar a vida pessoal da profissional como ninguém, e aceitam a amiga do jeitinho que ela é, mas elas também tem seus segredos, brigam entre si e, às vezes, não conseguem ceder por não concordarem com uma opinião contrária à delas. Enquanto Gori acredita que contar uma "mentirinha" para conseguir alguma coisa não é um problema, Washimi não se importa em magoar os outros com sua sinceridade, e Retsuko fica no meio das duas tentando acalmar os ânimos, mas sem saber o que fazer.


Outro ponto legal é que, através da panda vermelha, podemos refletir um pouco acerca de preconceitos e julgamentos que são feitos baseados em achismos, e que nem sempre correspondem com a realidade. Isso acaba mostrando que Retsuko (assim como todos os demais personagens) não é perfeita, mesmo que seja tão boazinha. Um exemplo disso é a personagem Kabae, uma hipopótamo que é sempre muito exagerada, fofoqueira e escandalosa, vive pulando, fazendo o chão tremer, e atormentando todo mundo por aí, mas que consegue enxergar em Anai algo que os outros não conseguem ver. Enquanto para os outros Anai é um maluco que se sente perseguido e assediado por todo mundo, coisa que ninguém sabe lidar, para Kabae ele é um pobre incompreendido que só precisa de atenção, carinho e orientação. Retsuko começa a enxergar a colega sob uma nova perspectiva depois de perceber que ela é alguém bastante compreensiva com aqueles que mais precisam, mas mesmo que seja legal e tenha alguma sabedoria, Kabae ainda é a maior fofoqueira do escritório. Esses contrastes mostram que alguém pode ser muito chato, irritante, ter seus momentos de loucura e ser difícil de lidar, mas ninguém é totalmente desprovido de virtudes, basta que encontre seu espaço, se esforce um pouco para conviver em sociedade e saiba aproveitar oportunidades e momentos certos.


Embora o desenho tenha o visual infantil, todo coloridinho e super cute que, inevitavelmente, desperta a atenção da criançada, não se deixe enganar. A animação faz jus ao estilo dos animes, ainda mais quando se trata de expressões caricatas e exageradas para reforçar um sentimento mais intenso, e isso deixa os episódios super engraçados. A temática é indicada pro público adulto e, por mais que tenha cenas cômicas e toques de muito bom humor (a carteira de motorista de Retsuko é impagável), mostra uma realidade crua e complexa sobre os dramas da vida do jeitinho como ela é, assim como relacionamentos que idealizamos, desafios que enfrentamos, sonhos e decepções inevitáveis, e é impossível não se identificar, não sentir empatia, ou tomar as dores dos personagens.


Wishlist #70 - Funko Pop - Aggretsuko

23 de abril de 2019

Não faz muito tempo que soube do lançamento dos popineos da série Aggretsuko e, claro, não poderiam ficar de fora da lista sem fim. Pra quem não conhece, a primeira temporada já teve crítica aqui no bloguito, confira AQUI. A série é um anime, tem um visual super fofo e "infantil", afinal, a personagem é da Sanrio (a mesma da Hello Kitty), e conta a história de Retsuko, uma pandinha vermelha que trabalha no setor de contabilidade de uma empresa, e depois do expediente canta death metal num karaokê como válvula de escape, já que está mais do que exausta naquele emprego do cão.
Ela é super fofinha e seus problemas são tão reais, faz com que tanta gente se identifique, que é impossível não sentir empatia e refletir. Quero todas. Espiem:



Na Telinha - Aggretsuko (1ª Temporada)

10 de maio de 2018

Título: Aggretsuko (アグレッシブ烈子)
Temporada: 1 | Episódios: 10
Distribuidora: Netflix/Sanrio
Elenco: Kaolip e Rarecho (death metal voice), Sohta Arai, Rina Inoue, Shingo Kato, Maki Tsuruta, Komegumi Koiwasaki, Yuki Takahashi
Gênero: Anime/Drama/Comédia
Ano: 2018
Duração: 15min
Classificação: +12
Nota:★★★★★
Sinopse: Frustrada com o emprego, Retsuko, a panda vermelha, encara a luta diária cantando death metal em um karaokê depois do expediente.

A Sanrio e seus personagens gracinhas que esbanjam fofuras surpreendem cada vez mais, vide Hello Kitty, Chococat e companhia. Agora, baseado na panda vermelha Retsuko, a Netflix, nessa super parceria, recentemente lançou o anime Aggretsuko (Agressive Retsuko), voltado a um público mais adulto devido às questões abordadas e que, pra mim, acertou em cheio, tanto pela animação super cute e colorida quanto pela temática que faz qualquer um refletir sobre a própria vida.



