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Winter - Marissa Meyer

18 de novembro de 2016

Título: Winter - As Crônicas Lunares #4
Autora: Marissa Meyer
Editora: Joves Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/ Ficção
Ano: 2016
Páginas: 688
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Americanas
Sinopse: Depois de Cinder, Scarlet e Cress, inspirados, respectivamente, nas histórias de Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Rapunzel, Marissa Meyer entrega a eles o último capítulo da série, em que reconta a história de Branca de Neve com tintas distópicas. Na trama, a princesa Winter vive subjugada por sua madrasta, Levana, que inveja sua beleza e não aprova os sentimentos da jovem pelo amigo de infância e belo guarda real Jacin. Mas Winter não é tão frágil quanto parece, e, junto com a ciborgue Cinder e seus aliados, a jovem princesa é capaz de iniciar uma revolução e vencer uma guerra que já está em andamento há muito tempo. Será que Cinder, Scarlet, Cress e Winter podem derrotar Levana e encontrar seus finais felizes?

Resenha: No quarto e último volume da série Crônicas Lunares, Marissa Meyer traz ao leitor uma releitura distópica baseada no conto de fadas de Branca de Neve, e, dessa vez, Winter é a personagem principal.

A história se passa pouco tempo após as reviravoltas em Cress, em que Scarlet é levada para Luna se tornando escrava, e só continuou viva por causa da proteção de Winter, e Cinder sequestra Kai para provar seus motivos para seguir com sua revolução e retomar o trono de Luna, se aproveitando do que Levana usou para controlar o povo contra ela mesma: o glamour.

Winter é a linda princesa de Luna, amada por todos os súditos do reino e a rainha Levana é sua madrasta. Levana inveja a beleza de Winter, e odeia que o povo a admire quando ela não possui sangue real. Winter reprimiu seu poder lunar. Ela fez uma promessa de que nunca usaria o glamour para manipular as pessoas e por isso é a protegida de Jacin, um dos guardas do palácio. Porém, por ela não usar seus poderes, eles começam a afetá-la mentalmente de forma negativa: Winter é louca e constantemente sofre de alucinações. Sua loucura a impede de dar uma chance ao amor que sente por Jacin, enquanto ele acredita que ele não a merece por ela ser da realeza. Eles não nutrem somente uma relação muito forte de amizade e companheirismo, mas também um amor secreto que não poderia vir à tona para que Levana não pudesse usar isso contra os dois.
Quando Winter descobre sobre os planos de Cinder, ela decide se juntar ao grupo para ajudar a tripulação da Rampion na revolução...

Narrado em terceira pessoa e trazendo vários pontos de vistas diferentes, Winter traz o desfecho perfeito para uma história revolucionária envolvendo a busca pela libertação de dois povos que se encontram nas garras de uma rainha tirana. Se trata de uma guerra travada contra a opressão, em prol da liberdade, rumo ao felizes para sempre.
A maior qualidade da série é manter a fluidez e um ritmo constante, e dessa forma a conclusão é que em momento algum a autora se perdeu na própria trama, nenhum dos livros são inúteis, tudo o que acontece é importante e todos os personagens representam papéis fundamentais para o desenrolar da história até seu final. Eles são únicos! Uma mecânica habilidosa e um imperador, uma camponesa armada e um soldado destemido, uma hacker e um contrabandista, uma princesa louca e um guarda humilde, e uma andróide hilária e inteligente. Um time de personalidades que aparentemente não tem nada em comum, mas que juntos fizeram toda a diferença.

Há romance, sim, mas este acaba ficando em segundo plano diante da grandeza da guerra iminente.
As subtramas que envolvem cada personagem, e cada casal que se formou ao longo da série, são inteligentes e funcionam como um complemento valioso dentro do enredo em geral.

A capa é linda demais, a mais bonita entre as quatro, e os detalhes também não ficam atrás. O título é prateado e a aplicação em verniz sobre a ilustração dão um toque mais do que especial ao livro. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, a fonte segue o mesmo padrão dos outros livros e não encontrei erros de revisão.

