Mostrando postagens com marcador Literatura Estrangeira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura Estrangeira. Mostrar todas as postagens

O Livro da Vida - Deborah Harkness

7 de janeiro de 2016

Título: O Livro da Vida - All Souls #3
Autora: Deborah Harkness
Editora: Rocco
Gênero: Romance/Sobrenatural/Literatura Estrangeira
Ano: 2015
Páginas: 560
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Considerada pela crítica nos Estados Unidos “uma ponte entre Harry Potter, Crepúsculo e a série Outlander”, a Trilogia das Almas, de Deborah Harkness, chega ao fim com O livro da vida, uma perfeita fantasia para adultos, que alcançou o topo da lista dos mais vendidos do The New York Times em seu lançamento. Depois de A descoberta das bruxas e Sombras da noite, a autora entrega aos leitores informações surpreendentes sobre o manuscrito Ashmole 782 e sua conexão com bruxas, vampiros e demônios que vivem entre os humanos, além de selar o destino da cientista e bruxa Diana Bishop e do geneticista e vampiro Matthew Clairmontt, com sua bem-sucedida combinação de magia, história, amor e ciência.

Resenha: O Livro da Vida fecha a trilogia All Souls, escrita pela autora Deborah Harkness e publicado pela Rocco no Brasil.
Nesta conclusão, Diana e Matthew retornam do século XV para o tempo presente em busca do Livro da Vida. A gravidez de Diana altera a forma de encararem a missão envolvendo o manuscrito, mas eles irão enfrentar ameaças e perigos na busca pelas últimas páginas desaparecidas do Ashmole 782, pois compreender seu significado pode trazer a segurança necessária para o futuro e a salvação da família.

É absolutamente formidável o aspecto romântico inserido pela autora na trama. O amor entre Diana e Matthew é aquele tipo que aquece corações e saber que a história chegou ao fim vai me fazer sentir uma enorme saudade. A construção e o desenvolvimento dos outros personagens também foi feita com maestria, e história de alguns deles acabou mexendo bastante comigo. Ysabeau me surpreendeu, pois quem poderia imaginar que uma vampira que caçava bruxas chegaria ao ponto de proteger uma mesmo que isso significasse colocar a própria vida em risco?
A narrativa da autora é ótima e ela sabe como conduzir o leitor para que ele viva a história. As descrições dos cenários e os fatos históricos apresentados vieram de pesquisas reais, logo, é incrível poder ter o prazer de se deparar com uma leitura que envolve fatos históricos e científicos que se mesclam ao elemento sobrenatural. Por mais fantasiosa que possa parecer, a história se torna crível e por isso é tão boa.

Neste volume eu fiquei presa às emoções de Diana como não havia ficado antes. É raro eu realmente sentir empatia e simpatia pelos personagens a ponto de me identificar com algum deles e sentir falta quando o livro chega ao fim, e posso dizer que eu amei. Amei!
Gallowglass é um dos meus personagens preferidos e que fez meu coração ficar em pedaços, mas prefiro não falar sobre pra evitar spoilers e surpresas. Vocês precisam ler. Sério!

Eu só fiquei um pouco irritada com a ideia do Ashmole 782 pois ao final fiquei com a ideia na cabeça de que foi um elemento que não acrescentou nada de tão importante assim pra ter sido tão mencionado quanto foi.
Minha  ressalva aqui é sobre alguns personagens secundários muito interessantes mas que não tiveram brecha o bastante para que eu pudesse saber mais sobre cada um deles. Imaginem... Metade dos personagens é imortal, e muitos deles não tiveram nada sobre seus passados e segredos abordados. Vieram e se foram rápido, mas foram marcantes o bastante pra se tornarem memoráveis.
O bom da trilogia é que devido a sua complexidade e enorme quantidade de personagens, há uma série imensa de novas possibilidades a serem aprofundadas, seja em livros paralelos ou cujas perspectivas fiquem sob outros personagens tão cativantes quanto os principais.

Um ponto bem válido que acho necessário destacar é sobre a dinâmica entre o casal no relacionamento. Matthew, como sabemos, é um vampiro ancestral, que durante séculos conservou valores tradicionais e desenvolveu um grande instinto de proteção. Logo seria mais do que óbvio que tal instinto ficasse muito mais aflorado com a ideia de que sua esposa estava carregando seus filhos. Não é que Diana é uma personagem passiva e que aceita tais tendências vindas de um homem que podem ser interpretadas como agressivas. Acredto que todas as relações podem ser comparadas com situações que nos deparamos hoje em dia, as criaturas, seus interesses, a forma como levam suas vidas e pelo que lutam e podemos ver de forma geral em toda a trilogia que na sociedade ainda há sexismo, há segregação mas, ainda assim, a estrutura no que diz respeito às crenças particulares de cada espécie se mantém no tradicionalismo, mesmo que alguns mudem de lado.

Um aspecto interessante dos livros que pode ser apontado é que ele não se trata apenas de uma fantasia sobrenatural com personagens ótimos. A história aborda o casamento de uma forma que vai além do felizes para sempre e mostra o quão pode ser complexo. As questões do dia a dia e as atitudes pra cada tipo de ação vinda do companheiro são experiências que colaboram para o amadurecimento e o crescimento. Um casamento precisa estar em constante evolução, pois caso se mantenha estagnado não haverá equilíbrio e tudo acabará saindo dos eixos mais cedo ou mais tarde. E tudo isso pra falar que Diana e Matthew aprenderam um com o outro o que é, de fato, ser marido e mulher.

Sobre a parte física, a capa é a mais bonita entre os três livros da trilogia. Não só pelo tom de verde e pelas ilustrações sugestivas, mas pelos detalhes em dourado que a deixaram bastante caprichada. A diagramação continua simples, as páginas brancas e a fonte pequena, mas dessa vez a revisão foi caprichada e não percebi erros que incomodaram como no livro anterior.
A cada início de capítulo há um trecho relacionado a um dos signos do zodíaco que tem a ver com o que vai se passar a seguir.

De forma geral, eu simplesmente não posso explicar da forma como gostaria o quanto eu amo essa trilogia. A escrita, os personagens, o cenário, o enredo... É um combo perfeito.
O Livro da Vida é um livro que traz uma história que aborda o amor, a aceitação, sobre encontrar a paz e sobre a aceitação de ser quem você é. A habilidade em que Deborah  Harkness tem para descrever seus personagens, suas ações e seus pensamentos é ímpar, pois através de suas palavras eles ganharam vida e tornam a trama ainda mais especial.
Uma das melhores trilogias sobrenaturais que já li e, assim que possível, pretendo reler.

