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Clube da Liga #3 - Pequenas Grandes Mentiras - Liane Moriarty

27 de abril de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: Pequenas Grandes Mentiras
Autora: Liane Moriarty
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2015
Páginas: 400
Nota: ★★★★★
Sinopse: Com muita bebida e pouca comida, o encontro de pais dos alunos da Escola Pirriwee tem tudo para dar errado. Fantasiados de Audrey Hepburn e Elvis, os adultos começam a discutir já no portão de entrada, e, da varanda onde um pequeno grupo se juntou, alguém cai e morre.
Quem morreu? Foi acidente? Se foi homicídio, quem matou?
Pequenas grandes mentiras conta a história de três mulheres, cada uma delas diante de uma encruzilhada.
Madeline é forte e decidida. No segundo casamento, está muito chateada porque a filha do primeiro relacionamento quer morar com o pai e a jovem madrasta. Não bastasse isso, Skye, a filha do ex-marido com a nova mulher, está matriculada no mesmo jardim de infância da caçula de Madeline.
Celeste, mãe dos gêmeos Max e Josh, é uma mulher invejável. É magra, rica e bonita, e seu casamento com Perry parece perfeito demais para ser verdade.
Celeste e Madeleine ficam amigas de Jane, a jovem mãe solteira que se mudou para a cidade com o filho, Ziggy, fruto de uma noite malsucedida.
Quando Ziggy é acusado de bullying, as opiniões dos pais se dividem. As tensões nos pequenos grupos de mães vão aumentando até o fatídico dia em que alguém cai da varanda da escola e morre. Pais e professores têm impressões frequentemente contraditórias e a verdade fica difícil de ser alcançada.
Ao colocar em cena ex-maridos e segundas esposas, mãe e filhas, violência e escândalos familiares, Liane Moriarty escreveu um livro viciante, inteligente e bem-humorado, com observações perspicazes sobre a natureza humana.

Resenha: Pequenas Grandes Mentiras, escrito pela autora Liane Moriarty e publicado no Brasil pela Editora Intrínseca foi o livro do mês de abril do Clube de Leitura da Liga.
O livro conta a história de Madeline, Celeste e Jane, três mulheres que têm suas vidas entrelaçadas, cada uma com personalidade distinta e questões familiares complexas a serem resolvidas. E enquanto as protagonistas intercalam a narrativa contando o que se passa com cada uma delas, desde o princípio o leitor se depara com um mistério que move a trama até o fim: Durante a noite do Concurso de Perguntas, um encontro de pais de alunos da Escola Pública de Pirriwee para angariar fundos para a escola, alguém morreu. E não se sabe quem foi, nem quem matou.
E enquanto o mistério perdura ao longo da história, vamos conhecendo a fundo as particularidades de cada protagonista. Madeline é uma mulher de quarenta anos muito pé no chão e bem humorada. É casada com Nathan, com quem tem dois filhos, Fred e Chloe, mas parece não aceitar e nem estar sabendo lidar com a situação em que se encontra: Sua filha de quatorze anos, do primeiro casamento com Ed, Abigail, quer ir morar com o pai. Ed está casado com Bonnie, e tiveram Skye. Chloe e Skye estudam juntas no jardim de infância e isso é motivo para deixar Madeline muito desconsertada. Aliás, todos os filhos mais novos dos protagonistas tem isso em comum, todos estão no mesmo jardim de infância.

Celeste é casada com Perry e, aos olhos da sociedade, eles têm uma vida invejável. São pais dos gêmeos Max e Josh e a família parece ser simplesmente perfeita.
Jane é mãe solteira e se mudou para a cidade com seu filho, Ziggy, há pouco tempo. Logo Madeline e Celeste ficam amigas de Jane e alguns de seus segredos mais íntimos começam a ser compartilhados entre elas.
Até que Ziggy é acusado de cometer bullying com uma das crianças da escola causando um enorme alvoroço entre os pais, que cobram uma atitude drástica da escola, mas as coisas não parecem ser o que realmente são... E diante de contradições e muita confusão, o leitor adentra a trama e conhece o que cada família vivencia e guardava para si, até então...

