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4 Homens em 44 Capítulos - BB Easton

26 de agosto de 2021

Título:
4 Homens em 44 Capítulos
Autora: BB Easton
Editora: Paralela
Gênero: Romance
Ano: 2021
Páginas: 324
Nota:★★☆☆☆
Sinopse: Depois de anos tentando apimentar minha vida sexual, resolvi me contentar com um diário sobre aventuras do passado. Talvez meu marido, um nerd lindo e frio, só não fosse capaz de sentir a paixão que eu esperava, já que era totalmente diferente dos meus ex-namorados supertatuados e tarados. Bom, se eu não podia ter o amor que desejava na vida real, pelo menos podia escrever sobre ele no diário. Seria meu segredinho.
Mas adivinha? Meu marido leu tudo. E sabe o que mais? Depois disso, ele foi tomado pela paixão, se é que você me entende.
A partir daí, resolvi seguir o conselho da minha melhor amiga e usar o diário para manipular o comportamento dele. Eu só queria convencê-lo a: me dar um apelido fofo; me elogiar mais; fazer sexo selvagem e apaixonado; e fazer uma tatuagem completamente amadora do meu nome e/ou rosto em uma parte do corpo bem visível!
Não é pedir demais, é? O que poderia dar errado?

Resenha: 4 Homens em 44 Capítulos, escrito por BB Easton, é um tipo de autobiografia (segundo a própria autora) onde ela relata as experiências sexuais - reais e inventadas - que teve com antigos namorados super cheios de fogo, num diário pra dar jeito no marido. Ken, o dito cujo, embora seja um cara de boas, é um zumbi desprovido de caliência (ou como ela prefere definir: maribô) que não faz nada pra tirar o relacionamento da rotina e mal conversam. E a vida sexual, aquela cheia de loucuras que ela viveu no passado e sente tanta falta que só falta morrer? Que se dane. Já casaram e tiveram filhos, conquistaram o que queriam, logo não existe mais nada que precise ser feito. E a confusão realmente começa quando Ken acha o diário sem querer, começa a ler e fica abismado com o que Brooke, ou BB, andava escrevendo. Ela se desespera acreditando que ele pediria o divórcio depois de ler tantas indecências, mas se surpreende quando ele tenta agradá-la fazendo algumas coisas que ela gostaria e descreveu no tal diário.
Então, nada melhor do que um plano que envolve continuar escrevendo - e inventando - mais um monte de experiências cabeludas e tiradas do além no famigerado diário esperando que Ken continue lendo e mudando o comportamento pra satisfazê-la e agradá-la do jeitinho que ela quer, esquentando as coisas entre quatro paredes e dando um up nesse casamento murcho.

Antes de mais nada, acho que todo mundo já deve saber que o livro inspirou a série Sex/Life, na Netflix. Confesso que tentei assistir, mas numa casa cheia de crianças que não me dão folga e não saem do meu pé nem quando vou no bendito banheiro, fica difícil. Logo, achei que ler o livro seria uma ideia melhor por não ter perigo de algum deles aparecer no meio da noite, do nada, e de repente se deparar com alguma cena imprópria envolvendo caras e bocas, gemidões, e protuberâncias corporais.

Outra coisa é que só depois que terminei esse livro é fui saber que a autora escreveu 4 spin-offs (que não foram publicadas no Brasil), um pra cada homem com quem ela teve esses relacionamentos, Skin, Speed, Star e Suit, mas acho que como minha experiência não foi tão positiva quanto eu gostaria, é bem capaz que eu passe essas leituras se um dia forem lançadas por aqui.

É um livro epistolar muito fluído, que intercala os relatos verdadeiros, as iscas os relatos falsos no diário secreto, e vários emails trocados com a melhor amiga que deu total apoio ao plano contra o marido. Os capítulos são super curtos, narrados em primeira pessoa, e é aquele tipo de leitura que a gente finaliza em poucas horas.
Acho que a ideia da autora era escrever de um jeito super hilário e descolado, com combinações de palavras que formam outras palavras divertidas, relatos e descrições das suas experiências sexuais mirabolantes que fariam a gente sair rolando pelo chão de tanto rir, ou quem sabe ficar com tanto fogo quanto ela, mas não foi o caso... Achei tudo muito forçado, muito sem graça, um exagero danado, preguiça, olhos revirando...

