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Na Telinha - Venom

30 de dezembro de 2018

Título: Venom (Venom)
Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Riz Ahmed
Ano: 2018
Duração: 1hr 52min
Classificação: +14
Nota
Sinopse: San Francisco, Estados Unidos. Eddie Brock (Tom Hardy) é um jornalista investigativo, que tem um quadro próprio em uma emissora local. Um dia, ele é escalado para entrevistar Carlton Drake (Riz Ahmed), o criador da Fundação Vida, que tem investido bastante em missões espaciais de forma a encontrar possíveis usos medicinais para a humanidade. Após acessar um documento sigiloso enviado à sua namorada, a advogada Anne Weying (Michelle Williams), Brock descobre que Drake tem feito experimentos científicos em humanos. Ele resolve denunciar esta situação durante a entrevista, o que faz com que seja demitido. Seis meses depois, o ainda desempregado Brock é procurado pela dra. Dora Skirth (Jenny Slate) com uma denúncia: Drake estaria usando simbiontes alienígenas em testes com humanos, muitos deles mortos como cobaias.

Quem é fã ou conhece a história de Homem-Aranha sabe que um dos seus inimigos mortais é Venom, o simbionte alienígena que precisa de um corpo hospedeiro para sobreviver na Terra.
A primeira aparição do vilão nesse universo foi em forma de "traje", e ao ser usado por Peter Parker não só potencializou seus poderes de aranha, como também começou a afetar sua personalidade, o tornando bastante violento. Quando Parker, enfim, consegue se livrar desse traje vivo, o alienígena encontra refúgio no corpo de Eddie Brock, um jornalista falido e amargurado que culpa Peter por todos os fracassos e problemas de sua vida. Basicamente, a história é essa: Brock, agora com os poderes de Venom, quer se vingar e aniquilar o Homem-Aranha.

Mas o que acontece quando a produtora decide estabelecer um universo que gira em torno de um super herói, sem o dito super herói?

Em Venom, a origem dos simbiontes se dá a partir de um pouso forçado onde esses seres, até então desconhecidos, começam a procurar o hospedeiro ideal enquanto causam diversas mortes por onde passam. Enquanto um conseguiu escapar, outros foram capturados e mantidos num laboratório para fins de pesquisas científicas. Tais pesquisas levaram Carlton Drake, o criador da Fundação Vida, a fazer testes dos simbiontes com humanos, o que resultava em suas mortes por não serem compatíveis. E quando o jornalista fracassado Eddie Brock decide investigar o que anda acontecendo nessa corporação nefasta e antiética, acaba se fundindo ao alienígena por acidente, se tornando Venom. Ele lida com o parasita que é um tipo de "voz interior", que além de não sair de sua cabeça, ainda controla seus atos e afeta seu comportamento e o que restou de sua vida social.


Com essa premissa, fica claro que a origem de Venom, assim como o que causou o fracasso e a amargura de Eddie Brock, precisaram ser modificadas para que não existisse nenhuma ligação com o Aranha, mas o problema não chega a ser somente esse. Além das explicações científicas para a condição de sobrevivência serem totalmente furadas e questionáveis, o roteiro é cheio de buracos e conveniências toscas que impedem uma coerência narrativa.


Venom cumpre com o papel de explorar um personagem icônico a fim de faturar nas bilheterias, e acredito que tenha conseguido isso com eficácia, mas só. Acredito que para que o filme se tornasse um pouco mais fiel ao personagem, já que não pôde ser fiel à história original, seria necessário cenas de ação com mais violência, daquelas bem viscerais, levando em consideração a natureza do vilão, mas foi uma coisa que não pôde ser feita devido a baixa classificação indicativa do longa. É pra se pensar que perderam uma oportunidade enorme de fazer algo digno desse vilão comedor de cabeças, pois se fosse +18 poderia ser algo bem próximo a Deadpool, mas passou muito longe...

Dessa forma, a voz estilo "Optimus Prime" de Venom soou forçada e clichê demais; as cenas interrompidas por dramas pessoais ou explicações óbvias deixam o filme fragmentado, como se fosse um trailer gigante; as tentativas de se fazer piadas desconexas com questões aleatórias para amenizar o que deveria ser brutal não funcionam; o dilema enfrentado pelo protagonista, assim como a forma como ele se comporta, ao aceitar o simbionte controlando seu corpo é tratado com superficialidade; e a ideia absurda de que eles, ao estarem conectados nessa fusão perfeita, se tornaram grandes amigos que devem combater o perigo - quando o perigo deveria ser eles - é inacreditável. Só faltou eles darem as mãos e saírem saltitando pela cidade cantando We Are the Champions. Os efeitos especiais também são exagerados e destoam dos filmes do gênero envolvendo o mesmo universo, e a experiência visual acaba sendo pura poluição.


