Título: O Projeto Rosie
Autor: Graeme Simsion
Editora: Record
Gênero: Romance
Ano: 2013
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Don Tillman, 39 anos, musculoso e tão bonito quanto Gregory Peck, é professor de genética e nunca teve uma namorada. Em seu estrito cronograma de atividades, todas as tarefas são calculadas para garantir o menor desperdício de tempo. Nada de imprevistos ou de surpresas; diretrizes para que Don não precise recorrer às suas baixíssimas habilidades sociais. Mas, na busca pela esposa perfeita, ele vai precisar de muito mais que a ajuda do questionário que desenvolveu para selecionar candidatas. E, quando Rosie Jarman entra em seu escritório - um exemplar totalmente inadequado ao seu perfil -, o imprevisto, o impulso e a emoção passam a ser as novas regras.
Resenha: Don Tillman é um professor universitário de genética de 39 anos muito bem sucedido, mas sem muitos envolvimentos sociais. Ele tem uma enorme necessidade de estar sempre no controle de tudo, calcula e programa cada passo que dá em sua vida, e cada minuto é considerado a fim de manter seu cronograma intacto e em perfeito funcionamento, sem que haja imprevistos, surpresas ou atrasos para nada sair de seu padrão de rotina, nunca! Ele é um cara bonitão e muito charmoso, mas devido a todo seu perfeccionismo, ele nunca se aproximou de ninguém, pois nunca considerou nenhuma mulher digna ser sua companheira. Até que um dia, mantendo a praticidade e seguindo a sugestão do seu único amigo, Gene, Don resolve procurar alguém que seja realmente compatível com ele e elabora um questionário minucioso para que as candidatas interessadas possam responder a fim de ele encontrar a mulher perfeita, dentre outras exigências, que soam bem machistas, a mais... A partir daí,
Don daria início ao "Projeto Esposa"... Mas o que ele não esperava, era que Rosie Jarman cruzasse seu caminho... Rosie tem todas as características que Don considera desagradáveis: ela fuma, bebe, é bagunceira, desajustada, vegetariana... Mas existe um ditado que diz que os opostos se atraem, e Don fica bem feliz com a companhia da nova amiga...
Rosie carrega um drama familiar que a deixou arrasada: sua mãe, uma médica a beira da morte, confessou que Phil não é seu pai biológico, pois teve um relacionamento breve com alguém quando estava na faculdade de medicina... E por considerá-la, Don deixa de lado o Projeto Esposa e dá início ao Projeto Pai. Ele aproveita suas habilidades de geneticista para ajudar Rosie nessa descoberta, e traça um plano infalível que envolve sair por aí coletando DNA's dos prováveis pais da moça, que estudaram e se formaram na mesma época que a mãe dela, dentre outras maluquices.
Antes de ler O Projeto Rosie já estava bem curiosa. A Editora Record havia disponibilizado um questionário com várias perguntas para que a mulherada pudesse responder (em 3 minutos e 8 segundos) e saber se tinham perfis compatíveis ou não com o de Don. Eu sou totalmente incompatível com o sujeito!
Fiquei um bom tempo admirando a capa, pois ela é simples mas ao mesmo tempo de muito bom gosto, cheia de significado e referências à situações presentes na história. A diagramação é simples, as páginas são amareladas e a revisão foi boa. Há uns poucos erros, mas podem passar desapercebidos.
A história é narrada em primeira pessoa por Don, que é o tipo de personagem facilmente comparável ao Sheldon Cooper do seriado The Big Bang Theory, que além de muito inteligente, é chato, esquisito e cheio de manias absurdas e outras frescuras que ninguém entende o real propósito a não ser ele mesmo. Apesar de não tolerar o comportamento dessa criatura, a história começou bem agradável, mas no decorrer da leitura, senti que tudo ficou um pouco monótono e cansativo, e o que deveria ser engraçado, não me convenceu. A narrativa foi cansativa pra mim em alguns pontos... não me deixou empolgada pra ler, e detesto quando isso acontece porque não me sinto envolvida com a história.
Existem vários diálogos inteligentes (afinal, o que podemos esperar de um cara nerd?) e os personagens são bem humanos, com qualidades e defeitos, que erram e acertam e vão levando a vida assim. Porém, o foco principal está no comportamento de Don, e isso faz com que os outros não sejam tão aprofundados. Alguns deles me deixaram com a sensação de serem um pouco superficiais. Os cenários também não são muito detalhados, mas no final das contas isso não faz muita diferença.
Don e Rosie têm personalidades totalmente opostas, e ela faz com que Don aprenda a relevar o que considera inadmissível, e acaba aprendendo a ser mais tolerante e paciente ao conviver com alguém tão insuportável. Um aprende muito com o outro, mas, mais importante do que o aprendizado, é o reconhecimento de que amar é respeitar o espaço do outro e aceitar a pessoa como ela é, com defeitos, qualidades, manias e até esquisitices... Basta que haja química, que eles combinem entre si e se completem. Mas mesmo com essa mensagem nas entrelinhas, senti que faltou algo que me deixasse ligada a história... Talvez mais emoção, graça, ou um sentimento mais intenso e memorável...