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O Jardim Esquecido - Kate Morton

10 de dezembro de 2018

Título: O Jardim Esquecido
Autora: Kate Morton
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Suspense
Ano: 2018
Páginas: 496
Nota:★★★★☆
Sinopse: Uma criança abandonada, um antigo livro mágico, um jardim secreto, uma família aristocrática, um amor negado. Em mais uma obra-prima, Kate Morton cria uma história fantástica que nos conduz por um labirinto de memórias e encantamento, como um verdadeiro conto de fadas.
Dez anos após um trágico acidente, Cassandra sofre um novo baque com a morte de sua querida avó, Nell. Triste e solitária, ela tem a sensação de que perdeu tudo o que considerava importante. Mas o inesperado testamento deixado pela avó provoca outra reviravolta, desafiando tudo o que pensava que sabia sobre si mesma e sua família.
Ao herdar uma misteriosa casa na Inglaterra, um chalé no penhasco rodeado por um jardim abandonado, Cassandra percebe que Nell guardava uma série de segredos e fica intrigada sobre o passado da avó.
Enchendo-se de coragem, ela decide viajar à Inglaterra em busca de respostas. Suas únicas pistas são uma maleta antiga e um livro de contos de fadas escrito por Eliza Makepeace, autora vitoriana que desapareceu no início do século XX. Mal sabe Cassandra que, nesse processo, vai descobrir uma nova vida para ela própria.

Resenha: Este é mais um livro de Kate Morton que foi publicado inicialmente em 2009 pela Editora Rocco, sob o título de O Jardim Secreto de Elisa. Agora, uma nova edição foi relançada pela Editora Arqueiro como O Jardim Esquecido.

Após um acidente que mudou sua vida dez anos atrás, Cassandra, arrasada e sentindo muito solitária mais uma vez, precisa lidar com a morte recente de sua querida avó, Nell. O que ela não esperava era que o testamento deixado por Nell causasse uma reviravolta tão grande em sua vida. Cassandra herdou uma a mansão Blackhurst, em Londres, que está cercada de mistérios e segredos da avó, e agora ela decidiu partir pra lá, em busca de respostas sobre sua família, tendo um livro de contos de fadas escrito por Eliza Makepeace, e uma maleta, como únicas pistas.
Assim, vamos conhecendo um pouco mais de Cassandra, Nell e Eliza, três mulheres, ligadas pelo sangue ou por empatia, e muito parecidas, tanto em força quando em história de vida. Acompanhar suas vidas, saber o que passaram e o que perderam, e participar da busca individual por algo que foi tirado delas é uma jornada incrível.

A história é dividida em três partes, narrada em terceira pessoa, tem uma escrita bastante descritiva e alterna passado e presente entre a vida das personagens. O ritmo da trama é lento e vai sendo construído de forma gradual, onde os capítulos que fazem parte do passado vão preenchendo as lacunas e dando as devidas respostas no presente. É preciso um pouco de paciência até que as coisas começam a acontecer, de fato, pois a leitura acaba se arrastando em alguns momentos, mas é uma espera que vale a pena, mesmo que inicialmente possamos achar as personagens e suas atitudes tolas.

As personagens são muitíssimos bem construídas, com camadas e pontos de personalidade que as tornam pessoas interessantes, com quem sentimos empatia e podemos nos identificar. Elas são pessoas comuns, não têm nenhum atrativo grandioso que as destaque tanto assim, mas as histórias de vida delas são marcantes.
Eliza é aquela que não pensa nas consequências de suas escolhas, e mesmo que seja uma pessoa encantadora, ela coloca os outros em primeiro lugar e acaba não tomando as melhores decisões para si mesma. Nell não consegue se livrar dos fantasmas de seu passado. E Cassandra, embora tenha sofrido perdas irreparáveis, é a única que tem forças para seguir em frente e buscar po respostas.
Os demais personagens também são importantes para o desenvolvimento da história e das próprias protagonistas, principalmente os familiares que tiveram influência na construção da pessoa que cada uma delas se tornou. Os mistérios que cercam a família são bem intrigantes, e acompanhar o quanto elas foram marcadas por tantos segredos, preconceitos e tragédias faz com que o leitor fique preso na leitura, querendo que tudo se revele, e torcendo para que haja uma recompensa ao final.