Assim como nos livros anteriores, eu pude me envolver com tudo o que a autora criou, desde a ambientação, a escrita viciante, os personagens memoráveis e a conclusão épica! É uma das melhores séries que tive o prazer de acompanhar.

Outro Conto Sombrio dos Grimm - Adam Gidwitz

4 de junho de 2016

Título: Outro Conto Sombrio dos Grimm - Um Conto Sombrio dos Grimm #2
Autor: Adam Gidwitz
Editora: Galera Record
Gênero: Fantasia/Infantojuvenil/Contos
Ano: 2016
Páginas: 352
Nota: ★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Depois de revisitar a história de João e Maria, mostrando o conto original dos irmãos Grimm, o autor mais uma vez usa a escrita original dos autores para mostrar a verdadeira aventura de João e o Pé de Feijão. Juntem-se a este conto de fadas pra lá de diferente e acompanhem João e Jill pelas histórias dos Irmãos Grimm, de Hans Christian Andersen e de outras figurinhas do universo do faz de conta. E se preparem para descobrir paisagens incríveis, que podem - ou não! - ser assustadoras, sangrentas, aterrorizantes e cheias de surpresas.

Resenha: Outro Conto Sombrio dos Grimm é o segundo volume da trilogia Um Conto Sombrio dos Grimm, escrita pelo autor Adam Gidwitz e publicado pelo selo Galera Júnior do Grupo Editorial Record.
Como o livro é independente do primeiro volume, a resenha está livre de spoilers.

Você sabe qual é a "verdade" por trás da história de João e o Pé de Feijão?
Todos sabem que contos de fadas são bonitos e por mais que existam obstáculos e infortúnios o final feliz é sempre certo, menos pela visão dos Irmãos Grimm, que contam o lado obscuro e trágico de todos esses contos...
Um Sapo - que em vez de ser beijado teve a perna arrancada -, um garoto chamado João - que trocou a vaca magricela da família por sementes de feijão mágico -, e uma garota chamada Jill - cujo vestido fora feito com uma seda tão majestosa que só poderia ser vista pelos "olhos mais refinados" - embarcam numa grande aventura quando escalam o pé de feijão e juram encontrar um espelho mágico que fora perdido. A viagem irá levá-los através da verdade de vários contos de fadas e contos populares famosos e inesquecíveis, mesmo que aqui sejam "sangrentos e horríveis"...

Os contos são narrados em terceira pessoa de forma fácil e bastante fluída, e o humor pontual é responsável por ficarmos com a impressão de que existe alguém nos contado as histórias já que constantemente somos avisados e alertados pelo próprio autor, que sempre se intromete no meio da história, para falar sobre as coisas terríveis que estão por vir da forma mais natural possível. Não que elas sejam realmente sangrentas e horripilantes, mas quem não se assusta em ler a descrição de um pobre sapo sendo capturado com violência e arremessado longe enquanto sua perninha se solta do corpo? Ou quem não morre de nojo ao ler sobre gigantes que formam uma poça de 30cm de altura com os próprios vômitos? Eca!
"Na verdade, se vocês são o tipo de pessoa que não gosta de ler sobre sofrimento, derramamento de sangue e lágrimas, por que não fingem que o dia acabou ali e fecham o livro agora mesmo?
Por outro lado, se vocês são o tipo de pessoa que gosta de ler sobre sofrimento, derramamento de sangue e lágrimas... bem, posso perguntar educadamente:
- O que há de errado com vocês?"
- Pág. 84
Nos primeiros capítulos o autor é mais participativo com seus alertas sobre possíveis cenas desagradáveis, mas no decorrer do livro a frequência de suas intromissões diminui bastante, e mesmo assim são alertas divertidos, ora pela interação com o leitor ou por ele ter se "esquecido" de nos avisar algo importante anteriormente, fornecendo dicas hilárias que acabam sendo as maiores responsáveis por manter o leitor envolvido e interessado na história.

