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A Rainha do Castelo de Ar - Stieg Larsson

9 de setembro de 2015

Título: A Rainha do Castelo de Ar - Millennium #3
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção Policial
Ano: 2011
Páginas: 688
Nota: ★★★★★
Sinopse: Mikael Blomkvist está furioso. Furioso com o serviço secreto sueco, que, para proteger um assassino, internou Lisbeth Salander na época com apenas doze anos num hospital psiquiátrico e depois deu um jeito de declará-la incapaz. Furioso com a polícia que agora quer indiciar Lisbeth por uma série de crimes que ela não cometeu. Furioso com a imprensa, que se compromete em pintar a moça como psicopata e lésbica satânica. Furioso com a promotoria pública, que pretende pedir que ela seja internada de novo, desta vez ao que parece para sempre. Enquanto Lisbeth recupera-se num hospital de ferimentos que quase lhe tiraram a vida, Mikael procura conduzir uma investigação paralela que prove a inocência de sua amiga. Mas a jovem não fica parada, e muito mais do que uma chance para defender-se ela quer uma oportunidade para dar o troco. Com a ajuda de Mikael, Lisbeth está muito perto de desmantelar um plano sórdido que durante anos se articulou nos subterrâneos do estado sueco, um complô em cujo centro está o pai dela, um perigoso espião russo que ela já tentou matar. Duas vezes.

Resenha: É difícil expressar com palavras o que a Série Millennium despertou em mim. Lisbeth Salander e Mikael Blomkvist foi a dupla de mocinhos que mais me deu prazer em acompanhar. A trama encerrada no segundo volume tem seu desfecho em A Rainha do Castelo de Ar. Nesse terceiro livro temos uma trama intricada cheia de intrigas, perseguições e um ritmo narrativo que torna impossível deixar a leitura de lado.

A trilogia Millenium é uma das melhores, se não a melhor, do gênero policial. Cada detalhe, desde a construção dos protagonistas até o desfechos e revelações, é muito bem feito.O problema de como encerrar a trama e dar o devido desfecho a cada personagem não recai sobre a obra de Stieg.

Salander é um enigma. A personagem tem um ar misterioso e é ilegível para o leitor da mesma maneira que para quem a ronda. A personalidade torna os atos imprevisíveis e cheio de surpresas. É possível notar, com Lisbeth como base, que Stieg criou um enredo voltado para o abuso e violência contra a mulher trazendo junto uma protagonista que luta tanto para si quanto por outras. Atualmente, vivemos um momento que o feminismo está tomando formas mais concretas, e vi isso em Lisbeth. A fragilidade dela é apenas aparente em sua forma franzina e pequena, mas a garota esconde uma força interior capaz de enfrentar situações de prova como ninguém. As falas são sempre dosadas de forma correta, com uma pitada de sarcasmo e inteligência. Um viva para Larsson por ter construído uma heroína como ela, a frente do seu tempo.

Não podemos esquecer também o papel essencial de outros personangens na trama. Mikael continua robusto, cheio de confiança e seu caráter é admirável. Ele não é um policial, mas um jornalista que se dá bem como investigador, busca a verdade nos fatos e a defende até o fim. Destaque também para Annikka, irmã de Blomkvist, que se mostrou muito importante para o desfecho da trama e ganhou meu real respeito com suas atitudes. Érika Berger, que antes tinha tudo a seu favor, teve um papel um pouco confuso neste volume e isso se tornou um ponto negativo. Faltou um pouco mais de concisão no problema que a atingiu. No mais, todos os outros componentes dessa história, como o departamento de policia que trabalhou para defender Salander e os redatores da Millenium, merecem muita admiração.

A Rainha do Castelo de Ar é um desfecho* que encerra a trajetória de personagens queridos e que conquistaram todos aqueles os acompanharam nessa jornada. Quase setecentas páginas passam de maneira veloz, com uma narrativa ágil e uma trama bem feita. Abordar problemas que envolvem o Estado, manipulação de pessoas e a responsabilidade civil sobre uma criança foi espetacular pela parte de Larsson. Por mais que o leitor não esteja habituado com temas tão complexos, ao iniciar a leitura é provável que a saga de Blomkvist e Salander seja capaz de te prender do começo ao fim.

*A história de Lisbeth e Mikael pode ter sido finalizada para uns, mas para outros não. David Lagercrantz escreveu uma continuação, A Garota na Teia de Aranha, para a série. Cabe a cada leitor e fã decidir se continua ou não.