Sombra da Noite - Deborah Harkness

4 de janeiro de 2016

Título: Sombra da Noite - All Souls #2
Autora: Deborah Harkness
Editora: Rocco
Gênero: Romance/Sobrenatural/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 576
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Em A Descoberta das Bruxas, a pesquisadora Diana Bishop, descendente de uma antiga linhagem de bruxas, e o geneticista Matthew Clairmont, um vampiro ancestral, se veem no centro de uma batalha sobrenatural pela disputa de um manuscrito conhecido como Ashmole 782. Atraídos um pelo outro, os dois subvertem antigos tabus.
Enquanto ambos se aprofundam no segredo do manuscrito, Diana precisa localizar a bruxa que será a tutora de sua magia. Para isso, os dois fazem uma incursão por uma Londres elisabetana, lar da misteriosa Escola da Noite, um grupo de velhos amigos de Matthew que inclui personalidades como Christopher Marlowe e Walter Raleigh. Para Matthew, o que está em jogo são seus segredos mais sombrios, vestígios de um passado até então adormecido. Para Diana, essa nova jornada poderá ser a chave para entender o seu legado.
Neste segundo volume da Trilogia das Almas, Deborah Harkness tece uma intrigante tapeçaria que entrelaça paixão, alquimia, ciência e história, em uma viagem através do tempo.

Resenha: Sombra da Noite, da autora Deborah Harkness, é o segundo volume da trilogia All Souls, publicada pela Rocco no Brasil.

No primeiro livro, Descoberta das Bruxas, somos introduzidos ao universo criado pela autora em que Diana Bishop é uma historiadora que passou a vida negando que é uma bruxa, querendo apenas distância da magia. Mas ela acaba encontrando o Ashmole 782, um manuscrito poderoso procurado por seres perigosos que passaram a vigiá-la de perto ao descobrirem que ela encontrou tal relíquia. As coisas começam a ficar mais interessantes quando Matthew Clairmont entra em cena e se revela um vampiro milenar, e os acontecimentos que se desenrolam a partir de então irão mudar a vida de Diana pra sempre... Juntos eles se vêem no centro de uma batalha sobrenatural pela disputa do manuscrito e ambos acabam quebrando as leias da atração entre humanos e seres sobrenaturais.

Em Sombra da Noite, a história segue de onde parou no primeiro livro. Diana e Matthew viajaram de volta a Oxford de 1591, a era elisabetana, em busca de uma bruxa poderosa que pudesse ensinar Diana a usar sua magia a partir do Ashmole 782. Mas nessa ida ao passado, Diana acaba chamando a atenção dos amigos de Matthew devido aos seus costumes diferentes podendo colocar em risco seus planos. Ela precisa se encaixar e o Ashmole 782 perde lugar para suas novas preocupações.
Até que um incidente faz com que Diana tenha contato com as bruxas de Londres e ela passa a descobrir mais sobre seu envolvimento com Matthew, assim como seus segredos.

O livro é narrado em terceira pessoa, assim como o primeiro. A capa é bonita e tem detalhes metalizados em tom de rosa sobre o título. Apesar da fonte ser a mesma para os títulos, achei que a capa do primeiro livro fugiu um pouco do padrão desta, tanto pelos detalhes como pela forma do título na lombada. A diagramação é simples, a é fonte pequena e as páginas são brancas. A revisão deixou um pouco a desejar pois percebi alguns erros e alguns trechos parecem ter sido mal traduzidos já que não fizeram muito sentido durante a leitura. Também senti falta de notas de rodapé para traduções dos textos apresentados em latim e alemão.

Diana está num grande dilema acerca do tempo. Ela é diferente das mulheres da época com relação a aparência e na maneira de falar, e fica tentando se encaixar naquele século ao mesmo tempo em que lida com sua magia. É interessante acompanhar o interesse dela quando está diante dos amigos de seu marido e das conversas deles em latim, lingua bastante enferrujada pra ela e como ela tem que aprender e colocar em prática os costumes e modos da época. Diana enfrenta seus medos a fim de conhecer seu eu interior e ao descobrir mais sobre seu poder de tecer o tempo fica fascinada, e acaba fascinando o leitor também nessa instigante jornada.

Apesar de se mostrar alguém bastante controlador (mas nada que Diana não resolvesse com seu pulso firme colocando esse homem em seu devido lugar), eu gostei de Matthew e do que ele acaba representando. Em 1591 ele era um espião da rainha Elizabeth responsável pela matança de bruxas na Escócia e em outros lugares na Europa, mas o Matthew de hoje quer enterrar o que era e o que fez. Ele tem outra visão sobre as bruxas e se tornou um vampiro diferente quando começou a se envolver com Diana. Então é possível acompanhar sua luta para consertar os erros que cometeu no passado, já que ele voltou no tempo, enquanto teme que o futuro poderá ser alterado de forma trágica.
Esse aspecto do tempo e como cada ação interfere no futuro faz com que seja possível refletir acerca dos nossos próprios atos. Se pudéssemos alterar qualquer coisa que aconteceu no passado, o que seria da nossa vida hoje?
Eu gostei do relacionamento pois ele atingiu um nivel diferente. Mesmo com problemas, eles aprendem um com o outro em busca de melhorias em vez de deixarem as coisas ficarem estagnadas até estragar.
Durante a leitura eu percebi que cada parte do livro é destinada a uma mensagem em particular. A primeira é de grande tensão entre Diana e Matthew mas é possível perceber que para que eles sejam um casal pleno, eles precisam primeiro conciliar quem são e resolverem suas diferenças. É difícil acompanhar um casal inseguro e incapaz de se comunicarem direito, pois tais problemas abalam as emoções e os sentimentos fazendo com que questionemos se é algo que vale a pena investir e levar em frente.
Embora possamos acompanhar Matthew confrontando seus demônios, já fica visível que ele e Diana crescem como casal e finalmente consumam o relacionamento que cultivaram. Nada fica focado apenas no amor, mas também no perdão e na cura pois pra que as coisas possam dar certo é preciso que se dê chances pra isso.
Diana enfrenta seus medos com relação ao poder que possui, e junto com Matthew precisa lidar com a perda, mas um ponto positivo é que ela passa a lutar contra as barreiras que construiu em volta de si mesma em que ela negava sua magia, e deve, agora, ficar de frente com o que sempre esteve alí. O que vem daí é uma revelação incrível abordando conexões que ligam o que está ao redor na vida de todos no universo e em tudo o que há nele.

