Título: Poder - Encantadas #3
Autora: Sarah Pinborough
Editora: Única
Gênero: Fantasia/Releitura
Ano: 2014
Páginas: 224
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Quando um príncipe mimado é enviado por seu pai para tentar desvendar os mistérios de um reino perdido, ninguém imagina os perigos que ele encontrará pela frente! Acompanhado da figura sóbria e sagaz do Caçador e de Petra, uma jovem valente que possui uma ligação muito forte com a floresta, o príncipe acaba encontrando um reino adormecido por uma estranha magia. Todos os seres vivos foram cercados pela densa mata e estão dormindo, em um sono pesado demais, e só poderia vir da magia. Mas que tipo de bruxaria assolaria a cidade inteira e seus habitantes? E, principalmente, quem faria mal a uma jovem rainha tão boa e tão bela? A não ser, claro, que os olhos não percebam o que um coração cruel pode esconder....
Resenha: Poder é o terceiro livro da Saga Encantadas que dá sequência a Veneno e Feitiço. A saga foi escritas pela autora Sarah Pinborough e lançada pela Única.
Antes de investir a leitura nessa saga, tinha ouvido falar que ela poderia ser lida fora de ordem. Pelos dois primeiros volumes não concordei 100%, pois apesar de serem histórias independentes, alguns personagens reaparecem dando sentido a acontecimentos que sem um conhecimento prévio poderiam não serem tão compreensíveis assim. Apesar de ser o terceiro volume, Poder segue uma ordem cronológica que antecipa as histórias de Veneno e Feitiço, e talvez alguns possam considerar que se tivessem lido a respeito de alguns personagens primeiro nesse volume, entenderia melhor motivos que os levaram a tomar determinadas atitudes...
Mas enfim... Poder é uma mistura de alguns contos clássicos como A Bela e a Fera, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e a história da Bela Adormecida, muito diferente do que se pode pensar, serve como base de tudo. Até a inclusão de Rumpelstiltskin foi uma boa jogada para que a trama se tornasse mais madura e complexa se comparada as anteriores. A aventura gira em torno da história de um príncipe mimado e preguiçoso cujo pai, o rei, acredita que precisa se aventurar por aí a fim de criar responsabilidade, e manda que o caçador o acompanhe para vigiá-lo de perto para que não faça nenhuma besteira nem se perca pela floresta. Os dois vão até o Monte Ermo, reino amaldiçoado por um feitiço onde todos estão dormindo há cem anos. No caminho conhecem Petra, uma garota que mora com a avó e que tem bastante curiosidade pelos uivos que escuta, sempre vindos da floresta. Ela então se junta ao príncipe e ao caçador nessa aventura.
O príncipe encontra Bela, que, depois de espetar seu dedo no fuso de uma roca, dormiu e não acordou mais. Ele a desperta com um beijo e com o passar do tempo descobre que o sono eterno não foi a única maldição que a moça sofreu...
Não vou me arriscar a falar de outros personagens ou acontecimentos, senão estragaria várias surpresas (ou choques) que futuros leitores possam ter...
As histórias são entrelaçadas de uma forma muito inteligente, que mesmo fugindo das historinhas clássicas com finais felizes das quais já li ou assisti, prendeu minha atenção me deixando bastante animada com a adaptação criada pela autora, assim como aconteceu nos outros volumes.
Mocinhos podem guardar segredos obscuros, nem sempre as coisas são o que parecem e vilões podem agir da forma mais inesperada do que se pode imaginar...
Talvez Poder possa até ser encarado como um livro a parte, pois não tem tanta ligação com os demais livros da saga e senti falta de menções a outros personagens para que o estilo da narrativa fosse preservado. Não é algo que atrapalha a leitura ou o entendimento, mas quem ler os primeiros livros antes também pode ter essa percepção. São mais personagens para serem trabalhados e ligados a fim de formar uma história que, mesmo modificada, fosse convincente. Apesar de alguns floreios, achei que deu bastante certo.
Narrado em terceira pessoa, a história se desenrola com bastante fluidez, ousadia, criatividade e até mesmo um toque bastante sombrio, e é possível ler o livro inteiro em questão de poucas horas, ainda mais levando em consideração o tamanho da fonte e a forma como o texto é distribuído na página. Só não me empolgou tanto quanto o segundo livro, Feitiço. A diagramação, seguindo o padrão da saga, é de encher os olhos, com ornamentos a cada início e fim dos capítulos dando aquele charme e efeito de livros de contos antigos.
O final deixa uma brecha para uma continuação mas não sei se realmente vai haver um quarto volume, afinal, todos os contos terminam deixando uma brecha para que o leitor imagine o que poderá vir depois do que deveria ser o final feliz (ou não)...
Pra quem gosta de releituras de contos de fadas contadas de forma bastante diferente de tudo o que já se viu, a saga Encantadas é uma ótima pedida!