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Na Telinha - Gilmore Girls (3ª Temporada)

4 de novembro de 2019

Título: Gilmore Girls (Gilmore Girls)
Temporada: 3 | Episódios: 22
Elenco: Lauren Graham, Alexis Bledel, Melissa McCarthy, Keiko Agena, Scott Patterson, Yanic Truesdale, Kelly Bishop, Edward Herrmann, Liza Weil, Milo Ventimiglia, Jared Padalecki
Gênero: Família/Comédia/Drama
Ano: 2002
Duração: 44min
Classificação: +12
Nota: ★★★★☆
Sinopse: As adoradas Gilmore Girls estão de volta para uma terceira temporada de charme, diálogos inteligentes e engraçados e momentos dramáticos de tirar o fôlego. Para Lorelai e Rory, mãe e filha, este é um ano de mudanças. As expectativas são grandes, princialmente com a formatura de Rory e sua ansiedade para receber uma resposta positiva das faculdades. Mas não é só isso. Rory e Lorelai precisam lidar com seus relacionamentos e os impactos que eles causam em suas vidas.

Faz um tempinho que maratonei a série, mas como pretendo resenhar todas as temporadas em ordem aqui no blog, revi alguns episódios e li alguns resumos pra poder me lembrar melhor dos acontecimentos e poder comentar com o mínimo de propriedade.


Mais um ano cheio de idas e vindas na vida das garotas Gilmore. Último ano de Rory na Chilton, preocupações a mil, e aquela indecisão eterna sobre qual faculdade escolher: Harvard ou Yale.
Rory se sente cada vez menos encantada por Dean, e mais atraída por Jess, enquanto ele desfila por aí com uma nova namorada que não deixa a boca dele em paz nenhum segundo sequer. Pelo menos, estudiosa como é, Rory está bastante focada em sua formatura e na escolha na faculdade. De outro lado, Lorelai e Sookie querem seguir um grande sonho, e planejam inaugurar a própria pousada. É legal acompanhar como cada uma tem um desafio diferente a ser enfrentado, mas que só vem a acrescentar em suas vidas.


Não digo que essa temporada foi a melhor até então, mesmo que a expectativa estivesse alta depois do final da temporada anterior. Houveram momentos emocionantes e outros bem importantes pra podermos entender a questão da causa e efeito que envolve o relacionamento de Lorelai com seus pais e com Chris, pai da Rory, e que tudo o que aconteceu no passado acabou interferindo na pessoa que ela se tornou, mesmo que eu ainda não me simpatize totalmente com ela e essa sua "independência". Mas, o que me fez revirar os olhos mil vezes, foi a questão da quizumba amorosa entre Rory, Jess e Dean, e o quanto esses três conseguem ser ridículos de tantas formas diferentes.


Se antes Jess era aquele garoto inteligente e misterioso, metido a bad boy que despertou a curiosidade de Rory e que se encaixaria como uma luva como seu oposto perfeito, agora que ele finalmente conseguiu "derrotar" Dean e colocado as mãos nesse troféu, vulgo Rory, o moleque se transformou num completo babaca. Esses dois juntos é a coisa mais sem graça que já vi na minha vida, desde o ciúme proposital e forçado que Jess causou nela namorando outra menina nada a ver, até a ideia dele se distanciar pelo motivo de "porque sim". A falta de química é tão evidente, que a ideia dos atores (Alexis Bledel e Milo Ventimiglia) terem namorado na vida real chega a ser inacreditável. Deve ter alguma coisa a ver com a teoria da química amorosa do Joey, de Friends, não é possível...
A cada episódio que abordava esse relacionamento murcho, as coisas pareciam se perder cada vez mais e no final das contas, além de Rory se mostrar um tanto dependente dele, o relacionamento parece só ter existido para que a garota pudesse ter adquirido uma experiência a mais a fim de ser capaz de detectar prováveis embustes.
E nem ouso a falar muito de Dean, porque se antes ele demonstrou ser possessivo, inseguro e mega ciumento, agora ele aparece mais preocupado com Rory pra dar aquele ar de "só dá valor quando perde", mas me arruma uma noiva pra se casar com dezoito fucking anos. Se a ideia do roteiro era dar um jeito de afastar o ator porque ele seguiria outro rumo em outro seriado (Hi, Supernatural!), haviam infinitas alternativas de se fazer isso em vez de enfiá-lo num casamento ridículo com uma menina nada a ver, claramente fadado ao fracasso.