Brooke teve pais hippies que não deram muita atenção ou limites pra filha por estarem mais interessados em curtir um barato. Assim, desde adolescente, ela sempre teve liberdade pra curtir a juventude do jeito mais louco possível, incluindo se envolver com caras esquisitões, desde o que quebrava a cara dos outros porque sim, ou outro que vivia drogado, e o resto que ia cada vez mais ladeira abaixo. E foi com um tipo de cara desses que ela iniciou a vida sexual, com 15 anos. Mesmo sabendo que o primeiro cara era um skin head delinquente e perigoso, BB se deixou levar pela ideia de que ela era a única pessoa importante pra ele, ou melhor, pela experiência e pelo prazer imensurável que ele lhe proporcionava na cama. E sempre que ela conseguia sair fora de um "namoro" com um embuste desses com muito custo, ela arrumava outro que, com o tempo, se mostrava pior, mais abusivo, com mais e mais problemas na bagagem, mas sempre muito bom de cama. Até que, cansada de só se envolver com psicopatas, ela resolveu dar uma chance a Ken, o nerd que não tinha nada a ver com esses malucos e que ela jamais olharia se não fosse a vontade de sair fora desse padrão. O problema é que, mesmo sendo um marido razoável, Ken é frio e desinteressado, e estava a anos luz de distância de ter a mesma pegada dos outros... Não se pode ter tudo nessa vida, não é mesmo, BB?

Sabem aquele ditado que diz "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço"? Pois é, se encaixa bem aqui. Brooke é psicóloga, mas não entra na minha cabeça como pode a mulher não se dar ao trabalho de simplesmente considerar que sentar pra conversar com o marido pra tentar resolver os problemas do casamento poderia ser melhor e mais eficaz do que aplicar psicologia reversa (e barata) no sujeito descerebrado com intenção de manipulá-lo. Ou quem sabe pedir o divórcio logo de vez, já que o casamento já tinha fracassado a eras e a química sempre foi inexistente. A impressão é que ela se casou procurando uma coisa, não encontrou e foi empurrando com a barriga até ter essa ideia mirabolante pra manipular Ken. Posso estar errada, e longe de mim querer militar por aí sobre o assunto, mas acho que "romantizar" ou tentar tornar engraçado relacionamentos tóxicos e abusivos com maníacos depravados com a única qualidade de serem bons de cama, como se isso fosse a maior aventura ever, não é normal ou legal, ainda mais pra chamar atenção do marido, e a leitura acabou me incomodando muito mais do que me divertindo. O bom senso mandou um oi.

Talvez outras leitoras não vejam os problemas que eu vi, ou talvez sejam capazes de enxergar o lado positivo e acharem o livro super divertido e engraçado. Talvez tenha sido coisa de momento e eu, sem muita paciência, não esteja nessa mesma vibe, mas, infelizmente, não funcionou pra mim.

Ovelha - Gustavo Magnani

25 de novembro de 2015

Título: Ovelha - Memórias de um Pastor Gay
Autor: Gustavo Magnani
Editora: Geração
Gênero: Ficção/Literatura Nacional
Ano: 2015
Páginas: 228
Nota: ★★★☆☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Este livro, estreia impressionante de um jovem e talentoso escritor, é o relato pecaminoso de um decadente. A história de um homem religioso e carismático, temente a Deus, mas amante insaciável de sua própria carne exótica, a carne de outros homens. Um pastor gay, casado com uma ex-prostituta, filho de uma fanática religiosa. Neurótico e depravado. E agora condenado. Internado no hospital, debilitado e com um segredo de uma tonelada nas costas, este personagem atormentado decide libertar-se de seus demônios e relatar seu drama. Num relato cru e sem censura, ele literalmente vomita seus trinta anos de calvário e charlatanice na cara da congregação (e de qualquer um que se interesse por um bom inferno). Sexo, paranoia, corrupção e destruição são os ingredientes tóxicos dessa obra provocante, polêmica e inovadora.

