Editora: Seguinte
Gênero: Romance/Fantasia/New Adult
Ano: 2023
Páginas: 392
Nota:★★★★☆
Sinopse: Lara é uma rainha traidora. Ao compartilhar informações secretas sobre a defesa de Ithicana, a jovem não só quebrou a confiança de seu povo como possibilitou que a ponte fosse dominada pelo rei de Maridrina, seu pai. Em exílio, Lara se sente impotente diante de tanta morte e destruição, mas quando descobre que seu marido, Aren, foi capturado em batalha, ela decide fazer de tudo para se redimir -- e salvar o homem por quem se apaixonou perdidamente.
Arriscando a vida em mares revoltos, Lara volta para Ithicana com planos não só para libertar Aren, mas todo o Reino da Ponte. Para isso, ela pretende usar as armas mais letais que seu pai já criou: suas irmãs. Contudo, o palácio de Maridrina é praticamente impossível de invadir, e há peças demais nesse jogo em que inimigos e aliados trocam de lugar a todo momento. Para piorar, talvez seu maior adversário seja justamente o homem que ela está tentando libertar.
Resenha: A Rainha Traidora é o segundo volume de uma duologia (que pertence a série The Bridge Kingdom - que já conta com uma segunda duologia em andamento que conta a história de outros personagens, e um conto extra sobre Lara e Aren chamado The Calm Before the Storm) iniciada em A Ponte Entre Reinos, da autora Danielle L. Jensen, que conta a história de Lara Veliant, uma das filhas do rei de Maridrina, que passou a vida sendo treinada como uma assassina para se infiltrar em Ithicana, o reino inimigo, e matar o rei devido aos conflitos políticos relacionados ao controle de uma enorme ponte que existem entre os reinos. Lara se torna rainha de Ithicana quando se casa com o rei Aren mas, apesar de não conseguir matá-lo por perceber que ele não é nada daquilo que foi levada a acreditar a vida toda e ter se apaixonado por ele, ela segue as ordens de Silas, seu pai, e compartilha informações secretas sobre a defesa do reino. Silas, então, consegue dominar a ponte e Lara não só quebra a confiança do povo de Ithicana, como passa a ser conhecida como a rainha traidora. Lara é exilada e começa a se sentir impotente e culpada por ter iniciado essa guerra onde várias pessoas estão sofrendo e morrendo. E no meio do caos, Lara descobre que Aren foi capturado em batalha.
Agora, como forma de se redimir, Lara vai arriscar a vida para voltar para Ithicana numa tentativa desesperada de libertar seu marido e o próprio Reino da Ponte num jogo político onde ela nunca sabe realmente quem é seu inimigo ou seu aliado.
Mantendo o mesmo padrão do livro anterior, a história é narrada em terceira pessoa com capítulos que se alternam entre os pontos de vista de Lara e Aren, e dá pra perceber uma diferença bem considerável na qualidade da escrita quando comparada ao primeiro volume. A narrativa parece estar bem mais fluída e completa, mantendo um ritmo frenético envolvendo batalhas ferozes, tramas políticas, surpresas e muitas emoções.
Lara e Aren estão melhores desenvolvidos e mais maduros, numa posição onde precisam tomar decisões importantes que vão mudar não só os seus destinos, mas de todo um reino. Vamos acompanhando Lara mostrando suas habilidades letais seja em batalhas ou em brigas corpo a corpo, e em fugas e perseguições tão alucinantes quanto exaustivas em meio ao deserto (com direito a um camelo e tudo). Enquanto luta e tenta sobreviver, fica bem evidente que devido aos erros que cometeu anteriormente, a jornada de Lara está ligada com a ideia dela encontrar uma maneira de se redimir enquanto se culpa e se odeia pelo que fez. Por outro lado, Aren está alí determinado e lutando com todas as suas forças para defender seu reino, mas também fica o tempo inteiro tentando odiar Lara e falhando miseravelmente.
Os personagens secundários, embora tenham sua importância na trama, não são muito aprofundados e deixam aquela impressão de potencial perdido, principalmente com relação às irmãs de Lara.
Gostei da inserção dos personagens Keris e Zarrah. Aqui eles já demonstram terem camadas interessantes, funções importantes, e acho que os livros 3 e 4 da série, que são protagonizados por eles, prometem bastante.
A construção de mundo é cheia de detalhes e é possível nos imaginarmos naqueles cenários de deserto escaldante ou dos mares revoltos. A complexidade do Reino da Ponte, assim como todas as questões políticas que estão envolvidas, é super interessante e torna a leitura bastante imersiva. Por causa das longas viagens que os personagens fazem, eles não se prendem num único lugar, e isso acaba expandindo ainda mais esse universo mostrando detalhes que vão além dos apresentados no primeiro livro. Senti falta da parte do alívio cômico que estava presente no livro anterior, aqui a história está focada na ação e nos conflitos emocionais de Lara e Aren então acaba sendo mais "pesada" e até mais sangrenta. A autora investiu bastante nos detalhes, mas em alguns pontos senti que fiquei perdida com os saltos temporais e não sabia se o tempo decorrido entre uma cena e outra tinham sido dias, semanas ou até meses. Na questão dos detalhes, há uma cena bastante "caliente" que mostra o quanto o casal, apesar de suas diferenças, tem química, mas pra mim foi totalmente dispensável e desnecessária visto que tinha uma guerra acontecendo lá fora.
Enfim, eu gostei do desfecho, achei que as coisas ficaram bem resolvidas e bem amarradas levando todo o contexto em consideração, e apesar dos pequenos infartos que tive a cada tragédia que acontecia, achei que A Rainha Traidora fechou bem o arcos dos personagens e a trama principal. Fiquei curiosa pra ler o conto dos dois e espero que a Seguinte publique nem que seja em formato digital só pra termos um gostinho do que aconteceu depois do final.