Já Lorelai, por mais que tenha se mostrado vulnerável em vários momentos, precisou sair da sua zona de conforto e encarar de frente várias situações, desde relacionamentos nada a ver, quanto escolhas profissionais, e o próprio orgulho de ver Rory se formando e indo pra faculdade, o que consequentemente separaria as duas. Claro que elas sentiriam muita falta uma da outra, mas a distância acaba gerando uma dinâmica nova e bem interessante entre as duas. Pra elas que sempre estiveram juntas, ficarem separadas por alguns anos era algo totalmente novo, e embora esperado, não era algo que estavam, de fato, prontas pra lidar. Lorelai sabe o quanto vai ser difícil lidar com a ausência da filha enquanto Rory parte para novas e mais interessantes experiências.
Mas o auge mesmo é o relacionamento com Luke, que não engata nunca mais e só faz a gente morrer de ansiedade por essa união que é mais do que óbvia. Então, colocar Luke namorando com uma moça aqui, ou Lorelai ficar dividida entre outro alí, é inútil.


Um episódio dessa temporada (esqueci qual) mostra o passado de Lorelai, quando ela tinha seus dezesseis anos e estava grávida de Rory, e qual foi a reação dos familiares quando descobriram. Ele funciona meio que como um contraste de como foi a espera e o nascimento de Rory, com o nascimento da filha de Chris com sua esposa. Mesmo que não tenha achado que o episódio tenha sido o melhor, atémesmo porque ele tem os momentos presentes com esses flashbacks, ele foi muito importante para esclarecer alguns pontos que dizem respeito a Lorelai adulta. A ideia de uma gravidez na adolescência da filha apavorava Richard e Emily, assim como os pais de Chris. Era algo terrível o bastante para manchar a reputação das duas famílias e todas as escolhas passaram a ser deles, sem que Lorelai fosse consultada em momento algum. Assim, deixar de ter voz e abrir mão do seu poder de escolha, foi o que fez Lorelai se rebelar, desistir do luxo que seus pais lhe proporcionava e poder, enfim, provar que ela poderia se dar bem sozinha e tomando as próprias decisões, sem que ninguém dissesse o que ela deveria fazer. É claro que isso causou problemas e um abismo enorme entre ela e seus pais, mas é o que justifica ela ser assim e o quanto sua liberdade é importante, mesmo que ela ainda sofra internamente por ter feito essa escolha de seguir sozinha com Rory. Isso acaba refletindo também em Richard e Emily, pois por mais que a forma como eles criavam Lorelai pudesse ser "contraditória" para a gente, para eles era o certo a se fazer, então é difícil se colocar no lugar deles e imaginar como é pra eles se sentirem excluídos e afastados das duas meninas que eles mais amavam. Logo, embora Lorelai faça por obrigação e necessidade, Rory tenta ser o mais paciente e compreensiva com eles, talvez a fim de compensar essa "perda". Eles são chatos, claro, mas agora dá pra pelo menos entender o motivo.


Claro que não posso deixar de fazer algumas menções honrosas pra alguns personagens secundários que também ajudar a movimentar essa história, desde Michel, um dos meus preferidos por causa do seu deboche eterno, até Kirk com sua onipresença hilária em Stars Hollow.
Eu gosto da Lane e da sua amizade desinteressada com Rory, mas esse lance de viver em função das leis da mãe por causa de cultura coreana, ou sabe-se lá Deus o quê, é a coisa mais século 18 que existe. Chega a ser irritante as coisas que ela precisa se sujeitar para dar suas escapulidas e poder viver. Não vejo a hora dela enfrentar a Sra. Kim e cuidar da própria vida.