Cada capítulo faz referência a um conto de fadas diferente, porém, os contos sempre estão interligados e acabam se fundindo por fazerem parte da grande aventura de João, Jill e o Sapo. A medida que esses contos são desenvolvidos, há todo um clima de tensão e ansiedade que também é criado pela expectativa que ficamos sobre o sucesso ou o fracasso da busca. Os personagens transitam pelos contos, saindo de um e entrando em outro, e isso fez com que houvesse um fluxo na história que torna o enredo dinâmico durante todo o tempo.
"Eu diria que todos os espelhos são mágicos, ou podem ser.
Eles lhes mostram vocês mesmos, afinal de contas.
Realmente enxergar vocês mesmos, no entanto - essa é a parte dificil.
- Pág. 336
Embora os personagens principais sejam sempre alvos de azar e vergonha, fica claro que a jornada não é somente pela procura de um objeto, mas também do autoconhecimento e a capacidade que eles desenvolvem de conseguirem enfrentar obstáculos em prol de algo que acreditam que resolverá seus problemas. Levando isso em consideração, tanto os contos quanto os alertas de que devemos ver além e confiarmos em nós mesmos são uma forma de dar um impulso à nossa autoestima através de mensagens que estão nas entrelinhas.

A capa é super chamativa e bonita e alguns detalhes possuem verniz. Os capítulos são numerados e possuem um título que tem a ver com o conto da vez. Cada capítulo se inicia com uma pequena ilustração em forma de silhueta que também se remete ao conto que será apresentado. Não percebi erros de revisão e de forma geral, o trabalho gráfico do livro é ótimo.

Outro Conto Sombrio dos Grimm é um livro cheio de magia que traz contos com certo teor assustador e violento, sim, mas é evidente que o autor, que é um exelente contador de histórias por sinal, inseriu uma boa e afiada dose de muito bom humor nessa releitura que é mais do que indicada pra leitores de todas as idades.

Cress - Marissa Meyer

8 de janeiro de 2016

Título: Cress - As Crônicas Lunares #3
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Gênero: Distopia/Juvenil/ Ficção
Ano: 2015
Páginas: 496
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Neste terceiro livro da série Crônicas Lunares, Cinder e o capitão Thorne estão foragidos e agora levam Scarlet e Lobo a reboque. Juntos, eles planejam derrubar a rainha Levana e seu exército. Cress talvez possa ajudá-los. A garota vive aprisionada em um satélite desde a infância, com a companhia apenas de telas, o que fez dela uma excelente hacker. Coincidência ou não, infelizmente ela também acabou de receber ordens de Levana para rastrear Cinder e seu bonito cúmplice. Quando um ousado plano de resgatar Cress dá errado, o grupo se separa. Cress enfim conquista a liberdade, mas o preço a se pagar é alto. Enquanto isso, Levana não vai deixar que nada impeça seu casamento com o imperador Kai. Cress, Scarlet e Cinder talvez não tenham a intenção de salvar o mundo, mas muito possivelmente são a última esperança do planeta.

Resenha: Quando iniciei a série As Crônicas Lunares, confesso que, inicialmente, fui fisgada pela capa de Cinder, mas não esperava nada grandioso que me fizesse ficar maluca pela história. Obviamente minhas expectativas foram totalmente superadas e me tornei uma enorme fã da série, da autora e das personagens únicas que ela criou ao se basear em personagens vindas de contos de fadas.
Afinal, o que esperar de uma versão meio ciborgue da Cinderela que trocou o sapatinho por uma perna biônica e muita graxa? Como não amar uma versão de Chapeuzinho Vermelho que trocou a cesta de doces por um revólver e caiu nas graças de um lutador chamado Lobo? Cinder e Scarlet, as protagonistas, me conquistaram a primeira vista e por mais que cada livro seja destinado a uma personagem diferente, a vida de todas estão entrelaçadas devido as questões políticas que envolvem a iminente guerra entre Luna e o planeta Terra.
Eis que a autora conseguiu inovar ainda mais no terceiro livro da série. Depois de tantas questões envolvendo política e poder, temos Cress, baseada em Rapunzel.