Resenha: Escrito por Gustavo Magnani, Ovelha - Memórias de um pastor gay é um relato fictício de um pastor evangélico em conflito com sua fé e sua sexualidade e que precisa conviver com seu maior segredo de forma tortuosa durante toda a sua vida.
O livro é composto por crônicas em que o protagonista conversa com Deus em um diário autobiográfico buscando pelo perdão por ter escondido sua homossexualidade ao mesmo tempo em que tenta provar que tal condição é uma aberração da qual ele não conseguiu se livrar. A narrativa não segue um padrão ou uma ordem cronológica mas nem por isso os fatos se tornam confusos para quem lê.

Ao decidir fazer esse relato, ele está internado num hospital após ter contraído HIV, e volta ao início da vida, contando como passou a infância numa igreja, ouvindo sobre moralidade, pecados, o que pode e o que não pode, o que é e o que não é de Deus, até a atualidade, em 2014, quando vai contando de forma gradual e desordenada como foi parar lá, mas sempre ressaltando o que, de fato, gosta, o que sente falta, o que o excita e no que vivia pensando de forma crua, direta e sem censuras.
Desde os quinze anos de idade ele tem plena consciência de que é gay e, embora tenha tentado de todas as formas se curar desta "doença", não poderia fazer nada para mudar isso. Ter uma mãe jamais aceitaria um filho gay e que leva a religião com extremo fanatismo após a morte do pai só fez com que as coisas fossem mais difíceis e "sujas", principalmente por ser o filho "destinado" a se tornar um pregador da palavra. E, seguindo as vontades dela, ele abraça a religião evangélica se tornando pastor, mas ainda que pregue a palavra, ele entra em contradição quando condena pecados que ele próprio comete ao levar essa vida dupla.

O livro é uma enorme crítica à hipocrisia. Retrata a verdade sobre as questões que envolvem religião e homossexualidade e como aqueles que não conseguem ou não podem assumir suas condições, seja pelo motivo que for, vivem de mentiras que acabam por consumí-los internamente.

Acho que quando se escolhe um tema para escrever, não é necessário se fazer alarde sobre o que vamos encontrar. Basta deixar a leitura fluir e cada um que tire as próprias conclusões, sem necessidade de ser informado da dita polêmica antes mesmo da leitura ser iniciada.
Ao saber de antemão que o livro seria polêmico por tocar em assuntos delicados e que geram discussões eternas que nunca levam ninguém a lugar nenhum, criei várias expectativas e ao fim minha impressão foi de que a história tendeu por um caminho que fez com que essa polêmica fosse forçada e aumentada, havendo abuso de ironia e sarcasmo, como se o livro tivesse sido escrito inserindo vários pensamentos e situações explícitas, despudoradas e exageradas - mas que nem sempre colaboram para o desenvolvimento da história ou da trajetória do personagem - só para chocar o leitor devido a tamanha "audácia". Nesse contexto da imoralidade e hipocrisia na religião e na orientação sexual que o protagonista está inserido, quando pensei que alguma situação descrita alcançou um nível de depravação que nunca imaginei ler na vida, logo adiante me deparo com outra ainda pior, e fiquei com a ideia de que tudo aquilo foi criado pra ampliar o problema e para causar desconforto e polemizar de forma proposital. Acho inclusive que o personagem não foi tão bem construído e pode ser considerado genérico não sendo tão possível assim que alguém se identifique com ele devido aos exageros, pois além de não sentir que ele possuísse carisma algum para conquistar o leitor, se a intenção era falar sobre os preconceitos da sociedade religiosa contra os homossexuais que não podem se assumir, ele poderia ser um gay em qualquer outra profissão ou em qualquer outra família...
"Sozinho, busquei as mais diferentes soluções dentro das leis divinas, e não a encontrei. Talvez se buscasse ajuda externa... mas com que cara eu admitiria ser uma aberração?
- Pág. 53
Mas confesso que o livro traz, sim, reflexões sobre fatores importantes como as relações familiares e até onde nos deixamos influenciar por nossos pais, o peso e as consequências das mentiras em nossas vidas, sobre a hipocrisia usada para levar a vida sob fachada conforme a conveniência, a forma como encaramos a religião e o ela espera de seus fiéis e seguidores.
A pessoa tem livre arbítrio para ser e fazer o que quiser, mas até onde é possível usar essa liberdade se existe a limitação ao conservadorismo e ao fanatismo de alguém que não tem a mente aberta e cuja visão também é limitada?
Não vou entrar na questao religiosa pois acredito que religião não é algo a ser discutido. É impossível forçar/mudar a opinião alheia quando o assunto é fé e crença, mas posso dizer que seguir uma religião usando somente aquilo o que convém é muito fácil, e ao capitulo final, no sermão que ele nunca teve coragem de dar, isso fica evidente...