Confesso que eu não gosto muito da Paris, e ela está totalmente surtada nessa temporada. Ela demonstra um lado mais humano, mas continua competitiva demais, principalmente porque parece gostar de esfregar o quanto é inteligente na cara dos outros. Rory tem que ter paciência de Jó pra aguentar essa amizade, mas depois a gente vê que Paris é assim pela necessidade de chamar atenção depois de se dar conta que seus pais estão sempre ocupados demais cuidando de outros assuntos e não dando a mínima pra ela. Sua imagem de mãe é sua babá, e ela ter ido na formatura da garota prestigiar e sentir orgulho de quem ela criou, e vendo onde ela conseguiu chegar, é muito bonito de se ver.

Enfim, já disse antes e repito: Gilmore Gils não é minha série preferida, mas tenho que concordar que ela rende momentos de descontração e até reflexão sobre os dramas que envolvem todo tipo de relacionamentos familiares e amorosos.

Na Telinha - Gilmore Girls (2ª Temporada)

5 de abril de 2019

Título: Gilmore Girls (Gilmore Girls)
Temporada: 2 | Episódios: 22
Elenco: Lauren Graham, Alexis Bledel, Melissa McCarthy, Keiko Agena, Scott Patterson, Yanic Truesdale, Kelly Bishop, Edward Herrmann, Liza Weil, Milo Ventimiglia, Jared Padalecki
Gênero: Família/Comédia/Drama
Ano: 2001
Duração: 44min
Classificação: +12
Nota: ★★★★☆
Sinopse: As adoradas Gilmore Girls estão de volta para uma segunda temporada de charme, diálogos inteligentes e engraçados e momentos dramáticos de tirar o fôlego. Nessa temporada vamos ter a companhia dos personagens que aprendemos a adorar: a linda e jovem mãe solteira Lorelai, sua filha-prodígio Rory, seus pais elitistas Emily e Richard, e toda uma cidade repleta de excentricidades. Novos moradores também chegam a Stars Hollow, incluindo Jess, sobrinho de Luke, cuja rebeldia vai causar estranheza aos moradores da cidade, mas cujo gosto literário atrairá a atenção de Rory. Corações quebram e se consertam, carreiras começam e terminam, e a vida segue nessa série adorável.

Por se tratar de uma continuação, é possível que eu solte alguns spoilerzinhos básicos de acontecimentos anteriores, sorry. Assim, partindo de onde terminou a primeira temporada, Gilmore Girls continua dando sequência ao cotidiano maluco de Lorelai e Rory Gilmore, na cidadezinha de Stars Hollow.


Depois do relacionamento ficar mais sério e Lorelai ficar noiva de Max Medina, o professor de Rory, ela - e todo mundo - se ocupa com os preparativos para o "casamento do século" de Stars Hollow. Porém, com Christopher, o pai de Rory, de volta à vida das garotas, Lorelai muitas vezes se pega indecisa sobre o que ela quer pra si mesma e pra Rory, e questiona como seria se pudesse ter um família tradicional com o pai de sua filha, mesmo que Chris já esteja num outro relacionamento.
Rory e Dean estão namorando e tudo ia bem, até Jess, o sobrinho de Luke, vir morar com o tio. Jess é o típico adolescente bad boy que, embora muito inteligente, só causa problemas por onde passa, sendo evitado ou acusado de algum vandalismo por todos. Ir morar com Luke é uma tentativa desesperada da mãe dele para Luke corrigir o filho. Mas é esse jeito transgressor de Jess, sua inteligência e seu amor por livros que chama a atenção de Rory, e ela, inevitavelmente, fica dividida entre ele e Dean. E assim, a série segue com foco no relacionamento entre mãe e filha. Enquanto Lorelai tem suas questões amorosas e lida com as exigências dos pais de um lado, Rory tem suas preocupações com seu relacionamento com Dean, sua curiosidade e atração por Jess e as obrigações e cobranças da escola de outro.


