Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 324
Nota:★★☆☆☆
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 324
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Depois de anos tentando apimentar minha vida sexual, resolvi me contentar com um diário sobre aventuras do passado. Talvez meu marido, um nerd lindo e frio, só não fosse capaz de sentir a paixão que eu esperava, já que era totalmente diferente dos meus ex-namorados supertatuados e tarados. Bom, se eu não podia ter o amor que desejava na vida real, pelo menos podia escrever sobre ele no diário. Seria meu segredinho.
Mas adivinha? Meu marido leu tudo. E sabe o que mais? Depois disso, ele foi tomado pela paixão, se é que você me entende.
A partir daí, resolvi seguir o conselho da minha melhor amiga e usar o diário para manipular o comportamento dele. Eu só queria convencê-lo a: me dar um apelido fofo; me elogiar mais; fazer sexo selvagem e apaixonado; e fazer uma tatuagem completamente amadora do meu nome e/ou rosto em uma parte do corpo bem visível!
Não é pedir demais, é? O que poderia dar errado?
Resenha: 4 Homens em 44 Capítulos, escrito por BB Easton, é um tipo de autobiografia (segundo a própria autora) onde ela relata as experiências sexuais - reais e inventadas - que teve com antigos namorados super cheios de fogo, num diário pra dar jeito no marido. Ken, o dito cujo, embora seja um cara de boas, é um zumbi desprovido de caliência (ou como ela prefere definir: maribô) que não faz nada pra tirar o relacionamento da rotina e mal conversam. E a vida sexual, aquela cheia de loucuras que ela viveu no passado e sente tanta falta que só falta morrer? Que se dane. Já casaram e tiveram filhos, conquistaram o que queriam, logo não existe mais nada que precise ser feito. E a confusão realmente começa quando Ken acha o diário sem querer, começa a ler e fica abismado com o que Brooke, ou BB, andava escrevendo. Ela se desespera acreditando que ele pediria o divórcio depois de ler tantas indecências, mas se surpreende quando ele tenta agradá-la fazendo algumas coisas que ela gostaria e descreveu no tal diário.
Então, nada melhor do que um plano que envolve continuar escrevendo - e inventando - mais um monte de experiências cabeludas e tiradas do além no famigerado diário esperando que Ken continue lendo e mudando o comportamento pra satisfazê-la e agradá-la do jeitinho que ela quer, esquentando as coisas entre quatro paredes e dando um up nesse casamento murcho.
Antes de mais nada, acho que todo mundo já deve saber que o livro inspirou a série Sex/Life, na Netflix. Confesso que tentei assistir, mas numa casa cheia de crianças que não me dão folga e não saem do meu pé nem quando vou no bendito banheiro, fica difícil. Logo, achei que ler o livro seria uma ideia melhor por não ter perigo de algum deles aparecer no meio da noite, do nada, e de repente se deparar com alguma cena imprópria envolvendo caras e bocas, gemidões, e protuberâncias corporais.
Outra coisa é que só depois que terminei esse livro é fui saber que a autora escreveu 4 spin-offs (que não foram publicadas no Brasil), um pra cada homem com quem ela teve esses relacionamentos, Skin, Speed, Star e Suit, mas acho que como minha experiência não foi tão positiva quanto eu gostaria, é bem capaz que eu passe essas leituras se um dia forem lançadas por aqui.
É um livro epistolar muito fluído, que intercala os relatos verdadeiros, as iscas os relatos falsos no diário secreto, e vários emails trocados com a melhor amiga que deu total apoio ao plano contra o marido. Os capítulos são super curtos, narrados em primeira pessoa, e é aquele tipo de leitura que a gente finaliza em poucas horas.
Acho que a ideia da autora era escrever de um jeito super hilário e descolado, com combinações de palavras que formam outras palavras divertidas, relatos e descrições das suas experiências sexuais mirabolantes que fariam a gente sair rolando pelo chão de tanto rir, ou quem sabe ficar com tanto fogo quanto ela, mas não foi o caso... Achei tudo muito forçado, muito sem graça, um exagero danado, preguiça, olhos revirando...
Brooke teve pais hippies que não deram muita atenção ou limites pra filha por estarem mais interessados em curtir um barato. Assim, desde adolescente, ela sempre teve liberdade pra curtir a juventude do jeito mais louco possível, incluindo se envolver com caras esquisitões, desde o que quebrava a cara dos outros porque sim, ou outro que vivia drogado, e o resto que ia cada vez mais ladeira abaixo. E foi com um tipo de cara desses que ela iniciou a vida sexual, com 15 anos. Mesmo sabendo que o primeiro cara era um skin head delinquente e perigoso, BB se deixou levar pela ideia de que ela era a única pessoa importante pra ele, ou melhor, pela experiência e pelo prazer imensurável que ele lhe proporcionava na cama. E sempre que ela conseguia sair fora de um "namoro" com um embuste desses com muito custo, ela arrumava outro que, com o tempo, se mostrava pior, mais abusivo, com mais e mais problemas na bagagem, mas sempre muito bom de cama. Até que, cansada de só se envolver com psicopatas, ela resolveu dar uma chance a Ken, o nerd que não tinha nada a ver com esses malucos e que ela jamais olharia se não fosse a vontade de sair fora desse padrão. O problema é que, mesmo sendo um marido razoável, Ken é frio e desinteressado, e estava a anos luz de distância de ter a mesma pegada dos outros... Não se pode ter tudo nessa vida, não é mesmo, BB?
Sabem aquele ditado que diz "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço"? Pois é, se encaixa bem aqui. Brooke é psicóloga, mas não entra na minha cabeça como pode a mulher não se dar ao trabalho de simplesmente considerar que sentar pra conversar com o marido pra tentar resolver os problemas do casamento poderia ser melhor e mais eficaz do que aplicar psicologia reversa (e barata) no sujeito descerebrado com intenção de manipulá-lo. Ou quem sabe pedir o divórcio logo de vez, já que o casamento já tinha fracassado a eras e a química sempre foi inexistente. A impressão é que ela se casou procurando uma coisa, não encontrou e foi empurrando com a barriga até ter essa ideia mirabolante pra manipular Ken. Posso estar errada, e longe de mim querer militar por aí sobre o assunto, mas acho que "romantizar" ou tentar tornar engraçado relacionamentos tóxicos e abusivos com maníacos depravados com a única qualidade de serem bons de cama, como se isso fosse a maior aventura ever, não é normal ou legal, ainda mais pra chamar atenção do marido, e a leitura acabou me incomodando muito mais do que me divertindo. O bom senso mandou um oi.
Talvez outras leitoras não vejam os problemas que eu vi, ou talvez sejam capazes de enxergar o lado positivo e acharem o livro super divertido e engraçado. Talvez tenha sido coisa de momento e eu, sem muita paciência, não esteja nessa mesma vibe, mas, infelizmente, não funcionou pra mim.