O livro tendo sido lido em grupo, compartilhamos pensamentos bastante parecidos sobre os comportamentos das personagens e como identificamos ou entendemos seus motivos para tomarem certos tipos de atitudes. Conhecemos nossos filhos a ponto de confiar neles plenamente? Sabemos mesmo quando estão mentindo ou quando estão dizendo a verdade? Até onde os pais têm autoridade para lidar com filhos que defendem seus ideais, por mais absurdos que sejam? O relacionamento dos pais com os filhos podem e devem ser baseados em quê?

Madeline foi uma personagem com a qual me identifiquei bastante em alguns pontos. Ela é decidida naquilo que quer e é muito engraçada, mas senti que ainda guarda muito ressentimento pelo fato de seu relacionamento com Nathan não ter dado certo, mas o dele com Bonnie sim. Isso me fez pensar que ela estava sendo bastante egoísta e até amargurada.
Jane é mais misteriosa sobre a paternidade de Ziggy e como ela lida com isso, mas, através dela, o leitor sabe um pouco mais sobre como alguém pode ficar marcada devido a um acontecimento trágico cujas consequências serão levadas para o resto da vida, mas ainda assim ter forças pra seguir em frente.
Não me identifiquei muito com Celeste por ela ser mais passiva, mas por ela é possível entender um pouco mais sobre viver de aparências...

Pequenas Grandes Mentiras é um livro cuja narrativa é lenta até certa parte, no início parece ser confusa por mesclar passado com presente junto com muitos personagens que aparecem sem uma apresentação prévia, mas é viciante quando os problemas reais começam a vir a tona. Me lembrou o livro Morte Súbita, de J.K. Rowling. A escrita da autora é ótima e bastante detalhada, a história é inteligente e ela consegue entrelaçar os dilemas de cada personagens de forma a fazer com que todos tenham uma ligação, por mais que a primeira vista isso não fique óbvio. Tudo é entregue ao leitor no momento certo e admiro demais essa habilidade numa narrativa. Os personagens são muito bem construídos, tem suas qualidades mas também possuem seus defeitos, mostrando que as pessoas nunca são perfeitas.
O mais interessante é que o mesmo evento pode ser visto por perspectivas diferentes, mostrando o lado de cada um. Assim, os capítulos vem em forma de contagem regressiva até a noite do Concurso para que, enfim, o leitor possa saber, após roer todas as unhas, o desfecho dessa história surpreendente.

Durante a leitura tentava bolar algumas teorias sobre a vítima, mas não chegava a lugar nenhum. Muitos personagens me enganaram, mas outros, talvez por instinto feminino e materno, ganharam minha confiança logo de cara. Posso afirmar que tive meus acertos, mas também tive alguns erros...
Pra mim, o mistério acerca da morte só serviu como desculpa para que temas muito polêmicos como bullying, violência doméstica, assédio moral, traição, falta de amor próprio e afins pudessem ser abordados, mas mesmo sendo temas complexos, a autora soube dosar com bastante bom humor vindos de certas situações e personagens para que a história não se torne pesada. Achei que todas as situações foram tratadas com bastante realidade, principalmente na questão de como a sociedade é hipócrita em preferir fazer julgamentos sem antes se preocupar em conhecer a verdade, apenas baseando em achismos.

Pequenas Grandes Mentiras é o tipo de história que me fez levantar muitas perguntas. Me fez pensar, bolar teorias e questionar a verdadeira índole dos personagens presentes na trama além de refletir sobre todos os problemas que eles enfrentam e que não se prendem apenas na ficção. Uma das melhores leituras do ano e indico para quem gosta de dramas bem construídos e que coloca o leitor para refletir sobre a própria vida.


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O "Clube do Livro da Liga" é formado por amigos que resolveram arriscar uma leitura coletiva e se surpreenderam com a interação que foi proporcionada. Temos muitos gostos e ideias em comum, além de muitas discussões e risadas. Ninguém nunca irá nos entender, ainda bem.
Os blogs: Leituras da Paty | Livros e Chocolate | Mais que Livros | Meus Livros, Meu Mundo | Prazer, me chamo Livro | Segredos entre Amigas | Todas as Coisas do Meu Mundo

