Plataforma: PC/PS4/PS5/Xbox
Categoria: Ação/Aventura
Ano: 2018
Classificação Indicativa: 18+
Nota: ★★★★★♥♥♥
Sinopse: América, 1899. O fim da era do Velho Oeste começou quando os homens da lei caçam as últimas gangues de bandidos remanescentes. Aqueles que não se rendem ou sucumbem são mortos.
Depois que um assalto dá terrivelmente errado na cidade de Blackwater, no oeste do país, Arthur Morgan e a gangue Van der Linde são forçados a fugir. Com agentes federais e os melhores caçadores de recompensas do país se aglomerando em seus calcanhares, a gangue deve roubar, roubar e abrir caminho através do coração acidentado da América para sobreviver. À medida que divisões internas profundas ameaçam separar a gangue, Arthur deve fazer uma escolha entre seus próprios ideais e a lealdade à gangue que o criou.
Red Dead Redemption 2 é um jogo de ação e aventura que se passa em 1899, final do século XIX, no auge do Velho Oeste americano.
A trama acompanha a história do protagonista Arthur Morgan, um fora da lei com seus 36 anos de idade e um dos membros mais antigos da gangue Van der Linde, liderada por Dutch Van der Linde, um homem ambicioso que sempre tem um plano na manga. A narrativa se desenrola em uma época de transição nos EUA (onde U$1,00 era uma fortuna), com a civilização avançando para a modernidade, e suas novas leis ganhando espaço sobre toda a bandidagem e a selvageria do Velho Oeste.
Tudo começa quando um grande roubo na cidade fictícia de "Black Water", no Estado de "West Elizabeth", fracassa e a gangue precisa fugir pra escapar das autoridades. Com as cabeças a prêmio, eles partem às pressas pro norte do Estado de "Ambarino", uma região montanhosa e glacial. Em meio a uma terrível nevasca, eles decidem se esconder até a barra estar limpa, mas a gangue precisa esperar a tempestade diminuir pra depois voltarem para a civilização numa tentativa de conseguirem dinheiro o suficiente para "desaparecerem" e recomeçarem suas vidas, mas tudo começa a sair do controle e dar errado quando Dutch decide não dar ouvidos a Hosea Matthews, cofundador e figura paterna da gangue, e se deixar levar pelas ideias de Micah Bell, um criminoso bastante experiente que está na gangue há apenas seis meses que nunca conquistou a confiança de Arthur.
Com direito a tiroteiros, emboscadas de gangues rivais e perseguições de autoridades policiais, o jogo traz uma história envolvente, personagens únicos, gráficos e paisagens deslumbrantes e um enorme mundo aberto cheio de detalhes e segredos (muitos deles bem obscuros) a serem explorados e descobertos, e esses detalhes, sejam nos gráficos ou na própria história, fazem toda a diferença pra que o jogo seja ainda mais admirado e surpreendente. Cada personagem tem uma história de vida bem difícil, muitas vezes carregadas de traumas e, ao longo da jornada de Arthur, isso vai se revelando de forma gradual, prendendo a atenção do jogador e criando um enorme apego sentimental. O jogo aborda temas complexos, como lealdade, sobrevivência, honra, vingança, arrependimento, redenção e a luta contra o avanço do progresso, trazendo personagens com cargas dramáticas e problemas pra lidar que envolvem o jogador, mexendo com suas emoções.
A jogabilidade de Red Dead Redemption 2 é uma mistura perfeita de ação, exploração e interação com o mundo ao seu redor. O mundo é repleto de atividades e desafios, oferecendo ao jogador uma imensa liberdade para explorar da forma que quiser, mergulhar na vida do Velho Oeste e tendo uma das mais incríveis experiências de imersão nesse universo. Podemos caçar animais, pescar (o que requer muita paciência) e colher ervas, flores e frutos para obter recursos; ajudar pessoas no meio do caminho das mais diversas formas; ir em pequenos mercados comprar suprimentos ou em saloons encher a cara; se hospedar em hotéis pra descansar e tomar banho; domar cavalos selvagens que, a depender da raça, tem características de personalidade diferentes; roubar carroças, trens e bancos; melhorar as armas para que fiquem mais eficientes durante os confrontos; participar de tiroteios épicos com direito a câmera lenta quando um tiro acerta um adversário em cheio; caçar tesouros, e uma infinidade de outras opções. Além disso a liberdade de se fazer ações que definem o estilo do jogo fica a critério do jogador, quando ele decide se Arthur vai ser honrado fazendo as coisas certas e tendo pequenos privilégios, ou se vai sair por aí aterrorizando as pessoas e viver sendo perseguido pelas autoridades e caçadores de recompensas.