Chega a ser complicado falar de um livro que tem histórias dentro da própria história e que funcionam como elo para conectar tudo em seus devidos lugares, onde a própria trama acerca do jardim acaba sendo mais um personagem tão importante quanto as demais, e a medida que a leitura avança, vamos cada vez mais admirando a forma como cada mulher enfrentou o mundo em épocas tão diferentes, e a imersão é tamanha que a sensação final é de vitória.

Leitura mais do que recomendada para quem curte se envolver numa trama complexa, e recheada de mistérios a serem desvendados.

A Casa do Lago - Kate Morton

3 de março de 2018

Título: A Casa do Lago
Autora: Kate Morton
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Suspense
Ano: 2017
Páginas: 464
Nota:★★★★☆
Sinopse: A casa da família Edevane está pronta para a aguardada festa do solstício de 1933. Alice, uma jovem e promissora escritora, tem ainda mais motivos para comemorar: ela não só criou um desfecho surpreendente para seu primeiro livro como está secretamente apaixonada. Porém, à meia-noite, enquanto os fogos de artifício iluminam o céu, os Edevanes sofrem uma perda devastadora que os leva a deixar a mansão para sempre.
Setenta anos depois, após um caso problemático, a detetive Sadie Sparrow é obrigada a tirar uma licença e se retira para o chalé do avô na Cornualha. Certo dia, ela se depara com uma casa abandonada rodeada por um bosque e descobre a história de um bebê que desapareceu sem deixar rastros.
A investigação fará com que seu caminho se encontre com o de uma famosa escritora policial. Já uma senhora, Alice Edevane trama a vida de forma tão perfeita quanto seus livros, até que a detetive surge para fazer perguntas sobre o seu passado, procurando desencavar uma complexa rede de segredos de que Alice sempre tentou fugir. 

Resenha: O ano é 2003. Sadie Sparrow é uma policial que foi afastada de um caso problemático o qual estava investigando, e foi passar as férias no chalé do avô, na Cornualha. Lá, ela acaba descobrindo a existência de uma casa abandonada que pertenceu à família Edevane, que guarda segredos sobre uma tragédia que aconteceu em 1933. Um bebê desapareceu em meio às comemorações do solstício e nunca foi encontrado, e o caso não resolvido deixa Sadie intrigada e determinada a desvendar este mistério. Ao seguir pistas, Sadie faz algumas descobertas importantes e encontra membros dessa família marcada por traumas. O problema é que o tempo discorrido é um fator que atrapalha as investigações, assim como a falta de provas sobre possíveis suspeitos...

Este é o primeiro livro que leio da autora. A história teve várias cenas desnecessárias e descrições intermináveis que poderiam ter sido resumidas sem prejudicar o enredo a fim de tornar o livro mais envolvente e menos cansativo, principalmente com relação ao início, que pode ser um verdadeiro teste de paciência. Mas basta persistir para que as coisas comecem a melhorar.

A narrativa é feita em terceira pessoa onde passado e presente se alternam para que as histórias possam se encaixar, e o dito mistério, que começou em 1933 envolvendo um desaparecimento, possa ser revelado. As suspeitas e as teorias começam a surgir, e talvez as respostas sejam mais simples do que parecem, independente da complexidade dada à história, o que foi um diferencial bastante positivo nesta leitura. Muitas questões levantadas pela autora ficam sem respostas durante um tempo considerável, e elas só vêm faltando poucas páginas para o livro terminar, e isso pode ser frustrante. A sensação é de que a autora investe em descrições excessivas e minuciosas sobre as coisas, muitas vezes sem tanta importância, em vez de ir direto ao ponto. Se não fosse isso, o livro poderia ter menos páginas e a leitura ser bem mais ágil.

Os personagens são peças fundamentais para o desenvolvimento da história, todos eles são bem reais, trazem uma carga emocional e dramática relevante, tem seus defeitos e virtudes, personalidades distintas e possuem a devida importância em meio a trama.

A capa é muito bonita e chamativa e a edição de forma geral ficou perfeita.
Pra quem gosta de histórias policiais que envolvem segredos familiares, com toques realistas de dor e amor, é livro recomendado. A Casa do Lago é um livro pra ser lido - e absorvido - com calma, tanto pelo excesso de detalhes e descrições quanto pela narrativa demorada, e por mais que a história pareça ser previsível em vários pontos, o final, inesperado, é um daqueles que tardam mas não falham.