Falando sobre parte física e diagramação, os títulos dos capítulos sempre são sugestivos e já dão ideia do que o texto irá tratar. A capa é bonita, lembra uma biblia e acho que a escolha não poderia ser melhor.
Sobre a escrita, só tenho elogios pois o autor escreve muito bem. Em alguns momentos senti que alguns capítulos eram destinados a polêmica pura, usando palavreados e termos chulos, já outros eram mais reflexivos e profundos, alguns inclusive trazem trechos da bíblia.
Eu só não sei ainda qual foi a intenção da utilização de nomes em letras maiúsculas ou minúsculas para nomes. Talvez seja algo ligado ao estado de espírito do protagonista em acreditar que algo ou alguém está num nível elevado e digno de respeito e enaltecimento ou não, como "deus", "bianca" (a esposa), "Ele" (se referindo a Davi, seu amante), "Mamãe", e por aí vai.

Enfim, não acho que seja um livro cuja leitura será facilmente aceita. É necessário ler com a mente aberta e deixar preconceitos de lado para saber um pouco mais desse pecador que, por mais que tenha sofrido na vida, soube o significado do que é viver intensamente.

A Caminho da Sepultura - Jeaniene Frost

19 de agosto de 2014

Lido em: Julho de 2014
Título: A Caminho da Sepultura - Night Huntress #1
Autora: Jeaniene Frost
Editora: Novo Século
Gênero: Sobrenatural/Conteúdo Adulto
Ano: 2011
Páginas: 344
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: A meia-vampira Catherine Crawfield está indo atrás dos mortos-vivos como uma vingança, esperando que um destes sem batimentos cadiacos seja seu pai- o responsável por arruinar a vida de sua mãe. Então ela é capturada por Bones, um caçador de vampiros, e é forçada a uma profana parceria. Em troca de encontrar seu pai, Cat concorda treinar com o sexy caçador da noite até que seus reflexos de batalha estejam tão afiados quanto as suas presas. Ela está espantada que ela não terminou como o seu jantar- há realmente bons vampiros? Rapidamente Bones a terá convencida de que ser meio-morto não tem que ser de todo ruim. Mas antes que ela possa aproveitar seu novo status de caçadora chutadora de traseiros de demônios, Cat e Bones são perseguidos por um grupo de assassinos. Agora, Cat terá que escolher um lado... e Bones está se tornando tão tentador quanto qualquer homem com um batimento cardiaco.

Resenha: A Caminho da Sepultura é o primeiro livro da série Night Huntress escrita pela autora Jeaniene Frost e publicado no Brasil pela Editora Novo Século.
Como o livro está bem resumido na sinopse, não falarei muito sobre a premissa da historia e sim a minha opinião.

Para quem não sabe, eu sou fascinada por leituras fantásticas, especialmente os de vampiros, então quando vejo um livro que aborda estes seres, lá estou.
O livro foi uma leitura que tentei adiar ao máximo, mas minha fascinação e os comentários positivos de colegas à parte fizeram com que antecipasse a leitura dele.
A narrativa começa ao sermos apresentados a Catherine e ao motivo que a levou a matar vampiros. Esta sua implicância com a raça – até por que ela é meio vampira – deu-se ao seu pai: um vampiro que estuprou sua mãe, fazendo-a engravidar dela.