Sombra da Noite é fantástico, tanto pelo conhecimento que nos passa quando pela necessidade que nos desperta em compreender aquilo que não entendemos. Um livro que fala de família e amor. A autora construiu uma história sobrenatural que se mescla com história e ciência de uma forma genial e surpreendente. A leitura é agradável e relativamente rápida, mesmo com a grande quantidade de páginas.

É uma das minhas trilogias favoritas e pra quem procura por uma história que se passa num universo fascinante e cheio de surpresas, recomendo! A mistura genial entre ação, romance e mistério que nos leva a uma incrível viagem pelo tempo junto com personagens únicos torna a leitura obrigatória!


O Lírio Dourado - Richelle Mead

11 de dezembro de 2013

Lido em: Novembro de 2013
Título: O Lírio Dourado - Bloodlines #2
Autora: Richelle Mead
Editora: Seguinte
Gênero: Ficção/Literatura Juvenil
Ano: 2013
Páginas: 448
Nota: ★★★★★
Sinopse: Em sua última missão, a alquimista Sydney Sage foi enviada a um colégio interno na Califórnia para proteger a princesa Moroi Jill Dragomir, e assim evitar uma guerra civil entre os vampiros que certamente afetaria a humanidade. Porém, a convivência com Jill, Eddie e principalmente Adrian leva Sydney a perceber que talvez os Moroi não sejam criaturas tão terríveis assim - e ela passa a questionar os dogmas que lhe foram ensinados desde a infância. Tudo se torna ainda mais complicado quando Sydney descobre que talvez tenha a chave para evitar a transformação em Strigoi, vampiros malignos e imortais, mas esse poder mágico a assusta. Igualmente difícil é seu novo romance com Brayden, um cara bonito e inteligente que parece combinar com Sydney em todos os sentidos. Porém, por mais perfeito que ele seja, Sydney se sente atraída por outra pessoa - alguém proibido para ela. E quando um segredo chocante ameaça deixar o mundo dos vampiros em pedaços, a lealdade de Sydney será colocada mais uma vez à prova. Ela confiará nos alquimistas ou em seu coração?

Resenha: Depois de descobrir quem estava por trás das tatuagens que davam algumas habilidades para humanos, Sidney está de volta para continuar sua aventura no mundo dos vampiros. A garota alquimista parece ter finalmente a chave para evitar a transformação dos Moroi em Strigoi e isso vai despertar a ambição de muita gente. Enquanto várias coisas acontecem na vida de Sidney, Brayden, um garoto muito interessante aos olhos dela, aparece para fazer um pouco de amor brotar em seu coração, sentimento ainda não experimentado pela jovem. O Lírio Dourado dá continuidade a série Bloodlines com muito mistério e divide o coração da protagonista entre fazer o que é preciso ou colocar seus sentimentos em primeiro lugar.

Quando li Laços de Sangue fiquei surpreso, pois não achava que seria fisgado por Richelle Mead. A narrativa fluiu muito, a história foi envolvente e me senti apaixonado pelo mundo dos alquimistas e vampiros. Ao ler O Lírio Dourado percebi que Bloodlines se tornou uma das minhas séries queridinhas.

A narrativa continua fluida e passando pelos meus olhos quase como se eu nem notasse. É meio clichê dizer isso, mas Richelle Mead escreve muito bem e sabe como fazer cada página do livro valer a pena. Toda a história passa tão rápido da primeira até a última página que ao chegar no fim fiquei triste por saber que terei que esperar até abril de 2014 para ler a continuação.

Sidney foi uma personagem que não me cativou em Laços de Sangue e ainda não conseguiu mudar sua imagem. A garota está longe de ser odiável, pelo contrário, é muito sensata e toma decisões bem coerentes o tempo todo. O problema é que as atitudes de Sidney visam sempre o bem alheio antes do próprio, o que acabou deixando a personagem muito mecânica. Nessa sequência a alquimista está mais sentimental (sem mimimi,claro) e pude acompanhar um lado um pouco mais pessoal dela. E o melhor disso é que os sentimentos da garota nunca ultrapassam a barreira da coerência.

Adrian Ivashkov, o Moroi que todos amam, também mudou meu conceito. O cara continua sendo egocêntrico na medida certa, fazendo com que eu goste ainda mais dele. A personalidade dele evoluiu e agora é notável que Adrian é um ser pensante por trás de todo aquele cigarro e cachaça, o que contribuiu para meu apreço crescer. Ok, a personalidade, falas e atitudes do vampiro beiram o clichê, mas e daí? Quem não gosta de algumas coisas clichês de vez em quando? (risos)

Diferente do primeiro livro, O Lírio Dourado tem um ritmo mais acelerado. Quem leu Laços de Sangue pôde notar que a história demora pra engrenar, mas quando isso acontece, não para. Foi muito bom ter nessa sequência um ritmo melhor com a adição de um novo mistério envolvendo o mundo dos Moroi, Strigoi, Dampiros e humanos. Sim, leitores, Richelle trouxe ainda mais questões para deixar a série Bloodlines melhor. A única ressalva é o ressurgimento de Dimitri. Sinto que o dono de um sex appeal incrível não vai deixar a série até seu fim, mas e se cansarem dele por ele ser um conhecido de longa data? Vou arrastar essa dúvida comigo até o final.

Quem ainda não leu Academia de Vampiros e não quer ler essa série com medo de spoilers tem que ficar ciente que em Laços de Sangue não dá pra notar se algum fato foi revelado, mas em O Lírio Dourado alguns spoilers básicos sobre a série anterior foram dados. Eu sou teimoso, comecei Bloodlines e só agora, depois do segundo livro, vou começar Academia de Vampiros e creio que irei amar igualmente.

O Teorema Katherine - John Green

17 de julho de 2013

Lido em: Julho de 2013
Título: O Teorema Katherine
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 304
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Colin conhece Katherine. Katherine gosta de Colin. Colin e Katherine namoram. Katherine termina com Colin. É sempre assim.
Após seu mais recente e traumático pé na bunda, o Colin que só namora Katherines resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-garoto prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, com pura matemática, o desfecho de qualquer relacionamento.
Uma descoberta que vai entrar para a história, elevando Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. E também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Resenha: O Teorema Katherine foi o segundo livro escrito pelo autor John Green no ano de 2006, e lançado esse ano no Brasil pela Editora Intrínseca. É o segundo livro que leio do autor (o primeiro foi A Culpa é das Estrelas) e como gostei bastante, criei expectativas para continuar lendo seus livros.
Ele conta a história de Colin Singleton, um prodígio, super nerd e viciado em anagramas que já começa na pior. Sua namorada, Katherine, acabou de terminar o namoro com ele, e o pobrezinho ficou arrasado. Términos de namoro são situações chatas, mas comuns na vida das pessoas, porém, na vida de Colin, isso é um pouco "diferente". Esta Katherine em especial foi a namorada de quem ele mais gostou e ficou apegado, de todas as outras 18 Katherines que ele já namorou na vida! Sim! Colin já teve a experiência impossível de ter namorado 19 garotas, e todas elas se chamam Katherine, e o pior: todas elas lhe deram um pé na bunda!

