Autora: Ashley Audrain
Editora: Paralela
Gênero: Drama/Suspense
Ano: 2021
Páginas: 328
Nota:★★★★★
Resenha: Quando Blythe aceita a pressão do marido para terem um filho, ela ansiava ser uma mãe perfeita e acreditava que a maternidade transformaria sua vida para melhor, mas as coisas não saem conforme o esperado. A depressão pós parto, as cobranças, e o cansaço extremo impedem que Blythe aproveite a maternidade como ela gostaria. Pra piorar a situação, a medida que Violet, a filha do casal, cresce, Blythe começa a perceber que ela não é como as demais crianças, seu comportamento é diferente e que é possível que exista algo de errado - e muito ruim - com a menina. Fox, o marido, sempre a desencoraja por menor que sejam suas suspeitas com relação à filha, faz com que ela acredite que o esgotamento que a maternidade lhe trouxe é o que a deixa cheia de impressões equivocadas, e que ela está vendo coisas. Mas, alguns anos depois, numa tentativa de melhorar o casamento, o casal decide ter outro filho, e a experiência com a gravidez e o nascimento de Sam é totalmente oposta a de Violet, e, dessa vez, Blythe realmente encontra alegria e prazer em ser mãe. Mas um terrível acidente faz o mundo dela desmoronar, e Blythe não tem outra escolha a não ser enfrentar a realidade e todas as verdades dolorosas que vem com ela.
Editora: Paralela
Gênero: Drama/Suspense
Ano: 2021
Páginas: 328
Nota:★★★★★
Sinopse: Blythe Connor está decidida a ser a mãe perfeita, calorosa e acolhedora que nunca teve. Porém, no começo exaustivo da maternidade, ela descobre que sua filha Violet não se comporta como a maioria das crianças. Ou ela estaria imaginando? Seu marido Fox está certo de que é tudo fruto do cansaço e que essa é apenas uma fase difícil. Conforme seus medos são ignorados, Blythe começa a duvidar da própria sanidade. Mas quando nasce Sam, o segundo filho do casal, a experiência de Blythe é completamente diferente, e até Violet parece se dar bem com o irmãozinho. Bem no momento em que a vida parecia estar finalmente se ajustando, um grave acidente faz tudo sair dos trilhos, e Blythe é obrigada a confrontar a verdade. Neste eletrizante romance de estreia, Ashley Audrain escreve com maestria sobre o que os laços de família escondem e os dilemas invisíveis da maternidade, nos convidando a refletir: até onde precisamos ir para questionar aquilo em que acreditamos?
Resenha: Quando Blythe aceita a pressão do marido para terem um filho, ela ansiava ser uma mãe perfeita e acreditava que a maternidade transformaria sua vida para melhor, mas as coisas não saem conforme o esperado. A depressão pós parto, as cobranças, e o cansaço extremo impedem que Blythe aproveite a maternidade como ela gostaria. Pra piorar a situação, a medida que Violet, a filha do casal, cresce, Blythe começa a perceber que ela não é como as demais crianças, seu comportamento é diferente e que é possível que exista algo de errado - e muito ruim - com a menina. Fox, o marido, sempre a desencoraja por menor que sejam suas suspeitas com relação à filha, faz com que ela acredite que o esgotamento que a maternidade lhe trouxe é o que a deixa cheia de impressões equivocadas, e que ela está vendo coisas. Mas, alguns anos depois, numa tentativa de melhorar o casamento, o casal decide ter outro filho, e a experiência com a gravidez e o nascimento de Sam é totalmente oposta a de Violet, e, dessa vez, Blythe realmente encontra alegria e prazer em ser mãe. Mas um terrível acidente faz o mundo dela desmoronar, e Blythe não tem outra escolha a não ser enfrentar a realidade e todas as verdades dolorosas que vem com ela.