O livro começa a ficar interessante quando Bones, um vampiro de mais de 200 anos, aparece. Ele é irritante, um mocinho – nada bom -, que trabalha para uma agência que procura os bandidos, como um tipo de caçador de recompensas, e em uma de suas noites, quando estava a procura de algum ser sobrenatural, ele conhece Cat, mesmo que a apresentação entre ambos não tivesse sido muito agradável.
Confesso que no inicio senti empolgação e a historia vai direto ao ponto, o que me deixou alucinada para continuar a ler sem intervalos.  Os personagens são bem sarcásticos, irônicos, um tanto mal humorados – motivos explicados na leitura -, e tais características deixam os personagens com um charme extra além de arrancar algumas risadas dos leitores.

Ação do livro é a parte boa de toda leitura. A autora não economizou nas palavras na hora de descrever a ação, e fica difícil não se envolver. A sensação é de uma angustia e frenesi sem intervalo para a recuperação.
A explicação da autora sobre o motivo dos vampiros poderem procriar é genial e bastante convincente, até porque sabemos que vampiros são mortos e algo deve ser feito para que continuem a perpetuar a espécie.

Porém, após tantas indicações e comentários positivos, a leitura não superou minhas expectativas como esperei. Pra mim, os personagens não foram tão bem construídos e vários acontecimentos ficaram no ar. Talvez seja por este ser o primeiro volume da série e a história ser uma introdução do que está por vir, e talvez cada livro traga alguma explicação do que ficou em aberto. Mas, para uma leitora como eu, acho extremamente importante que essas explicações e detalhes dos personagens sejam trabalhado e revelados no primeiro livro, de forma que eu possa estar a par de quem são, o motivo de serem assim, etc... Senti um vazio devido a falta de uma explicação melhor sobre eles.

Achei a trama um pouco enrolada e acredito que possa ter sido de forma proposital, como se a autora quisesse deixar aquele gostinho de quero mais, mas ainda assim não foi algo que me agradou.
Há quem diga que o livro é erótico, mas discordo. Pra mim é uma leitura com bastante sensualidade até mesmo pelas cenas que não são nada pesadas.
Apesar de não ter me agradado por completo, posso afirmar que me diverti com a leitura. Quero ler a continuação pra poder conferir se as pontas soltas serão amarradas e, quem sabe, tornar esta série fixa para minha lista de leituras.
Para quem curte histórias sobrenaturais com a presença de vampiros é um bom passatempo.

Algemas de Seda - Frank Baldwin

3 de janeiro de 2013

Lido em: Dezembro de 2012
Título: Algemas de Seda - A História de Jake e Mimi
Autor: Frank Baldwin
Editora: Geração Editorial
Gênero: Romance/Thriller/Suspense/Conteúdo Adulto
Ano: 2012
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Mimi Lessing está noiva do homem que ama, quando seu colega de trabalho, o irresistível Jake Teller, desperta a sua curiosidade e interesse. Disposto a seduzi-la, Jake a convida a assistir, sem ser vista, aos jogos eróticos dele com suas parceiras, a quem leva ao êxtase sexual por meio da dor. Então, as mulheres com quem Jake dormiu começam a ser assassinadas, e a própria Mimi desaparece. Homens e mulheres não deixarão a leitura deste thriller erótico e absorvente até a última página, para a qual se caminha num clima de sensualidade e suspense eletrizantes.

Resenha: Mimi Lessing é uma boa moça de 25 anos, conservadora, dedicada ao trabalho e que está de casamento marcado com Mark, com quem tem um relacionamento há seis anos, que já vive uma rotina e nunca aceita nada de diferente ou novo. Jake Teller é o típico garanhão, conquistador que passa os dias planejando como irá levar a próxima mulher para cama e satisfazer seus desejos mais pervertidos.
Os dois não têm nada em comum, mas ao se verem trabalhando juntos, Mimi passa a conhecer Jake um pouco mais, e começa a avaliar a quantas anda seu relacionamento com o noivo. A ideia de experimentar novas sensações e sair da mesmice começa a atraí-la, o que antes parecia certo e seguro se tornou sem graça e cansativo, e Jake aproveita para convidá-la para assistir aos seus jogos eróticos e sadomasoquistas com suas parceiras. E diante disso Mimi, que até então não conhecia nada além do sexo tradicional, começa a deixar aflorar uma sensação desconhecida por ela...
Porém, as mulheres que foram parceiras de Jake e assistidas por Mimi começam a desaparecer misteriosamente, e até a própria Mimi desaparece... Acreditando que Mimi corre perigo, Jake resolve procurá-la o quanto antes.