Antes de mais nada, é impossível assistir essa série e não ficar claro que no final Lorelai e Luke vão ficar juntos, aconteça o que acontecer. Não vai ser agora, mas uma hora eles vão se acertar e ponto. Levando isso em consideração, tudo que existe no roteiro que faça com que o processo seja mais longo e complicado, não passa de drama extra, seja para a sofrência da própria Lorelai, quanto de quem assiste. Um noivado com um personagem secundário, um "afastamento" de Luke por qualquer motivo, a recusa impossível dela de enxergar algo além de amizade entre eles, ou a ideia de Christopher retornar para a vida delas com intenção de ser o pai e o marido que ele nunca foi, não me convenceram, por mais bonito que pudesse soar.



Digo isso por que a ideia geral da série, ao meu ver, é mostrar o cotidiano de mãe e filha que se viraram sozinhas desde a gravidez de Lorelai, aos dezesseis anos, e a única certeza que elas têm na vida é a de poder contar uma com a outra. As demais pessoas, por mais que ajudem e se preocupem com elas, ainda são personagens secundárias que não fazem parte desse "círculo", dessa dupla imbatível. Emily e Richard, os avós de Rory, são exemplos disso, e nem os jantares semanais dos quais as duas são obrigadas a comparecer a fim de "fortalecer" os laços familiares, é o bastante para mudar a cabeça das duas, principalmente a de Lorelai. Talvez pelo fato da aproximação ser forçada é que Lor cria tanta resistência e, por mais que faça alguns esforços para quebrar as barreiras com Emily, ela continua cabeça dura e muito teimosa com as exigências da mãe, e impede que qualquer um se meta na sua vida, nas suas escolhas, e no que ela construiu com Rory. Ainda não consigo gostar tanto de Lorelai quanto eu deveria (eu deveria?) pois ela tem mania de se fingir de vítima em várias situações, é egoísta, e não é nada humilde quando se acha a própria dona da razão. Ela não assume muitos dos erros que comete, prefere jogar a responsabilidade nas costas dos outros, e não sabe lidar com as verdades que sua mãe joga em sua cara.


Para Rory, o desafio maior a ser enfrentado nessa temporada não é só conseguir dar conta das cobranças quase impossíveis da Chilton e lidar com os surtos e os xiliques de Paris, mas conciliar seus sentimentos em relação ao namorado e ao novo morador da cidade que já chegou despertando sua curiosidade, Jess.

O impacto que o relacionamento sem sal de Rory e Dean sofreu com a aparição de Jess deu uma apimentada nas coisas e, para o desespero de Lorelai, trouxe aquela ideia de que as meninas deixam os caras bonzinhos de lado e se interessam pelos que não prestam, como se Rory, que era exemplo de boa garota, começou a se "rebelar" por causa do novo bad boy com suas jaquetas de couro e seus cigarros. Não é bem por aí que as coisas seguem, graças a Deus, até mesmo porque Jess só age mesmo como um encrenqueiro por ter dificuldades em lidar com figuras de autoridade, odiar competições, ser extremamente inteligente e ficar entediado com a falta de desafios maiores no colégio, ou com a monotonia de uma cidadezinha minúscula e cheia de gente intrometida.