Enquanto o príncipe Kaito está em apuros devido ao seu casamento nada desejado com a rainha Levana estar próximo, há sete anos Cress vive presa em um satélite servindo como instrumento para ajudar na dominação da Terra. Sua única companhia, além de si mesma, é seu protótipo com inteligência artificial que ela chama de Pequena Cress. Ela é uma hacker e frequentemente obtém informações da Terra para Sybil, a taumaturga braço direito da terrível rainha Levana. Com Cinder sendo procurada, sua missão principal é encontrá-la através dos rastros deixados em quaisquer vias de comunicação online além de fornecer qualquer tipo de informações que colabore para a conquista.
Mas sua curiosidade pela Terra e pela cultura do povo vão além dos interesses que a mantém hackeando sistemas e, devido aos últimos acontecimentos, e por não ser nada ingênua, ela acaba ajudando Cinder e seus aliados, Scarlet, Lobo, Thorne e Iko (Iko ♥) que estão a bordo da Rampion em segredo. Ela sempre soube a localização da tripulação, mas escondeu tudo o que sabia de Sybil passando algumas informações inúteis que não a levava em lugar algum.

Após um contato breve, Cress dá sua localização e espera ser resgatada por Cinder, mas o plano ousado acaba não saindo conforme deveria... Apesar de ter conseguido fugir do satélite, o grupo fica desfalcado de alguns membros que, por motivo de força maior, acabam seguindo por um outro caminho... Agora, ao lado Cinder e Thorne, Cress mostra que sua disposição para entrar na batalha não vai ser perdida tão facilmente e, mesmo que pareça frágil, toda a sua força virá a tona.

Narrado em terceira pessoa em capítulos curtos e alternados, Cress é um tipo de leitura completamente viciante. A fluidez da escrita somada à criatividade e à originalidade da trama surpreendem. A sensação é de puro êxtase do início ao fim. Os capítulos se alternam de forma que os personagens, independente de onde tenham ido parar, ganhem foco e destaque.
Eu adorei Cress, ou como é seu nome verdadeiro, Lua Crescente. Cress não é apresentada como uma jovem inteiramente sã. Por mais inteligente que seja, os anos em confinamento e solidão meio que foram responsáveis por deixá-la meio maluca e desajeitada. Em suas horas livres seu passatempo era ler romances, buscar informações sobre os tripulantes da Rampion, ler mais romances, stalkear Thorne, ler mais, e idealizar uma vida pra si mesma longe daquele satélite, longe de Sybil, sonhando como seria se fosse livre e pudesse estar nos braços de um cara forte e corajoso, como Thorne... É claro que ela tem consciência de que um "anti-herói do bem" como Thorne jamais poderia ser considerado um príncipe encantado e esses pontos construíram uma personalidade que fez dela uma personagem única e divertida, que deu um ar leve e descontraído para que a história não fosse totalmente sangrenta, sombria e pesada.

A autora mantém as personagens dos livros anteriores e dá espaço a todas elas sem que nenhuma fique de lado ou com menos importância. Cada uma das protagonistas tem um papel distinto e a cada nova descoberta aprendem mais, ganham mais experiência e amadurecem.
A série, de forma geral, parece estar numa fase diferente da que encontramos nos outros livros, já que é possível perceber que devido a situação política, a realidade está mudando e se tornando ainda pior do que antes, e é isso que dá o ar sombrio à história. As Crônicas Lunares é um conto de fadas sangrento, a questão da Letumose ganha uma nova abordagem e as coisas estão bem piores do que imaginavámos...

Os personagens são ótimos, suas personalidades são marcantes e os tornam únicos. Ao lermos os pontos de vistas de cada um deles, podemos distinguir um do outro com facilidade pois a personalidade e o jeito de ser parece estar entranhado em cada atitude ou modo de falar.
É um livro rápido de ser lido pois tudo é muito ágil e dinâmico, sempre está acontecendo algo com alguém em algum lugar e não há brechas para tédio. As caminhadas no deserto parecem ser cansativas a princípio, mas acabam sendo uma grande aventura, perfeita para nos aprofundarmos um pouco mais nos personagens e conhecê-los e admirá-los ainda mais já que se metem em situações não muito favoráveis.