O livro é contado pelo ponto de vista de três personagens: Mimi, que conta sobre seu relacionamento com Mark, seus anseios e preocupações com o casamento que se aproxima, sua dedicação ao trabalho e tudo o que sente ao descobrir o BDSM ao assistir Jake com sua nova parceira; Jake, que além de contar sobre diversas situações do passado, enquanto estava na faculdade, nos dá detalhes sobre cada passo do que é ser o dominador durante os seus jogos, em que ele amarra as mulheres com lenços de seda, as tortura mas ao mesmo tempo eleva o prazer que essa dor causa o máximo que pode...
E enquanto isso tudo acontece, ainda temos um personagem misterioso, um louco, que passa a vigiar e seguir Mimi de perto sem que ninguém saiba...

A narrativa é feita em primeira pessoa por cada um deles, e só sabemos quem é que está narrando depois de um tempo, quando o personagem é mencionado por alguém. De início é estranho, fiquei com a sensação de não saber quem era quem, mas depois me acostumei. Os elementos também foram muito bem dosados.

Algemas de Seda, sem dúvidas apresenta o BDSM, de um jeito convincente, e por mais escrachada e forte que seja a cena, é possível imaginar o que está acontecendo pelas entrelinhas, sem a necessidade de uma descrição nos mínimos detalhes. Tudo é narrado com muita sutileza e por esse motivo fiquei muito impressionada com o estilo da narrativa do autor. É leve e com um toque de sensualidade na medida certa, sem baixar o nível, sem palavrões. Em vez de nos depararmos com termos do tipo "e ele enfiou um cubo de gelo mulher adentro...", encontramos algo do tipo "a mão dele entrou pelo tecido triangular e ao sair o cubo não estava lá..." Lembrando que apesar de a tal cena existir na história, as frases que citei não são propriamente essas, só usei como exemplo pra que vocês possam entender a diferença da narrativa e descrição da cena. Perceberam como é muito mais sutil e envolvente, despertando a imaginação de quem está lendo?

Também gostei muito do autor ter descrito as cenas de Mimi com tanto cuidado. Nem sempre um homem tem muito tato para descrever (e saber) o que realmente se passa pela cabeça de uma mulher de forma verdadeira, e as narrativas de Mimi foram ótimas e nada forçadas.
A parte que envolve o mistério do sumiço das mulheres e de Mimi deixou um pouco a desejar, mas porque foi tudo muito rápido. O livro inteiro me envolvi com a história, com as descobertas de Mimi e a sensação de encontrar um tipo de "liberdade" em Jake, e apesar de já sabermos que algum maluco a vigia até colocando escutas em sua casa, só nas últimas páginas é que o suspense sobre esses desaparecimentos começa. Ok, talvez tenha sido rápido por ter sido lógico, mas acho que poderia se arrastar um pouco mais pra não dar a sensação de desvio de assunto e que faltou explicações e algo mais, principalmente sobre qual foi o destino dos dois. Acho que o autor teve a intenção de deixar que o leitor use a imaginação, outra vez, mas logo no final, não curti muito...

No geral, é um bom livro, com uma boa história que envolve sensações, obsessões e a curiosidade pelo desconhecido....

Uma última observação: Na capa do livro, há a seguinte frase: "Mais intenso que 50 tons de cinza". Pra ser sincera, apesar de ter concordado com a frase (no que diz respeito ao erotismo) depois de terminar a leitura, não curti muito ela estar ali. Dá a impressão que por Cinquenta Tons ser um sucesso de vendas, a frase vai acabar despertando interesse do leitor pelo livro por ela, e não pelo conteúdo propriamente dito. Não acho que isso seja relevante ou necessário para chamar a atenção, assim como existem outros livros por aí com a capa parecida e até o nome praticamente idêntico...

Cinquenta Tons de Cinza - E.L. James

29 de setembro de 2012

Lido em: Setembro de 2012
Título: Cinquenta Tons de Cinza - Cinquenta Tons de Cinza #1
Autora: E.L. James
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance/Conteúdo Adulto
Ano: 2012
Páginas: 455
Nota: ★☆☆☆☆
Sinopse: Quando Anastasia Steele entrevista o jovem empresário Christian Grey, descobre nele um homem atraente, brilhante e profundamente dominador. Ingênua e inocente, Ana se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Grey, está desesperadamente atraída por ele. Incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente de Ana, Grey admite que também a deseja. 