A Menina Que Brincava Com Fogo - Stieg Larsson

18 de junho de 2015

Lido em: Junho de 2015
Título: A Menina Que Brincava Com Fogo - Millennium #2
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção Policial
Ano: 2009
Páginas: 611
Nota: ★★★★★
Sinopse: Nada é o que parece ser nas histórias de Larsson. A própria Lisbeth parece uma garota frágil, mas é uma mulher determinada, ardilosa, perita tanto nas artimanhas da ciberpirataria quanto nas táticas do pugilismo, que sabe atacar com precisão quando se vê acuada. Mikael Blomkvist pode parecer apenas um jornalista em busca de um furo, mas no fundo é um investigador obstinado em desenterrar os crimes obscuros da sociedade sueca, sejam os cometidos por repórteres sensacionalistas, sejam os praticados por magistrados corruptos ou ainda aqueles perpetrados por lobos em pele de cordeiro. Um destes, o tutor de Lisbeth, foi mor-to a tiros. Na mesma noite, contudo, dois cordeiros também foram assassinados: um jornalista e uma criminologista que estavam prestes a denunciar uma rede de tráfico de mulheres. A arma usada nos crimes - um Colt 45 Magnum - não só foi a mesma como nela foram encontradas as impressões digitais de Lisbeth. Procurada por triplo homicídio, a moça desaparece. Mikael sabe que ela apenas está esperando o momento certo para provar que não é culpada e fazer justiça a seu modo. Mas ele também sabe que precisa encontrá-la o mais rapidamente possível, pois mesmo uma jovem tão talentosa pode deparar-se com inimigos muito mais formidáveis - e que, se a polícia ou os bandidos a acharem primeiro, o resultado pode ser funesto, para ambos os lados.

Resenha: A Menina que Brincava com Fogo, é o segundo livro da série Millennium. Stieg Larsson, falecido logo após entregar o manuscrito da saga de Lisbeth Salander, criouuma incrível aventura sobre um jornalista metido a detetive, Mikael Blomkvist, e uma garota excepcional.

A continuação de Os Homens que Não Amavam as Mulheres traz Lisbeth com um papel maior de protagonista, junto com Mikael. O caso dos Vanger se encerrou dando lugar a um dilema da própria Salander: ela agora é acusada de um triplo assassinato. É com esse pano de fundo que a trama começou a se desenrolar (ou seria enrolar?) e prender a atenção de quem lê.

O livro pode ser separados em duas partes: no começo o ritmo é lento, bem introdutório, conduzindo o leitor a relembrar alguns fatos do volume anterior e as férias de Lisbeth por alguns lugares do mundo. Logo após, a bomba dos assassinatos cai diretamente sobre Salander e a partir disso a trama ganha um ritmo semelhante ao que o volume antecessor teve no final.

O tema central gira em torno do abuso sexual contra a mulher. Tanto no primeiro quanto no segundo temos, em diferentes situações, retratos do sofrimento das figuras femininas e a busca por justiça. Stieg criou nos protagonistas figuras de heroísmo e perspicácia. Não só em Mikael ou Lisbeth; mas também em Erika, Bublanski, Sonja, Malu, Mimmi Wu e outros. Dessa mesma forma ele teve a habilidade para criar vilões bem convincentes. A Menina que Brincava com Fogo tem um abismo que separa seus protagonistas: aqueles nos quais devemos nos espelhar e uns que detém um caráter duvidoso e atitudes tampouco humanas.

A prosa de Larsson é fabulosa. A narrativa é sempre crucial para tornar um livro atrativo, até porque mais de seiscentas páginas não são lidas de uma vez só. Mas Stieg, na construção do texto, criou um dinamismo que torna a leitura agradável e cheia de mistérios que motivam a ir a diante para descobrir o que acontecerá com Lisbeth. Perto do final, principalmente, os capítulos começam a ficar mais curtos e mostram situações diferentes de maneira rápida e eficaz. É bem clichê dizer isso, mas chega a um momento que se tornou impossível largar a leitura.