Achei Kaito um tanto idiota pois a rainha parecia sempre estar dez passos a frente dele. Ele deveria ter mais maturidade para governar e bolar estratégias de guerra, ou pelo menos algo que pudesse ser usado para impedir ou atrapalhar o glamour dos lunares (o poder de "hipnose" que eles tem, resumindo a ideia). Se não sabe nada ou tem medo, chame alguém que saiba e possa ajudá-lo! Mas não... É completamente angustiante acompanhar o desespero dele e perceber o quanto ele está despreparado quando o assunto é a rainha, o casamento e o que tal golpe iria implicar para o império caso ela tomasse o poder na Terra, e em vez de ele tomar uma atitude digna da posição que ocupa, prefere ficar encolhido pelos cantos. Vamos crescer e aparecer, amigo.
Um ponto hilário é o sarcasmo de Thorne. O que é esse cara, gente? As cenas dele com Cress são impagáveis e dignas de risadas altas. Ele se tornou um dos meus personagens preferidos por ser tão impossível.

A capa dispensa maiores comentários. É linda de viver e ilustra até a mania de Cress ao enrolar o próprio cabelo no braço. A diagramação é caprichada. O livro é dividido em quatro partes e cada uma delas tem ornamentos e uma frase que serve de entrada para o capítulo que vem a seguir separando bem a história. As páginas são amarelas e a revisão está impecável.

Posso dizer que Cress deu um up na série e é o melhor dos três até agora. O livro tem ação, consegue emocionar, causa indignação devido as injustiças que acontecem e ainda nos arranca risadas!
Eu estou simplesmente morta feat. enterrada com essa série viciante que consegue misturar tantas questões sérias sem tornar nada confuso, e não vejo a hora da Rocco lançar a sequência, Winter. A capa consegue ser ainda mais linda do que as dos outros livros juntas, espiem:


Série mais do que recomendada!

Scarlet - Marissa Meyer

25 de setembro de 2014

Título: Scarlet - As Crônicas Lunares #2
Autora: Marissa Meyer
Editora: Jovens Leitores/Rocco
Tradutora: Regiane Winarski
Gênero: Distopia/Juvenil/Sci-fi
Ano: 2014
Páginas: 480
Nota: ★★★★★
Sinopse: Scarlet, segundo livro da saga, é inspirado em Chapeuzinho Vermelho e mostra o encontro da heroína ciborgue que dá nome ao romance anterior com uma jovem ruiva que está em busca da avó desaparecida. Em uma trama recheada de ação e aventura, com um toque de sensualidade e ficção científica, Marissa Meyer prende a atenção dos leitores e os deixa ansiosos pelos próximos volumes da série.

Resenha: Scarlet é o segundo volume da série "Crônicas Lunares", escrita por Marissa Meyer e lançado pelo selo Jovens Leitores da Editora Rocco e que dá continuidade a Cinder.
A resenha pode ter spoilers do livro anterior visto que Cinder continua sendo uma personagem que marca presença e tem grande importância na história, mesmo com a inserção de uma trama vivenciada por uma segunda protagonista, Scarlet Benoit.
A avó de Scarlet já está desaparecida há duas semanas e após as autoridades terem recusado o pedido de ajuda da garota, ela resolve fazer a busca por conta própria.

Inspirada na história de Chapeuzinho Vermelho, Scarlet ganha uma roupagem totalmente nova num cenário futurístico e bem tecnológico pós guerra. Sua capa vermelha dá lugar a um capuz funcional e sua cestinha de doces foi substituída por um revólver carregado que ela ganhou de presente da avó ao completar 11 anos, afinal, nunca se sabe quando um estranho pode aparecer para levá-la para onde não se quer ir... Então esqueça a ideia de uma garotinha indefesa e curiosa pelo caminho desconhecido, principalmente quando Lobo, um lutador de rua mui caliente, parece ter informações sobre o paradeiro de sua avó. Scarlet não tem medo de usar sua arma se necessário...