Além da breve aparição infalível do mestre Stan Lee (RIP), a atuação do maravilhoso Tom Hardy conseguiu salvar um pouco dessa decepção cinematográfica, mas não posso negar que o homem, embora seja intenso e flexível, interpreta alguém cuja personalidade é afetada e cheia de paranoias, e em vários momentos parece estar perdido no próprio papel, como se não conseguisse definir a própria identidade devido a construção desordenada de seu personagem.


Como se tudo isso não fosse o suficiente, a cena pós-crédito ainda sugere que o bendito filme terá uma continuação envolvendo outro super vilão ainda pior do que o próprio Venom: Carnage (Carnificina), e sinceramente, depois dessa experiência horrível, não é um filme que eu vá assistir se estiver em sã consciência. Pra quem gosta de cenas de ação avulsas e que causam um pouco de empolgação, sem que o filme tenha uma história que convença, pode ser um excelente entretenimento, mas pra quem espera o mínimo de fidelidade com o original ou coerência narrativa, é decepção na certa.

Homem-Formiga: Inimigo Natural - Jason Starr

14 de fevereiro de 2016

Título: Homem-Formiga: Inimigo Natural - Marvel #7
Autor: Jason Starr
Editora: Novo Século
Gênero: Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 256
Nota: ★★★★☆
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Conheça Scott Lang. Ex-vigarista, pai solteiro e Homem-Formiga nas horas vagas. Ao lado de sua lha, Cassie, Scott encara uma nova vida em Nova York e está determinado a fazer com que tudo dê certo: Cassie estuda numa boa escola, ele tem um emprego estável e, nalmente, sente-se pronto para engatar um novo relacionamento.
Apesar de ter as melhores intenções, Scott não consegue manter-se longe dos holofotes – ou das lentes de aumento –, e não vai demorar muito para que sua nova vida desmorone. Quando um antigo cúmplice da época de crimes vai a julgamento, pai e lha veem-se às voltas com guarda-costas enviados pelo governo a fim de protegê-los. Scott acha isso desnecessário, mas ele desconsidera algo de fundamental importância: o fator adolescência. Quando a situação aperta para o lado de Cassie, Scott não hesita em trazer à tona o poderoso Homem-Formiga (sem ironia).
Mas o que esse vilão realmente deseja? Scott e Cassie talvez estejam lutando contra algo muito maior do que eles imaginam.

Resenha: Homem-Formiga é o sétimo volume da coleção de livros dos super-heróis da Marvel lançados pela Novo Século.
Como os livros tratam de aventuras pontuais do herói em questão, não é necessário acompanhar a série toda pois as coisas não se desenrolam de forma cronológica e nem dependem de acontecimentos oriundos dos demais livros, mesmo que haja participações especiais de alguns super-heróis na trama.

Scott Lang é um ex-vigarista que após ter saído da prisão teve a oportunidade de transformar sua vida ao se tornan herói. Ele foi o segundo Homem-Formiga a usar as partículas Pym, criadas por Henry Pym, o primeiro Homem-Formiga que existiu. Essas partículas permitem que quem as utilizem controlem sua altura e sua massa corporal, podendo diminuir ou aumentar de tamanho, ao mesmo tempo em que a força física é mantida intacta. O capacete do traje permite que ele se comunique com insetos.
A história do livro se passa em Nova York e, diferente do filme, não gira em torno do surgimento desse super-herói, mas sim um episódio inédito que dura alguns dias da vida dele alguns anos depois dele ter se tornado o Homem-Formiga e fazer parte dos Vingadores. Ele, enfim, tem a guarda da filha, Cassie, e a garota já é adolescente.
As coisas começam a acontecer quando Scott, que parece estar com a vida quase estabilizada, se vê numa situação delicada, pois um antigo cúmplice da época em que ele cometia crimes vai a julgamento e passa a perseguí-los.

O livro é narrado em terceira pessoa e os pontos de vista se alternam entre Scott e Cassie. A história é recheada de muito bom humor. Homem-Formiga tem um diferencial bastante interessante pois não vemos guerreiros com super-poderes enfrentando vilões malignos com grandes cenas de ação e adrenalina. Os momentos de ação estão presentes e existe uma ameaça no ar que afeta a vida de pai e filha de forma bastante direta, mas senti falta de uma vilania mais ofensiva.
Scott é um grande defensor das formigas, então através dele o leitor ainda descobre um pouco desse mundo tão vasto e importante, ao mesmo tempo que é tão pequeno.