Colin fica inconformado com a situação, e é aí que entra Hassan, seu melhor amigo. Os dois então caem na estrada, dirigindo o Rabecão de Satã, e chegam em Gutshot, e lá conhecem uma caipirona com quem eles fazem amizade, Lindsey. Então, Colin resolve aproveitar toda sua genialidade para criar gráficos e elaborar uma equação matemática a fim de comprovar que, através dos números, é possível prever o fim de todos os relacionamentos. Dessa forma, além de, quem sabe, conseguir ganhar um prêmio importante, ainda poderia reconquistar sua tão amada 19ª Katherine. Mas será que realmente é possível realizar esse feito?

Feita em terceira pessoa, o que abrange o ponto de vista do leitor para as mais diversas situações, a narrativa é bem leve e o texto muito bem escrito. John Green consegue mesclar diálogos simples, inteligentes e engraçados, e ao mesmo tempo inserir uma linguagem mais culta junto com gírias adolescentes e locais, e com várias referências histórias relacionadas à Ciência e algumas descobertas que complementam a história. O livro ainda é cheio de notas de rodapé hilárias que explicam brincadeiras e diálogos entre os dois amigos, entre outras maluquices que acontecem, e a própria capa já demonstra essa característica com o nº 1 acima do nome dele, o que dá um toque na diagramação. Tradução e revisão também foram ótimas, e a capa me agradou bastante, pois adoro capas "limpas".

Os personagens são típicos do autor... Todos muito inteligentes, que, através de atitudes e comentários, sempre colocam humor até onde não se deve, e com alguma "mania" estranha que os tornam diferentes e/ou "especiais". Collin se formou no colégio e sempre foi muito sozinho. Por ser o nerd da turma, sempre era sacaneado pelos outros. Hassan é muçulmano, tem suas próprias crenças, mas pra mim foi o melhor personagem da história. Lindsey também não fica atrás, pois, com todo seu jeitão e sotaque caipira, consegue despertar a simpatia do leitor.

Porém, o livro não me surpreendeu, nem me prendeu como achei que fosse acontecer. Muitas vezes senti que houve enrolação e a história não saia do lugar, como se perdesse um pouco do foco, e a medida que vai avançando, se torna um pouco entediante, principalmente com as explicações e fórmulas matemáticas, que sinceramente, não perdi tempo tentando decifrar, talvez até porque eu tenha uma certa antipatia de matemática (viva o Português e a História). Cheguei num ponto em que passei a considerar o humor forçado, e todas as notas de rodapé prejudiciais, pois acabam interrompendo o texto... Sério, são mais de 80 notas de rodapé!

No final das contas, é possível captar a mensagem sobre nossos valores, aceitação e busca pela felicidade, o que acho válido, mas pra mim, houve muito floreio desnecessário. Acho que quem realmente gosta da utilização da matemática dessa forma, deva se interessar, aproveitar e gostar bem mais. No geral, é um bom livro para passar o tempo, mas totalmente esquecível...

O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman

1 de julho de 2013

Lido em: Junho de 2013
Título: O Oceano no Fim do Caminho
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Gênero: Ficção/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 208
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam - e não deveriam - compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano. 

Resenha: O Oceano no Fim do Caminho é o mais recente livro do autor Neil Gaiman, e foi lançado no Brasil pela Intrínseca, simultaneamente com o lançamento da edição estrangeira. O protagonista, que atualmente está na casa dos 40 anos, revive o passado ao voltar para o lugar onde morou aos 7 anos, e a história, então, é contada a partir do seu ponto de vista quando criança. Esse retorno despertou nele lembranças, emoções, medo, sofrimento, e o que estava guardado lá no fundo, vem a tona...

Há 40 anos ele "perdeu" seu quarto pois sua família passava por necessidades e a mãe resolveu alugá-lo já que o dinheiro iria ajudar bastante, e muitas pessoas foram inquilinas até que um deles, um homem misterioso, roubou o carro da família mas num momento de desespero acabou cometendo suicídio. O ato foi tão atroz, que forças malignas foram despertadas e libertadas, e a vida da família começou a mudar sutilmente quando a nova inquilina chegou... Só o menino conseguia perceber o mal e os perigos que havia alí, tentava avisar, mas por ser criança, não era levado a sério, até que ele resolve fugir e buscar a salvação nas 3 mulheres que viviam no fim do caminho, a família Hempstock. E Lettie, a menina de 11 anos, se torna seu refúgio, sua fonte de fé, sua salvação...

É difícil falar sobre mais trechos ou detalhes desse livro sem deixar as pessoas confusas, pois a historia em si, apesar de estar carregada de verdade, é cheia de obscuridade, fantasia, metáforas e muitas vezes, de forma proposital, não faz muito sentido. É necessário ler para viver todas as emoções, às vezes, sem a necessidade de entender, pois são situações que podem ser melhores compreendidas ou absorvidas de acordo com o estado de espírito do leitor ou até mesmo sua própria experiência de vida.

A narrativa é espetacular, cheia de sentimento, fluída, e é possível perceber a inocência e a pureza do menino, e sentir, literalmente, todas as suas emoções, seus medos e desejos. E acredito que essa foi a intenção do autor em não nomeá-lo, pois dessa forma, qualquer um pode se colocar em seu lugar, nas situações que mais se encaixam e pode ser que alguém veja a si próprio em diversas situações vivenciadas pelo menino...

É um livro extremamente bem escrito e bonito, a capa tem tudo a ver com a história, a diagramação é simples, há algumas citações/referências literárias, como As Crônicas de Nárnia e Alice no País das Maravilhas, mas encontrei alguns erros de revisão bobos e na tradução que me chatearam um pouco. Um deles foi o trecho onde o menino fala que eles estavam da sala assistindo ao "filme" Missão Impossível sendo que esse filme não existia há 40 anos atrás! Existia uma série com o mesmo nome e estilo de ação nos anos 60, por isso fiz questão de dar uma espiada no livro em inglês para constatar que o autor em momento algum se refere ao filme. Tom Cruise mal tinha nascido, quem dirá viver um agente secreto... Acho que livros desse nível, principalmente com a preocupação de serem lançados de forma simultânea, devem ser tratados com carinho e atenção mais do que especial, pois tem gente que repara e morre de desgosto por isso... tipo eu.