A história é narrada em capítulos bem curtinhos e de forma epistolar, direcionada a Fox, onde Blythe conta tudo o que passou desde o nascimento de Violet até a atualidade. Logo no início já acompanhamos a protagonista indo lhe entregar essas cartas para que ele saiba seu ponto de vista sobre os fatos, e é a partir da leitura dessas cartas que a história começa. Intercalando os capítulos, também há algumas passagens que ocorreram entre os anos 60 e 70, mostrando a vida complicada e desprovida de afeto com a mãe e a avó de Blythe que vem ocorrendo por gerações, e como essa relação a afetou a ponto de ela querer fazer tudo diferente quando se tornou mãe para agradar o marido e formarem aquela família feliz de comercial de margarina. Mas aí entra o questionamento sobre a protagonista, que veio de uma família completamente desestruturada, e que faz com que o leitor às vezes não a considere a pessoa mais confiável pra se ouvir/ler. O quão difícil é pra uma mãe sentir que não existe vínculo com a filha que ela própria gerou, amamentou e cuidou, e que esse sentimento só piora com o passar do tempo? Como saber se não foi exatamente isso acabou moldando a personalidade de Violet? Não seria essa rejeição o que faz com que Blythe pense que existe alguns problemas com a filha, ou será que a psicopatia e a crueldade também pode estar presente em uma criança aparentemente indefesa, mas isso é algo que ninguém quer admitir que existe? A própria Blythe questiona a própria sanidade, e se as coisas que ela percebe realmente aconteceram ou se são apenas fruto de sua imaginação.
"Violet tinha uma mente brilhante, fascinante, e às vezes eu desejava ter acesso a ela. Ainda que temesse o que poderia encontrar."- Pág. 114
Apesar de fluída e envolvente, a história é um drama que se mistura a um thriller psicológico, mostrando os acontecimentos trágicos envolvendo não só o comportamento de Violet, mas o peso da maternidade real, todas as indagações de Blythe que vem a tona sem que alguém lhe dê qualquer crédito, e todas as cicatrizes e amarguras do passado que ela carrega (e que talvez estejam influenciando o que ela está vivendo como mãe). Ao mesmo tempo em que percebemos a dor e a agonia da protagonista, também ficamos agoniados para saber o que vai acontecer, como as coisas vão se desenrolar, e como vão ser descobertas e resolvidas.
A autora consegue trazer reflexões sobre qual seria o papel da mulher diante da sociedade; sobre como a mulher deixa de ser mulher pra se tornar mãe; sobre o poder do homem de tomar todas as decisões e de ter a palavra final só por ser o provedor do lar; sobre a culpa e a romantização da maternidade; sobre a mulher ser exatamente aquilo que esperam que ela seja, baseado em preceitos conservadores e ultrapassados; sobre aceitar que nem sempre os filhos vão corresponder as expectativas de suas mães, e vice versa. Talvez, para quem seja mãe e tenha enfrentado o peso e o esgotamento físico e mental que a maternidade proporciona, o livro inteiro vai ser um enorme gatilho, mas ainda assim é uma leitura muito válida para todos saberem e/ou reconhecerem que a maternidade pode ser linda pra quem vê, mas nem sempre pra quem vive.
Acho que, depois de tantos desabafos que já fiz aqui no blog, posso abrir esse parágrafo só pra falar sobre o sentimento que essa história causou em mim, e o que pode ser o motivo de causar alguns gatilhos em quem vive ou viveu essa realidade. Confesso que fiquei o livro inteiro com uma bola na garganta, pensando sobre ser mãe; sobre ficar entre tentar superar as expectativas que todo mundo coloca sobre mim ou simplesmente ligar o botão do f*da-se e empurrar essa responsabilidade como dá; sobre estar tão esgotada, física e mentalmente, que definhar a ponto de querer desistir é inevitável; sobre como a depressão é uma coisa que muitos ainda não levam a sério; e, por mais inexplicável e incrível que pareça, sobre como a maternidade pode ser a coisa mais solitária da vida de uma mãe. E por conseguir me enxergar no lugar de Blythe em várias situações que ela passou e que só quem vive sabe como é, eu simplesmente não consegui duvidar da narrativa dela em momento algum, por mais desvairada que ela pudesse parecer, porque eu também já me senti assim por tantas vezes que é impossível contar...
O Impulso traz uma história tão impressionante quanto perturbadora, mostrando tanto as mazelas quanto as alegrias da maternidade como ela é, e também que a maldade tem sim uma origem, e pode vir de quem menos se espera.