Acompanhamos um homem que é gente como a gente, é pai dedicado, quer estabilidade em seu emprego e está determinado a levar uma vida tranquila com a filha adolescente, mas sabe que não pode abandonar seus compromissos quando o assunto é fazer o bem. Um ponto bacana é a forma como a história é atual, trazendo elementos que fazem parte da vida de qualquer um. Scott usa o Tinder em busca de encontros românticos e o Instagram é a rede favorita de Cassie.

O trabalho gráfico do livro é ótimo! A ilustração feita pelo ilustrador Will Conrad é exclusiva para a capa da edição publicada no Brasil e combinou super bem com as característica do super-herói. A diagramação também não fica atrás: há formigas espalhadas pelas páginas e as que indicam os capítulos são pretas, onde na frente o numeral é minúsculo e no verso da página mostra o mesmo número sendo aumentando com uma lupa. As páginas são amarelas e não percebi erros na revisão, o que é ótimo visto que o livro teve o lançamento quase simultâneo com a versão americana.

Em suma, Homem-Formiga é um livro super satisfatório acerca do universo dos super-heróis pois mostra como essa vida pode ter influências e afetar de forma negativa a vida familiar dos envolvidos embora Scott faça de tudo pra conciliar as coisas enquanto tenta viver como um cara normal e que faz coisas normais. Eles enfrentam problemas do cotidiano e passam por dificuldades como qualquer pessoa, logo a ideia de que super-heróis também são passiveis de erros fica clara e sabemos que por mais que eles tenham poderes que os tornam diferentes de nós, eles acabam sendo próximos dos humanos comuns por também terem suas imperfeições.
No mais, pra quem gosta de acompanhar aventuras pontuais, é um prato cheio!


Guerra Civil - Stuart Moore

24 de janeiro de 2016

Título: Guerra Civil - Marvel #2
Autor: Stuart Moore
Editora: Novo Século
Gênero: Juvenil/Ficção
Ano: 2015
Páginas: 398
Nota: ★★★★★
Onde comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: A épica história que provoca a separação do Universo Marvel! Homem de Ferro e Capitão América: dois membros essenciais para os Vingadores, a maior equipe de super-heróis do mundo. Quando uma trágica batalha deixa um buraco na cidade de Stamford, matando centenas de pessoas, o governo americano exige que todos os super-heróis revelem sua identidade e registrem seus poderes. Para Tony Stark o Homem de Ferro é um passo lamentável, porém necessário, o que o leva a apoiar a lei. Para o Capitão América, é uma intolerável agressão à liberdade cívica. Assim começa a Guerra Civil. 

Resenha: Guerra Civil, o livro, é uma adaptação escrita por Stuart Moore da HQ de Mark Millar e Steve McNiven, que traz uma das maiores e mais famosas histórias que separou os notáveis super heróis do universo Marvel através de um dos maiores confrontos já vistos até então.

Tudo começa quando os Novos Guerreiros, um grupo composto por heróis adolescentes e inexperientes, decidem estrelar um reality show onde mostravam o seu dia-a-dia de combate ao crime. A ideia era terem uma chance de transformar o time fracassado de terceiro escalão em estrelas, mas as coisas não estavam indo conforme o planejado... Até que em Stamford, em um dia aparentemente comum de gravações, eles descobrem o paradeiro de quatro vilões que fugiram da prisão estadual da Ilha Rykers três meses atras. Liderados por Speedball e seguidos pela equipe de filmagens, eles tentar capturar os vilões em plena luz do dia, no meio de um bairro típico onde os moradores e todas aquelas crianças jamais imaginariam o que estava por vir... Nitro, um dos vilões foragidos, ao se ver encurralado, se transformou numa enorme bola de fogo que espalhou terríveis ondas de choque ao seu redor, causando uma explosão cuja devastação não deixou precendentes...

"Oitocentos e cinquenta e nove moradores de Stamford, Connecticut, morreram naquele dia. Mas Robbie Baldwin, o jovem herói chamado Speedball, não chegou a saber disso. O corpo de Robbie ferveu até evaporar, e enquanto a energia cinética dentro dele explodia pela última vez no vazio, seu último pensamento foi:
Pelo menos, não terei que ficar velho."
- Pág. 17