Alguns detalhes de outros personagens são pouco explorados, pois como a narrativa é feita em primeira pessoa e pelo ponto de vista do menino, é como se entrássemos na mente dele, vendo tudo pelo seu ponto de vista, com muita inocência e nenhuma maldade. Ah, e os agradecimentos do autor ao final do livro também são super bacanas e dá um quê autobiográfico à história, e isso faz com que fiquemos ainda mais ligados ao "menino".

Enfim, pra finalizar, é uma história mágica cheia de esperança mas ao mesmo tempo sombria e cheia de tristeza, e pude absorver que somos quem somos pelo que vivemos e aprendemos no passado, por isso ele faz toda a diferença nas nossas vidas, e coisas mínimas podem fazer com que as lembranças mais esquecidas venham à tona para que, como num passe de mágica, possamos, de certa forma, reviver tudo outra vez.
Temos medo, segredos, esperança, decepções, muitas vezes somos incompreendidos, nos sentimos sozinhos e deprimidos, e estamos sempre em busca do nosso oceano particular... e ele está ali, no fim do caminho, é só ter coragem para seguir em frente até chegar lá...

Uma leitura obrigatória para todos aqueles que acreditam que, no fim, tudo dá certo... E um recado aos mais sensíveis: preparem os lencinhos. ;)

A Menina que Fazia Nevar - Grace McCleen

19 de junho de 2013

Lido em: Junho de 2013
Título: A Menina que Fazia Nevar
Autora: Grace McCleen
Editora: Paralela
Gênero: Religião/Literatura Estrangeira
Ano: 2013
Páginas: 312
Nota: ★★☆☆☆
Sinopse: Todos os dias se parecem na vida que Judith McPherson leva ao lado do pai. Eles têm uma rotina simples e reclusa, numa casa repleta de lembranças da mãe que ela nunca conheceu, e as únicas pessoas com quem convivem são os fiéis da igreja cristã a que pertencem. Judith não tem amigos na escola, onde é alvo de gozações, e para encontrar consolo se refugia no mundo de sucata que construiu em seu quarto. Lá, cada dia é um dia, e a vida pode ser incrivelmente feliz graças a sua imaginação. Basta acreditar que a Terra Gloriosa, como ela chama sua maquete, é realmente o paraíso prometido onde um dia vai viver ao lado da mãe. Aos dez anos, Judith vê o mundo com os olhos da fé, e onde os outros veem mero lixo, ela identifica sinais divinos e uma possibilidade de criar. Assim, constrói bonecos de pano e inventa para eles histórias felizes na Terra Gloriosa. O que nem Judith poderia imaginar é que talvez seu brinquedo seja mais do que uma simples maquete. Pelo menos é o que parece quando ela cobre a Terra Gloriosa de espuma de barbear e a cidade aparece coberta de neve na manhã seguinte. Um pequeno milagre, é assim que ela interpreta esse e outros sinais parecidos. Tão pequeno que muitas pessoas poderiam pensar que não passa de coincidência, mas Judith sabe que milagres nem sempre são grandes, e que reconhecê-los é um dom de poucas pessoas. Longe de ser benéfico, no entanto, esse poder traz consigo uma grande responsabilidade. Afinal, seria certo usar a Terra Gloriosa para se vingar de Neil Lewis, o colega que a maltrata todos os dias na escola? 

Resenha: Judith é uma garotinha de 10 anos que vive com o pai, é órfã de mãe e vive muito sozinha já que não tem amigos. Ela possui uma maquete, que chama de "Terra Gloriosa", onde construiu a cidade onde mora e os habitantes, projetando um tipo de paraíso, tudo feito de sucata e itens descartáveis, como forma de passar o tempo. Até que um dia Judith cobre a maquete com espuma branca, e para sua surpresa, a cidade amanhece coberta de neve. Judith associa o ocorrido a um milagre, acredita ter poderes "divinos" mas não imagina a responsabilidade que teria sobre suas ações.

O livro tem uma capa linda, foi muito bem escrito, teve uma revisão impecável e tem o tipo de narrativa que flui de forma fácil, que descreve todos os detalhes, emoções e características muito bem apesar de ser repetitivo em algumas descrições ou denominações. Não sou muito religiosa, mas às vezes gosto de ler livros que trazem histórias do gênero, que fazem refletir e pensar (ou reforçar a crença) que existe algo maior do que a gente, mas esse livro não me tocou, e muitas vezes me fez perder a paciência. Ele expõe uma história com detalhes delicados, tristes e até mesmo trágicos, que nos leva a pensar que se passamos por algo ruim a ponto de deixarmos de ter fé, é porque deve existir um motivo maior, mesmo que inexplicável, como forma de aprendizado ou castigo, pois Deus sabe o que faz com o destino de cada um, ou coisa do tipo. Porém, a forma de expor a fé aqui me agradou muito pouco, quase nada, principalmente quando levei a sinopse em consideração para optar por essa leitura, pois ela passa uma ideia totalmente diferente do que encontrei na história ao lê-la. Fico incomodada quando alguém tenta forçar a religião de forma exagerada, e o pai de Judith é exatamente daquele tipo que sai batendo na porta dos outros pra pregar a palavra e enfiar Deus goela abaixo do povo de forma incômoda e inconveniente. Testemunha de Jeová level hard.

Mas enfim... por mais que a história aborde o milagre da "Terra Gloriosa" e a questão da fé absoluta, que move montanhas, há muitas outras coisas que ficaram explícitas mas contadas de forma sutil, talvez para mascarar a gravidade do assunto, e que podem incomodar, e muito, aqueles que acham que há coisas desnecessárias, dispensáveis e exageradas na religião e/ou em alguns religiosos fanáticos.

Judith sofre bullying constantemente na escola nas mãos do intragável Neil Lewis (ele me lembrou o Nelson Muntz, personagem de Os Simpsons), pois como só fala de religião, não tem amigos e é considerada a esquisita da turma. Ela ainda é tratada com descaso pelo próprio pai, que concentrou a frustração e todas as energias que lhe restaram de forma fervorosa na religião, por ter perdido a esposa, que teve complicações no parto, e ter ficado incumbido de cuidar da filha sozinho. E talvez a vida dela poderia ter sido salva, mas a religião proíbe transfusão de sangue e nada pode ser feito. É pra morrer de ódio e desgosto desse tipo de "crença".