A protagonista é uma "diva", a seu próprio modo. Lisbeth tem um quê de malícia, é inteligente ao extremo e deixa clara suas intenções: quem com o ferro fere, com fogo será queimado. Estamos tão acostumado com mais fragilidade partindo de personagens femininas que é surpreendente como Stieg personificou tanta força nessa moça. Salander tem fibra e coragem de sobra. É pouco óbvio que ela fosse mostrar algum tipo de vulnerabilidade ao logo da série, mas ela o faz. Assim, o sentimento de torcida pela garota só aumenta.

Toda livraria deveria vir com um cartaz em algum lugar advertindo o visitante a comprar a trilogia Millenium. A Menina que Brincava com Fogo é incrível, sendo ainda melhor que o primeiro. O sucesso de vendas é merecido e ler uma obra como esta é gratificante a qualquer leitor. As últimas páginas trazem a certeza que esta é uma das histórias mais inesquecíveis e bem escritas da literatura contemporânea.

Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - Stieg Larsson

2 de março de 2015

Lido em: Fevereiro de 2015
Título: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - Millennium #1
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Ficção Policial
Ano: 2008
Páginas: 522
Nota: ★★★★★
Sinopse: Os homens que não amavam as mulheres traz uma dupla irresistível de protagonistas-detetives: o jornalista Mikael Blomkvist e a genial e perturbada hacker Lisbeth Salander. Juntos eles desvelam uma trama verdadeiramente escabrosa envolvendo a elite sueca.
Os homens que não amavam as mulheres é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o veelho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mikael descobre que suas inquirições não são bem-vindas pela família Vanger. E que muitos querem vê-lo pelas costas. De preferência, morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois.... até um momento presente, desconfortavelmente presente.

Resenha: A trilogia Millennium se tornou um sucesso de vendas no mundo. O primeiro volume, Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, rendeu dois filmes: um na versão sueca e outra americana. Mikael Blomksvist está, inicialmente, tentando se reerguer de um processo contra ele e a possível queda da revista Millennium. Ao aceitar um convite de investigação, ele vai para uma pequena cidade a algumas horas de Estocolmo, no interior da Suécia. A pedido de Henrik Vanger, Blomkvist passa a investigar a morte de Harriet Vanger, não solucionada totalmente há trinta anos atrás sob o ponto de vista do seu tio, Henrik. Com esse pano de fundo e com a ajuda da peculiar Lisbeth Salander, Mikael vai angariar inimigos nessa busca e descobrir que nem tudo foi totalmente resolvido.

Os Homens que Não Amavam as Mulheres tem um começo bem devagar: a história é escrita de maneira mais lenta e bem introdutória. O começo do livro envolve o xis da questão a respeito de Mikael e sua investigação sobre fraudes numa empresa sueca. Junto com isso vem a introdução sobre a personalidade do acionista da revista Millennium. O ritmo, no entanto, só se torna bem eletrizante com a chegada de Lisbeth Salander. Essa personagem é de longe uma das que mais adoradas no meio literário. Ela, apesar de jovem, é experiente e dona de uma inteligência impressionante. Suas investigações são feitas com muita perspicácia. A junção de Salander e Blomkvist não poderia ter sido mais perfeita: os dois formaram uma dupla incrível. É interessante ver como a relação dos dois é um pouco arisca no começo, mas, com o desenrolar da trama, ambos cedem um pouco e essa interação resultou em algo excelente.

Os coadjuvantes do primeiro livro de Millenium são tão bons quanto a dupla de protagonistas. Os Vanger eram os mais complexos. O mistério que envolve a família é perigoso, portanto, a cada capítulo a visão sobre cada um pode mudar, oscilando entre opiniões boas ou ruins. O que é evidente, já nesse âmbito familiar, é o abuso do homem em relação a mulher.

O tema abuso sexual não é mostrado logo no início, mas o assunto toma forma perto do final e é ali que a mestria de Stieg se consolida. A história começa a culminar para um final muito eletrizante, graças às revelações que são feitas por Lisbeth e Mikael. Com muita ação, eventos macabros e fugas repentinas, o desfecho da obra foi mais do que satisfatório e deixou a sensação de dever cumprido.

Os Homens Que Não Amavam as Mulheres é uma leitura excelente e faz jus a opinião dos milhares de leitores ao redor do mundo. Stieg criou uma trama arrebatadora e concisa em todos os pontos. O embasamento da obra é muito concreto e crível, o que deu veracidade a história. Os protagonistas, de longe uma das duplas mais incríveis da literatura, são a cereja do bolo que torna o primeiro volume de Millenium tão inesquecível.