Autor: David Wallace-Wells
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Não ficção
Ano: 2019
Páginas: 384
Nota: ★★★★☆
Sinopse: É pior, muito pior do que você imagina. O ritmo lento atribuído à mudança climática é um mito; talvez tão pernicioso quanto aquele que nega sua existência por completo. Mortes por calor, fome, enchentes, queimadas, queda da qualidade do ar, desertificação, colapso econômico... Essa é só uma amostra do que está por vir. E a mudança acontecerá muito rápido. Se não revolucionarmos por completo o modo como vivem bilhões de seres humanos, partes extensas do planeta se tornarão inabitáveis, e outras serão inóspitas, ao fim deste século que vivemos.
Nesta projeção do nosso futuro próximo, David Wallace-Wells joga luz sobre os problemas climáticos que nos aguardam: falta de alimentos, emergências em campos de refugiados, enchentes, destruição de florestas e desertificação do solo. Mas ele também fala de mudanças políticas e culturais que afetarão o mundo ainda neste século ― uma mudança radical na forma como entendemos a vida. A Terra Inabitável é uma história da devastação que trouxemos a nós mesmos, e também um chamado à ação.
Resenha: Em tempos de aquecimento global, desmatamento desenfreado, mudanças climáticas drásticas e ouras atrocidades que o homem comete contra o meio ambiente, A Terra Inabitável, escrito por David Wallace-Wells e publicado pela Companhia das Letras no Brasil, mostra a gravidade da situação de forma lírica e objetiva, mas ao mesmo tempo aterrorizante.
O autor aborda de forma bem didática, e um tanto alarmista, o que está acontecendo, como o problema afeta os países e o que pode resultar, quais as estratégias e medidas políticas estão sendo tomadas pelos governantes mais poderosos com relação aos problemas climáticos, por que os o projeto de ser humano continua destruindo tudo sem se importar com o futuro sombrio que o reserva, e o quê, a curto ou longo prazo, poderá ser desencadeado, nos levando por todas as catástrofes que, mais cedo ou mais tarde, irão condenar toda forma de vida e arrasar o planeta. Porém, por mais sério e convincente que ele possa ser, ele frisa bastante que seus apontamentos ainda são especulações.
Durante a narrativa, que acaba sendo bastante repetitiva, o autor expõe os fatores que estão desencadeando esse desastre global, que está ocorrendo mais rápido do que pensamos, e se concentra nas consequências de se viver num planeta que estará em risco, praticamente devastado, até o ano de 2100, enquanto as pessoas seguem complacentes e incapazes de enxergar o que está diante nos próprios olhos, mesmo que isso signifique que o futuro esteja destinado a ser um caos completo. O problema irá aumentar e se desenvolver cada vez mais, e daqui a algumas poucas décadas se tornará a realidade para os que estiverem começando a entender o mundo: os filhos dos nossos filhos, e seus filhos...
É impossível terminar esse livro sem ficar em choque, ou não se preocupar que a mudança é urgente e que cada um precisa fazer sua parte. Porém, o autor não traz soluções ou ideias do que pode ser feito, e nem toma a ciência como base para sua narrativa. São somente avisos e previsões do que poderá vir a acontecer daqui uns oitenta anos, e isso, em alguns momentos, pode ser um pouco desanimador pelo fato de que se não pudermos fazer nada pra impedir esse fim do mundo, então não adianta muito nos preocuparmos, até mesmo por que é perfeitamente possível que até lá alguma tecnologia nova possa ser desenvolvida para auxiliar nessas questões.
Mas apesar de pessimista, acho que a leitura é super válida. Se você não tem ideia da gravidade da situação, ler esse livro é um bom ponto de partida. É impossível não ter uma visão clara de um futuro apavorante que ninguém quer ter, mas que ninguém parece se importar em mudar...