Através de Jess (e de Tristan também), Dean acaba revelando ser um garoto muito mais ciumento e obcecado por Rory do que parecia, querendo provar a todo custo que ele é O namorado, é ele o único cara que a ama, e o resto deveria tomar uma surra. Porém esse comportamento acaba afastando Rory cada vez mais, pois ele acaba se mostrando extremamente machista e possessivo. Quando Rory e Tristan estavam ensaiando para uma peça da escola e Dean queria ir a todos os ensaios para garantir que tudo ficasse sob seu controle, foi péssimo. Quando ele quer que Rory desmarque seus compromissos para ficar com ele, a vontade é de desistir. Não adianta agradar Lorelai e se fazer de bom moço com pequenas atitudes ou presentes se, na hora que ele devia se garantir e mostrar que é decente, ele se comporta feito um imbecil. Dean não sabe lidar com a ideia de que existem coisas importantes ou outras pessoas na vida de Rory que não seja só ele, e isso quebrou qualquer encanto que ele demonstrou ter no começo. Um completo embuste.


Os conflitos com Paris, a rival de Rory no colégio, começaram a ser desconstruídos e demonstrar a dita amizade que iria surgir que já era previsível desde o início. Paris ainda é difícil de lidar, ela é ofensiva, competitiva, mas Rory é compreensiva e consegue enxergar um lado nela que ninguém mais conseguia, o da carência. A defesa de Paris para evitar decepções é o ataque, como se afastar as pessoas primeiro impedisse que ela vá quebrar a cara depois.


Os diálogos dessa série são super famosos por serem tão dinâmicos e rápidos, e fica até difícil acompanhar se não tiver atenção o bastante, mas embora sejam engraçados e inteligentes, fica meio óbvio o quanto a coisa toda é ensaiada e muito forçada, por sinal. É meio impossível todo mundo ter um resposta pronta e genial pra dar sem antes pensar ou digerir o que foi dito.

No mais, alguns episódios pontuais foram bastante emocionantes e merecem uma menção honrosa, como a viagem não planejada que Lor e Rory fazem para conhecer Harvard, a formatura de Lorelai ou a estadia dela com a mãe num spa. Michel (me representa) continua impagável, principalmente quando recebe a visita da mãe. Kirk é o personagem mais engraçado da série, seja por ele não ter noção nenhuma, ou por aparecer do nada em qualquer lugar trabalhando com qualquer coisa. E a própria Stars Hollow, que é uma cidadezinha super peculiar e cheia de personalidade.


Pra finalizar, Gilmore Girls não é a série da minha vida mas melhora a cada episódio, e mesmo que tenha algumas situações dramáticas ou enroladas, sabemos que no final tudo há de se resolver, e talvez por isso seja tão gostosa de se acompanhar.


Na Telinha - Gilmore Girls (1ª Temporada)

5 de junho de 2018

Título: Gilmore Girls (Gilmore Girls)
Temporada: 1 | Episódios: 21
Elenco: Lauren Graham, Alexis Bledel, Melissa McCarthy, Keiko Agena, Scott Patterson, Yanic Truesdale, Kelly Bishop, Edward Herrmann
Gênero: Família/Comédia/Drama
Ano: 2000
Duração: 42min
Classificação: +12
Nota
Sinopse: Lorelai Gilmore (Lauren Graham) tem uma relação tão amigável com sua filha, Rory (Alexis Bladel), que muitas vezes elas são confundidas como irmãs. Entre o relacionamento de Lorelai com seus pais, a nova escola preparatória de Rory, e os romances nas vidas das duas, há muito drama e muita diversão acontecendo.

Gilmore Girls é uma série que retrata o dia-a-dia disfuncional de Lorelai e Rory Gilmore, mãe e filha, viciadas em café, na aconchegante cidadezinha fictícia de Stars Hollow, onde todo mundo sabe da vida de todo mundo.


