Autoras: Marta Breen e Jenny Jordahl
Editora: Seguinte
Gênero: HQ/Não Ficção
Ano: 2019
Páginas: 130
Nota:★★★★★
Sinopse: O movimento feminista em quadrinhos, para jovens e adultos. Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade. Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres ― pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras ―, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito ― e tudo o que ainda precisamos conquistar.
Resenha: Trazendo um assunto tão importante nos dias de hoje, Mulheres na Luta, publicado pela Editora Seguinte, é um compilado de informações acerca do movimento feminista e da luta das mulheres que começaram há somente cento e cinquenta anos e marcaram o início de mudanças muito importantes para adquirirem direitos numa sociedade completamente machista. Ter direito aos estudos, ao trabalho remunerado, a votar nas eleições, e de decidir sobre o próprio corpo são algumas das lutas desse movimento que mostra que houve bastante progresso, mas que ainda assim é preciso muito mais.
O livro é dividido em partes que abordam diferentes tipos de lutas, apontando alguns fatos que foram decisivos para várias conquistas e mostrando que as mulheres são capazes de muito mais coisas do que ficarem confinadas em casa cuidando dos afazeres domésticos, de uma penca de filhos e servindo obedientemente ao seu marido. Se por um lado existiam homens que defendiam que "o homem é ativo e forte, enquanto a mulher é passiva e fraca", ou que "as mulheres devem ficar em casa com a família, em vez de ocupar a cabeça com outras coisas", existiam mulheres que refutavam essas ideias absurdas e começaram a lutar pelos mesmos direitos.
Embora os eventos tenham uma abordagem histórica, se concentrem principalmente em lutas de mulheres americanas e europeias, e sejam explorados de uma forma bastante enxuta e sem muitos detalhes, fica bem claro que muito se perdeu para que houvesse conquistas. Mulheres foram torturadas e mortas enquanto questionavam homens e lutavam por seus direitos, e é incrível perceber que hoje, em pleno século 21, isso ainda acontece no mundo inteiro.
Outras questões são trabalhadas além dos direitos conquistados gradualmente, como sexualidade, métodos contraceptivos e aborto, porém focando no corpo feminino como uma propriedade controlada por qualquer um, exceto pela mulher, e embora em alguns países as mulheres tenham direitos e sejam donas dos próprios corpos, ainda há lugares em que isso não acontece, o que gera reflexões sobre o quanto é preciso evoluir e rever não só conceitos, mas as leis também.
A edição gráfica do livro é muito bonita e caprichada, com capa dura, folhas mais grossas, ilustrações com traços simples, porém bastante expressivos, e cores monocromáticas em tons pastéis que se contrastam com o preto distribuídas ao longo do livro de acordo com o tema abordado no determinado capítulo. O visual é limpo e ajuda a transmitir a história de uma forma bastante clara, objetiva e funcional.
Assim, pra quem busca por livros que abordam a opressão do patriarcado e a temática feminista de uma forma didática, que citam nomes de mulheres que foram responsáveis por mudanças importante para a vida de todas as outras mulheres na sociedade e seus feitos, Mulheres na Luta é uma excelente porta de entrada para se ter noção do que é o feminismo e o quanto é necessário, de onde surgiu, o que as mulheres precisaram (e ainda precisam) enfrentar para conquistar espaço, e porquê a igualdade precisa ser alcançada tão urgentemente.