Lido em: Maio de 2015
Título: Daisy Está na Cidade - Lovett, Texas #1
Autora: Rachel Gibson
Editora: Jardim dos Livros/Geração Editorial
Gênero: Romance
Ano: 2015
Páginas: 416
Nota:
★★★★☆
Sinopse: Daisy Lee Monroe está de volta a Lovett, Texas, e depois de muitos anos descobriu que pouca coisa mudou. Sua irmã continua uma louca e sua mãe ainda tem flamingos de plástico rosa no quintal. E Jackson Lamott Parrish, o bad boy que ela havia deixado para trás, ainda é tão sexy quanto antes. Ela gostaria de poder evitar este homem em particular, mas ela não pode. Daisy tem algo a dizer para Jackson, e ela não vai a lugar nenhum até que ele escute.
Jackson aprendeu a lição sobre Daisy da maneira mais difícil, e agora a única palavra que ele está interessado em ouvir dos lábios vermelhos de Daisy é um adeus. Mas ela está surgindo em toda parte, e ele não acredita em coincidência. Parece que a única maneira de mantê-la quieta é com a boca, mas beijar Daisy já foi sua ruína no passado. Ele é forte o suficiente para resistir a ela agora? Forte o suficiente para vê-la sair da sua vida novamente? Ele é forte o suficiente para fazê-la ficar?
Resenha: Daisy Está na Cidade é o primeiro volume da série
Lovett, Texas, escrita pela autora
Rachel Gibson. Não estranhem o fato de o primeiro livro ter sido lançado depois do segundo,
Maluca por Você, até mesmo porque as histórias são independentes e tratam de personagens diferentes, só se passam no mesmo lugar.
Quinze anos se passaram após a saída de Daisy da cidadezinha de Lovett, mas agora ela está de volta, para resolver assuntos inacabados com Jack, com quem teve um romance intenso, porém secreto, quando ainda estudavam juntos. O relacionamento se mantinha em segredo pois Steven, que fazia parte do trio de melhores amigos dos dois, gostava de Daisy e eles não queriam magoá-lo. Porém, Jack sentiu uma enorme necessidade de ter seu próprio espaço ficando um tempo sozinho após ter perdido os pais num terrível acidente de carro e Daisy não aceitou que ele se fechasse dessa forma e quisesse distância dela, mesmo que só naquele momento. Ela, então, se casa com Steven e os dois vão embora da cidade deixando Jack arrasado, com a sensação de ter sido abandonado e traído pela garota que amava.
Mas agora, depois de todos esses anos, Steven morreu de câncer e Daisy precisa entregar a Jack uma carta escrita pelo falecido a fim de resolverem o que ficou mal entendido quando eles foram embora.
O problema é que Jack ainda guarda muito ressentimento depois de ter sido traído daquela forma e não tem o menor interesse em saber o que Daisy tem a lhe dizer... Mas ela não vai desistir e Jack não sabe se vai conseguir resistir diante de tanta insistência.
Narrado em terceira pessoa, a história é ricamente detalhada numa escrita muito fluída, cheia de humor e gostosa de se ler.
Daisy e Jack são muito parecidos. Ambos são resistentes e defendem suas opiniões de que tudo o que foi feito ou como agem em relação ao passado são coisas corretas. Jack se acha no direito de odiá-la por ter sido traído, enquanto Daisy acredita que o motivo que a levou a se casar com outro e ir embora é totalmente justificável e por isso o ódio de Jack não tem fundamento e ele tem que perdoá-la. E ela é teimosa em ficar no pé dele, e ele teima em não lhe dar ouvidos ou brechas pra qualquer tipo de conversa. A vontade é de pegar os dois e sacudi-los feito bonecos para chegarem logo num acordo.
O melhor é que as cenas em que estão juntos, por mais tensão que possam carregar, são equilibradas com boas doses de humor, algumas até bem tocantes e emocionantes, o que torna a história bem leve e divertida, mas ainda pelos pontos dignos de discussão. Acredito que as atitudes dos personagens são questionáveis e reflexivas, até mesmo a de Steven. Ele seria o "vilão" ou um herói por ter "roubado" a namorada do amigo? Por trás de cada atitude há motivos. Nem sempre esses motivos justificam certas ações, sendo melhores ou piores, mas nem tudo é feito com más intenções...
Daisy passa a impressão de ser muito egoísta, impulsiva e pode não agradar a alguns, mas levei em consideração que com pouca idade somos imaturos e fazemos coisas que sem sempre compreendemos, e antes tentar corrigir as coisas tarde do que deixar passar e não corrigirmos nunca. Daisy tem consciência de que Jack guarda rancor dela, mas também tem consciência de que se eles jamais poderiam ter um futuro juntos se ele não esquecer tudo e seguir em frente.
Jack foi um dos personagens mais bem construídos dos quais acompanhei. Tanto pelo fato de ele ser um gato lindo e sarado quanto pela personalidade, pois é alguém que me soou super natural, um homem de bem mas com seus defeitos, que sofreu desilusões e não soube lidar com isso, assim como muitas pessoas por aí. Além de, claro, ter a melhor pegada
ever, deixando até um tal de
Christian Grey chupando o dedo. O que, em nome de Deus, é esse homem?? Não vou entrar em detalhes sórdidos.. leiam e descubram, e delirem um pouco também...
Eu adorei Jack e a forma como foi retratado, um homem com a testosterona transbordando, muito macho, mas que tem que lidar o passado e isso, logo, mexe com seus sentimentos.
Enfim, como Jack trabalha numa oficina, o que não me agradou muito foram as descrições de modelos de carros, motores, carburadores e afins. Como não entendo nada disso, foram informações que, pra mim, foram insignificantes e desnecessárias.
Ainda assim, adorei a escrita da autora e fiquei admirada pelo romance contemporâneo e bem humorado, com personagens peculiares, intrigantes, com personalidade forte, e com toques bastante picantes e sensuais.
O trabalho gráfico do livro é impecável. A capa é uma graça pois realmente faz a referência de alguém voltando às suas origens. Os detalhes das margaridas também tem tudo a ver. A diagramação é simples, as páginas amarelas, a fonte é grande, assim como as margens, o que colabora com a leitura, e não encontrei erros de revisão.
A história me lembrou um pouco do filme "
Doce Lar", em que a mocinha, já acostumada com outro tipo de vida proporcionada pela metrópole, volta a sua cidade natal e descobre que nada mudou, nem as pessoas e seus costumes malucos, mas, ainda assim, é algo que lhe causa estranhez. Mas mesmo com uma premissa que não é muito inovadora, a história tem um ótimo desenvolvimento e faz o leitor querer devorar cada capítulo a fim de saber qual é a grande revelação que Daisy tem a fazer, se Jack irá ceder ou não e, mesmo que previsível, como eles irão resolver suas enormes diferenças.
No final de tudo, ainda parei pra refletir sobre a questão do amor e do perdão, sobre como a raiva pode consumir uma pessoa fazendo com que se torne amarga, e como, às vezes, a pessoa impede a si própria de ser feliz por não ser capaz de perdoar ou por uma pedra em cima de algo, que mesmo impossível de se esquecer, não vale a pena se guardar. Ás vezes as coisas se resolvem com o simples gesto de ceder, de abrir mão do orgulho. Em vez de agir com a voz da razão, basta deixar o coração ter sua vez, mesmo que mais uma vez...