Lorelai é uma jovem mãe solteira que gerencia o hotel da cidade e faz de tudo pra dar o melhor pra filha, e isso inclui matriculá-la na melhor - e mais cara - escola particular e de grande prestígio da cidade, a Chilton. Porém, sem dinheiro suficiente, ela acaba recorrendo aos seus pais endinheirados para que eles custeiem os estudos de Rory. Em contrapartida, Emily, a matriarca intrometida, insensível e controladora da família Gilmore, exige que as duas participem de um jantar semanal em sua mansão a fim de reunir a família e se aproximar delas, afinal, desde que Lorelai engravidou aos dezesseis anos, ela não quis mais saber de seus pais depois de ter sido tão repreendida e saiu de casa pra cuidar da própria vida. Mas, pensando no futuro e na felicidade da filha, ela não hesitou em pedir o dinheiro emprestado a eles e preferiu aguentar as consequências de pedir essa ajuda, mesmo que isso significasse passar por estresses constantes, humilhações e aturar os desaforos absurdos da mãe..


Rory é uma adolescente esforçada, inteligente e que adora livros. Mesmo que gostasse da escola pública que estudava, ela (e sua mãe) acreditava que pra realizar seu sonho de ir pra Harvard, deveria aproveitar as oportunidades e estudar num colégio melhor. O que ela não esperava era que as coisas fossem tão difíceis com os demais alunos, incluindo Tristin, um garoto bonito mas insuportável que não sabe lidar com a rejeição de Rory, e Paris, que vê Rory como uma rival e vive para azucriná-la a qualquer custo. E as constantes cobranças dos professores também não facilitam a vida da menina.
Assim, de um lado vamos acompanhando a rotina escolar de Rory, sua amizade com Lane, seu primeiro amor com o fofo Dean, seu relacionamento com sua mãe e com os avós que ela mal conhecia. E de outro, a vida de Lorelai, seu cotidiano no trabalho, sua frustração com sua mãe, a amizade com Sookie, a chef do hotel, e com Luke, o cara legal e dono do café da cidade que todo mundo frequenta.


A primeira temporada da série não é muito curta (são vinte e um episódios de pouco mais de quarenta minutos) e sempre tem um assunto envolvendo família, amor ou amizade a ser tratado nos episódios. Talvez por ter estreado há quase vinte anos, é aquele tipo de série com um ritmo que não se vê nas séries atuais. Não há nada de grandioso acontecendo, tudo acontece de uma forma bem lenta, e mesmo que a série trate de questões adolescentes, o que fica claro é a construção do relacionamento entre mãe e filha, a ideia de tentarem levar esse relacionamento sem segredos, de serem amigas e de confiarem uma na outra, mesmo que, às vezes, isso não seja muito simples e fácil de se fazer, e é isso que acaba prendendo a atenção. Os diálogos das duas sempre são bem inteligentes, dinâmicos e cheios de referências à cultura pop, e isso é um charme extra que a série possui.


Rory é bem madura pra idade que tem, e muitas vezes me perguntei como pode ela ser tão sensata e inteligente, ao levar em consideração que sua mãe é uma completa maluca. Lorelai pode ter sido a filha rebelde que trouxe desgosto para seus pais controladores, mas, mesmo tendo sido mãe solteira e batalhado duro para criar Rory sozinha, ela é um tanto peculiar. Talvez sua construção seja uma forma de retratar uma personagem como sendo "gente como a gente", a mãe que, como todas as demais, põe a filha em primeiro lugar na vida e faz de tudo por ela, o que é lindo de se ver, mas ainda tem seus defeitos. Ciumenta, destrambelhada, irritante e até egoísta são algumas das suas carateristas que lhe dão um ar cômico, principalmente pela infinidade de piadinhas que ela vive fazendo a fim de quebrar a tensão que paira no ar, mas isso não me agradou muito pois tudo que vem em excesso acaba sendo prejudicial ao meu ver. Suas indecisões, inseguranças e até falta de consideração (disfarçada de esquecimento) com quem se importa com ela são tantas que penso que ela ainda tem um longo caminho de amadurecimento pela frente... Não digo que ela seja ruim, muito pelo contrário, só acho que, no meu ponto de vista, seus defeitos de destacaram mais do que suas virtudes e acredito que com o tempo, e com as experiências que ela ainda vai ter, ela melhore.