O jogo oferece as missões principais que formam a história central, mas é cheio de missões secundárias e outras tarefas pra prolongar a experiência, e em muitas delas fazemos escolhas que podem interferir na honra e nos acontecimentos futuros. Essas missões tem um nível diferente de dificuldade e duração, algumas são mais sérias e outras são mais engraçadas e nonsense, mas todas juntas só colaboram para percebemos o quanto a história é boa e também pra termos uma boa noção de como as coisas eram precárias antigamente, como as doenças eram tratadas, e também ficarmos indignados por como eram as coisas na sociedade daquela época, principalmente pelos costumes e à cultura que eram "normais", como racismo, eugenismo, fanatismo religioso, patriarcado, violência contra a mulher e outras coisas abomináveis e absurdas. Inclusive posso dizer que a forma como Arthur pode reagir a esses malucos para que tenham os devidos castigos é de uma imensa satisfação. E como no Velho Oeste tudo acaba em tiroteio, morte, sangue e tripas escorridas, não teria como o jogo ter classificação indicativa pra menores de 18 anos.
Os visuais e a mecânica de Red Dead Redemption 2 são simplesmente deslumbrantes. A iluminação, os efeitos climáticos, os biomas diferentes com fauna e flora próprias, closes imponentes e os movimentos dos personagens contribuem para uma experiência visualmente realista e imersiva. Cada detalhe da história e do ambiente são cuidadosamente projetados, desde o cabelo e a barba de Arthur que crescem com o passar do tempo, suas roupas ou o cavalo que ficam sujos caso ele precise carregar alguém ensanguentado ou caia na lama, a tia do acampamento que o xinga e o obriga a tomar banho se ele fica muito tempo sem cuidar da própria higiene, até as vilas ou cidades que tem características arquitetônicas únicas com seus habitantes que dão vida ao lugar.
Durante as visitas nas cidades, seja a passeio ou missão, percebemos os moradores levando suas vidas, trabalhando, construindo casas, conversando, bebendo, brigando, sendo roubados, vadiando por aí, protestando para reinvindicarem direitos e, dependendo do que Arthur fizer, eles ainda vão reagir de forma amigável ou hostil, além de se lembrarem por muito tempo das ações que o protagonista tem alí a ponto de terem reações diferentes quando reencontram Arthur. Com isso descobrimos subtramas que enriquecem a história e tornam o jogo ainda mais rico, interessante e incrível, além de ser possível bolar várias teorias com alguns personagens misteriosos que estão envolvidos em alguma coisa suspeita. É impossível não se apegar a Arthur e seu cavalo, não se preocupar em cuidar de suas necessidades e não querer que nada de ruim aconteça a eles.
Arthur é um personagem totalmente diferente de qualquer outro que já soube da existência. Ele começa como um bandido que, aparentemente, só se importa com dinheiro, que faz tudo pra ajudar a gangue e que obedece todas as ordens de Dutch. Mas, a medida que o tempo passa, ele começa a observar melhor as pessoas e suas atitudes e escolhas, começa perceber o que está acontecendo ao seu redor e passa a refletir sobre a vida e sobre seu papel no mundo, o que ele poderia fazer de bom e quem ele precisa ajudar antes que o pior aconteça.
A trilha sonora é magnífica, com composições que complementam perfeitamente a atmosfera do Velho Oeste e dando intensidade emocional às cenas. Desde músicas suaves e melancólicas até faixas empolgantes durante momentos de ação, a música é um elemento essencial para envolver o jogador na narrativa. A dublagem original também é muito bem feita, com vozes marcantes e até sotaques caipiras ou de outros países bem carregados.
No mais, com uma história rica e envolvente que ao final me fez ficar aos prantos, personagens muito bem desenvolvidos, jogabilidade excelente e um mundo aberto impressionante, Red Dead Redemption 2 é uma obra-prima que, por mais que já tenha alguns anos de lançamento, nunca vai perder seu brilho e merece ser apreciada. A experiência única e imersiva no Velho Oeste vai ser tão emocionante quanto inesquecível.