Autor: Ali Benjamin
Editora: Verus
Gênero: Juvenil
Ano: 2016
Páginas: 224
Nota:★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado. Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava. Este romance dolorosamente sensível explora o momento crucial na vida de cada um de nós, quando percebemos pela primeira vez que nem todas as histórias têm final feliz... mas que novas aventuras estão esperando para florescer, às vezes bem à nossa frente.
Resenha: Suzy e as Águas-Vivas é o livro de estreia da norte-americana Ali Benjamin, publicado no Brasil pelo Grupo Editorial Record através do selo Verus. O livro foi um dos finalistas do National Book Award for Young People's Literature de 2015.
Suzy Swanson é uma garotinha de doze anos e está sofrendo muito após Franny, sua única e melhor amiga, ter morrido afogada. Desde então Suzy não fala mais e está arrasada. Ela quer descobrir a causa da morte da amiga como forma de superar o ocorrido, logo, a trama gira em torno de seu processo de luto, mostrando as formas dela de lidar com essa perda tão triste ao mesmo tempoem que inicia uma pesquisa sobre águas-vivas, que pode dar a ela respostas sobre o quê, de fato, aconteceu.
O livro tem uma narrativa que se alterna entre primeira e terceira pessoa, mas ambas com foco na protagonista. Os capítulos em primeira pessoas são narrados no passado, o que lembra bastante um diário. Essa dinâmica na narrativa é um fator que colabora para o desenvolvimento da história, permitindo ao leitor uma visão bastante ampla sobre todos os acontecimentos relevantes da trama ao mesmo tempo em que se aprofunda dos personagens de forma bastante adequada e realista. A escrita é fácil, simples, delicada, fluída e bastante poética, e a ideia dos diálogos serem poucos (ja que Suzy parou de falar), mostra que é possível transparecer uma sensibilidade e uma carga dramática muito grande a partir de pensamentos e atitudes.
Há uma quantidade considerável de curiosidades científicas relacionadas às pesquisas de Suzy, o universo e afins em meio a narrativa. São curiosidades bastante interessantes e que, de certa forma, tem a ver com o momento em questão pelo qual Suzy está passando e/ou refletindo.
Eu gostei muito da construção da protagonista mesmo que ela esteja naquela fase complicada da pré-adolescência, cheia de dilemas e conflitos. As mudanças, físicas e psicológicas, parecem que não vão acabar, tudo é novo, muitas coisas assustam, e diferente dos adultos, não é possível se prender ao comodismo ou fugir do que não se quer encarar, mas quem disse que é fácil aceitar tais mudanças e ainda ver o próprio mundo desmoronando com a perda de uma pessoa mais do que especial e que faz parte das nossas vidas?
No desenrolar da história vamos acompanhando Suzy aprendendo com as próprias experiências e com as pesquisas que se dedica a fazer, e a morte de Franny funciona mais como um estopim para desencadear esse comportamento, e as reflexões levantadas alí servem de lição não só para a personagem, mas para o próprio leitor que se pega pensando em várias atitudes e escolhas feitas em sua própria vida.
Suzy e as Águas-Vivas é um livro sobre luto e sobre mudanças, mas também sobre aprender da forma mais difícil a lidar com os obstáculos que surgem pelo caminho. A história é tocante, surpreende e com certeza vai encantar os leitores.