"Retsuko, escorpiana, 25 anos, solteira, sangue tipo A", como ela se denomina, trabalha no setor contábil de uma grande empresa há cinco anos mas está exausta e muito insatisfeita, tanto pela rotina de pegar metrô lotado todo santo dia, pelo trabalho ser completamente desgastante e quanto por ter que lidar com um chefe que abusa de seu poder e com colegas inconvenientes no ambiente profissional. Para espairecer um pouco, ela frequenta um karaokê onde virou cliente assídua e, numa sala reservada, se joga - e se transforma em quem é de verdade - cantando/gritando death metal como ninguém.



Não se deixem enganar pelos traços infantis e bonitinhos do anime. Ele mostra com bastante fidelidade o cotidiano exaustivo do trajeto para o trabalho e do dia-a-dia, dos funcionários dentro de uma empresa e, por isso, vai se bem fácil que muitos se identifiquem com as situações abordadas, desde as mais simples, como colegas que adoram espalhar fofocas, chefes folgados, puxa-sacos, gente que vive de aparências e etc, até as mais delicadas como o abuso de poder, agressões e abusos psicológicos.



Retsuko é aquela personagem que acabou se acomodando a esse tipo de vida, e, por ser insegura e certinha demais, ela tem medo de arriscar, deixando de aproveitar oportunidades e explorar novos horizontes por se agarrar a ideia de que deve se prender naquilo que acha certo e estável, por mais que aquilo a faça infeliz, em vez de apostar no que é ''duvidoso". Ela engole desaforo porque tem contas pra pagar e se conforma com o que tem. Todos os problemas que a deixam saturada vão se acumulando, e o death metal é sua única válvula de escape, seu refúgio que lhe serve de consolo, principalmente porque as letras resumem tudo aquilo que ela gostaria de por pra fora, como mandar o chefe a merda por exemplo, mas guarda pra si pra não colocar o emprego em risco. Quando a situação sai de controle e o expediente ainda não acabou, ela corre pro banheiro com seu inseparável microfone e dá seus berros por lá mesmo.



Ainda dentro do universo dos embustes da vida, a segunda metade do anime ainda mostra que nada é tão ruim que não possa piorar. Retsuko conhece Resasuke, que trabalha no setor de vendas da empresa. Além dele ser tratado pelos amigos como um objeto de decoração no escritório, ele ganhou o apelido de "Príncipe Egoísta" por sempre pensar em si mesmo, mas Retsuko é a única que não consegue enxergar isso quando se pega apaixonada por ele, mesmo com os constantes avisos de suas amigas de que o cara não tem nada demais e não é alguém que se importe de verdade com ela, ou com o quanto fica evidente que ele está nesse relacionamento por livre e espontânea pressão dos colegas de trabalho. Este acaba sendo um exemplo claro e direto sobre as armadilhas do romance é o quanto é prejudicial, em todos os sentidos, estar num relacionamento onde o sentimento não é recíproco. Enquanto ela o enxerga como um príncipe encantado, maravilhoso e de olhos brilhantes, ele é totalmente aéreo e alheio a qualquer coisa à sua volta e não está nem um pouco interessado em manter um relacionamento com ninguém, e nem parece se importar com isso, e Retsuko, no mundo da lua, não enxerga que está numa furada e ainda acaba prejudicando seu desempenho no trabalho por estar envolvida com alguém que não liga e nem se preocupa em fazê-la feliz.





Assim ela vai aprendendo com as próprias experiências que, apesar de tudo, ela não deve deixar de ser quem é para agradar os outros ou pra se sentir realizada de alguma forma. E suas boas amigas e aqueles que realmente se importam com ela estão ali pra ajudá-la nessa jornada que é a vida adulta.

Ter responsabilidades não significa precisar se submeter a qualquer coisa em nome dos boletos que precisamos pagar. Estar num relacionamento não impede que nossos olhos fiquem fechados para os defeitos que o outro tem, idealizando o que queremos enquanto ignoramos o que temos. Pra mim, foi simplesmente incrível acompanhar um anime, aparentemente bobinho, que aborda questões relevantes de uma forma descomplicada, engraçada e inspiradora.
Aggretsuko é uma pequena lição de vida em forma de anime e já estou ansiosa por uma segunda temporada, com mais episódios, por favor.