Judith cresceu acreditando que o pai não a ama pois a culpa pela mãe ter morrido é dela, e em vez do imbecil tratá-la com amor e carinho, é distante e faz com que o ambiente familiar fique extremamente tenso. A menina se encontra constantemente sozinha e deprimida, vive pra rezar, espera pelo Apocalipse a qualquer momento e passa a ter um amigo imaginário, que apesar de ser fruto de sua imaginação, é o próprio Deus que a leva a acreditar que todas as tragédias que acontecem na cidade é culpa dela e do poder que ela tem sobre sua maquete, e que ela ainda deve responder pelas escolhas que faz, como se fosse uma criminosa.

Fico pensando que tipo de gente tem coragem de abusar psicologicamente de uma criança inocente e indefesa a ponto de fazê-la sofrer tanto e ficar tão confusa quanto Judith fica aqui, sem saber a quem recorrer e o que fazer. É muito sofrimento, muita injustiça pra uma história só, com um tipo de fé abordada de forma que, pra mim, foi completamente inadequada. E fora que não faço ideia de qual foi a intenção da autora ou no que, ou como, ela acredita.

A única personagem que realmente me agradou foi a professora substituta da escola (e que esqueci o nome), pois ela tem senso e sabe discernir o certo do errado, procurando ser sempre justa e correta. E fora que ela é a única que vê que Judith tem problemas sérios, mas sempre é afastada pela menina.
Vou confessar que tive um pouco de dificuldade pra elaborar essa resenha, pois nem sempre é fácil falar do tema sem que alguém leve as coisas pra outro lado e não se sinta ofendido, mas nem sempre somos obrigados a concordar ou a acreditar naquilo que o outro acredita, e dependendo do nível de exagero, fica difícil até ter algum respeito por certas atitudes absurdas que são tomadas em nome de Deus.

No geral, é um livro que faz pensar, tanto pela questão da fé, dos milagres, da questão social, das injustiças do mundo e dos malefícios de tudo que é feito em excesso. Foi um livro que pra mim não funcionou muito bem, mas talvez pessoas com outro tipo de visão sobre o assunto vejam outro tipo de mensagem na história, ou aproveitem e absorvam melhor.

A Descoberta das Bruxas - Deborah Harkness

26 de fevereiro de 2013

Lido em: Fevereiro de 2013
Título: A Descoberta das Bruxas - All Souls #1
Autora: Deborah Harkness
Editora: Rocco
Gênero: Romance/Sobrenatural/Literatura Estrangeira
Ano: 2011
Páginas: 640
Nota: ★★★★★
Sinopse: A professora Diana Bishop foi convencida pelo medo de que é melhor ser humana do que bruxa. Mas quando descobre um antigo manuscrito com a origem de espécies sobrenaturais, fica muito próxima do mundo do qual sempre fugiu. Demônios e vampiros passam a cruzar seu caminho, e o instinto de sobrevivência dessas criaturas faz Diana ser uma presa vulnerável. Até que ela seja capaz de dominar os próprios dons e usar seus poderes.

Resenha: Humanos, bruxas, vampiros e demônios são as 4 espécies que habitam o mundo (essas 3 últimas tentam esconder suas identidades dos humanos), e Diana Bishop é uma historiadora super conceituada e respeitada. Aos 7 anos, perdeu os pais e, a partir daí, passou a vida rejeitando e negando sua verdadeira identidade: Diana é uma bruxa. Ela tenta levar uma vida normal, se misturando com humanos e se dedicando às suas pesquisas, até que acidentalmente, encontra na Biblioteca Bodleiana um misterioso manuscrito há séculos escondido, o "Ashmole 782", e além de ser capaz de sentir a magia que está contida nele, descobre os segredos sobre a origem das espécies sobrenaturais. Ela passa a anotar algumas informações importantes que encontra nele, mas pretende devolver o manuscrito para se ver livre dele, afinal, da magia ela só quer distância. Mas o que Diana não sabia, é que esse manuscrito é procurado há milhares de anos por demônios e vampiros perigosos e gananciosos, e agora que ele foi encontrado, ela passa a ser perseguida e vigiada de perto por esses seres...

Eis que Matthew Clairmont, um belo e misterioso geneticista, aparece na vida de Diana. Apesar de não esclarecer seus reais motivos, a princípio, ele demonstra interesse apenas no Ashmole 782. O interesse de Matthew pela relíquia seria aceitável, até que, para surpresa de Diana, ele se revela um vampiro que vaga pela Terra a mais de 1500 anos.

A medida que Diana vai descobrindo mais sobre esse mundo que tanto renegou, ela embarca numa grande aventura, com muitas revelações, mistérios, perigos e surpresas, principalmente porque, apesar de saber que bruxas, vampiros e demônios não compactuam de amizade, começa a se aproximar de Matthew de um jeito que ninguém esperava, afinal, indivíduos de espécies distintas não se misturam...

Mistério, romance e genialidade definem a história de "A Descoberta das Bruxas". O livro é cheio de referências históricas, religiosas e explicações científicas para a origem e para os poderes mágicos que esses seres carregam consigo. Inclusive os detalhes são tão ricos e convincentes que é quase possível acreditar que a Teoria da Evolução, de Darwin, engloba os seres sobrenaturais, e tudo o que eles vem passando, sendo perseguidos, mortos, servindo como cobaia para estudos e experimentos dos nazistas, e etc ao longo da História.

A narrativa às vezes é em primeira pessoa (narrada por Diana ou Matthew), outras em terceira pessoa, mas não é nada confuso. Acredito que a autora usou essa forma para dar outros pontos de vista às situações e acontecimentos. Os personagens são todos muitos bem construídos, e cada um tem sua história particular. Detalhe especial para Ysabeau, a "mãe" de Matthew, uma vampira poderosa e cheia de classe, que apesar de sentir ódio e repulsa pelas outras espécies, passa a defender Diana com unhas e dentes quando o cerco começa a se fechar.

A história, por ter muitos detalhes e explicações, se desenrola de forma muito lenta e às vezes até cansativa, mas eu particularmente não achei que isso tenha sido um ponto negativo. Entendi que a autora fez isso de forma proposital a fim de tentar demonstrar o quanto o casal combina e tem química. Diana é uma historiadora e Matthew um vampiro com mais de 1500 anos de experiência, que traz à ela a própria História para seu espanto e fascínio, então, nada mais plausível do que diálogos longos sobre o assunto que é de interesse dos dois. E claro, o romance tem aquele toque de "vampiro milenar, super antiquado que quer tratar a mulher moderna com cortejo e superproteção", mesmo que ela não esteja acostumada a esse tipo de coisa.