Resenha: Anastasia Steele é uma moça de 21 anos, muito bonita mas muito desengonçada, que corre atrás dos seus objetivos da forma como acha conveniente. Ela tem um fuscão velho, chamado de Wanda, e mora com Kate, sua melhor amiga, e as duas estudam juntas e já estão para se formar na faculdade. Kate iria se encontrar com empresário bilionário, Christian Grey, para uma entrevista, mas como ficou doente, Ana, de muito boa vontade, foi em seu lugar. O que Ana não esperava, era que após entrar e se estatelar no chão do escritório de Christian em sua empresa, a Grey Enterprises Holdings Inc. (ela é desengonçada, lembram?), ficaria super curiosa para conhecer um pouco mais daquele cara jovem, lindo, rico, lindo, de olhos cinzentos, lindo, misterioso e lindo.
Após essa entrevista, Christian passa a demonstrar interesse em Ana. Mas o que a mocinha não sabia, é que Christian se considera um dominador e tem necessidade de ter uma mulher disponível e submissa a ele, a fim de satisfazer todos os seus desejos e suas fantasias mais pervertidas. Até conhecê-lo, Ana nunca tinha demonstrado interesse por ninguém em toda a sua vida e nem permitido que ninguém se aproximasse, mas o interesse e a curiosidade por Christian, aquele cara misterioso, lindo, gostoso e lindo, veio como um tsunami: Foi arrebatador e praticamente instantâneo igual miojo! E Ana acaba embarcando nesse mundo misterioso e totalmente desconhecido por ela.
Mas o que Anastasia não esperava (ou esperava?) era se apaixonar por Christian. A partir daí, há uma enorme divergência de interesses, pois Christian é um homem que não quer um compromisso sério e só quer saber de encontrar alguém para satisfazer suas vontades sexuais e sadomasoquistas, com direito a "quarto de jogos", brinquedinhos e tudo. Já Ana, que até então nunca tinha se interessado e nem se apaixonado por ninguém, não quer ser só mais uma na vida de Christian e quer algo mais sério, mas para não perdê-lo, aceita se submeter a um contrato cheio de obrigações absurdas, concordando em aceitar todas as ordens, sexuais ou não, que Christian venha lhe impor esperando que ele mude de ideia. E em meio a toda essa história, Ana, que era virgem e nunca nem sonhava com coisas do tipo, embarca num mundo totalmente inexplorado por ela, sendo submissa e dominada por Christian, seu novo senhor... E a propósito, eu já falei que ele é lindo?

Ok... Tentei resumir o enredo desse livro e acho que extrapolei um pouco, mas enfim... Vamos a minha humilde opinião sobre como foi minha experiência com esse livro, uns dos recordes de venda no mundo, que li por pura curiosidade, como a maioria das pessoas que leram também fizeram. Essa curiosidade mais parece uma maldição...

Antes de ler, eu já sabia que o livro foi feito a partir de uma fanfic de Crepúsculo que a autora escrevia e é completamente IMPOSSÍVEL não comparar Anastasia com Bella, e Christian com Edward, afinal, antes eram eles na fanfic! E cá entre nós, deviam ter continuado lá!
Anastasia é a moça bonita (mas que não se considera bonita, muito pelo contrário), desengonçada, avoada, tem uma lata velha que chama de carro e sempre teve caras aos seus pés mas nunca se interessou por nenhum deles até avistar Christian, o sedutor.
Christian é o cara misterioso, lindo, com uma fortuna incalculável, e com um segredo horrível: ele é um sadomasoquista incontrolável (ele ainda esconde alguma coisa terrível que aconteceu no passado, mas não sabemos o que raios aconteceu pois ele se recusa a falar sobre isso)... Depois de revelar esse segredo de ser sadomasoquista à Ana, ela simplesmente aceita lindamente, pois acredita que o sentimento puro que é o amor, recém descoberto, tudo supera! Claro que a necessidade dele em presentear Ana com coisas caríssimas está presente, e a recusa dela em receber tudo ou considerar o que ganha como empréstimo, também.
Isso por acaso se parece com Bella se apaixonando por Edward, onde o vampirismo do moço é a coisa secreta e perigosa, mas que pode ser contornada pela coisa linda que é o amor mais quente que o fogo do próprio inferno que brotou alí no peito de Ana? Por que, dentre tantas pervertidas e devassas, Christian foi se interessar logo pela idiota desengonçada que apareceu por ironia do destino?
Enfim... Ainda contamos com o amigo de Ana, o pobre José (ou seria Jacob? rsrs), que sempre demonstrou interesse por ela, faz questão de deixar isso claro, mas sempre foi rejeitado, afinal, por mais que Ana goste dele, eles são só amigos e nada mais.
Kate ainda pode ser comparada à Alice, fazendo o papel da melhor amiga que cuida de Ana, se preocupa com ela e a defende com unhas e dentes.

