Título: Confesso que Menti
Autora: Justine Larbalestier
Editora: Galera Record
Gênero: Suspense/Juvenil/Sobrenatural
Ano: 2014
Páginas: 320
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Micah Wilkins é uma mentirosa compulsiva. Para ela, mentir é tão natural quanto respirar. Por isso é preciso prestar muita atenção a seu relato e desconfiar de tudo o que ela disser. Por que ela mente? É um segredo que envolve o outro. Tudo começou quando ela nasceu com a doença da família. E desde então Micah criou um labirinto de mentiras para manter todos afastados da única e terrível verdade. Mas quando seu namorado Zach é encontrado morto em circunstâncias violentas e misteriosas, o comportamento nada confiável da menina a transforma na principal suspeita do crime. Agora, para desvendar essa trama e provar sua inocência, Micah Wilkins promete contar apenas a verdade e nada mais que a verdade.
Resenha: Confesso que Menti, escrito pela autora Justine Larbalestier e lançado no Brasil pela Galera apresenta uma história da qual Micah Wilkins é a protagonista. A garota é uma mentirosa compulsiva que inventa histórias, muitas delas bem mirabolantes, a fim de distorcer a verdade, ou afastar as pessoas dela. Até que Zach, seu namorado, é encontrado morto no Central Park e Micah se torna a principal suspeita. Resta a ela contar a verdade a fim de provar sua inocência, mas será que com seu histórico ela será capaz?
Capa americana |
Antes de comentar sobre minhas impressões, preciso falar um pouco sobre a capa versus sua relação com a história. Micah é negra e por diversas vezes afirma que sua aparência a faz ser confundida com um menino, e apesar de a capa brasileira ser muito bonita, não deixa transparecer tal característica. Ao pesquisar a capa americana, fica claro que ela faz muito mais jus às características físicas da garota. Porém, pelo que soube ao pesquisar, até que a capa final fosse finalmente decidida, houve bastante controvérsias com a ideia de que um livro com uma pessoa negra na capa poderia não chamar atenção dos leitores devido a algum preconceito ou até mesmo racismo que os americanos possam ter, o que me fez ficar com um ponto de interrogação na cabeça e pensando mil bobagens ao comparar a capa original com a capa do Brasil, que mesmo retratando a raça, traz uma
Dividido em 3 partes, não há capítulos, mas sim tópicos de "antes", "depois" e "histórico familiar" a fim de situar o leitor a cada cena e acontecimento, e narrado em primeira pessoa de forma que ficamos limitados ao ponto de vista muito duvidoso e nada confiável da protagonista, Micah fica incumbida de contar ao leitor sua versão dos fatos, mas nunca sabemos se são reais ou não, principalmente quando ela toca no assunto da "doença de família" que também acaba sendo um mistério e ninguém sabe que doença é essa. Tudo é descrito de forma a fazer o leitor procurar pistas, do que pode ser real ou não, e Micah sempre dificulta tudo porque, às vezes, ela mesma acredita em tudo que conta, sendo mentira ou não. Que tipo de relato podemos esperar de alguém que considera a mentira algo normal e que faz parte de sua vida? Essa pergunta é o que torna a leitura bastante intrigante, pois Confesso que Menti é uma trama bastante misteriosa, repleta de enigmas e mesmo que seja bem estruturada, bastante fluída e fácil, são nas entrelinhas que devemos prestar atenção...
Micah é uma personagem difícil, sempre muito controversa, que tenta mostrar uma coisa enquanto está acontecendo outra, o que me fez pensar que ela se perdeu em si mesma, fica confusa com relação ao que sente e como trata ou é tratada pelos outros, até pelos próprios pais que sempre são muito frios e parecem sentir repulsa por ela. Acredito que a ideia da autora era resumir todos os problemas pelos quais os adolescentes dessa idade passam - conflitos, descobertas, convivência social, aceitação, rejeição, incompreensão, insegurança e etc - e como cada um tem sua própria forma de lidar com o que devem enfrentar.
É uma leitura que vale a pena se encarada como algo a ser "investigado", mas algumas coisas não são muito aprofundadas e acabamos ficando sem resposta, e por mais que a trama soe interessante, não conseguiu me prender e nem me deixar tão envolvida quanto eu pensei que ficaria.
Confesso que Menti é um quebra cabeças. Me vi num jogo tentando juntar partes para ao final decidir se deveria ou não acreditar em Micah, e pra falar a verdade, confesso que se eu não acreditasse, teria perdido meu tempo...