Devido a tragédia de Stamford, as pessoas não se sentiam mais seguras diante de mascarados que usavam seus poderes mas deixavam rastros de destruição e mortes de inocentes. Há revolta e indignação após o ocorrido, e é iniciada uma grande comoção pública contra a prática irresponsável e desenfreada do "heroísmo". Logo, o senado dos Estados Unidos decide implementar a Lei do Registro de Super-Humanos, a LRS, que dita que todo super-herói deve se dirigir a um posto do governo para, além de se registrar, revelar sua identidade. A partir daí, eles seriam devidamente registrados no seguro social e passariam a trabalhar para o governo na proteção dos civis, tendo direito a benefícios e até mesmo salário.
Eis que Tony Stark, o Homem de Ferro, (que inclusive, há tempos, já revelou sua verdadeira identidade para o mundo sem a menor preocupação) apoia a estratégia do governo e acredita que o melhor a fazer é recrutar e convencer o maior número de super-humanos que conseguir a aderir ao plano, começando por todos aqueles que integram os Vingadores, mas, em contrapartida, a ideia de super-heróis revelarem suas identidades não é tolerável para o Capitão América, pois, dessa forma, além de serem privados da liberdade cívica, eles estariam expondo a si mesmos e as pessoas próximas a eles tornando todos vulneráveis ao perigo.
A partir dessa divergência de ideias e interesses, e após um grande desentendimento que causa uma baixa de alguém importante, o universo dos super-heróis é dividido entre os que apoiam e os que são contra a LRS, e os dilemas que eles irão enfrentar são colocados a prova quando a liberdade do povo e o dever para com a pátria são colocados frente a frente.

Narrado em terceira pessoa numa escrita ágil, fluída e super empolgante, Guerra Civil é um livro que traz uma história política e ideológica dentro do universo dos super-heróis tão conhecidos e queridos pelos fãs dos quadrinhos.
Não é necessário ter conhecimento prévio com relação aos quadrinhos para ler e entender o que se passa, pois o autor introduz tudo de forma gradual e sutil para que até os leigos não fiquem perdidos. Talvez o excesso de personagens possam confundir alguns leitores, pois muitos não são tão conhecidos quanto os demais, mas Wolverine e os X-Men, Homem Aranha, Homem Formiga, Demolidor, Quarteto Fantástico, Thor, Hulk, Viúva Negra, Miss Marvel, Justiceiro são alguns dos nomes citados e/ou que compõem os eventos que se desenrolam em Guerra Civil e todos são aprofundados na medida certa para os conhecermos bem e entendermos suas escolhas.
Homem Aranha/Peter Parker tem grande destaque, pois, inicialmente, ao decidir ficar do lado do Homem de Ferro e aceitar o convite para ser integrante dos Vingadores, suas escolhas lhe trazem consequências que transformam sua vida de cabeça para baixo e ele acaba ficando com a lealdade dividida entre Tony e Capitão. Por tudo que ele passa a enfrentar desde então, Peter pode ter sido um dos mais prejudicados nessa história...
Durante a leitura tentamos entender o que motiva cada um dos líderes dos dois grupos que se formam pois os personagens ganham bastante profundidade ao terem as intenções reveladas, assim como as consequências de suas escolhas, então não é possível acreditar que nem Homem de Ferro e nem Capitão América fiquem com o papel de "vilão", pois eles estão tentando defender o que acreditam ser o melhor no momento para preservar o bem estar de todos, mas até onde é possível ir para garantir a integridade das pessoas que só querem levar suas vidas de forma normal?

"Sue se deu conta do que aquilo se tornara: uma batalha irreconciliável entre Homem de Ferro e Capitão América, cada um deles absolutamente convencido de que sua causa era justa. Nada podia detê-los, nem deuses, nem vilões, nem mesmo seus amigos heróis. Essa batalha continuaria até que um dos dois estivesse morto."
- Pág. 170

O projeto gráfico do livro é ótimo. A ilustração da capa é característica e a diagramação é bastante caprichada. A parte interna da capa também tem ilustrações de conflitos e destruições que já dão uma prévia ao leitor do que será encontrado. As páginas são amarelas, as destinadas a numerar os capítulos são pretas para diferenciar das demais e sempre nos deparamos com os símbolos dos personagens principais. Encontrei alguns erros de revisão, mas nada que tenha prejudicado minha empolgação com a leitura.

Mesmo sendo fã, não vou considerar os quadrinhos. Não costumo fazer resenhas comparativas já que prefiro me limitar somente a opinião da leitura em questão. O livro é uma ótima adaptação que contém partes fiéis e outras com alterações, algumas inclusive foram bem superiores ao original ao meu ver, mas posso dizer que a Guerra Civil, de forma geral, é um livro empolgante, que coloca o leitor a par da situação fazendo com que ele tenha um lado para o qual torcer (sempre fui #TeamTonyStark, obrigada XD), e foi responsável por mudanças relevantes e consequências irreversíveis na vida dos super-heróis, levantando questões que nos fazem refletir sobre opressão, direitos e liberdade, além de tocar no ponto crucial da amizade entre dois grandes amigos que, por divergência de opiniões, pode ter as estruturas abaladas para sempre.
Para aqueles que gostam do gênero e querem entender o quê, de fato, aconteceu com mais profundidade, é leitura obrigatória.