O Segredo do Meu Marido - Liane Moriarty

11 de maio de 2014

Lido em: Março de 2014
Título: O Segredo do Meu Marido
Autora: Liane Moriarty
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Suspense
Ano: 2014
Páginas: 360
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Ela virou o envelope. Estava lacrado com um pedaço de fita adesiva amarelada. Quando a carta tinha sido escrita? Parecia velha, como se tivesse sido anos antes, mas não havia como saber ao certo. Imagine que seu marido tenha lhe escrito uma carta que deve ser aberta apenas quando ele morrer. Imagine também que essa carta revela seu pior e mais profundo segredo - algo com o potencial de destruir não apenas a vida que vocês construíram juntos, mas também a de outras pessoas. Imagine, então, que você encontra essa carta enquanto seu marido ainda está bem vivo... Cecilia Fitzpatrick tem tudo. É bem-sucedida no trabalho, um pilar da pequena comunidade em que vive, uma esposa e mãe dedicada. Sua vida é tão organizada e imaculada quanto sua casa. Mas uma carta vai mudar tudo, e não apenas para ela: Rachel e Tess mal conhecem Cecilia - ou uma à outra -, mas também estão prestes a sentir as repercussões do segredo do marido dela.

Resenha: As aparências enganam, e John Paul pode estar enganando Cecilia. Uma carta foi escrita pelo homem e deixada para a esposa, com uma advertência: Minha querida Cecília, se você está lendo isso, é porque eu morri... Mas a esposa acaba abrindo a carta antes de John falecer ao achá-la por acaso e um grande segredo que pode destruir não só sua família, mas outras também, é desvendado naquelas poucas linhas.

A trama central é focada em Cecília e o segredo que ela descobre após abrir a carta de John Paul, mas, além dela, existem mais duas protagonistas na história: Tess e Rachel. É assim que os fatos e mistérios se desdobram ao longo da história.

Cecília é uma mulher que vende tupperware e é bem sucedida no seu negócio. Todos na vizinhança a adoram, e até sentem inveja da sua felicidade e família feliz. Mas não é tudo tão perfeito assim. Depois de abrir a carta, a personagem é tomada por uma sensação de medo, angústia e receio do que aquilo pode trazer para a família dela. Liane Moriarty soube colocar isso muito bem, pois a leitura acaba se tornando muito reflexiva sobre o âmbito familiar e como um teto pode estar desmoronando sobre a cabeça de uma mulher juntamente com sua família e ela tentar sustentá-lo a qualquer custo, mesmo que não seja a forma correta de se agir.

Em capítulos alternados temos também a visão de Rachel e Tess. Rachel é uma senhora com um filho, uma nora e um lindo netinho que está prestes a se mudar. O sentimento dela em relação a isso é o pior de todos, já que uma pessoa importante já lhe foi tirada anos antes: sua filha. A senhora tem tristes lembranças da morte de sua filha caçula e depois disso sua vida se tornou mecânica. Felizmente, mesmo com esse trauma Rachel não se tornou uma mulher que lamuriava, mas, sim, uma que tirou forças do seu passado obscuro para continuar.

Tess, infelizmente, caiu de para-quedas nesse livro. A importância do papel dela na trama é questionável, se é que teve algum. A história da moça é interessante e tem um pano de fundo muito bom que envolve seu marido, mas é só isso. Diferente de Rachel e Cecília, que frequentam os mesmos lugares, vivem no mesmo bairro, Tess não tem nenhum papel forte ali. Resultado disso: um desperdício de páginas que poderiam ser usadas para dar a visão de John Paul sobre os fatos, já que é ele detém o segredo que é a questão-chave do enredo enredo.

A narrativa de Liane é muito bem construída. Primeiro, existem flash backs que são dados sem itálico, ou seja, nos faz pensar muito o que é o "hoje" ou o "ontem". Os pensamentos das personagens também são assim, veem sem dar um alerta para o leitor. A prosa é muito detalhada e a mudança nos tempos em que a história se passa foi muito bem colocada.

A promessa era que O Segredo do Meu Marido fosse um livro semelhante à Garota Exemplar, também lançado pela Intrínseca, mas a obra de Liane não atingiu tal expectativa. A inserção de dramas familiares, mistério e tensão é boa até certo ponto. Cecília abriu a carta muito cedo, o que comprometeu um pouco a expectativa. A grande dúvida era de como a trama se manteria no mesmo nível (muito bom) até o fim. Pode ser difícil alguns momentos, mas a leitura flui bem, pois há situações bem reflexivas ao longo da história .

Mesmo com essas ressalvas, a leitura é recomendada. A melhor parte é a lição de moral que há no final, que nos faz refletir sobre nossas próprias atitudes. Afinal, toda ação tem uma reação.