Determinada a encontrar sua avó, ela não se importa com nada que esteja em seu caminho, mesmo que o mistério que envolve o desaparecimento dela possa estar ligado a um grande segredo que pode colocar sua vida em perigo, e também, a questões políticas muito maiores do que se possa imaginar e que incluem Cinder, que agora está preocupada em fugir depois de ter sido presa no baile por ordem de Levana, a rainha de Luna, que tem planos maquiavélicos que envolvem o príncipe Kaito e todo o império. Porém, a fuga de Cinder pode colocá-la como a pessoa fugitiva mais procurada do mundo, e sua madrasta, Adria, não tem a menor intenção de acobertá-la, muito pelo contrário...
Scarlet e Lobo, mesmo que haja desconfiança por parte da garota, são atraídos um ao outro a medida que convivem juntos em busca da avó.

Com uma trama repleta de ação, segredos e muitas surpresas, Scarlet e Lobo vão em busca da avó, enquanto paralelamente, Cinder e Thorne, um ex cadete da força aérea americana condenado e preso, fogem da cadeia enquanto tentam não serem pegos e impedir que Levana se case com o príncipe Kai, tornando-o seu prisoneiro... Até que seus caminhos se cruzam e eles se deparam com um enigma a ser desvendado ao conhecerem Cinder e um pouco de sua história.

Narrado em terceira pessoa de forma bastante fluída, podemos acompanhar as duas protagonistas em suas jornadas para chegarem aos seus objetivos distintos e o ritmo, assim como no primeiro livro, é frenético e bem intenso.
Scarlet é bem destemida e, assim como "Simba", ela ri na cara do perigo, hahahahá!
Lobo é um bad boy cuja confiança vai sendo conquistada aos poucos. Apesar de ser páreo duro e um lutador exímio e mortal, ainda tem um quê de timidez e doçura quando está em companhia de Scarlet.
Cinder desenvolve suas habilidades lunares recém descobertas e começa a descobrir mais sobre seu passado misterioso.

Thorne dá um toque cômico à história e prevejo um romance brotando no próximo livro...
Não posso me esquecer de mencionar a androide Iko, que dessa vez consegue ajudar e ser fiel a Cinder, após ter tido seu chip de inteligência conectado à nave do capitão. Quero uma Iko pra mim.
Kaito também tem grande importância na história, pois começa a descobrir mais sobre Cinder e acredita que ela não se parece com nada quando se conheceram e o quanto isso o deixa em conflito.

Confesso ter gostado mais de Cinder, mas Scarlet é uma delícia de se ler. É como um grande quebra-cabeças em que diferentes contos de fadas estão, de certa forma, interligados, e por mais modificado que sejam, me faz enxergá-los com outros olhos. Por essa e por outras, Marissa Meyer conseguiu elevar uma releitura doce e inocente a um patamar bastante superior no que diz respeito a originalidade, trazendo aos leitores e fãs do gênero uma aventura distópica com um enredo sombrio e cheio de mistérios, tecendo duas histórias distintas, ao mesmo tempo que faz parecer ser uma só, e que fazem a ansiedade pelo fim da série aflorar desesperadamente em qualquer um.
E que venha Cress!

Reino das Névoas - Camila Fernandes

12 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: Reino das Névoas - Contos de Fadas para Adultos
Autora: Camila Fernandes
Editora: Tarja Editorial
Gênero: Fantasia
Ano: 2011
Páginas: 168
Nota: ★★★★★
Sinopse: Um livro. Sete contos de fadas para adultos. Novos contos de fadas, não releituras dos clássicos, que brincam com seus elementos tradicionais: príncipes e princesas, bruxas (boas e más), maldições, bosques misteriosos, feras falantes. Mas com uma roupagem adulta, sem censura nem maniqueísmo. Nada de lutas do bem contra o mal: a dualidade está presente em todos e é dentro de cada um de nós que a grande luta ocorre. Estas narrativas procuram resgatar a essência dos contos de fadas originais, contados ao pé do fogo numa época em que não havia divisão entre “histórias para adultos” e “histórias para crianças”.