Enfim, eu gostei muito da história e da forma como foi contada, mesmo que de forma lenta, e confesso ter demorado pra terminar de ler porque não queria que acabasse. Apesar de ter encontrando alguns poucos erros na revisão e ter achado o tamanho da fonte minúsculo, a única coisa que me chateou de verdade foram os detalhes metalizados da capa (tão bonita *o*) que vão sumindo conforme manuseio.

No mais, a história é incrível, fantástica e genial, e entrou pra minha listinha de favoritos. Pra quem é fã de histórias desse tipo, é leitura obrigatória. Aguardando ansiosa pela continuação.

Milagres do Ágape - Carol Kent e Jennie Afman Dimkoff

24 de dezembro de 2012

Lido em: Dezembro de 2012
Título: Milagres do Ágape
Autora: Carol Kent e Jennie Afman Dimkoff
Editora: Valentina
Gênero: Literatura Estrangeira/Religião
Ano: 2012
Páginas: 308
Nota: ★★★★★
Sinopse: Milagres do Ágape é uma coletânea de histórias verídicas, e, mais do que isso, inspiradoras, edificantes e belas, que mostram, de forma simples e de coração aberto, a manifestação do amor de Deus intervindo na vida de pessoas comuns. São relatos de amor e celebração, mas também de corações partidos, sofrimento e tragédias pessoais. Todas com a marca comum do “Momento de Deus”, mostrando Seu amor, Sua mão acolhedora e Sua bênção. Os leitores vivenciarão momentos tão inesquecíveis e espetaculares que nunca mais sairão da memória. O livro, como um todo, é uma experiência que abençoará de forma indelével a alma dos leitores e nos ratifica a certeza de que nunca, jamais, devemos perder a esperança ou deixar de orar. Não são meros acontecimentos do acaso, não são golpes de sorte, tampouco coincidências. Quando verdadeiramente paramos para pensar em situações como as que estão relatadas em Milagres do Ágape, descobrimos a manifestação onipresente de Deus e, daí em diante, passamos a reconhecer Seu modo afirmativo, Sua liderança e Seu infinito amor. 
Resenha: Milagres do Ágape reúne várias histórias reais de pessoas comuns, e que em determinado momento da vida, se depararam com o que acreditaram se tratar de um milagre divino.
Pessoas num momento difícil que já se viam desesperadas, ao pedirem ajuda de Deus, recebiam auxílio sem menos esperar; outras que tinham um enorme desejo em seus corações e que tudo era encaminhado para que esse desejo fosse realizado; e várias outras situações semelhantes. O mais interessante é que nenhum dos relatos soa como sorte ou coincidência, mas sim que realmente elas foram atendidas por acreditarem de todo coração em Deus e o poder que Ele possui, bastou pedirem e terem muita fé.

Eu confesso que não sou muito de rezar, mas sempre que ouço ou leio testemunhos como esses, sinto que existe algo muito maior do que imaginamos a nossa frente e chego a ficar arrepiada só de pensar. "Milagres do Ágape" é um livro maravilhoso, com histórias incríveis e emocionantes, desde as mais simples até as que contam os casos mais desesperadores e é impossível não ficarmos tocados. E o que mais me agradou nisso tudo, é que mesmo o livro se tratando de religião e do poder de Deus na vida de quem acredita e segue Seu caminho, nada é apelativo nem forçado e as histórias não tem a finalidade de obrigar ou induzir o leitor a acreditar no que aquelas pessoas agraciadas acreditam, mas sim, mostrar que nem todo mundo que passa por algum problema precisa desistir, ou que se a vida for boa, com Deus será uma vida melhor, ou ainda trazendo apenas reflexões para que possamos pensar se estamos realmente sozinhos e se o que acontece em nossas vidas são meras obras do acaso ou não, e tudo isso contado de uma forma bem sutil e descontraída. Senti como se todas aquelas pessoas estivessem me contando aqueles pedacinhos especiais e memoráveis de suas vidas.

De início não imaginava como seria a leitura desse livro pois se trata de algo que não tenho costume de ler, mas a cada página que passava era um sorriso no canto da boca e um arrepio a mais... A leitura é super envolvente, leve e quando percebi, me assustei, pois já tinha terminado de ler o livro em poucas horas.
A capa é muito bonita! A diagramação foi muito caprichada, tráz silhuetas de passarinhos voando (como os da capa) em cada início de um novo capítulo/relato, frases que tem ligação com a situação que nos foi contada, e versículos ao final, o que foi muito adequado.

Já estava com esse livro para ler há um tempinho, mas preferi ler para resenhar agora, aproveitando o Natal, em que o espítiro de união, paz e amor parece estar mais presente e intenso entre as pessoas.
Recomendo muitíssimo a leitura desse livro, pra quem gosta e também para quem não tem costume de ler também, nem que seja só pra ter aquela sensação de paz, pois foi o que senti lendo esse livro. Todo tipo de leitura é válido, principalmente aquele que nos toca e venha a acrescentar algo de bom em nós.

Super recomendo e entrou pra minha lista das melhores leituras de 2012!

O Diário de Suzana para Nicolas - James Patterson

20 de outubro de 2012

Lido em: Outubro de 2012
Título: O Diário de Suzana para Nicolas
Autor: James Patterson
Editora: Arqueiro
Gênero: Romance/Drama
Ano: 2011
Páginas: 223
Nota: ★★★★★
Sinopse: Depois de quase um ano juntos, o poeta Matt Harrison acaba de romper com Katie Wilkinson. A jovem editora, que não tinha qualquer dúvida quanto ao amor que os unia, não consegue entender como um relacionamento tão perfeito pôde acabar tão de repente. Mas tudo está prestes a ser explicado. No dia seguinte ao rompimento, Katie encontra um pacote deixado por Matt na porta de sua casa. Dentro dele, um pequeno volume encadernado traz na capa cinco palavras, escritas com uma caligrafia que ela não reconhece: “Diário de Suzana para Nicolas”. Ao folhear aquelas páginas, Katie logo descobre que Suzana é uma jovem médica que, depois de sofrer um infarto, decidiu deixar para trás a correria de Boston e se mudar para um chalé na pacata ilha de Martha’s Vineyard. Foi lá que conheceu Matt. E lá nasceu o filho deles, Nicolas. Por que Matt teria lhe deixado aquele diário? Agora, confusa e sofrendo pelo fim do relacionamento, é nas palavras de outra mulher que Katie buscará as respostas para sua vida. O diário de Suzana para Nicolas é uma história de amor que se constrói ao virar de cada página. Cada revelação é mais uma nuance sobre seus personagens. Cada descoberta é um fio a mais a ligar vidas que o destino entrelaçou. 

