Autora: Maya Motayne
Editora: Seguinte
Gênero: Fantasia/Jovem Adulto
Ano: 2019
Páginas: 480
Nota:★★★☆☆
Sinopse: No primeiro volume de uma trilogia de fantasia inspirada na cultura latina, uma ladra capaz de mudar de aparência e um príncipe herdeiro se unem para proteger o reino de uma magia perversa.
Depois de se libertar da dominação dos inglésios, o reino de Castallan não esperava passar por mais nenhuma crise. Mas Dez, o herdeiro, foi assassinado, e agora nobres e plebeus precisam aceitar que o destino do reino está nas mãos do príncipe Alfie, que passou meses fugindo de suas obrigações enquanto bebia tequila em alto-mar.
De volta a Castallan, Alfie não consegue acreditar que seu irmão morreu e, tentando provar o contrário, se depara com Finn Voy. Graças a sua habilidade de assumir a aparência de qualquer pessoa, Finn está sempre usando um disfarce para se proteger dos traumas de seu passado e de qualquer um que se meter em seu caminho.
Quando os destinos de Alfie e Finn se cruzam, eles acidentalmente libertam uma magia poderosa e antiga que, se não for detida, vai mergulhar o mundo em escuridão. Com o futuro de Castallan em suas mãos, o príncipe e a ladra terão de aprisionar essa magia obscura a qualquer custo, mesmo que, no caminho, precisem confrontar seus segredos mais sombrios.
Resenha: Num passado distante, Castallan fora tomado pelos Inglésios, e a população acabou tendo sua ligação com a magia rompida. Mas anos se passaram, o continente de Castallan conseguiu se reeguer e a população conseguiu se reconectar com a magia. A magia está ligada aos quatro elementos e todos tem uma ligação muito forte com ela, mas somente alguns são dotados do propio, uma habilidade única para um bruxo distinto.
Depois de perder Dez, o herdeiro do trono, seu irmão Alfie precisa voltar para assumir as responsabilidades do reino em seu lugar. Alfie é dotado do propio, ele consegue sentir e igualar a cor de sua magia. Mas ele, embora tenha visto com os próprios olhos o irmão ter sido sugado por um buraco após um incidente conspiratório, não acredita que Dez morreu, mas sim que está preso em alguma realidade paralela, sem ter como voltar. Qualquer coisa que envolva magia parece poder ser revertido, logo Alfie acredita que exista alguma forma de trazer seu irmão de volta, mesmo que para isso ele precise se envolver com bruxos e com o lado sombrio da cidade, o que acaba fazendo com que ele cruze o caminho de Finn Voy, quando resolve participar de algumas partidas ilegais para conseguir alguns livros raros como prêmio, com informações importantes que podem ajudá-lo a trazer Dez de volta.
Finn é uma ladra que não se importa com nada nem ninguém devido a um passado bastante traumático, e como possuidora do propio, sua habilidade é poder mudar seu rosto e seu corpo e se transformar em quem ela quiser, assim, além de se proteger, ela pode se disfarçar e fugir sem ser pega. Ela também queria ganhar o prêmio para poder fugir sem olhar pra trás, mas tudo muda quando ela é pega e sua habilidade é bloqueada para que ela consiga um artefato para a gangue que a capturou. Agora Finn precisa roubar o tal artefato mágico para poder escapar, mas o artefato se encontra no castelo. Agora o destino dos dois irá mudar pra sempre quando eles, acidentalmente, liberta uma magia antiga que vai colocar a vida de todos em perigo.
Narrado em terceira pessoa, a autora apresenta um universo fantástico inspirado na cultura latina e tem uma construção de mundo bastante interessante e que despertou minha curiosidade logo no início. As características físicas dos personagens, os detalhes do cenário e das paisagens, as descrições acerca do clima e da comida local, é tudo muito bem construído e próximo da realidade cultural do local e muitos podem se identificar com esses detalhes.
Mas, embora a escrita seja boa e esse universo seja muito legal, a história não me prendeu o suficiente pra que eu me importasse com o que estava acontecendo, pois não foi tão bem desenvolvida quanto deveria ser. A trama é enrolada e cheia de furos, e os personagens parecem um bando de idiotas que mal sabem o que estão fazendo, e as coisas acabam não fazendo sentido algum. Finn é a única que salva em meio a essas caricaturas em forma de personagens. A história é cheia de conveniências e facilitações narrativas, e o que deveria ser um tipo de alívio cômico pra dar um tom de bom humor à trama, só me fez revirar os olhos pois as gracinhas de Luka, o primo do príncipe, além de fora do tom, são feitas nos momentos mais nonsense que se pode imaginar.
Ainda assim o livro foi bem resolvido e não tem a menor necessidade de uma continuação, a menos que a autora use o mesmo mundo pra abordar outra história, envolvendo outros personagens talvez, caso contrário não vou entender nada.
Mas, não posso negar que a história aborda temas como autoaceitação, sobre erros e acertos, sobre culpa, sobre as consequências de se ser manipulado, e principalmente sobre amizade verdadeira, mas mesmo com elementos importantes assim, não foi uma leitura que me cativou tanto quanto eu esperei. Recomendo? Sim, mas não vá com muitas expectativas.