A narrativa é em primeira pessoa, e Anastasia ainda vive constantemente em crise com seu inconsciente, que ela chama de "deusa interior". Isso me irritou profundamente, pois entrar na cabeça de uma personagem tão ridícula foi terrível. Enquanto Ana, com toda sua inexperiência, está "inocentemente" explorando esse mundo de devassidão e dor prazerosa, a deusa interior é o lado incontrolável, selvagem, louco e inconsequente de Ana, que está ali só pra empurrar Ana a fazer as vontades do Sr. Grey. E depois de várias e constantes discussões irritantes e estúpidas entre Ana e sua deusa, ela acaba sendo "convencida" a ir pelo pior caminho. Resumindo, Ana é uma santa sendo levada pela tentação que é a tal deusa, acreditando que se não fizer o que Christian quer, além de perdê-lo ainda vai morrer encalhada.

O livro obviamente tem as cenas eróticas (que por mais detalhadas que sejam são super cafonas, e pra mim está longe do que realmente é o sadomasoquismo, pois uma coisa é ser submissa entre quatro paredes, outra coisa é ser submissa 24hrs por dia em qualquer lugar e sempre se referindo a Christian como "Senhor"), o que acho que  foi o principal fator que despertou a curiosidade dos leitores, mas a autora não cansa de repetir que Christian é lindo e rico e que Anastasia está completamente dependente e enfeitiçada por ele. E talvez essa dependência tenha causado algum tipo de "doença" em Ana, pois ela sempre está arfando, ofegando, perdendo o ar, corando e sussurrando quando pensa ou está perto do seu senhor soberano em todos os capítulos... Chega a ser irritante.
Christian, a fim de poder ter controle total sobre o que Ana faz ou deixa de fazer, ainda a presenteia com um notebook de última geração, de milhares e milhares de dólares (daqueles que suportam jogos tipo, GTA 4, The sims 2 com todas as expansões e Crysis RODANDO JUNTOS), só para que ela possa se comunicar com ele por emails, coisa que Ana, com seus 21 anos de idade, NUNCA MEXEU NA VIDA!!! Em que caverna da era jurássica essa menina morava????

Pra finalizar, como gostar de um livro com tantas coisas absurdas, sem o menor nexo e impossíveis (além do fato de Christian não fazer sexo nem amor, mas sim foder, e com força ¬¬' ui, nossa!), cujos diálogos desses dois se resumem a coisas do tipo "- Ana, o que vou fazer com você?" enquanto ela responde e suplica aos sussurros"- Por favor, senhor... Por favor..." e que vive discutindo de forma patética com ela mesma???
Talvez a intenção da autora tenha sido levar desejos, sonhos e fantasias reprimidas às mulheres ao lerem esse livro, ou mostrar que por mais estranho que pareça, não é de todo errado ou "sujo", e que pode ser muito prazeroso se feito da maneira certa... Mas pra mim, não deu... Demorei quase 1 mês inteiro pra terminar esse livro por preguiça de ler tanta asneira. A história vazia, pobre e rasa que é Cinquenta Tons de Cinza, pelo menos aqui, não desceu... Sorry...
Nem sempre um marketing violento é sinônimo de bom conteúdo...