Resenha: "Reino das Névoas" reúne sete contos de fadas inspirados em alguns contos clássicos que muitos de nós conhecemos desde a infância. Talvez nem todos saibam que muitos desses contos foram modificados para uma maior aceitação pois, hoje em dia, quem iria imaginar, ou até mesmo ler a história para os filhos pequenos, que a Bela Adormecida, por exemplo, era violentada pelo príncipe enquanto dormia? Ou que a Branca de Neve não despertou de seu sono eterno com um beijo de amor verdadeiro? E imaginem a pobre Chapeuzinho Vermelho sendo devorada nua pelo Lobo Mau já que não existia nenhum caçador valente para salvá-la?
"Essas histórias sem censura diziam muito mais sobre  a natureza humana do que os finais felizes a que estamos acostumados."
- Introdução - pág. 12
Procurando resgatar um pouco da originalidade sem nenhuma censura destes contos, a autora nos apresenta histórias baseadas nesses contos e escritas para adultos, algumas com fins felizes e outras nem tanto, e vou ter que assumir que gostei muito mais das novas tramas criadas ou adaptadas por ela, pois colocam os personagens a prova de forma que seus destinos são traçados de acordo com atitudes que eles próprios tomam ou pelos caminhos que eles escolhem seguir. Os textos são maravilhosamente bem escritos, e nos levam até o passado, em épocas medievais, tanto pelos termos usados, pelas descrições com detalhes da medida certa de cenários ou diálogos dos personagens. A narrativa é impecável, fluída, empolgante, viciante... É impossível não se apaixonar pela forma como a autora escreve, e nem terminar um conto sem querer começar a ler o outro imediatamente.

A capa é linda e o cuidado com a diagramação tornaram o livro uma relíquia pra mim. Cada conto traz uma ilustração feita pela própria autora, com traços perfeitos, cheios de expressão, sentimento e significado, que retrata um pouco do que a história apresenta.

"O Chifre Negro" expõe a pureza da donzela que por se igualar a pureza do unicórnio, seria uma arma para que ela conseguisse se aproximar dele e conseguir o que buscava, no caso, o chifre para salvar seu pai da morte... Porém, o unicórnio não é tão bonzinho como se imagina... o final é inesperado e surpreendente!

Não consegui associar nenhum conto ao "O Lenhador e a Sombra", pois ele conta a história de um lenhador que salva uma gata prenhe, e tem uma mensagem muito bacana sobre valores e bondade.

"A Outra Margem do Rio" é um conto muito interessante que retrata um jovem que estava a caminho de outro reino para seu casamento arranjado, mas seu pai acaba morrendo e uma bruxa oferece ressucitá-lo em troca dos olhos do rapaz.

"A Torre Onde Ela Dorme" foi inspirado em "A Bela Adormecida" e é o conto mais sombrio dessa coletânea.

"A Filha do Fidalgo" é o menor conto do livro e foi baseado em "O Príncipe Sapo". É trágico, porém cômico.

"A Espera" é um conto de amor bem poético de uma princesa a espera de seu príncipe.

"Reino das Névoas" é o último, maior e mais trabalhado conto do livro, e foi inspirado principalmente em "Branca de Neve e os Sete Anões", e a princesa, que está se descobrindo como mulher, foge depois de saber que a própria mãe, dissimulada, egoísta e extremamente fria, mandou matá-la, porém, mesmo encontrando refúgio, ela sabe que ninguém iria escondê-la sem ganhar nada em troca...

Histórias que envolvem e que despertam todas as emoções do leitor, com personagens marcantes e bem construídos, que trazem elementos conhecidos como cenários medievais e animais míticos ou encantados, e que nos leva a conhecer princesas que possuem personalidades fortes e que lutam por seus ideais, não importa os obstáculos, pois nem sempre a vida de um personagem de contos de fadas é perfeita, feita de sonhos, sorrisos e finais felizes...

Reino das Névoas é um dos melhores (se não o melhor de todos), livros nacionais que já li até hoje.

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