Resenha: Em O Diário de Suzana para Nicolas, conhecemos três personagens principais: Katie, uma mulher jovem e bonita, que trabalha como editora em Nova York e que está com o coração em pedaços por causa de Matt, que rompeu com ela sem mais nem menos após um ano de um relacionamento completamente lindo e perfeito. Ele lhe deixou uma caixa com um diário escrito por uma outra mulher, Suzana, para tentar explicar pra ela o motivo de ter partido. Usei a palavra "familiarizar" porque durante a leitura, pude ficar com aquela sensação de que eles eram muito mais do que simples personagens e me apeguei a eles de tal forma que me pareceu que eles fossem conhecidos muito queridos.

Como Matt vai embora de repente, Katie não teve nem a oportunidade de lhe contar que estava grávida dele, e diante daquele sofrimento e aflição de ter sido abandonada sem nenhuma explicação, começa a ler o diário de Suzana procurando alguma resposta.
Ela, então, se depara com as palavras de Suzana, que é uma jovem médica, tem 36 anos, e depois de sofrer um infarto resolve deixar a vida corrida que tinha em Boston e ir para Martha's Vineyard, uma cidadezinha localizada numa ilha em Massachusetts. Lá ela encontra o grande amor de sua vida e desse amor nasce Nicolas, para quem Suzana passa a escrever, deixando todos os acontecimentos importantes, bonitos e memoráveis de sua nova vida como esposa, mãe e mulher frágil mas corajosa que é, enfrentando todas as dificuldades com o problema de saúde que tem mas ao mesmo tempo se sentindo a mulher mais feliz e amada que poderia existir, e que agora estão sendo lidos por Katie.

Katie fica sensibilizada com as palavras de Suzana e, mesmo com o coração na mão, passa a sentir um enorme carinho e admiração pela grande mulher que ela é.
Mas por que esse diário foi parar nas mãos de Katie? Só posso responder implorando para que você leia esse livro se ainda não leu, para descobrir, se apaixonar pela história e se emocionar por si só.

Esse foi o primeiro livro de James Patterson que li e confesso que fiquei completamente apaixonada pela narrativa do autor. É o tipo de livro que só conseguimos largar quando lemos o último ponto final da última página. A capa do livro é simples, mas perfeita: imaginei que o cenário fosse a vista que Suzana tem da própria casa, simples mas maravilhoso. Pensem morar de frente pro mar, que coisa linda... *-*

Talvez pela história ser contada de forma rápida e direta, intercalando a história de Katie e o que está sendo contado no diário, com uma profundidade e sentimentalismo imensos, e com detalhes que nos transportam pra dentro da história, é que fiquei tão envolvida com a leitura desse livro. Me emocionei, me senti na pele de Katie e de Suzana, muitas vezes até na pele do próprio Matt, e chorei. Chorei como não chorava por causa de um livro com uma história tão triste, mas ao mesmo tempo tão bonita, desse jeito há muito tempo.

Não vou negar que em vários momentos senti que o autor realmente quis tocar nos pontos mais frágeis de quem está lendo para lhe arrancar lágrimas de propósito (principalmente nas manteigas derretidas que nem eu), ou nos fazer imaginar que na história há mocinhos injustiçados e bandidos que devem pagar caro pelo sofrimento alheio, mas vou ter que deixar claro e concordar que o autor domina completamente a arte de narrar um texto sem floreios, mas que flui maravilhosamente bem, e que me envolveu na história de uma forma que mesmo com dúvidas quanto a índole de algum personagem, consegui me afeiçoar a ele, e até mesmo me identificar com ele, mesmo assim. É perfeito!

Podemos ainda absorver a mensagem de que devemos tirar um tempo pra nós mesmos quando tudo está mal, de que devemos arriscar na dúvida, amar e correr atrás do que queremos sem medo, mas se por ironia do destino alguma coisa de ruim acontecer, nada que o tempo não possa curar...

É um livro que deve ser lido (e relido) e que entrou pra lista dos favoritos, com certeza!

A Vida em Tons de Cinza - Ruta Sepetys

2 de agosto de 2012

Lido em: Julho de 2012
Título: A Vida em Tons de Cinza
Autor: Ruta Sepetys
Editora: Arqueiro
Gênero: Literatura Estrangeira/Drama
Ano: 2011
Páginas: 240
Nota: ★★★★★
Sinopse: 1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.

Resenha: Como a sinopse já destacou e resumiu, o tema abordado em "A Vida em Tons de Cinza" conta a história de Lina e sua família, que foram capturados pelo exército de Stalin, ou NKVD como são conhecidos, durante os tempos negros da 2ª Guerra Mundial e o Holocausto, e viveram dias de horror e sofrimento por conta disso nas mãos daqueles psicopatas.

É aquele tipo de história que você pensa que vai ser uma chatice completa, mas vai lendo, lendo, e quer continuar lendo cada vez mais, pra saber como Lina e sua família vão lidar com aquela situação horrível de terem sido levados a força, terem que trabalhar a troco de migalhas para tentarem sobreviver, passarem por humilhações e várias outras coisas terríveis. Juro que me senti como se estivesse sentada em uma roda, ouvindo a história da boca da própria Lina e sem vontade nenhuma de levantar e sair dalí.

Quando vi a capa pela primeira vez, já fiquei encantada, pois apesar de simples, tem todo um significado: Uma mudinha de planta nascendo num lugar sem vida...
Já dá pra imaginar o que esperar do livro só por ela, né? Não podia ter capa mais perfeita!

A autora fez uma pesquisa bem detalhada e se inspirou em casos verídicos de sobreviventes e locais onde foram mantidos para escrever a história, o que faz com que tudo fique ainda mais triste, pois só de imaginar os horrores que aquelas pessoas passaram já me dá vontade de chorar.
A história além de nos relembrar tudo o que o povo passou, nos dá uma imensa lição de vida, pois nos toca com o amor, a fé, força de vontade, amizade, união, coragem e a perseverança dos personagens, que foram todos muito bem construídos e super marcantes, mesmo os mais "pequenos".

Apesar do tema ser pesado, a forma como a história foi contada nos prende no início ao fim e nos emociona e nos comove a cada página. Me senti na pele dos personagens, me revoltei, fiquei agoniada, chorei... Enfim... O livro é ótimo e super recomendo!

Pra quem gosta de História (até pra quem não gosta) e/ou tem interesse em saber um pouco mais da vida dos prisioneiros de guerra nessa época pra ter ideia do que passaram, não pode dispensar esse livro. Já está nos meus favoritos. Um dos melhores livros que já li!