Assim como sua mãe, Emily, que não perde a oportunidade de jogar em sua cara o quanto ela foi inconsequente e irresponsável no passado, ou o quanto perdeu por ter desperdiçado as oportunidades que ela poderia ter quando engravidou. Mas ao mesmo tempo dá pra perceber que por mais revoltante que seja toda essa intromissão, por mais absurdo que seja, esse é o jeito que ela encontrou de se reaproximar da filha e da neta como tentativa de por fim na amargura que carrega dentro de si, e em alguns momentos ela pode até ser, sim, bem compreensiva, por mais que se ache a dona da razão e seja uma personagem que a gente já começa a odiar logo da primeira vez que entra em cena.

De resto, acho legal ressaltar que, mesmo que o feminismo não fosse algo tratado naquela época como é hoje, é legal de se ver como as personagens femininas, num geral, são interessantes, assim como as formas individuais de cada uma levar a vida e lidar com os problemas que aparecem, já que tem personalidades próprias e pensamentos distintos, enquanto os personagens masculinos estão alí para acrescentarem algo e colaborarem para o desenvolvimento das histórias delas.


Luke é ótimo é a construção da amizade dele com Lorelai é gradual e cheia de sutilezas, e é impossível não torcer pra que eles fiquem juntos. Michel, o recepcionista do hotel, tem um mau humor fora do comum e uma cara de bosta impagável, mas é muito engraçado. Inclusive corro o risco de ter me identificado com ele bem mais do que com as meninas.


Uma coisa que achei bem clichê na série é aquela ideia de um relacionamento que começa na base do ódio, mas que vai se desenvolvendo e dando a entender que no final das contas tudo vai ficar bem e virar amor/amizade, principalmente por Rory ser compreensiva e ser sempre capaz de enxergar o lado positivo em todo mundo, mesmo que sejam babacas com ela. É o caso de Tristin e Paris. Tristin é um palhaço que se acha e parece só querer ficar com Rory para se autoafirmar de que ele pode ter o que quer, quando quer, mas no fundo é super carente. E Paris é a chata insuportável da escola que pega no pé de quem possa representar uma ameaça pra ela de acordo com o que ela pensa (e que quase nunca corresponde a realidade). Ela não tem amigas verdadeiras, não quer que seus problemas sejam o centro das atenções e tenta desviá-los, trazendo os problemas alheios à tona. E mesmo que Rory seja a única que a enfrente, é impossível não esperar que essa rivalidade logo vai chegar ao fim e se transformar em uma sólida amizade, mesmo que sempre aconteça algum mal entendido que parece impedir isso. Tenho certeza que em algum momento Paris vai ceder e assumir que Rory pode ser uma grande amiga, já que ela não tem nenhuma que acrescente algo em sua vida.


Enfim, até então não é a série preferida da minha vida, mas gostei bastante a ponto de querer continuar (mesmo que eu tenha começado tão tarde). Só me resta aguardar o que as próximas temporadas reservam...

Wishlist #36 - Funko Pop - Gilmore Girls

19 de maio de 2018

Comecei a assistir Gilmore Girls não faz muito tempo e até que tô gostando. É uma história bem água com açúcar sobre o cotidiano de uma mãe solteira e sua filha, mas traz algumas reflexões bem bacanas sobre amizade, família e classe social, além de ter várias referências à cultura pop. O fato de Rory adorar livros também é um ponto super legal.
Já faz um tempinho que a Funko lançou o set com a Lorelai (a mãe), Rory (a filha), e a Sookie (a cozinheira do hotel). Elas não estão com um precinho muito amigável por aqui. Então, numa das minhas andanças pelo Ebay, acabei topando com um leilão com o trio à venda e consegui arrematar as fofas. O melhor dessa história é que o valor que paguei pelas três foi mais baixo do que se eu comprasse uma só aqui no Brasil. Tem coisa melhor?